The Second Noah Clan escrita por Second Noah


Capítulo 10
A Queda dos Cervos


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos a partir de agora serão lançados em no máximo três semana, mas a média será de duas semanas ~ Narração por Louis Hawthorne, finalmente a narração é feita por um Segundo Noah :3



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Deixei um leve sorriso tomar conta de meus lábios. Minha irmã era realmente uma louca, eu tive a sorte de não ter herdado tanta psicopatia como ela. Tínhamos personalidades bem diferentes, por mais incrível que pareça aos olhos de qualquer um. Porém, os Hawthorne têm duas características que serão sempre passadas de geração em geração, não importa o outro progenitor. Essas seriam a psicopatia e os olhos azuis semitransparentes. Bem, voltando à Base, eu coloquei a cabeça da outra mulher delicadamente sobre o chão ensanguentado. Voltei-me para a minha irmã, aquelas roupas justas e coladas... Um suspiro saiu dos meus lábios.

– Elizabeth... – eu bati minha mão contra minha testa. – Temos cerca de cinco segundos até os Exorcistas recuperarem a consciência e virem com tudo pra gente. E... Você não deveria estar usando uma roupa mais apropriada para o seu sexo?

– Huh? – ela ergueu uma sobrancelha em minha direção. – Vai enfiar uma garrafa quebrada no teu cu, vai. – seus olhos se moveram em direção aos Exorcistas que já ativavam as Innocences. Ela estendeu a mão para mim, enquanto um leve sorriso brotara em seus lábios. – Louis.

Eu entendi muito bem o que ela quis dizer. Agarrei sua mão com força e em menos de um segundo estávamos atrás do grupo de Exorcistas.

– O quê...?! – grunhiu a general Exorcista se voltando para nós.

– Vocês não estão atacando... – Elizabeth fez um biquinho sarcástico. Ela se voltou para mim. – Acho que é porque estão com medo de acabar destruindo a preciosa Base deles... Ou da velocidade de Louis...

– Não importa. – resmunguei. – Siga os passos da missão, Eliza.

– Ugh! Deixa de ser uma rola cheirando a...

Ela fora interrompida por uma flecha atravessando o seu pescoço. O impacto a fez recuar alguns passos, cambaleando. Ela abaixou a cabeça, provavelmente tentando resistir à intensa dor de ser atingida por uma Innocence sem revidar. Deixei isso de lado e voltei-me para a direção da flecha. A Exorcista de pele escura, cujo nome não me vem à mente no momento, ainda estava com o arco armado. Ela grunhiu palavras em um tom grosso e curto.

– Estou cheia de seus palavrões repetitivos, Hawthorne.

Eu quis rir, mas não pude. A flecha fincada em seu pescoço desapareceu em poeira. Elizabeth jogou o pescoço para trás, surpreendente não havia um jato de sangue saindo da ferida. O furo se fechou, deixando nenhum rastro de que lá havia existido uma ferida. Ela se voltou para os Exorcistas, agora com uma expressão séria e irada em seu rosto.

– Acabaram? – ela bateu levemente no meu ombro e joguei para ela uma sacola que estava no meu bolso. Ela estendeu a sacola na direção deles. – Aqui estão as cinco Innocences que estavam guardadas nesse lugar. Graças ao poder de meu irmão, conseguimos pegá-las. – ela sorriu de um modo doentio que alterou completamente sua voz, como se duas dela falassem ao mesmo tempo. – Se não conseguirem pegá-las até chegarmos ao portão da Arca, elas irão acompanhar as cientistas ali até as profundezas do inferno!

Nenhuma cópia dela apareceu, mas o efeito da voz dupla vinha da semi criação de uma cópia. Enfim, eu agarrei o braço de minha irmã e virei de costas. Ela deu um riso psicótico.

– Vamos, Elizabeth. – eu ri levemente. – Boa sorte para tentarem nos pegar.

Não olhei para as expressões dos Exorcistas antes de começar a correr em direção ao elevador. Antes que pudesse me dar conta, estávamos no meio da plataforma. Elizabeth tomou fôlego e repousou as mãos na parte de trás do seu pescoço.

– Acha que Mitsuki já notou a nossa situação? – eu assenti, enquanto ela me devolvia a sacola. Eu a coloquei novamente no bolso. – Mas, eu tenho certeza que ela não tem ideia do que está por vir. Seu poder de andar na velocidade sônica está sendo bem útil, Nii-san.

– Temos que nos apressar, Elizabeth. Acha que eles virão atrás? – minha irmã me lançou um sorriso doce e gentil, fechando os olhos. Eu não a via sorrir daquele jeito desde que nossa mãe e nosso tio haviam morrido. Não pude fazer nada além de retribuí-lo. – Os Yamamoto e o tal de Curtis estão querendo brinquedos também.

Ela deu um riso abafado e nós dois olhamos para a porta do elevador. Podia-se ver os Exorcistas ao longe, provavelmente depois de intensas e rápidas discussões se iriam ou não nos seguir. Não tinham opção, afinal, as Innocences estão em jogo. Tudo estava indo de acordo com o planejado. Elizabeth veio correndo em minha direção e pulou nas minhas costas. Não que ela era gorda, mas... Era pesada. Segurei as suas pernas e ajeitei-a em minha coluna.

– Detesto depender de uma bunda como você para essa missão, mas não tenho escolha. – ela resmungou, enlaçando seus braços em torno de meu pescoço. – Vamos?

Os Exorcistas vinham se aproximando, eles pareciam um bando de porcos vindo para o abate. Exceto pelo fato de que os olhos de nenhum deles estavam corrompidos pela dor que eu e Elizabeth pretendíamos causar ao matar aquelas duas mulheres. A palavra certa não seria dor, e sim, provocação. Meu poder como Segundo Noah, é correr na velocidade do som e utilizá-la ao meu favor. Não é grande coisa, porém é muito útil. Dei um impulso para conseguir subir a parede. Mesmo na velocidade do som, era difícil romper a lei da gravidade. Ao conseguir chegar ao final do corredor, me deparei com um pequeno corredor. Que conectava a “toca” ao elevador daquela filial. Elizabeth pulou no chão, aterrissando de cócoras, apoiando uma mão no chão. Seus olhos se levantaram em sincronia com o seu corpo. Ela se voltou para mim, ainda com aqueles olhos azuis que guardavam mágoas tão profundas que palavras não podem descrever. Mesmo que nós dois tivéssemos sido abalados pelo trauma de assistir a dissecação de nossos pais, Elizabeth tinha sido profundamente afetada. Tendo a terrível mania de nossa mãe de transformar tristeza em ódio, e o ódio em força. Tenho de admitir que também tenho um pouco dessa mania. Ela se virou para mim, um sorriso insano em seu rosto pálido de emoções.

- Eles estão vindo apenas pelas Innocences.

Assenti. Ouvi o barulho do elevador a subir, mesmo sendo fraquíssimo. Corremos para fora do pequeno corredor, a luz intensa do pôr do sol cegou-me por alguns instantes. Ela assobiou ainda correndo, eu conheci aquele sinal. Tínhamos treinado um pouco antes de ir para a filial. Agarrei ambas as suas mãos, ainda em movimento e a atirei para cima. Ela se agarrou num galho de árvore qualquer e se escondeu em suas folhagens densas. E fiz o mesmo em uma árvore próxima dela. Desde os três anos de idade, treinados para serem assassinos profissionais. Eu e ela tínhamos sido treinados desde essa idade como sucessores da grande máfia dos Hawthorne. Os Exorcistas logo apareceram abaixo de nós. Todos armados, as Innocences ativadas emitiam uma aura que quase me fez vomitar. Eles estavam em algo parecido com um círculo de proteção, onde os componentes viravam as costas uns para os outros e vigiavam quantos lados fosse possível. Apenas um... Uma Exorcista estava desarmada.

– Katherine, sua maldita! – berrou uma Exorcista de pele escura... Bianca! Lembrei o nome dela. Ela estava com o arco armado olhando para os lados a nossa procura. – Ativa a PORRA dessa Innocence!!

– Preguiça. – a mulher respondeu automaticamente, revirando os olhos.

Minha irmã soltou os cabelos e permitiu que eles caíssem em uma cadeia de cachos dourados pomposos sobre suas costas. Ela voltou os olhos sérios para mim.

– Espere o sinal. – ela grunhiu. – Vou chamar a atenção deles.

Ela se voltou para frente, encarando os Exorcistas. Sua maldita aura negra se tornou visível, claro que não virou uma infestação de gafanhotos. Uma aura de matéria negra era como a alma de um Akuma, que apenas um Exorcista podia notar. Dois segundos depois, uma faixa branca se enroscou em torno de seu pescoço. Antes que pudesse dar-me conta, ela foi arrastada para baixo, tendo seu corpo arranhado pelo chão e pedras. Depois de ser arrastada, ela acabou chegando à pessoa que a tinha pegado. Allen segurava o seu pescoço, apertando-o. O garoto expressava pena em seu rosto. Seus olhos acinzentados encaravam Elizabeth. As lágrimas escorreram pelo rosto dela, lágrimas cristalinas e ingênuas. Ela agarrou a mão do Exorcista em uma tentativa frenética de tira-la dali. Ela gemia, seus olhos lacrimosos se voltaram para ele. Eu conseguia ver e ouvir bem a cena graças aos treinamentos que tive quando criança.

Realmente, seu pescoço estava ficando avermelhado, a pele viva a mostra.

– P-Por favor... – ela balbuciou, enquanto choramingava, balançando suas pernas. – Eu não quero morrer! Está queimando! Tá doendo!

– Diga onde seu irmão está pirralha. – interferiu o Exorcista de cabelos longos azuis, Kanda.

Ela parou de chorar e seu olhar transitou entre os dois Exorcistas. Sua voz doce e gentil, como a de uma garota de cinco anos.

– Louis? Ele está... – seu olhar rapidamente se tornou sério novamente. Os de um demônio irado pela perda de sua presa. Ela soltou as mãos de seu próprio pescoço e tentou tomar ar, porém não deu certo como ela estava sendo enforcada. Em um movimento rápido, quase impossível de se ver a olho nu, ela fincou as unhas na parte de trás do pescoço de Allen. – Minha atuação ficou tão ruim assim? Seu puto de cabelo oxigenado.

Kanda ia cortar seus braços, mas ela percebeu o movimento e recuou rapidamente, juntando os braços junto ao tronco, deixando os músculos relaxados. Ela encarou Kanda e lançou-lhe um sorriso.

– Os Hawthorne nunca derramam uma lágrima, Exorcista. Isso foi uma exceção. – Elizabeth suspirou. As seguintes palavras que saíram de seus lábios foram ditas num tom alto e claro, porém calmo. – Louis. Agora.

Entendi perfeitamente. Com o poder que tinha antes que pudesse me dar conta estava correndo em círculos ao redor do grupo de Exorcistas. Eu corria com toda a minha força, o que me impossibilitava ver o que acontecia no círculo, muito menos ouvir. Mas, a velocidade enorme cuja eu usava provavelmente estaria fazendo a cabeça das pessoas que lá estavam explodirem de dor. Claro que isso foi uma expressão, eu não podia matá-los, eles eram preciosos brinquedos. Eu apenas os imobilizei. A aura da Innocence começou a fazer efeito uns seis segundos depois, minha velocidade havia começado a diminuir, e eu já estava até começando a afundar na terra. Elizabeth tinha que ser mais ágil, e bem... Ela foi. Quando minha velocidade diminuiu efetivamente para uns cem metros por segundo (pode parecer muito, mas é muito pouco em relação à velocidade comum), senti o portão da Arca se abrir. Elizabeth não tinha poder nenhum para controlar a Arca, o objetivo da minha distração era que ela conseguisse tempo para contatar o Conde.

– Cacete! – berrei, quando eu senti que não tinha mais chão.

Todos nós, eu, minha irmã e os Exorcistas havíamos caído no portão da Arca. De acordo com o plano.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que vamos começar a postar alguns extras depois das provas ~



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