CONSULTÓRIO BERRY, PARA CASAIS DESESPERADOS.

Lia-se na placa. Todos falavam que a pesar da fachada particularmente pobre, eles faziam milagres para casais onde realmente havia amor. Eles eram um casal com uma família impressionante. Todos perfeitos. Perfeitos demais para a sociedade invejos.

O mais interessante era o fato de a filha do casal estar fazendo uma consulta tentando manter o relacionamento dela com a namorada Quinn Fabray... É talvez não fosse uma família tão perfeita assim!
 

“Quinn acho que vocês podem resolver isso de outra maneira...” - Leroy tentava apaziguar as coisas.

“Seja profissional Sr. Berry, eu paguei pela consulta!”. Quinn era imbatível.

 Enquanto Quinn tentava convencer o sogro a dar a consulta pela qual ela havia pagado, como uma mulher imponente de negócios que era. Rachel Berry sua namorada conversava com Santana e Brittany sobre a próxima balada que ia ter, as convidando.

 Depois de vários minutos de detalhes técnicos entre Leroy, Hiram e Quinn sobre a consulta e fofocas entre Rachel, Britt e Santana, resolveram começar logo.

Leroy e Hiram sentaram-se em duas poltronas e Rachel e Quinn no sofá. Santana e Brittanny ficaram do lado de fora da sala, com as cabeças encostadas na porta ouvindo a conversa.

“Então porque vocês acham que precisam desta consulta?”. Leroy perguntou.

“PORQUE A RACHEL É UMA LOUCA!/ PORQUE A QUINN É UMA CHATA!”

“Concordo Rachel!”. Ouviu-se a voz de Santana do outro lado da porta, seguida de um baque. Britt provavelmente deu um cascudo na namorada.

Quinn e Rachel responderam sincronizadamente. Apesar da aparência calma, ambas estavam muito irritadas. Rachel estava irritada por ter que fazer uma consulta de casal como Quinn insistira.  Para ela o problema no relacionamento era Quinn, então, porque diabos ela devia fazer uma consulta? E Quinn por sua vez estava irritada por a consulta ter que ser com seus sogros, como Rachel insistira. Como ela iria falar mal de Rachel para os pais dela? Ela se perguntava.

Hiram e Leroy se olharam e tentavam manter a expressão serena, mas no intimo ambos riam. Eles pensavam nas grandes diferenças entre Rachel e Quinn. Chegava a ser cômico quando elas iam sair na rua.

“E porque vocês acham que devem continuar juntas?”.

Quinn e Rachel começaram a falar ao mesmo tempo e só pararam quando Hiram gritou para fazerem silêncio.

“Comece você Rachel”. Leroy falou de seu jeito paternal.

“Eu gosto de estar com ela, de sentir seu cheiro, de beijar seus lábios. Gosto quando ela me faz um elogio e quando ela sorri. Quando me abraça e me faz carinho. Gosto do jeito que o cabelo dela fica quando ela acorda. Gosto quando ela é uma romântica incorrigível e quando ela me leva para dançar mesmo quando ela sabe que eu sou péssima. Eu gosto até de quando ela me faz surpresas quando sabe que eu detesto. Em fim, eu gosto dela, de estar com ela”. Rachel fez um de seus monólogos.

Leroy estava emocionado com as palavras de Rachel. Já Rachel estava surpresa pela força de cada frase que dissera e também de encontrar tantas coisas boas em Quinn.

“E você Quinn?”. Perguntou Hiram.

“O mesmo motivo que ela, só que resumido em uma frase. EU A AMO!”.

 Rachel olhou para ela com cara feia. Era típico de Quinn ser pratica enquanto ela era totalmente emotiva. Hiram vendo que o clima entre elas não era dos melhores se adiantou.

“Quero que vocês falem os defeitos uma da outra. Cada uma fala um. Uma de cada vez. Rachel você começa”.

“Ela é irritante!”. Rachel começou.

“Ela também é!”. Quinn rebateu.

“Ela não faz nada que seja divertido!”

“Ela não faz não faz nada que seja responsável!”

“Ela se acha sempre a certa!”

“Ela é a miss perfeição!”

“Ela é advogada!”

“Ela...”. Quinn começou, mas parou no meio da frase e olhou para Rachel. “Isso é meu trabalho amor, não um defeito”.

“Ser advogada já é um defeito Quinn! Você só pensa em trabalho, o que é certo e no que é errado e só aceita o que é comum e como eu passo longe disso, você me critica”.

“Ótimo! Se o problema é meu emprego você larga o seu que eu largo o meu. Porque eu detesto o seu emprego. Você fica naquele palco, disposta a fazer qualquer coisa, enquanto aquele bando de urubus fica em cima da minha mulher”. Quinn falou.

“Eu estou na Broadway Quinn, sou atriz, o que você gostaria que eu fizesse?”. Ela perguntou.

“Algo mais decente!”. Quinn se alterou.

Rachel virou a cara. Ela tinha lágrimas nos olhos e se sentia mal pela maneira que Quinn falou da profissão dela. Da maneira que Quinn falou parecia que ela gostava de se mostrar, mas ela nao entendia, que estar no palco era maravilhoso.

  Com a discussão daquele tema “resolvida” logo Leroy puxou outro.

“E o que vocês gostam uma na outra? A Rachel começou das outras vezes, então, você começa Quinn”.

“Eu gosto do cheiro de morando do cabelo dela”.

“Ela é gostosa”. Rachel resumiu.

“Gosto da espontaneidade dela, quando não em excesso”.

“Ela é boa de cama”. - Rachel tentava não dar atenção ao que Quinn falava.

“Gosto do sorriso dela”.
 

 “Ela é gostosa!".

“Você já disse isso Rachel!”. Quinn falou irritada. Ela parecia um pedaço de carne da maneira que Rachel falou. Mas foi exatamente essa a intenção dela, dar o troco pelo que ela tinha falado sobre seu emprego!

“A culpa não é minha se você não tem muitas qualidades!”. Ela respondeu.

Pela primeira vez Leroy e Hiram ficaram mesmo preocupados com o relacionamento da filha. Eles perceberam que a situação era séria. Elas eram muito diferentes, diferentes demais!

“Porque você a acha louca Quinn? Quero saber os motivos e depois uma ocasião onde ela demonstrou isso”.

“Ela grita em excesso. Faz coisas que pessoas normais não fariam. Às vezes parece débil mental...”.

“Isso é ser alegre!”. Rachel se defendeu, mas Quinn não deu ouvido.

 “... Se veste como uma idiota as vezes. Fica fazendo palhaçada no meio da rua, entre outras coisas que com o horário que eu paguei, não vai dar tempo de falar tudo!”.

“E o exemplo?”. Hiram perguntou.

“Tirando a vez em que ela começou a pular no pula-pula das crianças e quebrou, tem a vez em que ela ficou em pé em cima de um cavalo e quase quebrou a perna, bebe até não ter condições de andar, ela comprou uma moto e só anda sem capacete e diz que pra sentir o vento no rosto!”.

“Isso se chama espírito aventureiro, você é muito sem graça!”. Rachel falou.

“E você Rachel? Porque acha a Quinn chata?”. Leroy perguntou.

“Ela só anda de roupa social. Vai a academia todo dia às 6:00, toma café às 8:00, chega no escritório às 8:50, 12:00 ela me liga e quando tem tempo, ou seja, quase nunca me chama para almoçar com ela, ás 20:00 ela vai na minha casa, 20:30 ela janta e me força a comer, às 21:00 ela tem um tempinho para mim e quando a gente não transa ela vai dormir às 22:00!”. Rachel falou.

“Isso chama-se cronograma, não chatice Rachel!”. Quinn falou.

“Isso é chato Quinnie! Às vezes eu acho que você marca até o tempo que nós levamos fazendo sexo!”. Ela exclamou.

“Eu não faço isso Berry! Eu não lembro nem quem eu sou quando fazemos amor, quanto mais quanto tempo levamos. E não me chame de Quinnie esse apelido é ridículo!”.

“Então não me chame de Berry, você sabe que eu não gosto quando me chama assim!”.

As duas começaram a discutir e novamente foram interrompidos por um grito de  Silêncio de Hiram.

“Um exemplo Rachel”. Leroy pediu.

“No carnaval eu a convenci a ir para o Brasil, com muita relutância e uma ameaça de deixar o brinquedinho ali dela de castigo...”. Falou apontando para o meio das pernas da namorada. “... Ela foi. No primeiro dia eu fui de coelhinha da play boy e ela foi de roupa social, que eu achei que era para parecer minha segurança. No segundo dia eu fui mulher maravilha e ela foi de social e eu pensei que ela estava fantasiado de Clarck Kant. No terceiro dia eu fui de puta e ela de roupa social, eu pensei que ela estava vestida de cafetina só que com mais estilo. No quarto dia eu fui de noiva sexy e ela de social de novo, eu desconfiei mais fiquei na minha, pois ela podia estar vestida de noivo. Mas no ultimo dia eu me vesti policial e advinha o que ela estava usando?”. Rachel perguntou sarcasticamente.

“Sem estiloooo!”. Santana gritou do lado de fora e Britt deu uma gargalhada muito alta.

“Eu me vesti de advogada!”. Quinn mentiu, mas quando percebeu que não havia colado, voltou atrás. “O que foi? Só porque eu cuido dos meus horários e não gosto de usar fantasias não significa que eu seja chata! Eu sou apenas normal”.

“Sim claro!”. Rachel falou irônica. “E todo mundo é louco, porque se metade da população fosse como você a outra metade morreria de tédio”.

  Leroy e Hiram se reuniram em um canto e destituíam a relação do casal. Quinn e Rachel inconscientemente apertavam uma a mão da outra. E se Hiram e Leroy dissessem que não havia jeito para a relação delas?

    Os dois se sentaram e começaram seu veredicto.

“Vocês tem muitas diferenças apesar de se amarem muito. Quinn acha Rachel imprudente. Rachel acha Quinn muita séria. Ou vocês dão um jeito de se entender ou o relacionamento de vocês não vai para frente”.

Quando eles falaram isso, as mãos de Quinn e Rachel se apertaram. Antes que as duas perdessem a esperança, Hiram continuou.

“Do que vocês estão dispostas a abrir mão pela outra? Respondam uma olhando nos olhos da outra”.

Quinn virou-se para Rachel ainda segurando sua mão e começou.

“Eu prometo tentar me divertir mais nas festas que eu for te acompanhar. Prometo almoçar com você todos os dias. Tentar não seguir meu cronograma tão a risca. Te dar mais atenção”. Quinn tentava enumerar tudo o que faria por Rachel e quando percebeu a verdade se exaltou. “Droga! Eu faço tudo o que você quiser!”. Se desesperou.

     Rachel estava emocionada. As lágrimas transbordavam de seus olhos.

“E você Rachel? O que você faria por Quinn?”. Leroy perguntou.

“Nada!”. Rachel respondeu surpreendendo a todos.

“Nada? Você não faria nada para que continuássemos juntas?”. Quinn perguntou chocada.

“O que mais você quer que eu faça?”. Rachel perguntou. “Daqui a dois meses no Máximo eu vou ter que parar de trabalhar. Eu não posso mais beber. E meu medico me proibiu de fazer qualquer coisa que exija muito esforço. Eu fico enjoada e sinto tontura de pelo menos de duas em duas horas. Tenho que tomar suplemento alimentar e muito em breve vou parecer um bujão de gás. Droga Fabray, acha que é fácil carregar uma criança no ventre?”

 O coração de Quinn começou a bater mais rápido. Leroy começou a sentir falta de ar. Hiram não sabia se parabenizava Quinn ou abanava seu marido. Rachel estava com medo da reação da namorada. Quinn é hermafrodita, mas elas não usavam camisinha ou coisa parecida.

“Bebê?”. Quinn perguntou desnorteada.

 Ela nem esperou Rachel responder. Puxou-a para seus braços e a beijou. Depois ergueu um pouco Rachel para beijar sua barriga. Feliz por ser uma mulher apaixonada e que ia ser mãe, Quinn tomou o primeiro impulso de sua vida.

“Casa comigo?”.

 O pedido emocionou Rachel. Quinn jamais agira por impulso antes, tudo na vida era calculado e organizado. Ela guardara a gravidez por dois meses (estava com três no total) por medo da reação dela. Aquele foi o momento mais significativo do relacionamento delas.

“Sim!”. Rachel respondeu e pulou nos braços de Quinn.

Tanta discussão para nada! Elas se amavam era isso que importava. E teria um filho!

Brittany entrou saltitante na sala, rindo e pedindo aos céus que fosse uma menina, que ensinaria a dançar. Santana correu para abraçar Rachel - quase a sufocando - e pediu para que fosse um menino, a quem ela ensinaria o jeito Lima Heights de ser.

Dois meses depois quando Rachel foi à primeira consulta no medico (forçada por Quinn, pois Rach queria que a gravidez fosse uma aventura) descobriram que eram gêmeos, um menino e uma menina deixando todos satisfeitos.

Quer dizer menos Rachel que era forçada a comer e achava que estava ficando gorda como uma porca!