A Última Filha - Predador escrita por Ariane Rosa


Capítulo 17
Capítulo Dezessete


Notas iniciais do capítulo

Oi, lindos *-*
Consegui finalmente postar esse capítulo, o outro não sei quando estará previsto, mas garanto que não demorá ^^
Boa Leitura.



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Eu não escutava a multidão passando entre nós sem saber o que aconteceria em alguns minutos ou segundos. Eu só podia ouvir meu coração batendo cada vez mais rápido.

Todos estavam posicionados em seus lugares esperando um ataque surpresa, ou algo perto disso.

Olhei para todos os lados e era difícil achar os que eu conhecia, eu não tinha achado Gareth e Agnes.

– O que vamos fazer? – Perguntei a Ross que estava ao meu lado. – Não podemos deixar essas pessoas aqui, no meio de uma guerra.

– E não vamos. – Ele respondeu olhando para todos os lugares.

A Rua de Madison estava lotada, era quase impossível ficar parado num certo lugar sem ser empurrado pela multidão. Mas, então, Agnes aparece ao meu lado e sussurra no meu ouvido:

– Olhe para seu lado esquerdo.

Eu fiz o que ela pediu, e foi quando eu vi um homem de mais ou menos trinta anos, branco, careca que falava no seu rádio. Ele devia estar há uns dez metros de distancia de nós, e isso não ajudava a ouvir a conversa.

– Ele é um caçador. – Agnes me garantiu. – E ele está falando com o Alan.

Meus olhos se estreitaram com a pronuncia de seu nome. Queria matá-lo, queria mesmo...

– O que eles estão conversando? – Perguntei com a voz alterada.

– Eu não sei. Eu não consigo ouvi-los com a multidão.

E, de repente, o homem começou a olhar a multidão procurando por algo. Então ele cravou os olhos em nós. Eu fiquei imóvel, mas eu acho que isso não iria nos salvar naquele momento.

– Agnes, está na hora. – Ross lhe disse olhando fixamente o homem que parecia dar a última palavra, que parecia ser: Achei eles.

E, então, Agnes correu pela multidão, e, eu, mesmo sem a olhar podia ouvir seus gritos de alerta.

O homem guardou o rádio e começou a caminhar até nós.

Eu sabia que agora tudo iria começar naquele exato momento.

– Legal. Você pega o da esquerda e eu pego o da direita. – Ross disse passando para meu outro lado.

Eu o olhei confusa e comecei:

– Mas quem da dire... – E foi quando eu olhei para a direita e vi outro caçador vindo na nossa direção.

– Vamos nessa. – Foi tudo o que eu pude dizer antes que o caçador tentasse me acertar com um punhal. Segurei seu braço e o torci. Ele gritou com a dor, e foi quando eu o virei e quebrei seu pescoço. Ele caiu mole no chão.

As pessoas passaram a me encarar com pânico e medo. Estava me expondo, pela segunda vez.

Eu olhei Ross e ele já havia resolvido o problema com o outro caçador que estava caído no chão.

Outros semideuses estavam tentando tirar as pessoas das ruas e eu pude ver que outros caçadores surgiam aos poucos de vários lugares. Logo isso tudo estaria lotado deles.

Eu, Ross e alguns semideuses estávamos eliminando alguns daqueles caçadores, mas eu pude ver também que eles também tentavam tirar algumas pessoas das ruas. E então quando eu acabei com o último caçador que tentou me atacar, eu olhei para as ruas e as vi vazias e silenciosas. Algumas pessoas haviam fugido dali, outras estavam escondidas.

Eu olhei para os lados procurando por Gareth, Agnes, Jean, Nero e, Ross que havia sumido de vista, mas foi quando eu comecei a escutar um marchar de algum ponto da rua, e não era de apenas alguns passos, mas sim de muitos e muitos... Tudo pareceu ficar lento, e, então corri para a outra rua da onde vinha esses passos e foi quando eu vi um exercito. Parei no meio da rua imóvel olhando todos aqueles caçadores que pareciam ser mais difíceis que os outros que eu havia enfrentado, ia ser um banho de sangue.

Prendi a respiração ainda olhando os caçadores vindo, eles estavam bem longe, quando pararam e todos se posicionaram no asfalto como estátuas.

Eu estava sozinha no meio da rua e senti medo. Nunca senti medo em toda a minha vida, mas agora eu estava sentindo, e não havia nada que eu pudesse fazer, pessoas iram morrer... Mas foi quanto senti alguém pegar em minha mão, e quando olhei vi Ross me olhando com aqueles olhos felinos e perversos, mas ao mesmo tempo protetores. Eu sabia que naquele momento eu não estaria sozinha. E foi quando vi Nero vindo do outro lado da rua e se colocando ao meu lado, logo depois Gareth que vinha com sorriso confiante, e, então Jean e Agnes que estavam de mãos dadas. Outros semideuses continuaram a aparecer atrás de nós, e senti que talvez tivéssemos uma chance de vencer.

Voltei a olhar o exército e vi Alan subi em cima de um carro um pouco a frente dos caçadores, e percebi que ele me encarava. O olhei de volta, e senti-o hesitar por um momento no olhar penetrante, mas então ele pareceu se contentar com o meu e o manteve assim.

– Não temos garantia de que vamos ganhar. – Disse Ross a todos nós.

– Mas eu pretendo ganhar as que eu puder. – Gareth disse sério.

Todos nós o olhamos hesitantes com suas palavras. Tínhamos grandes chances de perder, e de acabarmos mortos em rua pública, mas eu não podia me levar por esse pensamento. Eu prometi ao Noah que tentaria voltar, e eu tinha que fazer isso.

Eu pude ouvir Alan gritando para o seu exército palavras de confiança, os deixando mais confiantes de que ganhariam. E colocando mais ódio no coração dos caçadores.

Suspirei e então pulei em cima de um carro que estava parado perto de nós. Olhei para o exército de semideuses, e senti o medo de alguns, eu só tinha alguns segundo pra fazer eles me escutarem e lutar por algo digno.

– Nós somos a única esperança dos nossos pais! – Gritei com todo o fôlego que eu pude. – Eu não sei como vamos conseguir, mas temos! Eu não quero morrer assim, - Apontei para o exército de Alan. – eu quero viver mais um pouco, pra poder ter o direito de viver entre os humanos e morrer com dignidade de saber que eu consegui vencer uma guerra! Eu quero honra quem eu sou! E se eu morrer aqui, vou morrer lutando! Então quem está comigo?

Houve um silêncio no inicio, mas foi quando eles começaram a erguer suas espadas, arcos, lanças... E gritarem. Eu nunca pensei que estaria aqui liderando um exército para salvar os que eu amava, salvar a raça de semideuses vivos no mundo, e vingando a morte de outros. Eu sabia que eu seria conhecida de alguma forma, mas eu sabia que seria por esse ato.

Eu desci do carro e fui ao lado de meus irmãos.

– Belas palavras irmãzinha. – Disse Nero ao meu lado.

Eu dei um meio sorriso e lhe dei uma pequena cotovelada.

– Jean, eu estou com medo. – Eu ouvi Agnes dizer.

Ele se colocou em sua frente, pegou seu rosto com as mãos e disse:

– Eu não vou deixar nada acontecer com você, eu prometo.

Senti meus olhos ficarem úmidos e ardidos, era tão verdadeiro aquilo que era muito lindo de se ver. Desviei meu olhar deles, e me contive.

Alan desceu do carro agora se colocando no meio da rua com a espada em mãos e o olhar maligno.

É agora. A voz disse em minha cabeça. Sabe que agora não tem mais volta, não é?

Eu sei. Pensei de volta. Por isso estou aqui, porque eu quero estar.

Ela se silenciou em minha mente e eu pude me preencher com o pensamento de ver Noah mais uma vez, ou talvez nunca mais isso fosse acontecer. Sentir seus braços ao meu redor, seu beijo, seu cheiro... Eu poderia não sentir mais nada de agora em diante. Eu poderia se atingida por algo agora mesmo e morrer, ou em decorrer da luta acabar sendo ferida e ficar indefesa, não importava como eu sabia que talvez eu não voltasse. Por mais que eu tentasse não conseguia ver outra coisa acontecendo, os meus pensamentos estavam tão pessimistas que fiquei com medo de me mover. É isso, o medo está fazendo isso comigo, estou com medo de morrer, estou medo de lutar, estou com medo de tudo...

Ross voltou a segurar minha mão e isso me fez tremer levemente, eu fechei os olhos tentando ficar calma e não pensar em mais nada.

– É normal sentir medo. – Ross disse em meu ouvido.

Abri os olhos e olhei o nada. Era como se ele estivesse lendo meus pensamentos.

– Não, não pra mim. – Sussurrei com a voz tremula.

Ross apertou levemente minha mão e disse:

– A gente vai conseguir, Haide. Eu prometi ao papai que traria você de volta.

Eu o olhei e vi seus olhos me penetrarem com intensidade. Pisquei algumas vezes e suspirei.

– Vamos nessa. – Foi tudo o que eu consegui dizer sem tremer a voz.

Ele soltou minha mão e então o silêncio se desabou em mim. Eu consegui ouvir meu coração batendo, parecendo um cavalo galopando e senti o sangue subindo pelo meu rosto, ouvi minha respiração irregular, e senti minhas mãos formigarem e foi quando eu vi os lábios de Alan se moverem sem nenhum som sair, mas eu havia entendido, era atacar. A palavra pareceu elevar com um eco em minha cabeça e vi os caçadores saindo de suas posições lentamente. E foi quando a adrenalina começou a agir, e, então num súbito reflexo comecei a me mover em direção á eles, e as coisas pareciam mais lentas ao meu redor, eu parecia mais lenta, mas a velocidade começou a aumentar aos poucos e consegui ver o exército se aproximando rapidamente. Eu não olhei para nenhum lado, mas eu senti todos ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus cometários.
PS: Provavelmente esse pode ser o penúltimo ou antepenúltimo capítulo mais aguardem.



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