Eu tinha simplesmente apagado e quando abri meus olhos novamente, me lembro de ver uma luz forte que praticamente me cegava e um par de cabeças em minha frente.

Vi 2 rostos mascarados mexendo comigo e apaguei novamente, mas não sei dizer por quanto tempo. Estava sendo guiada para o céu, para o paraíso... Ou sei lá...

Acordei definitivamente com Regina sentada na minha cama, me olhando com preocupação enquanto meus olhos buscavam os dela de forma meio débil.

-Eu consegui...

-Conseguiu o que, Emma, querida?

-Paraíso... Vir pro paraíso...

-Oh, meu amor... Você não está no Paraíso, está no hospital.

-Amor? Estou? E... o que você faz aqui?

-Eu te salvei.

-O que? Por...

-Shh... Descanse, Emma, por favor.

-Mas...

-Shh... Prometo que estarei te esperando, não irei a lugar nenhum.

-Promete?

-Sim. Prometo.

-Pra sempre?

-Pra sempre.

-Estou mesmo no paraíso...

Me ajeitei na cama e deitei em sua coxa, abraçando-a com toda a força que eu tinha naquele momento, já que estava meio dopada e tentei relaxar, me sentia segura e em paz e só assim pra conseguir dormir naquele minuto. Senti seus dedos acariciando meus cabelos enquanto dormia, não sabia se era um sonho ou realidade, mas de um jeito ou de outro, estava bom pra mim.

Quando acordei estávamos deitadas de conchinha com Regina me abraçando e me protegendo como eu nunca havia sentido.

Respirei fundo sentindo aquele perfume habitual preenchendo minhas narinas, meus pulmões. Pelos deuses, como eu senti falta disso, desse abraço, desse cheiro.

O tempo que fiquei indo e vindo entre pensamentos e sobriedades, cochiladas e acordadas eu não me lembro, as drogas mexeram com meu raciocínio e a presença daquela mulher mexera ainda mais comigo, tanto que só podia lembrar que estava com ela, colada a ela, como se fossemos uma.

Me liberaram da observação preventiva para suicidas de 72h e Regina me levou para casa. Para a casa dela.

-Aqui não é a minha casa, Gina...

-Eu sei... É a minha e você ficará comigo até ficar bem. Eu não vou perde-la, Emma. Eu não vou correr o risco de novo. Não é nenhum castigo, é?

-Depende...

Coloquei as mãos nos bolsos de minha casa e Regina sentou-se na poltrona da sala, me olhando de uma forma que me fez corar.

-De?

-Ficar aqui... Com você... e... er... Sua namorada... Não acho que vá ser muito saudável... Eu acho que preciso ir embora...

-Qual o problema com a minha namorada?

-Eu não acho que vá suportar vê-la com outra.

-E quem disse que vai precisar?

-Estou confusa... Muito.

-Não se preocupe... Você não vai me ver com mais ninguém...

-Eu vou... Vou dormir... Boa noite, Regina.

Já estava saindo dali, já estava meio longe dali quase virando o corredor quando ela me chamou e andou até mim, segurando firme em meu braço e beijando meus lábios de forma demorada. Eu demorei para entender o que acontecia, mas aos poucos cedi aos braços dela ao redor de meu corpo.

Nosso “Segundo” primeiro beijo me deixou tão nervosa e acelerada quanto o primeiro. Meu coração parecia que não batia, apostava corrida dentro do meu peito. Minha cabeça pulsava de tantas coisas que passavam por ela. Eu sempre gostei de coisas inesperadas, mas aquilo era muito mais que inesperado.

Paramos o beijo por alguns segundos mas ficamos coladas, de olhos fechados, apenas respirando juntas, dividindo o mesmo ar.

-Estou definitivamente morta.

-Cala a boca.

-Isso só pode ser o paraíso...

-Por que você não cala a boca e me beija, Srta Swan?

-Por que isso...

Então os lábios avermelhados de Regina se colaram novamente aos meus, era perfeito e delicioso, mas nada, nunca, fora tão surreal quanto aqueles lábios nos meus.

Regina guiou nossos corpos até o sofá e me sentou ali, sentando-se de frente pra mim com as coxas ao redor do meu corpo. Meus olhos deviam estar arregalados e ela sorriu, voltando a me beijar enquanto descia as mãos até minhas coxas e me fez apertá-las enquanto ela começara a se movimentar sobre meu corpo.

A partir daquele momento, as 6 horas seguintes pareceram poucas para o quanto nos amamos naquele sofá, que parecia realmente pequeno.

Dormimos ali mesmo, Regina agarrada em mim, deitada no meu corpo era algo realmente mágico e eu não consegui dormir até estar realmente exausta. Eu precisava admirá-la em mim, tinha medo de acordar e estar sozinha, de tudo ter sido só um sonho.

Acordei, parecia ser tarde e eu pude sentir o cheiro característico do meu querido bacon e panquecas matinais, o que me fez sorrir ao perceber que não tinha sido só um sonho. Ela estava ali comigo.

Levantei da cama e fui até a cozinha, abraçando-a por trás e beijando sua nuca e ombros.

-Bom dia, amor.

-Bom dia... Gina... Eu... Preciso te perguntar...

-Não, não foi um sonho, Emma. Supere isso.

-Não é isso...

-O que é, então, querida?

-E sua namorada? Não vai achar ruim?

-Hmm. Não sei... O que você acha?

-Não sei... a namorada é sua.

-Sim... Mas já que ela é você, devia saber.