A Hora da Escuridão.

Anos se passaram logo depois da batalha com o poderoso Breu, os guardiões tinham a paz e também as pequeninas luzes que brilhavam no globo, as crianças que ainda creem neles.

Mas uma coisa não sai de acordo com essa paz, o mundo sempre estavam mudando e com ele, as crianças, elas estavam deixando de acreditar cedo demais e isso só estava a piorar a existência de todos.

O mundo com o aquecimento global e todo o desmatamento, com isso a Mãe Natureza, antes humana e filha do famoso Breu, precisou deixar sua filha com Norte temendo o pior, se toda a fauna e a Flora do mundo estavam prestes a acabar, ela não tinha opções restantes sobreviver e de arriscar a segurança e sua filha. Mas também, Norte e os restantes dos guardiões tinham outra coisa para se preocupar no momento, que eram as crianças e a crença delas sobe eles, afinal, sem elas o que seriam o significado em si das suas datas?

O mundo mais globalizado, divertimentos estranhos e perigosos estavam a fazer da infância das crianças irem embora o mais cedo possível. A afastarem dos saberes da infância, do que é conhecido e reconhecido em pequenos ainda tão novos e inocentes.

E o que ele podiam fazer para ajudar ou mudar isso? Absolutamente nada.

E a existência deles estava em risco.

Era mais um dia ruim para os guardiões.

Norte ficava preocupado a cada semana que passava, a cada dia que ia, mais luzes iam se apagando no globo.

O que podia ser feito? A cada divertimento que se podia ter em casa, era substituído por algo que as tirava de uma infância inesquecível, era como se nada importasse e as brincadeiras fossem coisa de criança, sendo que as mesmas eram crianças.

Os dias de neve não eram aproveitados coma mesma frequência. Isso deixava Jack cada vez mais desanimado.

As areias do Sandy não faziam mais efeito como antes.

As fadinhas não conseguiam achar mais dentes com tanta frequência.

Cada vez mais os presentes do Norte iam ficando na fábrica e a lista negra só ia aumentando.

A caça aos ovos não se ia quase nenhuma criança.

Até o próprio Breu sofria, mesmo depois de tudo que ele fez, ele conseguia deixar algumas crianças com medo, só que essa contagem ia diminuindo. O medo era deixado de lado graças a tamanha violência no mundo atual.

A Mãe-Natureza, antes humana e filha do Pitch, sofria mais do que todo, a Fauna e a Flora eram tiradas e arrancadas do seu lugar, o aquecimento global ficava mais intenso, e com isso tudo ela teve de tirar sua filha do lugar da qual ela protegia.

Karma que era sua filha, vivia nas Florestas Temperadas do Irã, na província de Gilan. Só que esse lugar ficou perigoso a partir do momento em que a cortação de árvores tinha aumentado e para a segurança dela, Mãe-Natureza confiou a Norte sua segurança. Mesmo com os vários problemas que tinha, seu coração bondoso não podia negar um favor a sua grande amiga.

As semanas iam passando de uma maneira torturante. Para poder fazer com que as pequenas luzinhas voltassem, Norte chamou Jack e o Coelhão para conseguir dar as crianças um pouco de divertimento.

Na pequena sala que ficava de frente ao enorme globo, o primeiro a chegar tinha sido Jack, ao notar sua presença Norte o cumprimentou como de costume e pediu para que a adorável Karma se retirasse da sala. Com um vestido branco e simples, feição tanto desconfiada como preocupada, ela afirma e sai deixando apenas os dois.

— Então agora eu sou o pontual aqui? E mudando de assunto... — Sussurrou —  Norte, está acontecendo de novo — Ele puxou a manga e mostrou uma coisa da qual era muito espantosa, uma mancha se alastrava por seu braço, como chamas tatuadas em pele, brasa queimada — Essa marca negra está se espalhando rápido demais, não sei o que fazer a respeito.

— Não se acanhe meu amigo, isso deve ter uma explicação.

Talvez, Norte não quisesse alarmar Jack com tal acontecimento desconhecido, mas a verdade era que o próprio senhor bondoso tinha medo, temeroso e que o próprio Breu sentiria prazer em ouvir em voz alta o sentimento de terror do mesmo.

Mas Breu não poderia rir sendo que ele estava pior.

— E tem — Uma terceira voz falou, surpreendendo ambos da intromissão.

Os dois olharam para trás e veem o Coelhão encostado na parede, os encarava sério, ainda mais para Jack, com pena ou talvez simpatia pelo guardião rival.

— Será que você ainda não notou, moleque? Você era e ainda é o guardião da diversão, será que não percebe? A escuridão está tomando o controle não só do mundo, mas também de você — Logo apos falar isso, ambos os dois ficaram chocados com a explicação dele.

— Não se pode ter certeza disso. — Norte falou com um tom de voz desconfiado.

— Como não? Norte estamos numa realidade atual pior a época das trevas, já previ que isso iria acontecer com as viagens pelos túneis e por "dádiva" da minha espécie, afinal, o oponente dessa vez não é um de nós e sim os humanos — Falou, descrente — Eu sou um guardião das crianças, antes dos próprio planeta Terra, mas não tenho como ajudar, não agora...

— Não fale como se não tivesse certeza, esse assunto não é seu — Jack fala num tom ameaçador e se aproxima de maneira cautelosa como se quisesse evitar uma briga — Não dou a mínima pra isso, parece que tô morrendo, Coelhão, um "sinto muito seria o suficiente vindo do ser mais antigo do planeta — Zombou, o encarando e nem ligando para a diferença de tamanho entre ambos.

Os dois ficavam se encarando de modo que deixava Norte tenso, ele nunca conseguia controla-los.

— Será que os dois poderiam, por favor, parar de brigar e focarem no que o Norte vai falar?

Ambos ele olharam para a direção da voz feminina e viram que não era ninguém menos que a Karma, acompanhada com a Fada.

— O que faz aqui, Fada?

— Karma tinha me pedido para fazer-lhe companhia hoje e aceitei já que o meu dia não está tão conturbado, mas a questão é o que está acontecendo — Ela perguntou com a sobrancelha arqueada.

Jack abaixa rapidamente a manga do casaco antes que as duas vissem o que ele estava escondendo. Coelhão fica meio que sem graça, ele também é um dos grandes fatores que ajudava a natureza principalmente na primavera, e era por causa disso que ele sempre via/esbarava na filha da Mãe-Natureza.

— Norte pediu para virmos, pediu a nossa ajuda para alguma coisa — Jack explicou, forçando o melhor sorriso que teria.

— É para ajudar a recuperar as luzes do globo? — Fada perguntou, olhava para os três com um brilho nos olhos.

— Sim, Fada, é para isso... — Norte concordou, seguindo a onda de Jack.

— Então teremos uma chance, não é? — Karma franziu o cenho.

— Não sei, mas tomara que nada tenha sido perdido — Fada comentou aflita, voando para perto dos outros três — Qual o plano?

— Temos um plano? — Indagou Jack, olhando da amiga para o senhor de barba branca.

— Se tivermos, não será tão eficiente...

— Mas isso pode ajudar minha mãe também? — Perguntou Karma, buscando uma resposta, mas atraiu um olhar cabisbaixo de Coelhão e o nervosismo de Norte — Podem responder com sinceridade, eu não mordo como o meu avô Breu, senhor Norte... — Pediu com uma voz baixa.

— Não conseguimos dar conta dos nossos problemas — Coelhão falou antes que Norte se pronunciasse — Nem achar uma solução para o que poderemos fazer em relação a todos, mas em questão da sua mãe... Karma...

— Se você falar da ignorância dos homens adultos... Eu posso falar o discurso inteiro que a Fada recitou para mim durante três meses inteiros... — Resmungou, fazendo uma leve careta.

— Vamos nos acalmar, ok? – Jack se impôs entre os dois, nunca falaram daquele jeito um com o outro e até Jack ficava desconfiado que Karma estava sendo afetada também, mesmo não sendo uma guardiã.

O fato era que a Mãe Natureza e o Coelhão eram ligados por usarem a flora como abrigo e a manter segura.

Karma por si só era a representação da palavra, o que a atingia voltava para a pessoa que a tinha feito o ato, e isso era a causa de bastante problema.

Não era apenas a segurança que a Mãe Natureza tinha deixado a sua filha e sim a segurança dos outros que tentaram atingi-la com os desmatamento na florestas.