Hoje ela estava mais linda do que nunca, as lágrimas em seus olhos os faziam brilhar, os olhei pela ultima vez e dando as costas, fechei a porta e a tranquei. Ela nunca sairia daquele quarto, o mundo era cruel demais para ter uma beleza como a dela, somente uma pessoa pura, como eu, pode ter esse ser divino, e me foi concedido.

Luka, me lembro de quando a vi pela primeira vez.

Ela estava sozinha, sentada em um banco qualquer de uma praça, seu belo rosto estava com uma expressão triste, eu então não resisti e fui com respeito perguntar o que houve.

A melhor coisa que fiz em toda minha vida.

Não me arrependo nem um segundo do que fiz, nossos anos de amizade, isso tudo virando amor. Com o tempo descobri que a vida foi terrível com ela, então, a fiz parar de sofrer.

Acredito nisso quando não a escuto chorar por trás da parede.

Ahh, Luka... Só há um jeito de acabar com a sua dor, porem, você sabe que te amo e não vou conseguir viver sem você. Mas se você estiver livre para onde for, eu não vou junto, por que meu sonho de te fazer ser livre desse mundo vai ser realizado. Não vou ser mais útil a você, então não vou ter mais nada a fazer.

Se ela ao menos correspondesse o meu amor, seria completamente diferente. Ela não o entende... Devo provar? Já faço muito a salvando desse mundo. Mas se é assim que quer... vou faze-la sentir.

Vou fazer o fogo do meu amor penetrar fundo no seu coração. Só assim você vai estar livre, minha querida.

Estava decidido, peguei um canivete na gaveta de meu quarto e enquanto me dirigia a cozinha, passei em frente ao quarto de minha amada, ouvi seu choro abafado, então tive certeza do que estava disposto a fazer por ela. Na cozinha, coloquei álcool em um frasco de licor e guardei um isqueiro no bolso, voltando para o quarto de Luka, o abri com calma e fui para frente dela.

Tirei o pano que abafava seus choros, o deixando cair frouxo até seu pescoço, ela não disse nada, apenas olhava para o frasco em minhas mãos, soltei também a corrente que estava em seus pulsos e ela em seguida os massageou, tentando cessar a dor que havia no local.

- Beba - ordenei, entregando o frasco a ela, que ficou parada, então eu entendi que se negava a pegar - Ou eu terei que força-la, meu amor?

Ela então me encarou, eu pude ver seus olhos tristes e sem vida, ficou assim por um longo tempo e depois, em um ato rápido, cuspiu em mim. Apenas sorri, pensando se era assim que ela agradecia todos os anos de cuidado e amor.

- Vai ser do jeito mais difícil então... - dei um beijo suave em seus lábios antes de continuar, que ficaram parados como uma pedra - Não precisa me agradecer.

Segurei em seu rosto, fiz carinho em torno de seu queixo e então o agarrei forte, deixando sua boca em um vão aberto, despejei parte do álcool que estava na garrafa de licor ali, a obrigando a engolir, mesmo engasgando, ela engoliu e eu joguei o resto do álcool em seu corpo.

- Disponha, minha linda, eu apenas vou te fazer sentir... O calor do meu amor.

Ela chorava, mas não dizia nada, peguei o isqueiro em meu bolço e o ateei em seu corpo, ela queimava, cada pedaço do corpo estava entre as chamas, inclusive suas roupas e seu longo cabelo rosado. Fiquei observando e deixando queimar até só sobrar restos, de tempo em tempo ia jogando mais álcool e ateando fogo, ela que antes apenas chorava, com a dor das queimaduras também gritava. Então, quando ela não tinha mais voz, peguei o canivete que estava bem afiado e fiz um furo em seu peito, o sangue saiu e eu abri mais o corte até encontrar seu coração, não ligando para minhas roupas que ficavam encharcadas de sangue cada vez mais que eu aprofundava o corte. 

Já com seu coração em minhas mãos e minha amada sem vida, eu joguei a ultima dose de álcool e o queimei.

Não havia mais nada para fazer ali, ela já tinha sentido bastante o calor do meu amor, com a morte, ninguém podia fazer mal, ela estava salva.

Então, como a vida segue em frente, eu estava disposto para a próxima paixão...