Casa De Ferro escrita por I am not Volunteer


Capítulo 5
Liza


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, tentarei o máximo possível postar maís capítulos amanhã !! boa leitura =)



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Os passos se aproximavam rapidamente do lugar onde Jack estava ele sentiu duas pessoas em pé na porta da cozinha, não olhou para ver quem era, deixou o pano da mesa abaixado para que não o descobrissem.

Depois de alguns minutos os passos foram corredor a frente provavelmente em direção à entrada, demorou um pouco para que ele tomasse coragem para levantar.

Quando saiu de baixo da mesa, reacendeu seu Lampião e saiu pela porta que tinha no fundo da cozinha, ela dava para uma escada em forma de espiral, ele pensou bem antes de subir, pois não conseguia ver o segundo andar, mas já que não tinha opção, subiu.

Lá em cima havia um salão de jantar enorme, provavelmente o salão existia para grandes festas que tivessem na casa, a escada em espiral ligada a cozinha, com certeza era pra empregados pudessem trazer a comida sem passar pelos convidados na escada principal.

O salão era realmente lindo, era decorado com lustres enormes de cristal e suas paredes era todas modeladas com flores douradas que pareciam ouro quando o lampião refletia nele.

Jack saiu pela porta já aberta e seguiu por um corredor estreito, no final desse corredor se encontrava três portas e uma escada que levava para o terceiro andar.

Ele tentou abrir a primeira porta, mas estava trancada, fez até uma força, mas nada, então tentou a segunda que, por sua vez, estava aberta, ao entrar encontrou um quarto de criança, era todo azul cheio de golfinhos decorando a parede, um berço branco no canto e uma cama no outro canto também branca, tinha uma estante cheia de livros de criança e outra cheia de brinquedos, grandes e pequenos, de várias formas.

E nesse quarto também tinha uma janela, também tampada por madeira e pregos.

Jack percebeu que não tinha nada de importante lá ou que o ajudasse a sair, então ele decidiu procurar outro lugar e quando ele se virou para sair foi quando ele notou o cavalo que era como uma espécie de cadeira de balanço, que a criança senta e vai para frente e pra trás.

Ele ficou olhando o cavalo por um tempo, sentiu algo estranho lá, foi quando o cavalo começou sozinho a ir para frente pra trás, Jack começou a suar frio, viu que a porta atrás dele estava fechada sendo que não tinha sido ele que tinha fechado, correu para abri-la, mas não conseguiu, o cavalinho ia balançando cada vez mais rápido, e um livro caiu no chão e começou a revirar as páginas rapidamente.

Jack começou a entrar em desespero, agora batia na porta com tanta força que já estava machucando suas mãos, a casa inteira já devia estar ouvindo seus gritos.

Ouvia um arranhar de vidros em sua mente, ele não sabia da onde vinha, mas sabia que estavam o deixando louco, a imagem de sua irmã passando por tudo aquilo que ele estava passando o deixou realmente triste, começou a desejar que sua irmã não tivesse entrado na casa e que ela estivesse bem, sentia falta dela.

Depois de pensar muito na irmã lembrou-se do gato preto que estava o perseguindo, ele ficou arrepiado só em lembrar aqueles olhos vidrados.

Tampou os ouvidos e fechou bem os olhos para não ouvir nem ver nada, aquilo já estava acontecendo há uns 10 minutos, ele tremia dos pés a cabeça.

Então sentiu tudo se acalmar, o cavalo foi parando aos poucos e o barulho de arranhar parou de vez, a porta se abriu e o livro parou de revirar folhas.

Jack se levantou aos poucos e se aproximou do livro, ao chegar bem perto percebeu que era um caderno de anotações ao invés de um livro, o pegou e viu a página que ele tinha parado, estava marcado com palavras que pareciam ter sido queimadas para marcarem as letras:

“Nada pode ser feito quando se está com fome.”

Jack não entendeu o real sentido daquela frase, achou que o caderno tivesse caído ali naquela página por cair mesmo, mas mesmo assim rasgou o pedaço de papel e o guardou no bolso.

Pegou o lampião o qual ele deixou cair quando tudo começou a se mexer e o reacendeu, olhou pela ultima vez para o quarto e saiu de lá, com um real sentimento de alívio.

Tentou abrir a porta do outro quarto, que também estava trancada, sua única opção foi subir.

O terceiro andar parecia nunca chegar, os degraus da escada eram um muito longe do outro fazendo que a subida fosse muito cansativa, e nela, na subida, se encontrava vários quadros de rostos de crianças, três crianças, duas garotas e um garoto.

Quando chegou ao terceiro andar se deparou com uma sala enorme cheia de estantes de livros e um sofá no meio, nessa sala se encontrava duas portas fechadas.

Jack arriscou a que estava mais perto, era o banheiro, lá tinha uma banheira enorme com um pano na frente, uma pia que pingava, ele tentou fechar, mas não conseguiu e o barulho continuou, o espelho estava quebrado, o que fez lembrar-se da sombra que havia aparecido na casa dele no dia anterior, ficou olhando por um bom tempo e até teve a impressão que tinha visto algo atrás dele, mas percebeu que era apenas impressão mesmo.

Ele já estava saindo quando ouviu algo, de primeira não identificou da onde vinha, depois percebeu que vinha de dentro da banheira, deu dois passos pra trás e depois avançou em direção a ela confiante, chegou perto bem devagar deixando o lampião na frente para tentar enxergar pelo pano, porem ele era muito grosso. Se aproximou até que pode tocar o pano começou a puxar bem devagar e via que o barulho só aumentava, então deu um puxão de uma vez só e descobriu que era apenas um brinquedo de madeira, de dar corda, era como um boneco só que sem um dos braços.

Jack deu um nó na corda para que não fizesse mais barulho e depois o deixou lá.

Saiu do banheiro e decidiu ir para a outra porta, deu uma olhada na sala que também tinha uma janela com madeira e pregos. O sofá estava sujo de manchas vermelhas, iguais as que tinham no chão da entrada, ele tentou relutar em pensar que era sangue, mas era difícil demais.

Parou de olhar rápido e fixou os olhos na outra porta, ouviu algo caindo, como um vidro que cai, porém não quebra.

Aproximou-se de vagar da porta e segurou com força o lampião, lembrou-se da velha que tinha visto toda de branco no dia que tinha ido lá com a irmã, provavelmente aquele era o quarto que ela estava, e se era aquele, aquela era a única janela que não tinha madeira e pregos.

Ele continuou se aproximando, encostou os dedos na maçaneta e abriu a porta bem devagar, ela fez um rangido irritante e depois parou quando ele a abriu toda.

Era com certeza o cômodo mais escuro da casa, ele não conseguia ver direito, mesmo estando com o lampião.

Levantou o lampião na mão bem alto para tentar ver algo, conseguiu ver uma cama com lençóis brancos, depois ouviu um barulho de algo rangindo e só se tocou o que era quando ouviu o bater da porta, tentou voltar, mas já era tarde, ouviu algo se aproximar dele, jogava a luz para toda parte na esperança de ver algo, se encolheu na parede quando sentiu algo em seus pés.

Quando olhou para baixo não enxergou nada, botou o lampião parar todos os lados e não viu nada, sentiu algo encostar de novo nele, mas dessa vez em sua perna, dessa vez sentiu era algo macio, quando virou rápido pra trás conseguiu ver, era o gato preto, sentado no chão olhando para ele com os olhos vidrados de sempre, lhe deu um frio imenso na espinha.

O gato então se levantou e saiu andando para a outra direção do quarto, foi quando algo começou a fazer o barulho, como uma mola, o encontrar de dois pedaços de madeira, o barulho era repetitivo, indo e voltando com intervalos de 5 segundos cada.

Ele começou a se aproximar, viu o pé de algo, esse algo era uma cadeira de balanço e ele viu algo que deixou mais amedrontado do que qualquer coisa que ele já tinha visto na casa, ele viu ela, a velha de branco, a mulher de branco que estava na janela, e atrás dela se via um retrato provavelmente de quando era mais nova, nesse retrato ele a reconheceu como a mulher de seu sonho.

Ela sorriu para ele e fez com a cabeça para que ele sentasse na cama, ele devagar sentou e ficou encarando os olhos negros dela, sua pele era muito branca, e seus cabelos eram castanhos, mas com branco em cima e ela lhe lembrava de alguém, alguém que ele não conseguiu lembrar.

-Então pobre menino, não gostou da comida? - disse ela com voz rouca.

Ele não respondeu, estava horrorizado demais para falar algo, então ela continuou:

-Receio que nem provou, mas... - ela olhou para o gato que pulou em seu colo e começou a acariciá-lo - Não compreendo como ainda não entendeu o recado que deixei para você lá embaixo.

Naquele momento algo começou a entrar no quarto, pois a porta rangeu novamente, alguém ficou parado na porta por um tempo até que a velha de branco falou:

-Venha cá minha neta, venha ver quem me encontrou.

-Está bem vovó.

Aquela voz era familiar, ele sabia quem era, mas não podia acreditar e quando ela chegou mais perto ele perdeu o fôlego, reparou da onde era a semelhança da velha, era ela Liza.


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Notas finais do capítulo

Amo reviews só pra vocês saberem tá, hahaha, tá , parei! =(