O Shogi escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo Único - Leia com atenção


Notas iniciais do capítulo

Oi Milla :D
Não esqueci do seu aniversário, eu ia mandar meus parabéns, mas acabou que não fiz isso nem pelo twitter, nem pelo facebook, fiquei com vergonha de achar que so fiz pq todo mundo tava mandando junto mensagens. É bobagem, eu sei, mas eu sou assim kkkkk
No momento, uma breve historia com o Renji e o Byakuya, é o unico presente que posso oferecer. Espero que goste, fiz com carinho pensando em você. Aliás, não tem como não pensar em você quando se fala no Renji.
Beijos



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A manhã estava agradável. O sol brilhava intensamente naquele céu azul, mas o clima não estava assim tão quente, haviam até algumas nuvens no céu, aquelas em diversos formatos, que se você olhar bem, vai acabar acreditando ver um coelho, ou o rosto de uma pessoa. E era exatamente o que fazia o tenente da sexta divisão.

Debruçado o corpo na janela da sala de seu capitão, ele observava as nuvens passando tranquilamente. Não que ele estivesse sem ter o que fazer, mas aquilo o ajudava a relaxar e pensar melhor.

Pensar bem no que deveria falar.

É, Renji estava refletindo muito ultimamente. Sua vida, sua posição, seus sentimentos – esse principalmente –, estavam um tanto confuso. O que é normal para um jovem como ele.

Olhou fixamente para uma massa branca lá no céu, parecia até algodão. Podia jurar que era uma estrela do mar, talvez um cavalo marinho. Lembrou-se das que viu quando foi a praia de Karakura. Um dia bem divertido, atípico do normal, até mesmo Byakuya havia ido. O que foi uma surpresa, mas uma boa surpresa, embora não tivessem liberdade de ficarem juntos como desejado.

Ele poderia acreditar que estava sonhando, que era tudo uma ilusão da sua cabeça, mas não era não. E ainda mais na noite passada. Renji tinha quase, não, ele tinha certeza do que ouvira.

Ergueu a sobrancelha, acreditando que a nuvem que se aproximava tinha a cabeça do Kon. Definitivamente Renji estava voando alto em seus devaneios, e assim, não ouviu nem sentiu a chegada do capitão. O que era um erro de sua parte.

Byakuya deixou a sala por algumas horas, sem nenhum motivo aparente, apenas quis sair um pouco. Estava um pouco cansado naquele dia. Eram tantas coisas em sua cabeça para pensar e resolver. Mas uma em especial lhe tirava toda a concentração do trabalho.

Byakuya entrou na sala, percebendo a falta de atenção de seu tenente, que geralmente parava tudo o que fazia para recebê-lo. Não era algo necessário, nem obrigatório, mas Renji sempre deixava de fazer qualquer coisa que estivesse fazendo para dirigir-se ao capitão.

E estranhamente, sentiu falta daquela atenção. Mas ultimamente, percebera o quão desleixado ele estava. Poderia arrumar uma palavra mais elegante, só que aquele termo se encaixava bem no rapaz de cabelos vermelhos.

Caminhou a passos lentos pela madeira bem polida, sua sala sempre muito bem organizada, talvez a mais limpa e bem arrumada de toda a Gotei. Ele tinha certeza de que era sim, talvez tirando a organização da capitã Unohana.

O capitão pensou chamá-lo, mas preferiu continuar observando-o naquele momento, tão distraído. O que não era muito bom. Um tenente deveria estar sempre bem atento a cada acontecimento do esquadrão, para assim reportar ao seu superior, mas Byakuya deixou as regras de lado por alguns segundos. Foram poucos segundos, mas o suficiente para ele também se perder em seus pensamentos, e quando voltou, tinha toda a atenção que queria antes.

— Taichou, eu não o vi chegar. Desculpe. – Renji saiu de perto da janela rapidamente. Estava envergonhado, com as maçãs do rosto coradas. – Achei que iria tirar o resto do dia...

Byakuya não disse nada, apenas sentou-se em sua cadeira, olhando entediado para os papéis sobre a mesa. O dia estava mesmo parado, ele apenas decidiu voltar porque... não havia bem uma resposta para isso. Mas ficar em sua mansão sozinho, não parecia ser tão convidativo, quanto ficar na companhia de seu subordinado. Mas achou que não precisasse dizer isso, já que o ruivo parecia conhecê-lo tão bem.

O silêncio tomou conta do lugar, era possível ouvir as respirações de ambos, sendo contrastado com o barulho dos pássaros lá fora. Talvez, se eles estivessem bem atentos, poderiam até mesmo ouvir passos e vozes ao longe. Mas eles não estavam atentos a nada, senão um no outro. Mesmo que não visivelmente.

Byakuya mantinha os braços sobre a mesa, numa postura irritantemente correta na cadeira, os cabelos negros caíam um pouco em seus olhos, quando ele abaixava a cabeça ligeiramente para continuar lendo um papel. Ele sequer prestava atenção no que lia, apenas corria os olhos como se quisesse ocupar a mente com qualquer outra coisa senão o que acontecera na noite passada.

Do outro lado, Renji se distraía ainda olhando para o lado de fora da janela, já que Byakuya não havia lhe dado nenhuma instrução do que fazer no resto daquele dia. Claro que ele não precisava mandá-lo fazer algo, Renji é do tipo que sempre estava procurando algo para preencher aquele vazio incomodo que perturba a mente.

Foi assim, até criar coragem e quebrar o silêncio:

— Senhor? – Esperou ouvir a voz séria do Taichou, como se estivesse prendendo a atenção dele para continuar. – Eu queria conversar.

— Agora não Renji. – Foi um balde d'água fria na cabeça do ruivo. Mas ele não desistiu tão fácil assim.

— Mas, eu queria dizer uma coisa. – Continuou, com os olhos vidrados nos do outro que lhe dava mais atenção agora ao olhá-lo diretamente. – É importante.

— Aconteceu alguma coisa enquanto estive fora? – Perguntou, um pouco mais sério. Porque não parecia que havia acontecido praticamente nada. E claro que ele não iria cogitar qualquer outro assunto que não fosse trabalho.

— Sim, digo, não. – Renji estava confuso, obviamente. – Não aconteceu nada sério lá fora. Na verdade, não tem nada com o trabalho. – Corou violentamente, dessa vez todo o seu rosto estava tão vermelho quanto os fios do cabelo. E, embora o capitão estivesse curioso para saber o que raios aconteceu com seu tenente (e ele tinha uma ligeira impressão do que era), continuou...

— Depois, Renji. Depois.

O ruivo não contente com a resposta, levantou-se e caminhou sorrateiramente até a mesa do Taichou. Colocando as duas mãos sobre a madeira, espalhando os papéis, desastrosamente. Ele deu um minuto para ouvir a reclamação de Byakuya, mas não houve nada. Então, continuou.

— Kuchiki... – os olhos acinzentados fixaram de uma maneira tão fria que fez o tenente tremer, completando. – … sama.

— Renji, eu disse que agora não. – Ele não queria tocar no assunto, não naquele lugar. Então viu o desanimo de seu tenente, encolhendo os ombros e recuando. – Porque não vai para casa?

— Eu ainda tenho algumas coisas para fazer.

— Vá para casa, Renji. – Ordenou Byakuya.

Renji foi sem contestar. Ele sabia que não ia dar em nada se ficasse ali, dando inicio a uma discussão que acreditava não vencer jamais. Jamais. Era até uma piada tentar imaginar ele vencendo uma discussão com o Taichou.

O tenente estava indo para casa quando encontrou com Ikkaku que tentou convencê-lo de ir ao Rukongai. Renji recusou o convite e continuou.

Já em casa ele tirou toda a roupa e foi tomar um banho. Sentia os músculos do corpo contraírem, endurecidos. E a água gelada correndo pelo corpo era uma ótima forma para relaxar. Uma massagem também, mas isso estava longe dos seu alcance. Renji molhou bem os cabelos, ensaboando o corpo com uma pedra de sabão branca. Esfregou os olhos com força quando a espuma ardeu a região. Ainda de olhos fechados, esticou o braço para tentar alcançar a toalha de banho, mas ela não estava pendurada onde costumava colocar.

Houve um breve silêncio, até que o ruivo abrisse os olhos e visse seu capitão parado ali na sua frente, com a toalha de banho em suas mãos. Byakuya lhe estendeu a toalha, fazendo o ruivo enrolá-la na cintura rapidamente, envergonhado pela cena que o Taichou acabara de presenciar.

Se bem que não foi assim tão ruim.

— O que faz aqui senhor? – ele perguntou, ainda receoso com o encontro de Byakya em seu banheiro. Mas curiosa em saber o que ele queria ali. Era possível imaginar o que seria, depois do que aconteceu na noite passada, mas o que Renji aprendeu nesses anos, era que não poderia por os cavalos na frente da … ou eram os bois? Ou a carroça? Ele não se lembrava como era o provérbio que aprendeu em sua estada em Karakura, mas ele parecia ser bem encaixado naquele momento.

— Você queria conversa, então, estou aqui para ouvir.

Renji engoliu seco. Ele ele passou hora do dia ensaiando as palavras que diria a Byakuya quando a oportunidade surgisse. Agora, quando finalmente tinha a palavra, engasgou. Não saiu nada. Ele pediu um minuto para se trocar e ficar mais a vontade para conversarem, e quando achou que Byakuya não iria sair do banheiro e assistir ele vestindo as roupas, o capitão o deixou sozinho.

Aguardou na pequena sala da casa que Renji morava.

Ainda nervoso, após vestir somente uma hakama branca, e não cobrir o peito tatuado, ele seguiu para a sala, ofereceu um chá ao capitão, que aceitou prontamente, fazendo com que Renji se levantasse novamente e demorasse alguns minutos até ferver a água e preparar cuidadosamente o chá, conforme era do gosto do moreno.

Em seguida, Renji retornou para a sala com uma bandeja na mão, serviu cerimonialmente o chá para Byakuya, que aprovou, ao bebericar um gole.

Pronto, agora sim ele poderia falar sobre tudo o que queria.

Renji começou com um bom e velho pedido de desculpas.

— Você não precisa me pedir desculpas. – Byakuya comentou por fim. – Somos homens adultos, não há motivo para vergonha, ou perdão. – ele moveu a mão no ar.

— Senhor, mas eu...

— A noite passada, ficou no passado. Vamos superar isso.

Renji ficou desanimado, afinal, ele não tinha culpa de ter vencido o capitão no Shogi, uma espécie de jogo de xadrez típico do japão, que foi dado a ele por Ichigo, em seu aniversário. Era evidente que o capitão não gostava de perder.

E quem gostava?

— Esta bem. Eu não vou falar mais no assunto, mas pelo menos podemos jogar uma nova partida? Somente para um desempate.
Byakuya pensou, mas talvez a cabeleira ruiva de Renji, estava atrapalhando o homem raciocinar no momento. Porém, ele acabou concordando.

— Mas dessa vez, vamos fazer algo mais interessante. – Byakuya propôs que eles apostassem.

— O que vai me pedir, caso ganhe?

— Ainda terei que pensar.

— Tudo bem, mas se eu vencer, de novo, esteja preparado Taichou.

Renji lhe lançou um sorriso cheio de graça, fazendo o capitão estremecer. Mas dessa vez ele não iria deixar Renji vencer, não era possível. Afinal, ele era o capitão ali.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos.
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