A Casa De Hades escrita por Renato


Capítulo 13
Capítulo 14 - Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
Deixem reviews



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322624/chapter/13

                                     Annabeth

Annabeth estava totalmente exausta. Nada como estar à beira da morte para todo o seu corpo resolver cooperar, até mesmo o tornozelo quebrado.

- Passe isto, vai melhorar. – Bill disse, entregando um pote.

Annabeth pegou o pote e examinou o gel que estava dentro. Era incolor, com um leve tom esverdeado, sem cheiro nenhum. Ela passou o unguento pelo tornozelo e aguardou por alguns instantes, suspirando de alívio quando sentiu o pé se curar.

- Melhor agora? – perguntou o centauro.

- Sim, obrigado Bill.

Annabeth se levantou e andou pela Vila, procurando por Percy. Ela o encontrou nos estábulos, passando a mão nas crinas dos pégasos.

- Fazendo o que, Cabeça de Alga? – ela questionou.

- Conversando com os pégasos. Daqui a algumas horas, partiremos para... – a voz dele quebrou.

Ela sabia do que ele falava. Pelas informações que ela tinha no laptop de Dédalo, eles estavam no dia 13 de julho. Giges tinha falado para ela que as Portas da Morte só poderiam ser fechadas no dia que foram abertas, dia 15. Mas para chegar até lá, tinham que cruzar o Tártaro e enfrentar as forças de Gaia, demorando um dia no trajeto.

- Seria bom se você comesse e dormisse um pouco Percy. Não quero você fraco e cansado durante a batalha.

Ele se atreveu a rir.

- Você também Sabidinha. Não tem dormido muito desde que começou a bolar e ler mapas e estratégias.

Annabeth estava mesmo exausta. Ela criou um plano de ataque com os líderes da Vila e planejou o trajeto, esconderijos, organização, tudo que eles precisariam para chegar até as Portas. Passou as últimas 24 horas estudando os mapas do Tártaro e bolando estratégias, como uma verdadeira filha de Atena.

- Está bem, vou deitar um pouco. E você devia comer um pouco Percy.

Ela foi até a casa que deixaram para ela e Percy. O lugar era feito de pedra, desde as paredes até o teto. As “camas” eram um pequeno espaço de terra fofa e macia, sem muito conforto. Annabeth deitou, fechou os olhos e apagou.

Em seus sonhos, ela estava no Monte Olimpo, dentro do templo de Atena. A deusa estava sentada em uma cadeira de ouro e prata, encarando a filha. Atena estava usando um vestido cinza, com uma coruja no ombro, os cabelos loiros caindo em cascata nas costas e os olhos cinzentos sem expressão.

- Bem vinda, minha filha.

Annabeth percebeu que a deusa estava em sua forma grega, não na romana.

- Oi, mãe.

Atena se levantou e se aproximou da filha.

- Gostaria de te informar sobre a sua grande missão...

- Obrigado, já tenho tudo pronto. – ela interrompeu.

Annabeth carregava um pouco de rancor desde o encontro com a mãe em Nova York.

Atena torceu a boca, mas seus olhos mostravam satisfação.

- Você mostrou que é realmente minha filha. Ideia genial enganar Aracne com o plano das algemas chinesas.

Annabeth arquejou, tanto de susto quanto de felicidade.

- Você viu!?

A deusa concordou.

- Eu te perdoo por dizer que Aracne era melhor do que eu. Mas não pense assim. Temos nossos motivos para sermos arrogantes às vezes. Ser uma deusa importante é complicado. Queremos que os mortais nos venerem não que nos desafiem.

- Eu sei, por isso peço perdão.

- Mas temos assuntos pra tratar. Sobre a minha estátua, a Athena Parthenos.

Annabeth estremeceu. Aquela estátua tinha muito poder, o que dava ideias malucas na mente dela. Várias possibilidades de usá-la iam e vinham pela cabeça de Annabeth, mas somente uma parecia possível.

- Sim, é isso mesmo. – disse a deusa, como se lesse os pensamentos dela. – Você já sabe como usar, agora só precisa chegar até ela e fazer o que tem que fazer.

Annabeth refletiu sobre isso. O plano já tinha funcionado antes, mas não nessas circunstancias.

- É isso mesmo? Mas eu achei que...

Atena ergueu a mão, pedindo silencio.

- É isso mesmo! Você sabe e já fez isso antes, porque não pode fazer novamente!?

- Tem certeza? E se não der certo?

- Dará certo, você terá o meu apoio. – respondeu Atena. – Agora vá, você tem que partir agora.

O sonho virou uma névoa espessa e Annabeth acordou.

Percy estava ajoelhado ao lado dela, arrumando a mochila.

- Já ia te acordar. Os outros já estão quase prontos.

- Onde estão? – ela perguntou.

- Dividindo as armas e as montarias. Já separei os nossos pégasos.

Ela se levantou, deu um beijo na bochecha dele e pegou seus últimos pertences. Sua faca, o laptop de Dédalo, uma garrafa de água cheia (Percy puxou água das profundezas do Tártaro. Só os deuses sabem como), alguns pequenos pedaços de ambrosia, um pouco de biscoitos de terra (receita dos centauros), um escudo de pedra e alguns mapas de áreas diferentes do Tártaro.

- Vamos sair daqui Sabidinha. Vamos vencer os Gigantes. – Percy disse.

Annabeth se sentia grata por estar ali com Percy. Sem ele, já estaria morta, provavelmente. Desde que caíram ali, ele tinha se mostrado um ótimo namorado, sempre protegendo e cuidando dela.

- Vamos sair juntos, Cabeça de Alga. – ela devolveu.

Ele se aproximou e a beijou. Era como um último beijo, tão bom quanto o primeiro. Ela se lembrou do primeiro beijo com ele no Monte Santa Helena, onde ela achou que ele tinha morrido. Annabeth quase se matou de tristeza, mas depois de algumas semanas, ele voltou de Ogígia, fingindo que ela não sabia onde ele realmente estava.

Jon entrou na casa e pigarreou, separando eles.

- Mestre Giges os chama. Estamos prontos para partir. – avisou o centauro.

Os três se dirigiram para a entrada da Vila dos Arrependidos. A equipe estava esperando na entrada, conversando. Eles eram uma equipe composta por 1 centimano, 17 ciclopes, 25 centauros, 10 telquines, 15 pégasos e 2 semideuses. Todos usavam elmos e tinham marcas nos braços, diferenciando-os dos monstros comuns. Annabeth se lembrou da Guerra dos Titãs, onde eles defenderam o Olimpo com um exército quase do mesmo tamanho deste.

- Estamos todos aqui. – anunciou Jon.

Os ciclopes guerreiros montaram nos pégasos, os lideres ciclopes montaram nos centauros maiores, os telquines nos outros centauros, dois pégasos pegaram Percy e Annabeth. Eles se posicionaram.

- Pelo Olimpo! – gritou Giges.

O exército da Vila dos Arrependidos avançou pelo Tártaro. Os centauros iam à frente, disparando flechas contra os monstros e as línguas-garras. Percy sacou Contracorrente e devastou um grupo de karpoi, enquanto os ciclopes destroçavam lestrigões.

Só que o mais impressionante era Giges. O centimano abria caminho contra uma legião de inimigos, usando apenas cinquenta braços. Os outros seguravam mantimentos que ele defendia.

- Temos que ir por aqui. – gritou Annabeth, apontando para direita.

A maioria ouviu e reuniu os outros que estavam lutando, avançando com velocidade atrás de Giges. Percy e Bill estavam do lado do centimano, cobrindo sua retaguarda. A batalha estava a favor deles, os monstros eram lançados como se fossem frisbees no centro do Tártaro, capturados pelas mãos-garras. Os centauros e pégasos dispararam numa velocidade alarmante, percorrendo vários locais em instantes

- Estamos na posição Sul-36 mestre. – avisou um centauro com um mapa.

- Ótimo, conseguimos uma boa vantagem.

Annabeth resolveu pegar o laptop. Quando abriu, se alarmou com o tempo que passou. Pelo horário do mundo mortal, eram 4 horas da manhã do dia 14 de julho. Ela guardou o laptop e observou o lugar. Não era parecido com as redondezas da Vila, nem com qualquer outro lugar, mas lembrava disso em um mapa. Pegou um deles e descobriu que estavam a quase um dia de viagem das Portas.

- Quando vamos parar para um descanso? – perguntou um ciclope.

- Vamos parar daqui a alguns minutos, precisamos nos distanciar mais do lado oeste do Tártaro.

A equipe andou por quase uma hora, atravessando um longo trajeto, até pararem no primeiro esconderijo. O lugar era um grande buraco aberto na parede, que abrigava todos eles se ficassem juntos. Annabeth olhou o mapa e confirmou para o exército de que era aquele o lugar. Alguns ciclopes ficaram do lado de fora montando guarda, enquanto os centauros arrumavam o lugar, organizando os guerreiros.

- Estão todos bem? Giges perguntou.

Todos assentiram.

- Passaremos algumas horas aqui. Precisamos descansar e imagino que os pégasos e os centauros têm cascos doloridos agora. – disse o Centimano.

Annabeth andou por todo lado e encontrou Percy com os pégasos. Ela se sentou com eles.

- Estamos chegando Sabidinha. – disse ele.

- Sim Cabeça de Alga. Estamos chegando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
O próximo é sobre o ponto de vista da Piper (e seus chifres)
kkkkk