Unbroken escrita por Annabeth Chase


Capítulo 32
Anne.


Notas iniciais do capítulo

POST DUPLOOOOOOOOOOOOOOOOOO.Gente, eu passei cem anos sem postar, aí vim recompensar vocês. Mas sabe, se cêis quiserem comentar pode tá? (risos) parei. Amo vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322594/chapter/32

P.O.V Edward

Sophie voltou 10 vezes mais bonita. Não faço ideia de como era possível. Mas ela estava lá. Com sua franja colando na testa por conta do suor, a capa esvoaçante, e os olhos queimando em bravura e força. Em uma das mãos ela segurava sua faca, e com a outra guiava Howard. O cavalo negro estava tão glorioso quanto ela. De alguma forma ela conseguiu fazer com que ele realmente cavalgasse e não apenas trotasse.

–Algo errado?-Perguntei. Ela desceu do cavalo num pulo, e só aí percebi que tínhamos uma convidada. Suas mãos estavam presas por uma corrente, sua testa sangrava. Sophie ajudou a garota a descer e elas foram até o rio, a garota estava cambaleante, mas a loira a segurava firmemente.

–Acho que ainda podemos salva-la se soubermos cuidar do ferimento.

–Quem é?

–Posso explicar depois. Me ajude aqui.-Ela pegou uma tira de tecido do forro de seu vestido e molhou no rio. Lavamos o ferimento com todo o cuidado. O corte foi grave, mas não acho que ela poderia morrer.

–Ela me defendeu de um cara maluco que estava vagando por aí. Ele a machucou com uma pedra.

–Uma pedra?-Perguntei. Sophie assentiu. Enfaixamos o ferimento com cuidado, e a deixamos deitada com a cabeça apoiada na trouxa.

Estranhei o modo como ela estava séria. Tão diferente de quando foi.

–Sophie, tudo bem?

–Tá. Tá, Ed. Desculpa. Mesmo. Me desculpa.-Ela passou água no rosto e suspirou.

–Não tá. O que houve?

–Não houve nada. Aquele maluco me assustou. Só isso.

–Sophie. Fique calma. Olha, se te serve de consolo, quem te sequestou fui eu. Há uma certa disputa entre mim e os sequestradores porque você é minha refém. Posso ser aquele ladrão de quinta que você diz, mas acredite, eu não deixo te roubarem de mim. Entendeu?

–Não. Mas obrigada, isso me fez sentir segura.-Ela sorriu.

–Que bom, princesa Sophie.-Baguncei seu cabelo. Sua risada era um som tão bonito.

Foi uma longa e monótona noite até que a garota acordasse. Eu e Sophie revezávamos em relação á vigilância, mas no final acabamos dormindo os dois. Tudo estava tão quieto, que era quase impossível que tentassem nos matar durante o sono.

Quando acordei, as duas conversavam baixo. Praticamente me arrastei até o riacho e lavei o rosto. Só então dei uma boa olhada na garota, do canto do olho. Ela tinha olhos negros, e cabelo castanho repicado. Não usava um vestido como Sophie. Era mais uma roupa de guerra. Me perguntei como ela não se sentia com calor naquilo.

–Senhoritas.-Murmurei, me aproximando.

–Edward, essa é Anna. Anna, Edward. Temos um tipo de trato antitraição e também vamos proteger uma a outra. Sendo assim, ela pode se juntar a nós?

Passei a mão pelo cabelo. Eu iria dizer que era complicado ter três integrantes, e que éramos fugitivos então a chance de um de nós ser pego aumentava. Mas senti os olhos da garota sobre mim, acusadores. E assenti.

–Tudo bem.

–Não errou em sua escolha.-Disse Anna, sériamente.-Fui treinada para guerras. Meus resquícios de piedade se esgotaram á anos. Sei matar alguém. Mas também sei fazer aliados, como vocês. Se prometerem não me trair em momento algum, nada vai acontecer.

–Você nunca sorri?-Perguntei. Ela abriu um sorriso, mas não parecia nem um pouco real. Metálico, forçado, sem nenhuma felicidade.-Oh, esqueça isso.

–Sophia, pode me garantir que não vai mudar de acampamento enquanto eu estiver fora?

–Claro. Mas você volta logo, não volta? Quer dizer, já estamos arriscando o suficiente de...

–Tudo bem. Eu só vou até lá pegar algumas coisas que vamos precisar e volto logo. Antes do anoitecer, eu prometo.

–Boa sorte, Anna.

Numa fração de segundo, Anna estava escalando árvores e pulando por entre elas como um pássaro voando livremente.

–Ela é bem habilidosa.-Comentei.-Mas te chama de Sophia. Porque?

P.O.V Sophie

–Não sei. Ela nunca me chama de Sophie, não importa quantas vezes eu diga. Acho que não é daqui. Ela é tão...estranha. E séria. Ah, eu não sei. Estou morrendo de fome. O que nós temos?

–Todo tipo de coisa –Ele exagerou –Que esteja na categoria pobre.

–Oh, claro.-Ri. Abri a trouxinha e encontrei uma sacola cheia de pãozinhos recheados com queijo e geleia de maçã. Aquilo me lembrou Sr. Will e suas flores. Mas balancei a cabeça tentando esquecê-lo. Agora que sabia quem ele era, as coisas ficavam complicadas

–Será que a guerra está chegando ao seu fim?-Murmurou Edward arrancando grama.

–Talvez já tenha acabado e nós só estamos perdidos.

–Não é pecado sonhar, não é?-Ele riu. A coisa já estava infinitamente sem graça, e foi piorando enquanto o tempo passava. Mais ou menos as 5h da tarde eu estava fazendo tiaras de flores. Edward decidiu cochilar uma hora depois e Anna ainda não voltara. Estava começando a ficar realmente preocupada. Mas já que sair para procura-la só pioraria as coisas, fui matar a fome. Tomei um pouco da sopa guardada cuidadosamente em uma vasilhinha e a guardei de volta. Ainda sentia fome, mas sabia que iríamos precisar de suprimento.

Então apenas deitei e olhei o céu iluminado. Não estava com sono de forma alguma, mas em um certo momento, fiquei um pouco inconsciente. Perdida entre minha vida de princesa, e de minha vida criminosa. Fiquei assim até ouvir um cavalo trotar por perto, então me sentei, em alerta.

Anne se aproximava em um cavalo branco. Seu cabelo repicado parecia mais longo e seus olhos escuros mais furiosos. Quando ela chegou, amarrou o cavalo branco á um dos pinheiros, e sentou ao meu lado.

–Ei, Sophia. Perdoe o atraso. Achei algumas coisas interessantes.

–Como o que?

–Armas.-Anne sorriu, e abriu uma maleta revelando facas, revólveres, canivetes e duas granadas.-Imagine o que nós podemos fazer com isso.

–Acabar com eles.

Ela sorriu. Pela primeira vez um sorriso de verdade. Poderia até dizer que era sincero.

–Você não sorri muito, né?-Perguntei. Ela balançou a cabeça negativamente e nós fomos até o rio para que ela lavasse o rosto. Olhei o céu e sorri.

–Estrelado. –Comentei. Ela olhou e sorriu fraco.

–É. Tinham bem mais estrelas onde eu morava. Eu quase nunca saia pra ver, mas...quando eu via era um espetáculo. Já cheguei a ver umas sete estrelas cadentes. São incríveis.

–Onde você morava?-Perguntei. Mas me arrependi ao ver o sorriso sumir de seu rosto.

–Não era muito bonito. Era só...um galpão com...é, não é nada. Eu...eu acho..-Ela começou a gaguejar, e escorregou pra trás. Segurei suas mãos, a puxando de volta.-Perdão.

–Está tudo bem. Ora, você não fez nada. Não fez mesmo. Não precisa pedir perdão. Que tal se acalmar um pouco? Nós podemos acender a fogueira, fazer um chá com folhas de menta, e a água das garrafas. Está tudo bem, vê?

Ela assentiu. Suas mãos geladas tremiam muito. E seus lábios também.

–Anne, você quer um abraço?-Perguntei.-Você precisa de um amigo, não é? Se sente solitária?

–Não. Eu...não preciso de ajuda. Tudo bem.

–Você tá tremendo. Seus olhos tão vermelhos. Não precisa ficar...se escondendo o tempo inteiro, Anne. Podemos ser amigas. Você pode confiar em mim.

Ela parecia confusa. Mas tão vulnerável quanto qualquer garota. Anne tinha passado por alguma coisa realmente difícil. E eu só precisava descobrir o que era. Se ela não fosse tão fechada...

–Tudo bem –Ela repetiu e ficou de pé. A acompanhei, mas quando senti que ela estava bem próxima de escapar de mim de novo, a puxei pela mão e a abracei.

–Não é errado ter sentimentos –Disse a ela, baixo.-Você não precisa ser de ferro, ok? Pelo menos não comigo.

–Vai contar á alguém? –Ela fungou.

–Posso garantir a você que não.

–Tá – Nem enxerguei seu rosto, mas qualquer um poderia dizer que ela estava sorrindo.- Perdão.

–Ei. Não peça desculpas. Nós somos amigas agora, tudo bem? Significa que você pode me contar qualquer coisa. E eu não vou te julgar.

–Tá.

Fomos dormir depois de um tempo. Eu me sentia sortuda. Eu realmente precisava de uma amiga. E ela também. Ela também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unbroken" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.