Cuidado, O Amor Está Ao Lado escrita por Mah


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem. Só falta um capitulo para terminar a fic T-T
Beijos ^^



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Andrew

Depois que eu fiquei com a Meredith na noite anterior, tudo mudou. Ficávamos o tempo todo juntos. Até explicamos, para os empregados, o que estava acontecendo, pois um deles nos flagrou.

Nós tínhamos o apoio de todos.  Mas um mês se passa muito rápido. Logo estávamos em um aeroporto cheio esperando pelos nossos pais.  Eu e Meredith já tínhamos combinado de continuar namorando do mesmo jeito.

Os nossos pais não chegaram tão animados quanto eu esperava, na verdade eles começaram discutindo sobre a mala que veio um pouco suja. A Meh até pediu para eles relaxarem falando que deviam estar felizes.

Mas no outro dia eles já estavam felizes e juntos. Eu e a Meh tínhamos dormido no mesmo quarto. Ainda bem que eles falaram que era “Amor de irmão” e é claro que estávamos de roupas!

As aulas começam amanhã, eu estou um pouco ansioso, só falta esse semestre e eu estarei livre! Reparei que a Meredith também está com o mesmo sentimento, eu a entendo. É bastante complicado saber que daqui a pouco vai ter a faculdade, afinal o futuro é hoje.

Já era de noite quando a Meredith apareceu no meu quarto afirmando que não conseguia dormir, ela deitou na minha cama e eu a abracei, depois de alguns minutos ela adormeceu.

Acordei com o despertador no meu ouvido e uma princesa ao meu lado reclamando do objeto. Ela olhou para o lado e sorriu para mim.  Eu fiz o mesmo e levantei-me.

Ela saiu do quarto para ir se arrumar no dela enquanto eu fui direto pro chuveiro. Não estava esperando nada para o dia de hoje. Eu só ia rever alguns amigos. Já Meredith falava sobre todos que queria rever. Dizia tantas pessoas que, para mim, é impossível conhecer tantas.

Tomamos café da manhã na mesa junto aos nossos pais, eles não pareciam tão felizes, só espero que meu pai não se descontrole em nenhum caso.

T0dos os médicos já me falaram que meu pai tinha um distúrbio. Que o faz praticar ações quando ele está nervoso e no fim ele não se lembra de nada. Só no outro dia e como um sonho. Mas ninguém conseguiu esconder dele o assassinato da minha mãe, claro que os distúrbio já aconteceram de novo. Muitas vezes meu pai já me bateu até sangrar e no outro dia eu dizia que nada tinha acontecido que tinha sido um sonho. Eu nunca o culpei, mas ele nunca retornara a matar alguém.

 Mas se isso acontecer. Eu vou ter que me mudar e explicar para a Meredith o que meu pai fez com a mãe dela! E isso não é algo muito agradável de fazer.

Na expressão da Meredith eu conseguia ver felicidade e medo ao mesmo tempo. Mas quem não tem medo do terceiro ano? É a prova que você não é mais criança, que você tem a faculdade pela a frente, que seus pais tinham que ter economizado bastante para pagar a universidade. Pensar em que matéria cursar. São tantos problemas para resolver.

Meu pai nos deixou no colégio de carro, já que agora morávamos afastados da cidade, mas confesso que eu amo aquela casa, é totalmente perfeita. Logo que saímos do carro, Meredith foi atacada por duas meninas. Não as reconhecia, mas a Meh parecia que sim.

Elas olharam para mim como se eu fosse familiar e murmuraram algo para a Meredith. Ela só sorri e falou que era verdade. Não vou mentir, estava curioso para saber o que elas estavam falando. Mas o mistério foi quebrado, quando uma das duas perguntou para mim:

- Por que você terminou com ela?

- Foi preciso... Mas somos amigos.

Meredith sorriu e complementou:

- Praticamente irmãos.

Eu dei a mão para ela segurar e saímos andando de mãos dada. Provavelmente todos os alunos sabiam do nosso rompimento, e os mesmos  nos davam olhares estranhos para mim e sussurravam coisas como: “Sabia que eles iam voltar” ou “Eles voltaram?” “Para mim a mãe dela e o pai dele se casaram! Pelo visto não” mas a Meredith não estava mais aguentando tudo aquilo.

- Andrew?

- Hum, o que foi?

- Beija-me.

- O quê?! Aqui?!

- Eu não estou suportando esse pessoal! Quero mandar eles se calaram.

Então eu fiz o que ela mandou. Nós demos um beijo no meio do corredor. Muitos sussurros pararam como se aquele beijo tivesse sido a comprovação do nosso namoro. Ah se fosse verdade. Mas eu tentei não pensar nisso.  A minha mente estava concentrada nos lábios da Meh, na cintura da Meh, no cabelo da Meh, minha mente estava ciente de que eu era o menino mais sortudo de todos. Pois eu tinha a menina mais legal, incrível, inteligente, linda do mundo!

O beijo durou até aclamamos por ar. Alguns ficaram surpreendidos outros ficaram falando como nós éramos fofos. Eu fiquei com vontade de beijá-la de novo. Mas logo ela voltou andar comigo de mãos dadas.

As aulas foram boas, mas entediantes ao mesmo tempo. Eu já sentia falta das férias, mas se bem que todo aluno é assim: depois da primeira aula do primeiro dia de aula já começa a procurar feriado, conta os dias para o fim de semana, reza para já ter as provas e entrar de férias de novo.

Foi a mesma rotina a semana inteira. Eu e a Meredith nos beijamos na escola depois do primeiro dia de aula. No fim só precisávamos esconder dos nossos pais, mas já era assim, então eu posso dizer que voltamos ao normal. Depois da escola, eu e ela fazíamos a tarefa, estudávamos e tirávamos a duvidas um do outro, mas sem beijo, pois os nossos pais sempre ficavam e ainda ficam no quarto ao lado. Então, quando terminávamos a lição, tomávamos banho de piscina, conversávamos ou fazíamos qualquer coisa aleatória. Á noite nós dormíamos abraçados e tudo acabava bem.

Em um piscar de olhos já era férias de novo e dessa vez estávamos livres! Não tínhamos mais aulas, nem precisávamos nos preocupar com vestibular. Então eu a chamei para ir ao cinema para comemoramos a nossa saída da escola, claro que eu ia sentir saudade de ver meus amigos todos os dias, mas existia celular! A Meh também ficou bastante triste em se despedir das suas amigas.

Ela aceitou ir comigo ao cinema. O melhor de tudo era que meu pai e a minha madrasta não desconfiavam, para eles era totalmente comum, já que antes éramos “apenas melhores amigos”.

Finalmente ela estava pronta, e eu nunca a vi mais linda. Meredith usava uma saia rosa seco com preto, como se a saia fosse a camadas, uma blusa preta lisa e uma bota com salto alto.

- Vamos? - Ela perguntou.

- Vamos! – Respondi me levantando do sofá e desligando a televisão.

Peguei o carro do meu, quer dizer do nosso pai e fomos para o cinema mais próximo.

O cinema foi ótimo. Rimos bastante, era um filme de comédia, no fim estávamos mais prestando atenção no filme do que se beijando, e foi muito gratificante saber que o nosso namoro não era só beijo.

Com o filme terminado fomos tomar sorvete. Lá conversamos sobre as cenas preferida, mas de repente ela ficou séria.

- Andrew.

- Oi? Algo errado?

- Não... É que eu estava pensando... Podíamos falar para a minha mãe, certo? Quer dizer ela já não está com raiva de mim ou algo de gênero, ela mudou. Com certeza ela nos daria apoio. Nem somos irmãos!

No começo eu fiquei com vontade de negar aquela idéia. Mas seria muito bom não ter que mentir para o meu pai todo dia.

- Tudo bem, mas ela vai falar para o meu pai?

- Se nós pedíamos, ela deve conseguir falar de algum jeito.

Ela olhou um pouco para o relógio e disse:

-Andrew! O meu grupo de jovens é daqui uma hora, vamos?

Eu tinha prometido a ela que iria uma vez, eu não sou ateu. Mas depois da morte da minha mãe eu me distanciei totalmente de Deus. Porém alguma coisa fez com quem eu pensasse que seria bom eu ir.

- Vamos! Onde é?

- É na igreja perto do colégio!

Entramos no carro, mas antes de irmos para a igreja, Meredith pediu para passarmos em casa para ela trocar de roupa. Depois de cinco minutos já estava nas ruas de novo.

O grupo foi incrível, eu senti uns sentimentos ótimos!  Lá eu consegui sentir que o meu lugar era lá, eu com certeza voltaria para lá. Era muito lindo ver a Meredith louvando. Ela abria um sorriso incrível. Eu não louvei, pois para fazer o tal ato precisava saber as músicas e as danças, com o tempo eu resolvo isso.

Chegamos a casa e meu pai não se encontrava. Ótimo. Assim íamos poder falar com a Amanda e pedir que ela explicasse tudo ao meu pai. Só espero que ele não fique muito nervoso e desconte nela.

Meredith a chamou para o quarto para que nós três pudéssemos conversar. Ela se sentou na cama e disse que estava escutando. Quem começou a explicar tudo foi a Meh eu só concordava ou complementava algo. A expressão da Amanda era de uma surpresa incomparável com qualquer outra. No fim eu achava que ela ia me matar, mas ela só deu um breve sorriso e afirmou com orgulho:

- Eu sabia que vocês eram feitos um para o outro. – ela olhou um pouco para a filha, depois para mim e continuou- eu tenho que falar com o Andrew, a sós.

A Meh hesitou um pouco, mas depois saiu tranquilamente.

- Andrew? Você a ama mesmo?

- Muito. Dona Amanda, muito.

- Que ótimo. Ela já sofreu demais Andrew, ela só não aparenta. A Meredith é uma menina forte, aguentou calada a morte do pai, eu nunca a vi chorar por causa disso, mas eu sei que ela chorava a noite. Mas ela não me procurava para não me preocupar. Muitos meninos a decepcionaram. Não seja mais um deles. Meredith é uma menina que se apaixona rápido, mas eu lhe garanto que ela nunca olhou para alguém como olha para você.

- Dona Amanda, eu não sou capaz de machucá-la. Ela é uma princesa para mim.

Era meio estranho falar sobre a Meredith, para a mãe dela, mas no fim a Amanda só falou:

- Então tudo bem, hei de falar com o seu pai, não sei se ele vai concordar, e não sei se é incesto, mas o que um casamento no papel quando se tem amor verdadeiro?

Eu dei um pequeno sorriso e agradeci. Assim que saímos do quarto ouvimos o som da porta se abrindo, meu pai tinha chegado a casa. Olhei para a Meredith, sua expressão era igual a minha, de muito medo.

A mãe dela foi logo o abraçar e falar que precisava falar com ele urgente assim que ela terminou de falar isso escutei a respiração da Meredith, estava ofegante e rápida demais e sua pela estava mais branca do que o normal.  

Ele falou que ia conversar com ela no quarto. Estremeci. A cena, dos meus pais, começou exatamente assim, será que o fim seria igual? Se isso acontecesse eu mesmo o mataria. E eu não teria pena, ele só não foi preso por que sua doença provava que ele não estava em estados normais.

Ficamos eu e a Meredith no meu quarto que era embaixo do deles, conseguíamos escutar os dois discutindo. Eu queria tampar os ouvidos da Meh para que ela não escutasse tudo aquilo, ela não merecia.

Mas ai tudo mudou. Escutei um grito da Amanda. Corri para a cozinha e pedi para a Meredith não sair do quarto. Peguei uma faca de cortar carne, caso fosse necessário. Eu não interrompi uma discussão há anos, mas eu não ia deixar essa ter o mesmo final trágico.

Quando cheguei à porta do quarto deles, onde eu escutava gritos dos dois lados, Meredith apareceu atrás de mim.

- Meredith! Pedi para você ficar no quarto!

- Muito sem graça lá, o que foi? É só uma discussão...

- Meh... É complicado.

Não liguei, não mandava nela, abri a porta mesmo com a cena chocante que podia ter lá.  Mesmo que eu pudesse traumatizá-la, mas foi ela que não me escutou.

Quando eu abri a porta, já era tarde demais. Meu pai tinha matado a mãe dela. E aquilo era inacreditável. Ela estava bem e viva há menos de uma hora! Lágrimas começaram a surgir no meu rosto e eu não hesitei em chorar.

Meu pai estava com uma faca na mão e estava em cima dela, e ele colocava a faca nela e retirava,  repetia essa ação várias vezes. Até mesmo quando o seu corpo não respondia nada. Sua blusa branca agora estava toda suja de sangue, suas mãos igualmente, e ele estava com uma cara terrível.

- Para, pai! – gritei- o senhor a matou! Seu monstro.

Até agora eu não tinha conseguido me mover, e eu não vi a reação da Meredith, mas sei que ela chorava bastante atrás de mim.

O meu pai olhou para mim, mas não era um olhar normal dele, ele estava olhando como se quisesse me matar. Quando eu percebo que ele estava correndo com a faca na mão para matar-me, eu fecho os olhos e coloco a faca para frente em forma de defesa.

Quando abro novamente os olhos, meu pai estava caído sobre mim e cuspindo sangue, a faca dele no chão e a minha atravessava ele na barriga. Sua pupila dilatada olhava para mim, mas eu não consegui identificar a sua expressão.

Ele tossiu sangue mais uma vez e fechou os olhos para sempre. Seu corpo caíra totalmente sobre o meu naquele momento e eu tomei um susto. E gritei. Eu matei o meu pai, mas eu só o matei por que ele ia me matar! Eu não sentia culpa, eu não gostava muito do meu pai, a única coisa que eu pensava era: Esse imbecil matou a mãe da minha namorada. Mas eu não vou ser preso, pois foi legítima defesa.

Pela a primeira vez olhei para a Meh depois que eu entrei no quarto. Suas mãos estavam no seu rosto e ela estava desesperada. Ela foi até o corpo da mãe. Escutou seu coração, mas nenhum barulho saiu de lá.

Ela depois olhou para mim e para o meu falecido pai. Ela sentou perto de mim. E abraçou-me.  E depois sussurrou:

- Pelo menos você não deixou que ele te matasse, depois de você seria a mim. E amanhã quando os empregados  chegassem, ele já teria fugido. Foi muita coragem a sua de matá-lo.

- Eu só o matei, pois ele ia me matar você sabe disso. Não sabe.

 Ela não me respondeu na hora, ela estava chorando muito. Eu saí do quarto para que ela pudesse ficar com a mãe dela as sós. Aproveitei e liguei para a delegacia. Eles mandaram não encostarmos-nos aos corpos. E que só iam poder ir amanhã.

Voltei para o quarto que estava totalmente sujo de tudo e disse para a Meredith vir comigo no meu quarto.

Ela deu um pequeno sorriso entre as lágrimas e disse:

- Eu sei que você não o mataria se não fosse por legítima defesa.

Chegando ao meu quarto, esqueci tudo que tinha acabado de acontecer, peguei uma pequena caixinha que tinha dentro da minha gaveta, me ajoelhei e fiz a pergunta mais importante da minha vida;

- Meredith, quer casar comigo? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem por favor!
Beijos ^^