A Aposta escrita por Carolina Bieber


Capítulo 3
A aposta é feita.




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Continuação da narração do Justin MacCan:

Depois de alguns minutos, finalmente o sinal toca. Hora do intervalo, glória a Deus, aleluia! Sai rapidamente da sala sem nem pensar duas vezes. Fui direto ao refeitório me encontrar com os garotos.

– E ai Justin! – disseram alguns garotos. Cumprimentei todos eles, mas ainda preciso gravar o nome de alguns. Sentei num lugar e logo um deles veio puxar assunto comigo.

– Então você que é o novo integrante do time de basquete?

– É sim, sou eu mesmo. – sorri.

– Ah, prazer, meu nome é Christian Beadles – apertei a mão dele.

– O meu é Justin MacCan.

– Hum... Então, vi você falando com a minha amiga na sala de aula hoje e notei um clima entre vocês... Ou estou enganado Sr. Bieber?

– Não cara, eu só tava batendo um papo com ela, nada demais. Até que ela é gente boa.

– Hum... Acho bom mesmo por que ela é só minha, entendeu? – falou num tom sério. Levantei as mãos como se estivesse me rendendo e ele riu da minha cara. – To brincando Justin, mas sim, ela é super gente boa mesmo.

– Ah que susto, por um segundo pensei que você ia querer me pegar na hora da saída. - ri.

– Ta maluco? Meu negócio é pegar mulher, não homem. Mas se você disse “pegar” no sentido de “bater” ai podia até ser, tenho malhado bastante ultimamente.

– Ah claro, levantamento de garfo né Christian? – um dos garotos falou e todos nós rimos, menos ele.

- Af Derek, isso é bullying sabia? – rimos de novo.

– Gente, tive uma idéia – disse o Max, mudando completamente o assunto e chamando atenção de todos nós que estávamos na mesa. – Na verdade, é mais um desafio. – todos ficaram curiosos. – E é para você, Justin. – todos olharam para mim. Confesso que fiquei meio sem graça.

– Pra mim? – perguntei surpreso.

– Sim, você mesmo. Bem, já é sua segunda semana de aula, mas é só o seu terceiro dia no time de basquete e nós ainda não fizemos nada com você. Se você não sabe, nós sempre lançamos uma aposta aos novatos do time, é meio que uma tradição.

– A última pessoa que decidiu não cumprir a nossa aposta foi tão zuada por nós que decidiu sair do time... E depois da escola. – alguém disse.

– Nossa – falei. – E qual seria essa aposta?

– Eu estava pensando em uma coisa diferente dessa vez... Que tal... – percebi que seus olhos percorreram todo o refeitório – A Gabriella Lopez – ele apontou para ela, que estava vestida com uma calça de moletom e uma blusa qualquer, seu cabelo longo e loiro, um pouco embaraçado, estava preso num rabo de cavalo no alto da cabeça, ela usava óculos de grau. Quando ele disse o nome dela, quase me engasguei com a minha própria saliva (eca).

– O que tem ela?

– Essa é a aposta! Você terá que namorar a garota por 3 meses... Se você conseguir né, por que cá entre nós, ela é bem feinha. – todos na mesa riram, menos eu e Christian. Como assim eu teria que... ? - Só o corpo que é bonito, o resto pode jogar fora.

– Não vou deixar vocês falarem assim dela – disse Christian. – Ela é minha melhor amiga! E você Justin, nem ouse fazer isso com ela.

– Continuando – disse Max ignorando o Christian -, você terá que namorar ela por 3 meses, mas com tudo que tem direito, beijos e abraços em público e até talvez levá-la pra cama, quem sabe. - deu uma risadinha sarcástica.

– Mas por que logo... ela?

– Por que ela é feia, chata, respondona. Você queria que eu mandasse você ficar com alguma garota bonita, tipo... sei la, a amiga dela, Sofia? Ai seria fácil demais parceiro. Mas a Gabriella não pode saber de jeito nenhum que isso é uma aposta.

– Ok para mim já basta, quando vocês terminarem esse assunto idiota eu volto para a mesa – disse o Christian com raiva. – E se você aceitar essa aposta ridícula Justin, eu te mato! Entendeu né? – ele se retirou.

– E ai, vai aceitar ou não? – fiquei um tempo em silêncio. Eu não queria fazer isso com ela, eu me sentiria sujo. Estaria meio que “usando” a Gabriella, e ela é uma garota muito legal pelo pouco tempo que a conheço, apesar de eu não sentir nada por ela, não merece ser usada. Ela merece encontrar alguém que a ame de verdade, e não eu. Mas ficar nesse time de basquete é a coisa mais importante para mim, é tudo que eu quero, e vou desistir assim? E agora? Me ferrei.

– Cara eu não posso fazer isso com ela...

– Iiih, vai amarelar, é isso mesmo? – todos os meninos começaram a me zuar, falando coisas que me tiraram do sério.

– Ta bom, ta bom, eu aceito essa merda de aposta – eles comemoraram. Fiquei com nojo de mim mesmo, não acredito que eu aceitei isso. – E o que eu ganho com isso?

– Hum... 100 dólares e a chance de ser capitão do time por um mês inteiro.

– Ta, eu aceito.

– Aee! Agora sim você está falando a minha língua – disse Max com um sorriso enorme no rosto. – Vai lá falar com a garota – apontou para ela, que estava sozinha procurando alguma coisa para comer no meio das comidas da mesa do refeitório.

Me levantei da mesa e fuzilei o Max com os olhos, depois andei até a Gabriella.

– E ai Gabi. – falei tentando sorrir. Ela olhou para mim por um instante e sorriu, depois voltou a olhar as opções de comidas que tinham na mesa.

– Ora, ora se não é o Sr. Abusado – rimos. Ela se afastou um pouco de mim distraída, ainda procurando algo para comer, fui atrás dela. – O que você quer?

– Ih, venho falar com você e já me recebe com quatro pedras na mão? – brinquei. Ela riu baixinho.

- É que não é todo dia que um garoto do time de basquete vem falar comigo, sabe. Tirando o Chris, é claro.

– Ah sim, o Chris... aquele garoto meio baixinho.

– Esse mesmo, meu pequeno. Ele odeia quando o chamo de “pequeno”, por isso mesmo que o chamo assim. – ri. – Ai, acho que hoje não tem nada que eu goste de comer aqui... Mas e ai, o que você veio falar comigo mesmo? – olhou para mim. Fiquei uns segundos sem ter o que dizer.

– É... eu queria saber se... – eu tinha que inventar alguma coisa, e bem rápido. – se você não queria... sei la, ir no cinema hoje a tarde. – ela fez uma cara de surpresa. – O que foi? – perguntei e sorri.

– Nada, é que... Nenhum garoto nunca me chamou para sair – ela disse meio nervosa e envergonhada, se apoiou em umas bandejas, dessas que tem nos refeitórios das escolas, e elas foram com tudo pro chão. Se abaixou para pegá-las e eu a ajudei, até que seguramos a mesma bandeja e levantamos juntos. Nossos olhares se encontraram.

– É melhor você voltar pros seus amigos – ela disse desviando o olhar.

– Não antes de eu receber a resposta da minha pergunta. – sorri. – Ah, e só pra constar, a resposta tem que ser sim ok? – ela riu rapidamente.

– Bem eu adoraria ir, mas não posso.

– Por que não? – perguntei triste. Ela soltou a bandeja e eu a coloquei na pilha junto com as outras.

– Tenho aula de canto.

– Nossa que demais, eu canto também sabia?

– Então eu vou, mas com uma condição: você vai ter que cantar para mim – rimos – To brincando, eu realmente não posso ir. Também tenho muito dever de casa.

– Ih, já vi que vou ter que ir até a sua casa te buscar – ela riu. – Eu to falando sério!

– Impossível, você nem sabe aonde eu moro garoto.

– Tenho minhas fontes.

– Uhum, fontes, sei... Mas enfim, não dá mesmo, agora tchau vou voltar para a mesa por que minha amiga Sofia ta me esperando. – ela saiu antes mesmo que eu pudesse me despedir.

Fiquei observando-a até ela se sentar com a amiga, nossos olhares se encontraram, mas ela logo desviou o olhar e começou a conversar com a Sofia. O sinal tocou e, sem falar com os garotos do time, fui para a sala de aula.


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