Here Without You escrita por lawlie


Capítulo 24
I’m in ruins - Parte I




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Eu estou em ruínas.

Takari parecia estar em um outro mundo. Sua tristeza era tanta que ela já não mais sabia o que fazer. Sua mente estava confusa. Ela tivera muitas surpresas hoje. Ela vivera um sonho na noite anterior. Fora ao baile e aquele garoto maravilhoso se declarara para ela. Mas foi apenas um sonho. Acabou. Isso não existe de verdade. Na manhã seguinte acordou convicta de que o melhor a se fazer era morrer. Contudo, seu garoto a impediu de continuar. Não era certo ela permanecer a se abalar pelo o que Fugaku dizia.

A garota ainda não tinha certeza sobre o que estava sentindo. Na verdade, ela ainda não conseguia definir o que são sentimentos.

“Está tão frio... Eu queria que você estivesse aqui comigo... Mas você não está...” pensava Takari. “Eu queria que tudo fosse diferente... Você deve estar cansado de mim. Você não deve sequer me amar. Eu queria que o chão se abrisse e me levasse para bem longe daqui...”.

A garota permaneceu nesse estágio de profunda melancolia. Takari estava pessimista. Era como se ela fosse uma louca caída no chão de mármore da mansão Uchiha com uma arma apontando para a própria cabeça. Até que finalmente ela saiu desse estado latente de pura ilusão e percebeu o que acontecia.

Lembranças voltaram à mente de Takari. Ela podia se recordar do rosto de Kakashi. Ele estava sorrindo para ela, nos jardins da escola. E ela ficara encabulada e vermelha por causa disso. O vento soprara em sua nuca e ela sentira um calafrio. E ele não parava de sorrir para ela. Era difícil não resistir à vitalidade de Kakashi...

E novamente ela se lembrava do baile. Kakashi estivera na sua frente. Acariciara sua face e ela sentira a respiração do garoto bem próxima a sua. Fora inesquecível e inevitável não se perder naqueles olhos profundos...

Agora Takari se recordara que ele estivera embaixo de sua sacada, implorando que ela não desistisse da vida. Kakashi fazia promessas infundadas de que iria morrer com ela se fosse preciso. E a cada episódio desse, o belo garoto de cabelos prateados murmurava “Eu te amo”, mesmo no silêncio dos seus mais profundos sentimentos.

Fugaku a fizera reviver todos seus medos infantis. Mas Takari não iria desistir tão fácil. Ela tinha alguém em quem se apoiar. Alguém que precisava dela para existir. Ela não cairia tão fácil, mesmo as feridas parecendo não cicatrizar, mesmo ela sentindo uma dor real ou uma insanidade incorrupta, ela iria voltar à vida.

Se aquilo tudo que ela sente por Kakashi não for amor, Takari admitiu para si mesma que não sabia de mais nada no mundo.

Takari ergueu o olhar e projetou um sorriso de esperança. Fugaku estremeceu ao ver que sua pressão psicológica não funcionara. Takari olhava para o alto ainda sorrindo. Seus olhos voltaram a ter uma cor de satisfação.

Ela ainda apontava a arma para sua cabeça, mas agora convicta de que puxar o gatilho não resolveria em nada. Se ela lutasse, com certeza ela ficaria junto de seu amado. Lembrar do sorriso confiante de Kakashi, de toda sua súplica e confissões de verdadeiro amor a fez sorrir. Ela sorria cada vez mais e sorria... apenas sorria.

Talvez ela zombasse da própria sorte ou da desgraça impregnada em seu destino. Takari era desesperadamente esperançosa ou descrente o suficiente para apostar numa repentina mudança de atitude.

- Do que você está rindo? – perguntou seco Fugaku.

- Ele me ama. Eu sei disso. Agora eu sei o que vale a pena lutar. – fala Takari tranquilamente abaixando a arma.

- Mas como? – pergunta Fugaku sem entender.

- Não vale a pena morrer por nada, Fugaku. - fala ela confiante fitando o chão, segurando a arma firmemente próxima ao colo. – E isso está te deixando sufocado não é?

O homem olha assustado para a meia-irmã. Takari levanta vagarosamente, ainda olhando para o chão, com um sorriso até mesmo doentio estampado na face. Ela olha firme para o Uchiha e exprime todo seu ódio em apenas mais um sorriso. E então, finalmente, Takari aponta a arma para o peito do irmão e ameaça acabar com a vida dele ali mesmo.

Fugaku se apavora com a loucura de Takari. Tenta se afastar, mas não consegue. E então, fica extasiado olhando apenas a expressão mórbida da menina.

- O que você sente agora, nii-chan? Medo? – ela gargalha assustadoramente. – Você nunca esteve tão próximo da morte assim antes, não é? Toda a dor que eu senti até hoje se eleva ao seu orgulho, Fugaku.

- Takari... abaixe essa arma... – pede ele em tom imperativo.

- Você está procurando um lugar para se esconder? – o sorriso dela se apaga e ela força uma expressão dura e séria. – Eu sempre procurei por esse lugar. Um refúgio para apenas construir os pedaços de minha alma. Mas esse lugar não existe. Sabe por quê? Porque tudo aqui está podre! Isso nunca pôde ser chamado de meu lar.

- Você está louca Takari! Largue essa arma!

- Você teme que eu estraçalhe seu coração, irmão? A dor é imensa e eu sei disso. Pois desde que eu cheguei nessa maldita casa, meu coração foi quebrado. Eu estive em ruínas... você conseguiu me transformar em cacos. Você fez meus pensamentos me assombrarem, quebrando todo o espírito da minha alma. Minha fé anda por entre vidros quebrados. E essa tristeza não passa...

- Takari! Você está insana! É isso que você quer?! Se transformar em uma assassina?! Vamos logo então. Acabe com isso!

- Eu estou em ruínas Fugaku. Eu repito isso. Eu sei exatamente o que você quer. Você tentou viver sozinho esse tempo todo. É egoísta. Você é apenas um mentiroso buscando pelo perdão dos inocentes.

O homem ergue os braços como se a desafiasse a atirar em seu peito. Ele olha duro para a menina, talvez confiante demais que ela fosse corajosa. Um blefe, quem sabe, todo encoberto pelo medo de Takari ser louca o suficiente de puxar o gatilho.

- Não será eu quem lhe mandará para o juízo final, Fugaku. Eu não irei manchar minhas mãos com esse seu sangue asqueroso. Em breve, o seu acerto de contas virá e a morte carregará seu último fio de vida em seus olhos.

Takari abaixa a arma e a larga sobre a mesa. Olha ofegante para o Uchiha, vira as costas e sai rumo à porta.

- Eu não sou mais a mesma Fugaku. – diz ela quase que inaudivelmente. – Não espere por mim. Eu não irei voltar mais a essa casa. Isso não é um adeus. É só que eu não te suporto mais.

A garota de longos cabelos negos, gira a chave e a maçaneta do escritório do Uchiha. Ao passar, ela bate a porta e sai correndo da mansão, sem ao menos olhar para trás.


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