Andrew

Cheguei à casa do meu primeiro dia de aula, mas este não foi como o do ano passado, eu encontrei uma amiga, alguém que não sei ao certo o que eu sinto, mas ela me fez sentir vontade de abrir a janela do meu quarto e respirar bem fundo, algo que eu não faço a muito tempo.

– Andrew?

Percebo que a voz vem de fora, olho para frente, é a minha nova amiga, Meredith. Ela é nova na escola e eu voltei com ela, sabia que ela morava naquele prédio mas no mesmo andar? Será que com o vento o cheiro de drogas ia até lá?

– Ah... Oi, nossa dá... Para a gente se falar pela as janelas.Er... Eu vou lanchar... Tchau

Foi isso que eu consegui responder ela? Como eu estraguei tudo eu fechei a janela e as cortinas eu fui até a cozinhar comer cereal, mas estava velho, pego dinheiro e vou até o mercadinho. Lá eu compro pão, leite, cereal e bolinho, voltando para casa eu vejo uma criança pedindo comida ou um trocado, olho para o meu troco, para o meu saco de pão. Resolvo dar o meu troco e dois pães para a criança que assim que recebe dá um sorriso como se fosse um presente de natal.

“Obrigado moço, que o senhor seja bastante feliz”

Sorrio para a criança passando a mão nos seus cabelos, volto a caminhar, pensando no seu riso, lindo e sincero chego na minha casa ainda pensando no tal sorriso. Mas o pensamento é interrompido pela a fome, passo manteiga no pão, como e bebo o leite. Sento-me na mesa da sala para fazer a minha atividade escolar. Como só tem matemática eu terminei o dever em alguns minutos.

Assim que saio da mesa, meu pai chega, conto da Meredith para ele com isso ele fica feliz, por eu ter achado uma amiga, mas essa felicidade é interrompida quando ele fala sobre as drogas... Eu já me cansara de explicar: eu sou dependente, mesmo quando eu quero parar, ela pede para eu ter ela em mim, bebida? Não gosto de álcool,quem gosta é o Stan, o cheiro no meu quato é sempre das bebidas dele.Sexo? Nunca obriguei ninguém a fazer comigo e pela a surpresa dele... Eu sou sim virgem. Por que ele não me deixa em paz?

A nossa discussão me deixa furioso e vou me encontrar com os amigos do muro, pessoas como eu ou piores, lá eu sou santo. Mesmo que eu não me considere, vejo que hoje o dia também não foi bom para o Stan.

– Oi stan, tudo bem? – perguntei preocupado com ele

– Não, mas vou ficar melhor com aquela mina.

–Stan... Aquilo é um homem.. Você bebeu o que?

– Só um pouco de vodka ah e um pouco de tequila.

– Stan, já tentou parar de beber?

– Já tentou para de fumar maconha?

–Já, muitas vezes, eu comecei á 6 meses, e eu sempre tento, ok? Quem sabe esse ano eu não consiga?

– Já foi em algum psicólogo? Ou falou com um professor?

– Sim, lógico, 3 psicólogos e um professor.

Adoro o Stan, nunca vi alguém tão legal como ele, conversamos sobre os nossos primeiros dias de aula, comentei para ele que conheci a Meredith, erro meu, pois agora ele quer conhecer ela. Ele é considerado um estuprador na região periférica da cidade quer dizer, ele nunca matou, mas já traumatizou muitas meninas, ele sempre tentou me ensinar mas ... Quero que eu só faça esse tipo de coisa depois de casar e nunca vou obrigar ninguém.. Enfim eu não vou ser igual ao Stan, alguém poderia entender que eu só uso drogas? Não sou uma pessoa ruim por causa disso...

Depois de fazer o que eu tinha que fazer, Stan me levou para casa, mesmo sem eu querer.. Amigos são para isso.. Quantas vezes eu levei ele bêbado ou drogado para a casa dele? Eu só passei um pouco da minha dose de maconha.. Mas foi pouco eu não fumei muito

Não me lembro muito do sermão do meu pai... Mas me lembro que eu tinha que dormir logo... Acordei no dia seguinte... O quarto estava arrumado, pela a primeira vez na história! Quando eu fui para a cozinha, têm uma moça, baixa, cabelos pretos, uns 30, 35 anos. Fiquei espantando... Quem é? O que faz aqui? Achou algo estranho no meu quarto?

– Er... Oi? Posso ajudar? Quem é você? – Falei meio assustado... Tem uma estranha na minha casa, ela pode ser um psicopata.

– Oi Andrew, sou Jane, seu pai me contratou por que ele tem pena de você ter que fazer comida para você sempre e como ele nunca tem tempo de fazer compras você tem que comprar... Por isso eu estou aqui! Eu vou fazer sempre o seu café que já está pronto, pode ir comendo, vou arrumar a casa sempre, fazer as compras, vai ter sempre um lanche depois da escola, assim que você chegar ele vai está servido e também vou fazer o seu jantar. Ah! Seu pai me mandou também sempre lhe acordar, só não fiz isso hoje por que você não me conhecia. E também não posso deixar você sair... Só ligando pro seu pai.

MERDA! Eu sabia que tinha alguma coisa, se ela nunca deixar... Eu nunca mais vou sair ir me encontrar com os amigos do muro... Mas o meu pai sabe que eu uso drogas, eu não preciso de um babá, que droga. Eu vou ter uma conversa séria com ele, limpar, cozinhar, me acordar, de boa, mas não me deixareu sair? Já é ridículo.

– Ah! Ok, eu vou tomar esse leite enquanto caminho, tchau.

– Tchau.

Nada contra ela... Está até parecia ser legal, educada, mas eu não preciso de uma babá, chego à escola vou falando com Meredith, que não estava sozinha estava com a Lilian e seu grupinho estranho.

– Oi Meredith, tudo bem? – a abracei, olhando feio para as meninas.

– Oi Andrew, tudo ótimo, e com você?

– Sim, eu vou pegar meus livros.. A gente se vê na aula.

Por que ela estava com elas? Elas são tão chatas... E patricinhas, imbecis e mimadas, Meredith, pelo pouco que eu conheci ela não é assim, ela é legal, simples, inteligente e humilde talvez só estivesse sendo educada.

Todas as aulas foram boas, tivemos muito dever de casa. Agora o que mais me importava era voltar com a Meredith, o único momento que dava para falar com ela, e ser eu mesmo

Encontrei-me com ela no fim da aula, começamos a conversar sobre diversos assuntos até que, perto da nossa casa, ela falou:

– Você acredita que tem dever de matemática? – Ela falou

– Quer ajuda? – Eu posso ir para a sua casa, te ajudar

– Sim, quero sim... Agora? Ou mais tarde?

– Você que sabe, quer agora? Agora não dá! Eu esqueci, eu passo daqui a pouco, pode ser?

– Pode sim... Pode ser daqui então... 15 minutos

– Certo daqui a 15 minutos.

– Certo, te vejo daqui a 15 minutos

Ela me deu um abraço rápido e subiu, depois disso eu cheguei à minha portaria e fui chamando o elevador ... Por que ele demora tanto?

Nem comi o lanchinho que a tal de Jane tinha feito, sinto pena dela, fui muito cruel com ela, dizendo que eu não queria e tinha coisas mais importantes para se fazer, troquei minha roupa, tomei um banho de colônia e fui.

Chegando lá, o porteiro perguntou qual era o andar, sendo burro o suficiente por não ter contado antes, eu disse:

– Sinto muito moço, eu não sei, o nome da garota é Meredith, Meredith Parker, pode dizer que o Andrew Ducan está aqui?

Logo o portão se abriu, o porteiro me avisou que era o 600, o mesmo que o meu e igual ao meu prédio que é só um apartamento por andar.

Toco a companhia, Meredith abre a porta, ela tinha trocado de roupa por um vestidinho... Suas roupas de casa eram lindas, dava para perceber que Meredith era rica, tinha café, um bolo, biscoitos feitos a mão e cupcakes na mesa para a gente.

–Vamos comer antes de começar? – Ela perguntou com um sorriso fofinho

– Ah pode ser, se você quiser – respondi meio que nervoso, acho que pode ter parecido rude ou grosso.

Na mesa eu só comia o que Meredith comia, se ela cortava uma fatia, eu cortava outra, se ela pegava um cupcake, eu pegava um cupcake e se ela comia um biscoito, eu fazia o mesmo.

Tiramos as bandejas e os copos e botamos na cozinha, pegamos o nosso material e começei a ajudá-la em matemática. Ela não era tão ruim assim, só precisava de raciocínio rápido. Passamos para história... Dessa vez a professora era ela, nunca vi alguém tão bom em história.

Despedi-me dela, dando um abraço e um beijo, na bochecha, claro.