Eles Sempre Estão Lá Por Nós. escrita por Mupucti


Capítulo 1
Capítulo 1 - Ah, se tudo fosse fácil...


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! Espero que gostem!



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Eu provavelmente estaria em casa, relaxando dentro do meu cobertor, enquanto ouvia música calma, o que provavelmente me faria dormir e faria meu pai dar risada, após preparar minha sopa favorita, por causa do meu aniversário. Porém, meu pai não está mais vivo. Hoje faço 18 anos, e como presente, minha avó se livrou de mim.

Após a morte do meu pai, quando eu tinha 8 anos, minha avó me criou, o problema, é que ela nunca gostou muito de mim, repetindo que meu pai era um vagabundo, e que eu causei a morte da minha mãe (ela morreu após o meu nascimento, aparentemente, ela estava muito frágil e não dava mais tempo de abortar).

Eu vivia realmente feliz com o meu pai. Ele me levava no parque nos dias mais bonitos da primavera para ver as flores que começavam a florescer, me levava ao lago no inverno, para que patinássemos em nosso lugar favorito, privadamente. No outono, víamos o festival típico de nossa cidade, onde todos se reuniam para assistir as folhas secas caindo das árvores que precisavam se renovar. Por fim, nas férias de verão, íamos à praia, brincávamos de tudo. Eu lembro que uma vez eu me queimei e ele me cobriu com toalhas molhadas para me refrescar, pois não sabia o que fazer.

Com esses pensamentos, lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. “Não, não vou deixar ela me vencer.”

Logo, penso em minha avó. Ela acabou de empacotar minhas poucas coisas e de me chutar para fora de casa. Nunca negou que minha adoção foi algo que fora obrigada a fazer, apesar de ter o prazer de me lembrar de que era culpa minha que minha mãe não pertencia mais a esse mundo.

Pelo menos, deu tempo de eu passar no vestibular e de eu começar um trabalho de meio-período. Comecei a trabalhar aos 15 anos de idade. Tenho o meu pé-de-meia, então, como eu sabia que quando fosse maior de idade, seria expulsa de casa, já aluguei um apartamento, pequeno, porém com 2 quartos. Logo vou começar a trabalhar sério, e poderei seguir minha vida.

Nesse momento, estou indo até meu novo lar, enquanto as lágrimas não param de cair dos meus olhos. Já não me importo mais, estou acostumada a isso, não tento mais controlar, porém, no momento, sinto fome, decido comprar um café quente, para me esquentar, enquanto sinto o frio do inverno chegando. Lembro novamente de meu pai. “Não! Novamente, tenho que ser forte, por ele, por minha mãe... eles... não mereciam isso...”.

Vou até a cafeteria mais próxima, depois de secar minhas lágrimas, compro um café, e me sento num banco na praça, olhando a neve cair. Logo, não consigo mais me segurar. Lágrimas grossas de remorso por minha avó, tristeza por meu pai, culpa por minha mãe, tudo junto, começam a escorrer, fazendo marcas na minha calça velha e esfarrapada. Fecho os olhos, sinto o meu rosto ficar quente e peço para a humanidade desaparecer, e levar tudo com ela, para que eu ficasse com tudo o que eu mereço: Nada.

Quase que com um susto, sinto uma mão quente secar minhas lágrimas. Penso em como meu pai fazia isso quando eu caía e machucava o joelho. Choro mais. Preciso desabafar, porém, por causa de minha situação, nunca tive a oportunidade de confiar em ninguém de minha escola. Sempre tive muitos amigos, porém quando fui morar com minha avó, ela me mudou de escola, e fez questão de me envergonhar em frente da sala toda, não permitindo assim, possíveis amizades, que eu poderia conquistar.

Olho para o lado, para tentar entender o que está acontecendo. Vejo alguém, um homem, com aproximadamente 21 anos, secando minhas lágrimas, tentando me reconfortar. Abaixo minha cabeça, fazendo meus negros cabelos caírem sobre meu rosto, escondendo-o enfim.

O homem que eu vi, era loiro, com olhos verdes. Era bonito, encantador.

- Tudo vai dar certo. – Ele falou, com sua doce voz.

- P-por q-que está fazendo isso por uma estranha? – Respondi. Ótimo, ele está me ajudando e eu estou sendo grossa. Acho que a falta de contato humano me fez perder a habilidade de conversar. – D-desculpe, você me ajudando, e eu respondendo assim...

-Tudo bem, não mais acostumada com amor, certo? – Ele me perguntou como se soubesse tudo sobre mim.

- Como sabe?

- Porque eu sou seu patrono... Algo como seu protetor, desse modo, sei tudo sobre a sua vida. Normalmente, os patronos só são invocados quando seus parceiros precisam de ajuda, quando estão em seu ponto crítico. – Ele me abraçou, aquecendo meu corpo.

- Como assim? – Espere: Estou me deixando levar pela situação... Ele pode muito bem ser um tarado, que se aproveitou porque eu estou frágil e preciso de ajuda. Me solto de seus braços. – Me largue! Como posso ter certeza disso?

- Hum... pergunta difícil, de fato. Vejamos, sabe o seu apartamento?

- Sim.

- Ele tem dois quartos, certo?

- Sim... o que isso tem a ver?

- Ele era mais barato do que os que com 1 só, não achou isso estranho?

- Achei, foi pura sorte e... peraí! Há quanto tempo está me seguindo? Como descobriu tudo isso?

- O que importa, é que eu fiz o apartamento com dois quartos ser mais barato, pois julguei que precisaria morar contigo, para lhe ajudar.

- S-STALKER! M-ME LARGUE! – Levanto do banco, desesperada.

- Calma, não vou te machucar. – Ele diz suavemente.

- NUNCA MAIS ME PROCURE! – Saio correndo, sem olhar pra trás. Coloco minha mão no meu bolso, para pegar a chave de meu apartamento, porém não a encontro. – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Não estou nem aí, grito mesmo. Estou precisando de um descanso. – Volto novamente à praça, e percebo que o meu “patrono” ainda está lá. Olho no banco. – Dê-me a minha chave.

- É a nossa chave, queridinha.

- É minha, eu vou pagar todo fim de mês.

Ele estende a chave no ar, eu tento pegar, mas ele rapidamente desvia, e assim se segue.

- Pare com isso, estou cansada de toda essa bobeira.

- Só quando me aceitar contigo. Nunca conseguirá tirar a chave de mim.

- Maldito. Ok. Uma noite. Se tocar UM DEDO em mim, não hesitarei em lhe jogar pela janela.

- Combinado. – Ele se levanta e se coloca ao meu lado. – Vamos então?

- Vamos. – Seguimos andando em silêncio.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Rewiews?



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