A Casa De Hades escrita por Renato


Capítulo 20
Capítulo 21 - Leo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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                                       Leo

Leo estava destruído. Cada músculo do seu corpo estava dolorido, dezenas de cortes cobriam sua pele, sua cabeça latejava. E pra piorar, ele não conseguia se levantar. Leo tentava freneticamente ficar de pé, mas só conseguia mover a cabeça, os dedos e com dificuldade, os braços. Suas pernas estavam presas debaixo de uma rocha enorme. Após longas e exaustivas tentativas, ele desmaiou.

Quando ele voltou a acordar, o céu tinha assumido um tom azul escuro fraco, com os primeiros raios de luz da alvorada surgindo do horizonte. As pernas de Leo tinham se libertado, mas ele só conseguiu sentar. Avaliou o chão e quase desmaiou novamente. A cratera estava mais funda, o templo ruiu e afundava na terra. Sangue e pedras estavam aqui e ali. Leo não achou nenhum sinal dos amigos, exceto... Piper! Ela estava deitada no chão de barriga pra baixo.

- Piper, Piper acorde! – ele chamou.

Ela gemeu, mas não levantou. Leo se aproximou, meio se arrastando, meio engatinhando. A poucos centímetros dela, um borrão castanho a pegou e voou com ela, parando a vinte metros de distancia. Um pégaso caramelo estava ao lado dela em posição defensiva.

- Preciso de ajuda, por favor. – implorou Leo.

O pégaso pegou Piper, a colocou no dorso e voou pra longe. “Traidor” pensou Leo.

Depois de alguns minutos, o pégaso voltou, pegou Leo e o levou para algum lugar. Ele conseguiu ver a cidade de Korçe lá embaixo. Os dois voaram por um tempo, até que o pégaso desceu em direção a uma casa simples, no lado norte da cidade. Eles pousaram no quintal da casa. O Treinador Hedge saiu de lá, pegou Leo e o carregou pra dentro. Na sala, Percy, Annabeth e Piper estavam deitados em camas. Nico estava sentado, bebericando um copo de néctar. O sátiro deixou Leo em uma cama ao lado de Piper, que estava um pouco melhor. Assim que deitou, seus olhos pesaram e ele dormiu.

Quando acordou novamente, Nico estava caminhando com uma muleta.

- Há quanto tempo estão aqui? – Leo questionou.

- Bom, eu cheguei de madrugada, lá pelas quatro horas. O Percy e a Annabeth já estavam aqui quando cheguei. O Treinador não estava tão ruim quanto nós, a queda dele foi sobre o pégaso e não sobre o chão. – respondeu Nico.

- Estamos no dia 16 de julho não é?

- Sim.

- O tempo ainda corre contra nós.

- Como assim?

- O Acampamento Meio Sangue e o Acampamento Júpiter vão começar uma guerra a qualquer momento.

Nico ficou mais pálido.

- Como você sabe?

- A adaga de Piper nos mantém informados.

Leo pegou Katoptris da bainha e chamou Nico. O garoto se aproximou, sentou na cama e fitou a faca.

- Nos mostre o Acampamento Meio-Sangue.

A lâmina brilhou, mas outra coisa apareceu. Dois aviões vinham pelo céu, atravessando os Montes Apalaches. Dentro de um deles, vários romanos estavam preparando as armas e se alimentando. A imagem mudou, revelando vários caminhões atravessando o Kansas, com três romanos na cabine do motorista. Eles se dirigiam para o nordeste do estado.

- Eles estão indo pra Nova York. – disse Nico.

A imagem tremulou novamente e o estreito de Long Island surgiu. Os romanos estavam a um quilômetro de distancia do Acampamento. A maioria estava sentada preparando o café da manhã, arrumando as armas e a base. As águias estavam voando pelo céu, algumas com os romanos e outras passando pelo Acampamento Meio Sangue. Octavian estava com Reyna e alguns oficiais romanos na cobertura de um prédio, decidindo posições e organização do exército.

- Devemos atacar agora! – berrou Octavian.

- Devemos esperar as nossas tropas. Nosso exército não é grande o suficiente pra atacar agora. Eles vão nos abater facilmente e a nossos aliados que vierem mais tarde. – rebateu Reyna.

A maioria dos líderes assentiu com a ideia da pretora.

- Tudo bem. Amanhã ao meio-dia invadiremos o Acampamento Meio-Sangue e vamos massacrar esses gregos. – decidiu o augúrio.

Os centuriões gritaram em aprovação. A lâmina ficou escura. Leo colocou Katoptris na bainha e a depositou na mesa de centro. Ele se sentou na cama de Piper e passou os dedos pelos cabelos castanhos dela. A garota acordou e sorriu fracamente.

- Onde estamos? – ela perguntou.

- Em uma casa. Estamos bem e a salvo.

Piper se sentou e o Treinador Hedge trouxe um copo de néctar pra ela. Em poucos segundos, restava apenas as pedras de gelo. Leo também bebeu o dele, sentindo o corpo melhorar, os arranhões se curarem.

- Precisamos voltar para o navio. – disse o sátiro.

Leo tinha quase se esquecido do Argo II. Quando eles pararam para esperar o lado do Tártaro se aproximar, Leo acionou o sistema de proteção do navio e o fez subir para evitar danos.

- Como vamos fazer isso? – Piper perguntou.

- O pégaso pode nos levar um de cada vez, ou eu posso chamar o navio pra cá. – Leo respondeu.

- Melhor trazer o navio. Seria muito arriscado colocar o Percy e a Annabeth num pégaso. – aconselhou Nico.

Leo pegou o controle e apertou dois botões. O Treinador carregou Percy, enquanto Nico e Leo levaram Annabeth. Piper foi com o pégaso.

O Argo II parecia intacto e em perfeito estado. Leo desativou o campo de força, desceu a prancha e ajudou os outros a entrar. Nico e Hedge desceram com o Percy e a Annabeth. O pégaso entrou depois pela porta de serviço.

- Vamos partir agora! – avisou o sátiro quando voltou.

Leo levantou voo. O navio fez a curva e se dirigiu para o Ocidente. Os heróis se reuniram nos controles, onde Hedge tomou o lugar dele. Piper se aninhou nos braços de Leo enquanto eles voltavam para a América. O garoto não percebeu como o tempo tinha passado rápido. O sol já estava se pondo.

- Precisamos comer alguma coisa. – aconselhou Nico.

Ele acordou Piper e os três desceram para o refeitório. Annabeth e Percy estavam colocando comida um na boca do outro. Leo não conseguiu segurar e soltou uma gargalhada. O casal pulou de susto.

- Se fosse o Treinador que encontrasse vocês, agora os dois usariam sinos. – disse Piper, sorrindo.

Os dois estavam vermelhos como tomate. Nico, Leo e Piper se sentaram à mesa.

- Amanhã vou levar a gente pra América. – afirmou Leo.

- Como você vai fazer isso? – perguntou Percy.

- Um projeto que fiz com Céos antes deles... – a voz dele quebrou.

Nico entrou no lugar dele e contou tudo, desde a saída de Roma até a morte de Jason. Piper se mexeu desconfortavelmente na cadeira e segurou a mão de Leo.

- Ele mereceu tudo isso. Vai pagar pelo que fez. Não merece piedade. – disse ela amargamente.

- Queria saber se os outros estão bem. Se eles conseguiram sobreviver. – falou Annabeth.
- Bom, não tenho certeza. Não senti a morte nem da Hazel nem do Frank e nem do Perseu. O Céos é imortal, o corpo pode ser destruído, mas ele ainda vive. Arion a mesma coisa, é um cavalo imortal. Monstros eu não sei. – relatou Nico.

Depois do jantar, os outros foram para as cabines dormir. Piper foi para o convés principal e Leo foi com ela. O céu estava negro, mas a lua e as estrelas iluminavam a noite. Eles se sentaram perto da proa.

- Nosso primeiro beijo, bem aqui. – disse ela.

- Mas não foi o último, eu espero. – respondeu ele.

Piper riu e bateu nele com o cotovelo.

- Seu bobo.

Leo colou o rosto com o dela e a beijou. Ficaram juntos durante um bom tempo. Ela se soltou dele.

- Eu aceito. – disse Piper.

- Aceita o que? – ele perguntou.

- Namorar com você.

Os dois se beijaram novamente. Um beijo muito melhor do que os dois primeiros, um beijo de um casal verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

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