Acordo com a claridade em meus olhos, quando me olho no espelho meu rosto inchado, como era de se esperar, chorei muito no dia anterior. Hoje Beatriz iria viajar com a Patrícia.

–Bru, você podia ficar com o Léo aqui em casa, vocês dois já dormem juntos mesmo, e ele vai ficar sozinho também.- Beatriz disse aparecendo na porta do quarto.

–Acho melhor não Beatriz, eu e Léo brigamos e não estamos bem.

–Porque brigaram?- Nem um pouco enxerida penso comigo mesmo.

–Ele ta namorando a vaca da Júlia.

–E você está com ciúmes dele.- Disse ela rindo.

–Não Beatriz eu não estou com ciúmes.

–Vocês dois são tão lindos juntos.

–Beatriz não, para com isso, não tem nada a ver.

–A Bruna, a Patrícia te adora, ela até disse que vocês dois podiam namorar um dia sabe, eu super apoio.

–Sonha Beatriz sonha.

–Sonhos se tornam realidade Bruna.- El diz rindo e saindo do meu quarto.

Beatriz viajaria 1 hora da tarde e já eram meio dia, desci de pijama mesmo e fui almoçar, e como era sábado a empregada não viria fazer almoço e a Beatriz se importa muito comigo e não fez o almoço, peguei um mijo que estava na estante e comi o próprio cru mesmo, eu estava morrendo de fome, depois comeria algum biscoito.

Beatriz e Patrícia viajaram, durante a tarde me dediquei a não dar atenção ao Léo, fiquei assistindo alguns episódios de The vampire Diaries que eu não estava acompanhando mais, e como previsto depois de tomar banho e já está de pijama a chuva começou seguida de trovoadas e raios, minha neura não tinha passado, no que resultou em Bruna de pijama segurando seu travesseiro correndo pra bater na porta do visinho.

–Sabia que não iria conseguir ficar sozinha em casa.- Disse ele atendendo a porta apenas de cueca Box, ele estava rindo da minha cara de assustada provavelmente.

–Léo.- Joguei meu corpo em cima do seu, abraçando-o mais forte que conseguia.

–Que isso Bruna, calma.- Disse ele me levando pro seu quarto.

–E-e-e-eu to com muito medo.- Disse o apertando quando ocorreu outro estrondo.

–Achei que você brincava quando disse que tinha medo.

–Eu não brinco com isso.- Ainda estava abraçada com ele.

–Espera aí que eu vou ali pegar outro cobertor.- Ele viu que eu não iria solta-lo.- Bruna os trovões cessaram, espera aí.- Eu soltei ele e me sentei em sua cama abraçando meu travesseiro.

–aaaaa meu Deus.- Gritei quando o estrondo soou, agarrei o corpo do Léo que passava pela porta.

–Tá bom Bruna, vamos dormir com um cobertor só.- Disse ele indo em direção a cama.

–Léo, coloca um short.- Disse olhando pra ele.

–Eu não gosto de dormir de short Bruna, você sabe.

–Mas quando eu tiver com medo eu vou te abraçar.

–E?- Ele fez cara de interrogação.

–E que quando eu for te abraçar, eu não quero que você fique você sabe.- Disse sem graça.

–Pode deixar Bruna, eu não vou ficar assim.- Disse ele rindo deitando na cama.

–Léo não ronca ta bom?- Disse me deitando do seu lado na cama, meio distante.

–Eu não ronco Bruna.- Ele disse se virando pra mim.

–Ronca siiiim.- Na hora que eu estava terminado a frase o barulho de outro trovão soou, e eu pulei pra mais perto de Léo o abraçando forte.

–Não fica com medo Bruna.- Ele disse passando a mão nos meus cabelos.

–Eu to com medo.- Disse bocejando e colocando a cabeça em seu peito.

–Vamos dormir então ok?Se eu roncar você pode me bater.- Ele disse me aconchegando em seus braços.

–Pode deixar, boa noite.- Disse fechando meus olhos e o abraçando um pouco mais forte.

–Boa noite.- Ele disse retribuindo o aperto.

“-Você não pode ficar com ele, ele é um idiota Bruna.- Léo dizia revoltado.

–Porque Leonardo me de uma boa explicação para tanta implicância.- Eu aparentava raiva.

–Ele não é bom o bastante Bruna, ele vai te fazer sofrer.

–Leonardo não se mete.

–Bruna por favor, não fica com ele.

–Me dê um bom motivo pra eu não ficar com ele.

–Eu te amo.- Ele disse olhando em meus olhos e segurando meu braço.

–Mentira, se me amasse não estaria com a Júlia.- Disse soltando meu braço e saindo de perto dele.”

Acordei e ainda estava deitada em seu peito, ele estava lindo, eu não tinha esquecido a história dos sonhos, e essa noite eu sonhei mais uma vez , e eu torcia para que eles se concretizassem, eu gostava dele, acho que estava me apaixonando pelo meu melhor amigo.

–Para de me encarar.- Ele disse me tirando dos devaneios.

–Eu só estou lembrando de algumas coisas.

–Eu ainda lembro dos sonhos sabia?.- Ele disse dando um sorriso de canto.

–Eu também.- Digo retribuindo.

–São tão bons, já tive tantos, alguns se concretizaram sabia?.

–Quais se concretizaram?

–O primeiro dia de aula, quando você tocou I’m Yours pra mim, quando você disse..- Ele parou de falar.

–Disse que?

–Não isso não aconteceu.- Ele disse desfazendo o sorriso.

–Hum, vai fazer o que hoje?- Perguntei me levantando.

–Eu vou na casa da jujuba.

–Eu vou na casa da jujuba.- Imitei ele.

–Minha voz não é assim.- Ele riu da iminha péssima imitação

–Obrigada por deixar sua amiga sozinha.- Fingi choro.

–Bruna agora eu tenho que dividir minha atenção, eu não vejo a Júlia a 2 idas, e isso é ruim, ela me manda mensagem a cada 5 minutos perguntando o que eu to fazendo, com quem eu to, porque eu não vou na casa dela.

–Que pior, ela é melenta.. agr.- Disse fazendo cara de nojo e pegando o celular dele.

–Eu vou ali no banheiro espera aí.- Ele disse indo no banheiro.

Peguei o celular dele e fui ver as mensagens dele pra Julia, na verdade praticamente todas eram da Julia pra ele, em 10 mensagens ele respondia 1, e eram todas estilo.

“Amorzinho aonde você está? Eu to morrendo de saudade, beijos de sua jujuba”

“Bbzo de amo”

“Boa noite mozim, te amo demais, ps: Eu vou ser sempre a sua bbza”

Ri com as mensagens, e quando ele saiu do banheiro comecei a ler uma alta para ele ouvir.

“Bbzo, você combinou de dormir comigo hoje, você sabe meus pais não vão estar aqui, e bem, você sabe nós estamos namorando e você disse que queria tanto quanto eu, eu to te esperando meu coelhinho loiro”

Li rindo e acabei me arrependendo, o quão patética a Júlia era, eles iriam dormir juntos, ela não podia ser mais ridícula.

–Não acredito que você vai dormir com a vadia.- Disse pegando meu travesseiro e saindo da casa dele, deixando-o no quarto.