Casa De Ferro escrita por I am not Volunteer


Capítulo 11
Lucy


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322997/chapter/11

Um barulho de porta batendo era ouvido por Jack, ele suava frio, estava confuso e não queria abrir os olhos, achou que estava morto no começo. Mas logo essa ideia saiu de sua cabeça quando sentiu uma cama embaixo dele.

Um cobertor fofo o cobria até o meio da barriga, a cama era bem macia, sua mão passava por cima dela tentando encontrar o final, mas não teve nenhum sinal de fim da cama, então sentiu uma luz vir em direção a seu rosto. Foi quando decidiu abrir os olhos.

Estava em um quarto que já estivera antes, mas não lembrava, quando passou por ele , provavelmente estava muito escuro, só que agora o quarto era iluminado pela luz de uma janela no canto. Já estava amanhecendo.

A porta continuava batendo, então ele viu uma imagem sentada em uma cadeira. Sua visão estava embaçada, porém conseguiu reconhecer. Era a velha de branco sentada em sua cadeira de balanço. Jack fez força pra levantar, mas não conseguiu:

–Você acordou, já estava na hora, dormiu mais de uma hora. - ela falava com um sorriso maligno no rosto.

–Onde está Michael? - perguntou Jack.

–Logo você o encontrará. Em falar nisso, você ainda não cumpriu o que eu pedi pra você, cumpriu? – ela começou a falar enquanto se levantava e se dirigia a uma mesinha. – Achei que... bem, achei que se preocupava mais com ela.

Ele se encheu de raiva, sabia que ela estava falando de sua irmã. Ela começou a derramar algo em duas canecas:

–Onde ela está?

–Bem, você podia ter descoberto se fizesse o que eu pedi. – ela chegou perto da cama, bem perto dele. – Mas você não fez, não é mesmo? Tome isso, é chocolate quente. Crianças gostam de chocolate quente.

–Como tem tanta certeza que as crianças gostam?- Perguntou o ruivo, tentando obter uma resposta para algo que lhe martelava a cabeça.

–Bem, se você quer saber, tive três filhos, muito lindos, primeiro tive gêmeos, os dois era loiros como o pai, sempre juntos. E dois anos depois do nascimento deles nasceu outra menininha, bem frágil, e essa se parecia comigo, cabelos negros e lisos iguais aos de Liza. – Ela falou enquanto goleava seu chocolate. –Tome, não está envenenado.

Jack deu alguns goles e viu que estava bom, mas não falou nada:

–Bem, eles eram muito fofos até os 6 anos. Os gêmeos claro, eles eram muito travessos, brincavam o dia todo, e sempre tentavam fazer a pequena Lucy, a mais nova, a ser igual a eles, mas ela era muito tímida para isso.

–E foi por isso que você os matou?– Jack falou de uma forma que fez a velha quase cair da cadeira, mas a forma assustada não durou nem 5 segundos.

–Então você já os conheceu. Muito travessos eles, não acha? – ela falou, enquanto acabava o chocolate.

–Sim, podem até ser, mas isso não dá direito de você matá-los, e nem de me matar e matar meus amigos, e minha...minha irmã. – Jack encheu os olhos de lágrimas, mas não queria chorar ou demonstrar sentimentos na frente daquela velha horrível.

–E o que faz pensar que os matei? Pois saiba que eu não fiz nada.

–Não matou? Então quem os matou? – Jack acabou o chocolate.

–Não é tão difícil descobrir. E saiba que só matei uma pessoa nessa vida tão longa que tive. Todas as outras vítimas que houve ou que haverá, não foram, nem serão culpa minha, mas sim das... – ela parou, olhou para os olhos de Jack e continuou. - Das não, e sim da vida.

Jack apenas a observou por um longo tempo. Ela levantou e pegou a caneca da mão dele e botou as duas no mesmo lugar que pegou, virou para trás e disse:

–Melhor você ir logo, aqui só irá perder tempo.

–Mas...

–Criança boba! Sua irmã era mais simpática!

Jack estava indo sair quando ouviu a ultima frase da velha. A irmã dele, então ela esteve lá. Ele se virou para falar com ela, mas antes de poder, a porta que batia foi aberta bruscamente e um sopro o empurrou para fora. Ele caiu no chão, levantou meio atordoado e pegou o pedaço de papel que caiu do seu bolso quando ele se desequilibrou. Antes de guardar, abriu para vê-lo:

“Nada pode ser feito quando se está com fome.”

–Grande ajuda dessa frase. – Jack falou ironicamente e jogou o papel no chão, e seguiu em direção há escada, foi quando ele se deu conta. – Não, espera ai... Como não pensei nisso antes?

Ele saiu correndo e, pegando o papel do chão, o releu:

–Tenho que comer, mas, não na cozinha, tenho que comer onde foi servido para mim! Onde aquela velha disse que eu deveria comer! Por isso ela perguntou se eu não gostei da comida! Mas como não pensei antes? – ele guardou o papel e saiu andando bem rápido, em direção as escadas.

–Nossa, devo estar ficando louco, estou falando sozinho!

Ele seguiu em passos longos, a casa era bem menos assustadora de dia. Passou pelo segundo andar, foi andando rápido, desceu a escada do salão de festas até chegar à cozinha. Quando chegou lá, ele parou.

Tinha algo estranho na cozinha, só não sabia o que... Ele foi andando devagar. Os pratos lavados não estavam mais lá. Mas não era isso, estava mais claro e ele podia vez a cozinha muito bem agora, mas mesmo assim, não sabia.

Então ouviu um assobio. O assobio seguia o corredor, mas dessa vez ele não tinha medo. Saiu correndo na direção do som, porém não tinha nada lá e acabou voltando para cozinha.

Olhou as velas que ele tinha acendido mais cedo. Estavam apagadas e quase acabadas, a cera derretida caindo pelos lados. Então o assobio recomeçou, e ,dessa vez, quando ele correu para o corredor o assobio não parou, mesmo não tendo nada lá.Ele seguiu o assobio até ver um quadro caído no chão e o assobio instantaneamente parou.

No quadro apareciam duas crianças em um balanço, ele as reconhecia. E lá atrás tinha outra, sozinha olhando com uma cara fechada, triste, melhor dizendo, uma cara quase demoníaca. Ele tinha certeza, a criança excluída era Lucy, qual era a filha mais nova da velha, e os da frente eram os gêmeos. Seus pensamentos foram interrompidos:

–Assobio bem? – disse uma voz de criança vinda detrás dele. Quando olhou, era o menino e menina da biblioteca, os mesmos gêmeos da imagem.

–Sim. Esses são vocês certo?

–Sim, essa sou eu, esse meu irmão, e aquela ali atrás é nossa irmãzinha...

–Lucy, eu já sei, só queria ter certeza. – Jack levantou o quadro e botou no lugar.

– Bem, o que vocês estão fazendo aqui em baixo?

–Acha que temos que ficar dentro da biblioteca para sempre? – Falou enquanto ria o menino.

–Acho que vocês não me disseram o nome de vocês?

–Verdade, eu sou Lucio e ela, adivinhe, Lucia. – Os dois começaram a rir, até Jack riu um pouco.

–Desculpe, mas tenho que ir, ainda precisa sair daqui e achar minha irmã.

–Doce Jinn, ela é uma fofa. – falou a menina, agora conhecida como Lucia.

–Você, vocês...

–Sim, sim. – Falaram juntos e riram mais. – Mas isso não importa, precisamos mostrar algo pra você. Prepare-se que isso as vezes enjoa as pessoas.

–O que estão falando... – ele não pode terminar pois nesse momento as duas crianças entraram na cabeça dele.

Ele ouvia dentro deles risos, ficou tonto e caiu sentado no chão. Tudo estava girando e sumindo, mas antes de desmaiar outra imagem começou a aparecer:

Ele estava nos fundos de uma casa, que logo reconheceu como a casa que estava. Viu as duas crianças brincando de pique-esconde, só que elas estavam bem diferentes, elas estavam vivas, aquilo era a lembrança delas:

–...DEZ, AI VOU EU! – Gritou Lucio que contava na parede. Ele saiu correndo pelos lados da casa e depois de uns cinco minutos encontrou Lucia atrás de um arbusto cheio de flores.

Então Jack viu Lucy, sentada na escada do lado da casa olhando para eles brincando, sozinha. Ela devia ter uns 7 anos aos e os gêmeos, 9. Mas tinha algo estranho nela, ela não estava sozinha, estava conversando com alguém do lado dela, mas não tinha ninguém ali.

–Lucy, não quer brincar? – Perguntou Lucio.

–Não, quero ficar com o papai. – Falou ela com uma voz de ódio.

Lucia subiu as escadas até a frente da irmã e mexeu nos cabelos dela:

–Lucy, você sabe, papai morreu. – Falou com uma voz que tentava acalmar a pequena.


MENTIRA! Ele está aqui do meu lado, vem papai. – Ela levantou e saiu correndo para dentro da casa. As coisas começaram a se retorcer até que Jack viu o corredor de novo, os gêmeos estavam na sua frente:

–Então? Você viu, nós tentávamos chamá-la. – Falou Lucia.

–Eu vi.

–Nesse dia, estava quase fazendo dois anos que papai tinha morrido. Lucy sempre disse que ele estava vivo, nós tivemos pena dela, até um ano depois disso que você viu. – Falou Lucio.

–Porque pararam de ter?

–Porque morremos...

–Mas ela começou a brincar com vocês! E aquela lembrança de vocês do dia que vocês morreram? – Jack começou a se levantar.

–Foi a primeira e única vez que ela brincou. – falou Lucia e continuou – Também, era tudo parte do plano dela com nosso pai.

–Plano?

–Sim, plano, plano de nos matar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

=D