A Fortaleza do Frio da Neblina era um complexo de várias construções feitas de pedras pretas numa arquitetura ocidental-medieval. Contornava todo o cume da montanha em escudo que era Aurora Azul. Assim, de longe, parecia que havia uma coroa no topo.

Dentro, havia muito espaço, haja vista o cume da montanha era duas vezes mais extensa que a cidade do templo. Um monastério ficava bem no meio. Outras construções parecidas com pequenas castelos espalhadas por todo o perímetro.

Nevava quase sempre. Jason era obrigado a usar o seu casaco para proteger-se do frio. Até mesmo Pyro usava um casaquinho. Desceu a escadaria.

Monges caminhavam para lá e para cá. Havia pouco movimento. Notava-se uma relva por todo o chão externo.

— Antes de começarmos o nosso treino, quero te mostrar algo — disse Bruce.

Ele segurou Jason e Pyro e voou. O outro lado da fortaleza era mais vazia, sem muitas casas. Mas existia uma torre bastante alta em forma de cilindro.

— Uau! Ela é alta!

— Essa é a Torre dos Desafios. Possui uma altura de 350 metros e vários andares com desafios para o treinamento. Eu que a fiz.

— O senhor é mesmo genial.

— Não e pra tanto. Fiz essa torre como passatempo. Tá vendo lá o topo? Vem.

Mais uma vez, Bruce carregou os dois e voou até chegar no topo da torre. Não havia nada em cima.

— Não há nada aqui. Oh...

Jason olhou para o céu. As estrelas foram substituídas pelo belíssimo brilho da aurora de tonalidade azul.

— Lindo, não é?

— Com certeza...

— Bom, olha para o meio da torre. Não vê nada? Agora olhe logo acima do meio.

Bruce apontou para o alto e viu algo brilhar no céu. Era bem alto. Estavam a quase 9 quilômetros e ainda assim havia um brilho desconhecido ainda mais alto.

— Que brilho é aquele?

— Aquela é a pedra mágica que eu te disse. Está bem longe daqui. Deve estar a umas centenas de metros acima de nós.

— Como chegaremos até lá? Espera... o senhor pode voar.

— Moleque! Assim seria fácil demais. Primeiro que não tenho a intenção de te ajudar a ir até lá agora. Primeiro você terá que subir nesse terraço sem a minha ajuda. Passando pelos desafios dessa torre. Segundo que essa pedra não foi posta por mim aí. Quando cheguei a esse mundo, ela já estava lá. Existe uma criatura que de vez em quando vai visitar essa pedra. Nunca vi de perto, mas essa criatura emite um brilho. Depois vai embora.

— Uau...

— O treinamento será dividido em dois: 1 ano e 6 meses comigo, 6 meses dentro da torre.

— Espera!! Se-seis meses dentro dessa torre?

— Sim. A torre é um verdadeiro labirinto e há mudança de paisagem. Você e os seus pokémons entrarão depois do meu treino. Mas há um meio de sair antes. Um sino. Os monges escutarão de qualquer lugar dessa fortaleza. Mas eu digo logo de antemão: não entrará uma segunda vez se desistir. Consequentemente não subirá a esse terraço nem pegará a pedra.

Jason fechou os punhos e prometeu que jamais desistiria.

— Esse é o espírito. Vamos.

O homem segurou os dois e deu um pulo.

Assim os dias se passaram e o treinamento pesado de Jason começou. Ele era obrigado a subir pesos maiores e correr numa esteira bem rápida. Portar armas e usar o corpo como arma. Charmander, Eevee, Galvantula e Tyrantrum eram treinados por Celebi e os monges a usarem mais as suas habilidades naturais.

— Está pronto? — perguntou Bruce. O homem vestia um macacão amarelo com listras pretas nos lados.

— Estou.

Ambos treinaram numa arena externa.

— Não pegarei leve só porque aprendeu alguns golpes, seu peste!

— O senhor sempre fala isso. Eu nem ligo mais.

Os monges batiam palmas.

...

Dois anos se passaram desde que Jason e os seus pokémons chegaram no outro mundo. O tempo nos dois mundos era diferente. Dois anos no mundo espiritual, dois dias na Terra.

Nesse meio tempo, os guardiões voltaram para a floresta de Aonikahara, sobretudo a pedido de Fujin que não queria ficar anos aguardando o fim do treinamento de Jason.

Floresta de Aonikahara

— É hoje! Jason vai voltar. Jizo! Jizo!

— Argh... não seja escandaloso — repreendeu Kagutsuchi.

— O que houve, Fujin? — perguntou Jizo.

— Qual é a sua espectativa com o fim do treinamento do Jason? Estou muito ansioso por isso.

— Normal. Mas parece que você tá todo expectante.

Gyatso e Ryūjin foram os últimos a chegarem no templo de Fujin. O velho ancião guardou segredo sobre a irmã do Jason durante o tempo que ainda estava no outro mundo.

Celebi apareceu diante deles. Foram dois dias ausentes da floresta, dois anos no mundo espiritual. O pokémon abraçou cada um dos guardiões.

— Como está o Jason?

— Calma aí, Fujin — interrompeu Gyatso. — E como vai o Grande Bruce?

O pokémon respondeu numa língua que apenas os guardiões entendiam. Tudo ia muito bem. Bruce foi um grande mestre, e Jason um grande aluno.

O portal para o outro mundo abriu. Os quatro guardiões passaram.

No templo do Grande Bruce, Fujin não escondia a ansiedade por ver Jason depois de dois anos. O garoto deveria estar mudado.

Bruce viu Ryūjin e quis apalpar os seus seios, mas Gyatso se intrometeu. Pediu para o deus ficar sério.

— Vocês ainda crêem que ele tá um pivete como era há dois anos? Errado. Ele cresceu e agora tem 12 anos. Jason, apareça.

Charmander surgiu diante de todos. Estava exatamente igual a como era antes, exceto o seu corpo que tinha algumas cicatrizes. Uma que riscava o seu olho esquerdo de baixo para cima, e a outra que formava a figura de um grande X no tórax.

— Ah... coitadinho. O que houve com ele? — indagou Fujin.

— Essas marcas são como troféus do que foi o treinamento — respondeu Bruce.

Jason apareceu diante de todos. O rapaz envelheceu dois anos, ficando com 12. Sua altura aumentou consideravelmente.

(Mas a sua aparência não será revelada nesse capítulo)

Todos notaram a diferença de atitude do adolescente. Jason estava visivelmente mais maduro do que antes.