Sem saber do grande risco que corria, Arthur Poirrot se aproximou de Bernardo e perguntou se precisava de ajuda. No entanto, Pikachu ficou arisco após farejar o adolescente.

— Não é todo dia que Hastings fica assim com gente nova. Normalmente é docil.

— Pikaaaaa...

— Pare, Hastings! Desculpa, meu jovem.

— Relaxa, coroa. Não é a primeira vez no mundo que um pokémon não vai com a cara de alguém. Enfim, só quis saber se o líder de ginásio estava.

Poirrot deduziu que ele estava ali para um duelo. Revelou que a líder batalhava no exato momento da conversa deles.

— Vai demorar muito, coroa?

— Aff... pode parando de me chamar de coroa. Sou Arthur. Coroa tá na cabeça da Betinha II. Mas voltando ao assunto... Um rapaz muito promissor está duelando agora mesmo com a minha sobrinha. Ele veio de longe e parece que tá dando trabalho.

O detetive olhou para o pulso e viu a hora. Pediu para ele esperar na recepção do ginásio enquanto rolava o duelo nos níveis inferiores.

— Obrigado.

— Agora sim dei valor! Vamos, Hastings.

Bernardo conseguiu entrar no ginásio com a ajuda de Poirrot. O rapaz ficou sentado num sofá na recepção.

— Não te entendo, Hastings. Coitado do garoto. Se bem que ele tem um cheiro estranho. Jovens e esses perfumes fortes. — Entraram num tipo de drone que parecia um pequeno helicóptero (que pertencia ao ginásio) e partiram para um outro lugar da cidade.

A polícia foi chamada para atender a um caso na estrada de um galho perto do setor do ginásio. Uma moto policial parou em frente a um táxi. O agente da lei se aproximou e viu o taxista desfalecido.

— Que droga é essa?

O homem foi verificar o pescoço da vítima a fim de checar a pulsação. Seu susto foi ver sangue em seus dedos. O taxista fora esfaqueado no pescoço e morto.

— Merda!! — O policial falou pelo rádio.

...

Shaymin conseguiu se levantar antes de sair da arena. Por sorte de Lea, o pokémon mítico aguentou o ataque de Charmander.

— Isso me pegou de surpresa, Jason. Realmente esse seu Charmander é surreal. Aguentar um ataque do meu Ferrothorn não é pra qualquer um. Mas não vai func...

Antes mesmo de Lea completar a frase, Jason ordenou Tyrantrum pular bem alto e agarrar Ferrothorn com a mandíbula. A dinossauro mordeu o pokémon espinhoso mesmo com seus espinhos pontiagudos.

— A habilidade dele não tá funcionando no dinossauro!! — Erika disse, impressionada com a jogada audaciosa da criança.

Nem mesmo Lea previu aquele ataque. Tyrantrum podia pular muito alto! Ferrothorn foi arrancado do teto à força.

— Não pode ser. A habilidade Iron Barbs deveria fazer efeito. Como pode? — Indagou a líder.

A pokédex de Jason tocou. Era algo relacionado a sua Tyrantrum. Uma nova informação sobre a habilidade natural dela. O nome era Strong Jaw.

— Isso só pode ser a habilidade natural despertando. Nem mesmo o pokémon da Lea é capaz de deter com a sua própria habilidade. — falou Udonna.

Robert explicou que Tyrantrum era um pokémon muito forte e que quase não foi vencida. Jason teve muita sorte em capturá-la durante a estadia em Rock'atown.

O pokémon de planta/aço foi lançado em direção a Lea. Felizmente havia o campo de força. Mesmo assim o impacto quase derrubou a líder.

— Maldição. Esse Tyrantrum é forte pra caramba... Ferrothorn, acabe primeiro com aquele Charmander.

Pyro estava mais perto do Ferrothorn do que Tyrantrum. Jason até protestou. Era contra as regras o Ferrothorn atacar livremente, pois era um pokémon suporte.

— E daí. O ginásio é meu e mudo as regras se quiser.

— Mas não é justo!

— Hohohoho!

Udonna criticou a irmã, mas Lea mandou a gêmea gentil calar a boca já que não era o ano dela ser a líder. Simon e Robert protestaram. Erika apenas escondia o rosto de vergonha.

— Hohoho melhor ver o seu T-Rex.

Jason testemunhou o Ferrothorn girar no seu próprio eixo e abraçar Tyrantrum com seus tentáculos. Lea pediu para o seu pokémon se sacrificar e levar junto o dinossauro. Ferrothorn explodiu. Ambos ficaram desmaiados.

— TYRANTRUM!!!

— Senhorita Udonna, a sua irmã é bem diferente da sua pessoa. — falou Robert.

Simon continuou indignado.

Lea colocou Ferrothorn para dentro e aconselhou Jason a fazer o mesmo com Tyrantrum.

— Diferente do senhor Windsor e o senhor Stone, você não merece meu respeito. Sua bruxa!

Mas Lea não levou os insultos do garoto a sério e pediu para o duelo continuar. Pediu tempo para usar o item que tinha direito no seu Shaymin.

— Aqui meu item. — Era o controle remoto de antes.

— Aí vem ela e seu showzinho. — comentou Udonna.

Os visitantes não puderam adivinhar do que ela era capaz. Lea apenas apertou um botão. O teto abriu em duas partes. Um grande refletor surgiu. A luz ambiente ficou ainda mais clara com o refletor ligado. O brilho era de tal forma como da luz do sol. Em seguida, uma flor caiu até o centro da arena.

— O que ela pretende? — perguntou Jason.

— Sério que ela meteu essa? Lea me decepcionou um pouco. Foi preciso tudo isso para sobreviver a uma batalha — Erika falou bastante desanimada com o duelo.

Lea sorriu e disse que aquela flor se chamava Gracidea. Era um objeto essencial para o seu Shaymin ficar mais forte.

A Flor Gracidea lembrava uma orquídea rosa com um aroma adocicado. Era o item necessário para que Shaymin pudesse evoluir temporariamente para um estágio não natural de evolução.

— Eu escutei sobre certos pokémons evoluírem sem de fato mudarem a sua biologia. A mega evolução também é uma evolução temporária. Shaymin possui o mesmo tipo de esquema. Precisa dessa flor para mudar seu aspecto — disse Erika de uma maneira bastante esclarecedora.

E assim foi. O Shaymin ouriço começou a mudar de forma após cheirar o pólen da gracidea. Não só isso. Também a luz do refletor ajudou na transformação, pois a luz solar era o segundo fator determinante na mudança.

Surgiu o Shaymin Forma do Céu. Era um pokémon completamente diferente biologicamente do anterior. E o pior: era voador também.