O nome Raikou não chamou tanta atenção de Ernest quanto de Charmander. O líder guerrilheiro não tinha ideia de que estava em frente a um pokémon lendário. Charmander, porém, vira algo parecido no passado. O templo da água abaixo das minas de Rock'atown. Um Suicune.

— O que significa tudo isso? Esse nome? Essa criatura esculpida nessa porta de pedra. Sabe o que significa? — Pyro assentiu.

Ele caminhou de um lado a outro a fim de ver algo que pudesse abrir. Não encontrou.

— Melhor voltarmos para onde estávamos. Não seria interessante ficarmos andando sem rumo por aí. Dizem que esse lugar é como um labirinto.

Mas Charmander não quis sair de perto da porta de pedra. Guedara apenas deixou o pokémon sozinho enquanto explorava ali perto.

...

Jason pegou o livro preto e correu ao ver que havia uma criatura grande e aterrorizante atrás. Pensou que seria um Yamask, porém estava levitando um sarcófago sozinho. Até mesmo Sylveon ficou com medo e entrou na pokébola.

— Eu nunca mais confio num fantasma na minha vida. Aquele Yamask só me levou para uma armadilha — Ele corria por vários locais sem se dar conta que já estava subindo o templo.

O sarcófago levitava atrás dele. Dois braços pretos que lembravam sombras saíram de dentro do objeto e seguraram as pernas do rapaz. Jason caiu e largou o livro.

 — Merda!! Tyrana, vai.

Tyrantrum surgiu imediatamente e mordeu o sarcófago. A surpresa veio depois, haja vista aquilo na verdade era um pokémon que vivia dentro do objeto.

Nome: Cofagrigus

Designação: Pokémon caixão

Número: 563

Tipo: Fanstama

Sexo: Macho

Grupo de ovos: mineral / amorfo

Peso: 76 kg

Altura: 1,70 metro

Razão de gênero: 50% masculino, 50% feminino

Estado: Defesa

Cofagrigus era a versão evoluída de Yamask.

A voz de antes era daquele fantasma. Queria atrair de Jason para uma armadilha e amaldiçoá-lo? Jason pensou em várias teorias. Pediu para Tyrantrum lutar contra ele.

— Será que... ele quer esse livro? Então por que me atraiu até lá?

O Cofagrigus lançou os seus quatro braços na direção do menino. Tyrantrum se meteu na frente e atacou.

...

Enquanto os heróis se aventuravam no subsolo, os vilões continuaram na superfície perto do antigo cassino. O grupo de buscas emergiu.

— Conseguiram encontrar alguma coisa? — perguntou Ryuho.

— De maneira nenhuma. Nem sinal de corpos. O que encontramos foi uma fenda no fundo do lago que dá para o subterrâneo da cidade. Mas é impossível que aqueles dois tenham nadado até lá. É muito profundo.

— Eles tinham um dragão.

— Apenas pokémons aquáticos são capazes de nadar dezenas de metros sem enfraquecer. Portanto, creio que eles foram desintegrados pelo golpe elétrico.

Ryuho julgou que Jason e Guedara morreram com o ataque de Thundurus. Ligou para o marechal e avisou sobre o resultado das buscas. Rosé também concordou que os heróis foram mortos. Pediu para encerrar as buscas.

Os militares invadiram o restaurante da família Silverster, mas estava fechado. Nem mesmo souberam do paradeiro de Pell Scorpion e todos os outros que estavam no cassino. Naquele momento, os vilões julgaram uma vitória em cima dos aliados.

...

Um raio saiu da boca de Tyrantrum, acertando Cofagrigus em cheio. Mas o seu sarcófago era de ouro e assim diminuiu os danos.

O fantasma transformou os braços numa único com uma luva de boxe e acertou o rosto da pokémon. Tyrana caiu contra a parede, quebrando tudo pela frente.

— Tyrana!!

Cofagrigus se preparou para golpear Jason quando sentiu a presença de algo muito forte vindo do andar de baixo. Lembrou o que era aquilo. Alguém havia violado a capela em que Raikou estava dormindo.

Tyrantrum aproveitou a distração do rival e deu uma cabeçada dura contra ele. O sarcófago rachou um pouco.

— Droga. Esse pokémon não vai me deixar em paz. Não queria fazer isso, mas não tenho escolha — Jason retirou uma bola da mochila e jogou contra Cofagrigus. Mais um pokémon capturado.

O rapaz segurou a pokébola com bastante receio. Mandaria Cofagrigus imediatamente para o professor Gary na primeira oportunidade.

— Tyrana, volte.

Jason entrou no buraco feito por Tyrantrum. Dava para uma outra sala.

...

O grupo de Pell Scorpion foi surpreendido com uma mina terrestre escondida no chão. Explodiu uma parte do submarino.

— Meu submarino!

— Precisamos sair daqui. Rápido — alertou Pell.

Todos saíram de dentro. Seguiram o caminho a pé. Pell liderou o grupo.

— Fiquem atentos. Há armadilhas em qualquer lugar.

— Papai, estou com medo.

— Calma, Sarah.

Simon libertou Houndour. Pediu para ele soltar fogo para abrir caminho no corredor. Assim que Houndour soltou, um fio queimou e partiu. Apareceu uma lâmina gigante, que balançou de um lado para o outro.

— Essa foi por pouco — disse Hórus aliviado.

Ainda no grupo de Silverster, os quatro foram pegos por um vórtex de areia. Era um buraco de minhoca. Todos foram sugados e lançados para dentro do templo.

...

Jason também escapava de algumas armadilhas. Eram flechas que saiam da parede, às vezes era fogo ou pedras que caíam do teto. Chegou até um corredor sem saída. A parede logo atrás abriu quando o menino tocou em um botão. Jason escorregou para os andares inferiores. Ele escorregou até cair numa sala com uma piscina cheia de fumaça. Nadou até a margem. Viu um pokémon grande aprisionado bem no meio.

— Eu já vi isso...

A porta de pedra quebrou com o impacto de Flygon. Pyro surgiu diante do seu dono.

— Pyro!! — Ambos se abraçaram.

Guedara respirou aliviado por ver mais uma vez Jason. Ficaram horas separados. Coincidentemente, o Raikou os uniu.

— Senhor Guedara, precisamos libertá-lo. Já fiz isso com outro. Ah... também achei esse livro. Sabe me dizer?

— Não faço ideia para que serve esse livro. Raikou também nunca ouvi falar. Sabe que não podemos desviar do nosso foco que é acabar com o governo.

— Eu sei. Mas enquanto estamos aqui, podemos fazer outra coisa. Que tal tirar a coleira de um cachorro?

Raikou estava aprisionado no centro. As correntes emitiam eletricidade e era perigoso encostar nelas. O único jeito seria usar os poderes dos pokémons para destruir o que segurava o cão lendário. E Jason estava preparado para isso.