Rapidash galopava no meio da tempestade de neve no topo da montanha sem vacilar graças ao seu fogo que permanecia quente suficiente. Também El Charco não sentia frio, pois era protegido pela crina do cavalo. E ambos foram para dentro de Koju.

Minutos depois, Lady Kumo reuniu os três cristais no meio do salão do trono. El Charco desceu do cavalo e caminho até perto da mulher.

— Você fez um bom trabalho. E sobre o seu desejo de governar Permafrost, não posso te dar uma resposta. Não falei com o chefe sobre isso.

— Mas vai falar. E o dinheiro?

El Charco retirou uma bola que armazenava itens (tal como a de Bernardo Greco no 3° arco) e escolheu uma mala preta grande. Abriu e mostrou as várias esferas de ouro (nuggets). Cerca de 500 milhões.

— Que maravilha! — os olhos da rainha aranha brilharam. — Mas Yamashida me prometeu mais.

— Você matou os garotos?

— Claro que sim. Todos morreram naquela explosão do ginásio. Portanto, fale para o chefe que eu espero mais meio bilhão pelo serviço.

— Dentre os mortos, havia algum garoto ruivo?

— O que se chamava Simon? Claro que sim. Eu não brinco em serviço.

O homem riu de canto de boca. Falou para Lady Kumo que ela estava enganada. Simon não morreu, e ele sabia disso.

— Ele acaba de chegar — El Charco se virou. Todos se viraram e viram Simon parado.

— Mas ele devia estar morto!! — exclamou Onodera.

— Achei você — Simon respirava fundo, pois havia corrido durante metade do caminho.

El Charco bateu palmas para o garoto. Sabia que um membro do clã do fogo jamais morreria tão facilmente.

— O clã se orgulharia da sua coragem.

— Canalha! Não coloca o clã no assunto. Eles devem se envergonhar de você. Desde que vendeu a nossa ilha para a Equipe Black.

— Eu tive que fazer, Simon. Não posso viver como um simplório. Sou muito maior do que isso.

Os demais no salão sequer entenderam a discussão dos dois ruivos.

— Onodera, você prometeu que todos naquele ginásio foram mortos. Explique-se!! — gritou a Lady Kumo furiosa.

Elza riu.

...

Lorelei e Luiza continuaram pelos túneis subterrâneos da montanha sem achar alguma saída que levasse até onde Simon ou Snover estavam.

— Não aguento mais. Estou cansada.

— Luiza, o sinal do Jason. Olha.

Lorelei havia instalado um aparelho de localização via GPS na pokédex de Jason, porém não estava pegando antes. O aplicativo começou a funcionar do nada.

— O que tem?

— Eles estão acima de nós.

— Lucario — Luiza chamou a sua Lucario para usar o seu poder de sentir auras. Lucario sentiu a presença do grupo de Jason.

O pokémon serviu como guia para orientar as duas.

Grupo de Jason

— Oh! Inacreditável — Jason viu uma porta toda feita de gelo que separava a gruta do começo do palácio. A porta tinha pelo menos uns 10 metros de altura e pesava toneladas.

— Do jeito que deixamos — disse Nicolau. — A porta é muito pesada, mas naquele dia o professor Oak havia utilizado um pokémon para fechá-la. Afastem-se.

Nicolau retirou Kyurem da pokébola e pediu ao dragão que empurrasse a porta. Ele o fez, dando várias cabeçadas. O objeto maciço abriu aos poucos.

De repente, algo trombou em Jason. O garoto caiu.

— O que foi isso? Hã?

Snover estava estirado no chão. O pokémon havia desmaiado. Jason observou o pequeno e quis capturá-lo.

— Não — Cheyenne impediu. — Esqueceu que é proibido capturar pokémons de Ice Orion?

— Desculpa...

Nome: Snover

Designação: Pokémon árvore gelada

Número: 459

Tipo: Planta/ Gelo

Sexo: Macho

Grupo de ovos: monstro / grama

Peso: 25 kg

Altura: 0,70 metro

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Ataque

Cheyenne se aproximou do bebê pokémon e segurou no braço. Ainda era um Snover pequeno que cresceria um pouco mais. Para o ex-líder da aldeia, o pokémon havia perdido os pais recentemente.

— Como soube? — Jason perguntou.

— Sinto pelo cheiro. Ele tem cheiro do pelo de Abomasnow. Alguma coisa ocorreu para que ele se separasse dos pais. Tudo bem, amiguinho?

Snover olhou para Cheyenne, mas não o atacou. Foi colocado no chão.

— Parece que ele gostou mesmo do senhor — apontou Jason ao fato de Snover agarrar a perna do homem.

Nicolau chamou os dois para entrarem no palácio de gelo. O ambiente dentro era completamente diferente da gruta. As paredes eram azuis, uma cor bem viva.

— Nunca vim aqui — disse Cheyenne.

— As paredes são de gelo puro. Existe um grande projeto arquitetônico dentro dessa montanha. O palácio de gelo. Estudamos naquele dia — Nicolau retirou um caderno de anotações da mochila em suas costas. — Segundo o meu pai e o professor Oak, o palácio tem 377 metros de altura e quase 1000 de diâmetro. São números impressionantes, mas nem chegam ao tamanho da montanha (7 km).

— Essa não é a primeira vez que entro num palácio subterrâneo. Em Sahaarian existe um palácio dentro do subsolo de uma cidade. Será que isso tem alguma conexão?

Nicolau quis saber um pouco mais sobre o tal palácio em Sahaarian. Jason explicou tudo, desde a chegada em Sahaarian até o palácio no subterrâneo de Alameda dos Oásis.

...

Enquanto isso, Lady Kumo se ofendeu com a audácia de Simon e ordenou a seus capangas que o capturassem. Os kumos apontaram armas para ele, mas foram pegos pelos golpes de Zoroark e Hitmonchan. Zoroark soltou um golpe com a garra, formando uma lâmina de ar. El Charco pulou e desviou, mas alguns blackers foram pegos.

— Não posso acreditar nisso. O que estão fazendo no chão? Capturem esse inseto logo!

A ordem de Lady era suprema. Os soldados apontaram as suas armas para Simon e os seus pokémons. Uma rajada de fogo azul impediu que eles prosseguissem.

— Esse Rapidash fez isso. Explique-se! — gritou Onodera.

— Calma, capacho. Não deixei que machucassem o Simon porque ele é problema meu. Se porventura atacassem, eu queimaria todos aqui — El Charco desceu os degraus.

— O que é isso? O chefe não pediu para eliminarmos todos os amigos de Jason? — questionou Lady Kumo.

— Pediu. E é o que vai acontecer. Mas Simon é um problema meu. Tá na hora de dar um fim nisso.