Daniel colocou a mão na maçaneta, Deveria entrar? Ela o odiava. O garoto abriu a porta e ficou ali mesmo olhando a garota que fitava o teto.

“Oi” Ele disse quase num sussurro. Maria Joaquina mordeu o lábio, aquela voz era conhecida, mais estava diferente.

“O que faz aqui?” Ela levantou a cabeça e olhou quase matando o garoto.

“Eu vim te ver.” Ele se aproximou colocando a mão no bolso.

“Ah, e você se importa comigo?” Ela perguntou. Ele engoliu em seco procurando uma resposta, Nunca se importou com ela, nunca se viu sem ela! Daniel se aproximou mais dela.

“Sim.” Ele falou como se bastasse, ela sorriu falsamente.

“Só que não” Ela suspirou como se estivesse triste e depois riu. Daniel olhou para ela, via outra pessoa, não era a Maria Joaquina que era sua melhor amiga, nem a inocente de 12 anos que ele e os amigos irritavam por falta do que fazer.

“Garota você não e a minha melhor amiga.” Ela o olhou confusa, desde quando era a melhor amiga dele. “Você não se importa com o que te contei? Eu te falei o que eu sentia eu confiei em você, você era minha melhor amiga, a pessoa que me entendia apesar de eu...” Ele parou de falar, não queria dizer que quase não ligava para os sentimentos dela. Maria Joaquina o olhou expressando estar confusa pelos olhos. Daniel amava seus olhos, mais nunca falou, apenas o olhava, era algo inexplicável, o acalmava.

“Eu era sua melhor amiga?” Ela perguntou o fitando seria e ao mesmo tempo confusa. “Eu não sei... eu não lembro nada, simplesmente nada!” Ela falou e ele continuou sem falar nada. “Me desculpa mais, eu apenas lembro de você me humilhando na frente de todos.” Ela falou e encostou a cabeça no travesseiro. Ele se sentou na beira da cama olhando a garota. Ele a humilhou sem perceber?

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“Ei!” Um Daniel de apenas doze anos falou ao ver Maria Joaquina passar, de cabeça baixa a garota torcia para ele não perceber que estava passando por ali. Ela fingiu não te ouvido e continuo andando, apenas andou mais rápido. Daniel bufou e foi atrás dela. “Falei com você inútil.” Ele a puxou pelo braço. Ela o olhou assustada. Ele riu.

“Me solta.” Ela falou quase num sussurro. Ele olhou pro lado e viu os amigos com uma cara nada boa. “Me solta... o que eu te fiz? Por que me odeia?” Ela olhou para ele que ria.

“Você veio estudar aqui!” O garoto falou, a garota fez menção de responde-lo e ele continuou. “E chata, chama atenção, se fosse bonita eu nem ligava, mais não, é feia!” Ele continuou e a garota sentiu vontade de chorar, seus olhos tinham uma expressão triste. Daniel olhou para os olhos da garota e mexeu no cabelo confuso, Estava passando dos limites. Maria Joaquina suspirou e tirou as mãos dele do seu braço e correu para o banheiro.

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“Eu...” Depois de um tempo ele tentou falar a garota despertou dos pensamentos e o olhou. “Quando eu fiz aquilo... o que você fez?” Ele perguntou e Maria Joaquina suspirou e passou os olhos pela cicatriz do pulso. Ele seguiu o olhar da garota. “Desculpa.” A palavra saiu quase num sussurro e ela beliscou a mão tentando não chorar. Ele fitou a garota e abaixou a cabeça e ficou mais perto da garota que parou de beliscar a própria mão e o olhou.

Ele se aproximou e simplesmente lhe abraçou. Ela o abraçou de volta completamente confusa e encostou a cabeça no ombro dele sentido apenas o perfume do garoto.

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“Finalmente” Ela disse rindo após ouvir o médico falar que já poderia ir embora do hospital.

O médico apenas sorriu e se retirou do quarto. Maria Joaquina olhou para Daniel que estava sentado numa cadeira ao lado da sua cama e dormia, Ela empurrou o garoto de leve que despertou e a olhou. “Já tive alta.” Ela falou e ele ficou de pé e sussurrou um ‘certo’. Daniel vinha visita-la todo dia, ele já era um amigo nessa nova vida, mais ela não tinha confiança nele. A garota se levantou e pegou a bolsa com roupas que havia pedido para Alícia trazer e caminhou até o pequeno banheiro do quarto.

Tomou um banho e vestiu as roupas que a garota trouxe. Uma blusa grande florida e um short não muito curto jeans e sapatos confortáveis. Saiu do banheiro e Daniel mexia no celular. Ela caminhou até o garoto que guardou o objeto no bolso e se levantou.

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Chegaram no apartamento da garota e ela se jogou no sofá.

“Você já dormiu no hospital, Por que não espera o Paulo e a Alícia?” Daniel falou ao ver a garota fechar os olhos.

“Eu to cansada” Ela falou ao ouvir o que o garoto disse.

“Cansada de dormir e ficar deitada?” Ela falou se sentando no braço do sofá. Daniel se levantou e foi até a cozinha fazer algo para comerem, abriu o armário e encontrou vários pacotes de miojo, ele riu, se ela visse ia se perguntas, ‘Eu gosto disso?’ No mesmo momento ele se perguntou, como sabia que ela iria falar isso, ele pensou não conhecer ela que tipo de amigo era ele? Ouviu as vozes de Paulo e Alícia e voltou a sala Maria Joaquina conversava com os dois.

“Eu já tenho quinze anos?” Ela perguntou olhando para Daniel que sentou ao seu lado.

“Faz na outra semana.” Ele respondeu e Paulo riu.

“Feeeeeeeesta.” O menino falou. “Vamos assistir um filme?” Ele perguntou depois de um certo tempo. Todos falaram um ‘sim’ e Daniel se levantou do sofá e abriu a gaveta da estante cheia de DVDs. Maria Joaquina se agachou e começaram a procurar filmes.

“Esse?” Ela perguntou segurando um DVD. Daniel pegou da mão dela e riu.

“O ursinho Ted? E infantil” Ele falou e ela fez bico.

“Eu sou infantil, então quero assistir esse!” Ela falou e olhou para os outros dois que falavam baixinho no ouvido um do outro.

“Esse mesmo?” O menino mostrou apenas o dvd sem a capa. E os dois concordaram.

Depois do começo do filme em que o personagem principal era criança e perceberam que não se tratava de um filme infantil. Maria Joaquina olhou para Daniel rindo e ele ergueu a sobrancelha e sorriu para a garota.