Naraku Apaixonado? escrita por Amanda Catarina


Capítulo 9
Suspeita




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Capítulo 9

Sesshoumaru despertou num sobressalto, ao perceber-se deitado. E não tinha simplesmente caído para o lado, estava devidamente acomodado. Aguçou os sentidos e percebeu o cheiro de Yeda, só podia ter sido ela mesmo. Ligeiramente irritado com a ousadia da youkai, ele se ergueu.

Tudo estava quieto e calmo. Não sabia por quanto tempo tinha dormido, mas admitiu que há muito não se sentia tão revigorado. Voltou o olhar para Rin, ela aparentava estar bem melhor, apesar da palidez, mas aquilo certamente era devido ao frio. Ficou de pé e olhou para Jaken, reparou que o cobertor sobre ele também não estava lá antes. Deu um passo adiante, mas a madeira rangeu sob seus pés e isso acabou acordando a menina.

– Hã? - balbuciou ela esfregando um dos olhos e ergueu o corpo. – Senhor Sesshoumaru?!

A voz não tinha mais o tom de fraqueza dos outros dois dias, e isso o deixou bastante aliviado.

– Onde está indo?

Sesshoumaru não respondeu e em seguida Jaken acordou.

– O que? O que é isso? - estranhou a coberta sobre si e ao ver Rin sentada, se levantou rápido. – Rin, você já melhorou?

– Aquela youkai lhe dará algo para comer... - Sesshoumaru falou enfim e se dirigia à porta.

– Não quero! - exclamou Rin num tom choroso, surpreendendo-o, fazendo-o inclusive voltar o corpo em sua direção. – O senhor está querendo me deixar aqui, não é?

Ele ficou espantado com a suposição.

– Eu sei. Eu só causo problemas para o senhor Sesshoumaru... mas eu... não vou mais ficar doente. Eu juro, senhor Sesshoumaru!

– Ora, Rin, de onde você tirou esse absurdo?! O senhor Sesshoumaru nunca deixaria você, sua boba.

A pequena o encarou em aflição, rogando consigo que ele confirmasse aquelas palavras. E Sesshoumaru não hesitou, mesmo que sua razão o repreendesse.

– Nunca irei abandoná-la - declarou num fôlego.

Os olhos de Rin se encheram de lágrimas, mal podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. A emoção foi tanta que ela até sentiu tontura, mesmo porque não se alimentava direito há dias.

Sesshoumaru estreitou os olhos nela, percebendo sua fraqueza, então se aproximou e tocou em seu rostinho, deixando-a muito espantada com isso.

– Jaken tente arranjar algo pra ela comer - ordenou.

– Sim senhor! - respondeu prontamente e saiu correndo, mas antes que passasse a porta trombou nas pernas de alguém.

– Já estão acordados? - ouviram a voz da youkai lobo, que trazia uma cesta no braço.

Jaken rapidamente se recompôs e num gesto de respeito se curvou ao lado da youkai.

– Perdoe-me, senhorita Yeda.

A youkai sorriu a ele, fazendo-o corar encantado, e veio até Sesshoumaru.

– Trouxe pra vocês... - disse e se inclinou deixando a cesta no chão. – Sesshoumaru, depois que se alimentar, peço por favor um minuto de sua atenção, gostaria de fazer-lhe uma proposta.

Apesar de duvidar que fosse qualquer coisa que lhe interessasse, o youkai branco fez um gesto em consentimento. Instantes depois, Yeda se retirou.

Jaken correu até a cesta, e logo ele e Rin se deliciavam com o pequeno banquete. Sesshoumaru se limitou a observá-los, sem querer pensar em nada.

ooo ooo ooo ooo

No improvisado acampamento, não muito longe dali, enquanto Miroku e Sango preparavam o café da manhã, Inuyasha e Kagome conversavam.

– O que foi, Inuyasha? - perguntou Kagome estranhando a quietude do meio-youkai.

– Nada...

– Até parece... vamos, por que não se abre comigo?

– É que... - ele demorou a continuar – ...é essa situação... o Sesshoumaru tão próximo da gente.

– E é tão ruim assim?

– Não é isso. Eu sempre achei que ele fosse mais intolerável... só que... ah, Kagome, eu não sei...

– Talvez a senhorita Yeda esteja certa, vocês ainda vão acabar amigos.

Inuyasha não retrucou de imediato.

– Não... Não tem jeito. Não consigo me imaginar amigo dele... mas é complicado porque a Yeda se preocupa com ele, com a baixinha e até com o Jaken. Ela me falou ontem que estava querendo arrumar dinheiro para comprar uma roupa pra pirralha.

– Do jeito que está falando até parece que está com ciúme por ela estar se preocupando com eles.

– Ah, não é isso... e só que fica essa coisa esquisita... ela é bondosa com a gente e com ele também...

– Esquisita por quê? Francamente não estou te entendendo, Inuyasha... sabe ainda bem que ela tem idade pra ser sua avó, senão quem ia estar com ciúmes ia ser eu - falou brincalhona.

– Que bobagem... - ele riu levemente.

ooo ooo ooo ooo

Na cabana de Kaede, Sesshoumaru e Yeda conversavam, de frente um pro outro, ajoelhados no chão.

– O que me diz? - perguntou Yeda.

O youkai branco ponderou por alguns instantes.

– Posso me virar sozinho. Não vejo porquê me aliar a você e a esse bando.

– Eu sei muito bem que pode. Mas diga-me, o que tem a perder? Além do que acumularemos riquezas mais rápido assim. Rin e Jaken podem viver bem numa mansão... no entanto, podem viver muito melhor e mais protegidos numa fortaleza. E não precisaremos nos esforçar muito pra conseguir uma se trabalharmos em equipe.

– Não use os dois para me persuadir.

– Um youkai da sua estirpe não é persuadido por ninguém.

– Não vou cair na sua bajulação também.

– Ah, como você é difícil Sesshoumaru... ao menos pense a respeito. Eu vou até o vilarejo vizinho buscar Kaede, quando eu voltar você me diz sua decisão.

– Não irá mudar.

– Ainda sim, daremos o assunto por encerrado quando eu voltar - falou autoritária e pegou o casaco.

Ele sentia-se ultrajado com aquele tom dela, mas no fim acabava cedendo.

Assim que Yeda deixou a cabana, Jaken correu e sentou-se à frente de seu mestre.

– Senhor Sesshoumaru?

– Fixar residência já será um transtorno, viver em bando então, ainda mais com essas pessoas... de onde ela tirou essa idéia?

– O senhor tem mesmo a intenção de fixar residência? - abismou-se o youkai sapo.

– Não tenho escolha por causa de Rin, afinal ela não é uma youkai.

– Isso é verdade. Mas concordo com o senhor que morar sob o mesmo teto que Inuyasha é uma idéia meio descabida.

– É como eu disse... não vou concordar com isso.

– É verdade, se fosse só a senhorita Yeda, Rin até gosta dela... a propósito senhor Sesshoumaru, a senhorita Yeda não daria uma boa esposa para o senhor?

Jaken nem viu de onde veio o golpe que o fez cair de queixo no chão.

– Acho que não...

Sesshoumaru saiu da cabana e encontrou Rin brincando com o filhote de youkai raposa, quem a visse jamais iria imaginar que dias atrás estava enferma e fraca como um gatinho doente. Os humanos amigos de Inuyasha estavam perto também e Yeda ajeitava uma mochila nas costas. Foi então que todos os olhares se voltaram a uma só direção.

– Mas que satisfação ver todos reunidos.

O coração de Yeda que já tinha se agitado no momento em que sentiu a presença, disparou ainda mais ao ouvir aquela voz arrastada e provocativa. Mas o nome ficou preso na garganta quando ela ouviu Sango gritar:

– Kohaku!

“Kohaku? Será esse é o irmãozinho dela?” pensou Yeda e endireitou o corpo na direção em que Naraku estava. Ele se apresentava em sua forma humanóide, com aquele bonito traje negro e roxo. O garoto usava um traje parecido com a roupa de combate de Sango.

– Seu miserável o que faz aqui?! - berrou Inuyasha, sacando Tessaiga.

Naraku não lhe deu resposta, encarando Yeda diretamente.

– Sentiu minha falta, Yeda querida?

O espanto ficou nítido na expressão de todos. Inuyasha até baixou a espada.

– Querida...? - repetiu ele e por um momento chegou duvidar de Yeda.

– Seu miserável! - esbravejou ela e o brilho azul tomou seus olhos.

– Pode ir se acalmando, já estou farto de ficar na espreita, vim aqui pra resolver nossa questão de uma vez por todas.

– Não há questão alguma entre nós, seu verme!

– Claro que há. Não me diga que não contou a seus amiguinhos sobre nosso último encontro?

– Do que ele está falando Yeda? - perguntou Inuyasha na mesma hora.

Sesshoumaru caminhou até a youkai lobo, pois Rin estava bem ao lado dela. Também ficou surpreso com a estranha conversa de Naraku, mas começou a deduzir do que se tratasse.

– Delírio, Inuyasha, delírio de um projeto frustrado de youkai - explicou ela. – Escute bem, Naraku, se tem amor a sua vida, liberte o garoto e dê o fora daqui.

– Ou? - provocou ele.

– Ou dessa vez eu te mato! - revidou entre os dentes.

– Eu até poderia medir forças com você de novo, mas dessa vez quero ser mais objetivo. É tudo muito simples: você vem comigo, o garoto fica.

– Não vamos negociar com você seu verme! - berrou Inuyasha.

– Quieto moleque, o assunto aqui é entre os adultos. O que me diz, Yeda, minha cara?

– O garoto fica, você some!

– Se insistir nisso terei que usar a força, você não vai querer ameaçar a vida dos moradores dessa vilazinha, vai? Já se esqueceu do que sua forma youkai fez com meu velho castelo?

A cada instante o clima ficava mais tenso. Algumas pessoas os encaravam com estranheza e preocupação.

– Como consegue ser tão sujo... seu miserável?! - esbravejou Yeda, tremendo de raiva, então voltou o olhar para Sango, ela parecia angustiada com a presença do irmão.

– Naraku... - Sesshoumaru falou, trazendo a atenção de todos para si. – Acha que pode chegar aqui e fazer exigências? Sua memória também deve andar curta, ou se esqueceu de como o subjuguei em nosso último confronto?

– Prepotente como sempre... você não me venceu Sesshoumaru, eu que desisti da luta porque o miserável do seu irmão fugira com a razão de meu interesse.

Um desconfortável e pesado silêncio se fez.

– Maldito! Qual é seu interesse na Yeda?! - gritou Inuyasha, impaciente.

Ao perceber Naraku abrir os lábios em resposta, Yeda o cortou antes.

– Nem abre essa boca! - mandou ela.

O vilão riu levemente.

– Não pensei que fosse tão ingênuo assim, Inuyasha. Mas... essa conversa já se estendeu muito... Yeda, não há o que temer. Venha comigo, prometo que ninguém sairá ferido se você se entregar.

– Ridículo... - bufou ela. – Com quem você pensa que está falando? Ponha-se no seu lugar! Yeda não segue ordens de ninguém.

Sesshoumaru envergonhou uma sobrancelha com aquele discurso tão típico dele próprio.

– Muito bem... - Naraku fez um gesto e então Kohaku completamente dominado posicionou a foice que trazia consigo no próprio pescoço. – Será do seu jeito então e a primeira vítima vai ser esse garoto.

Yeda vidrou os olhos, abalada.

– Não faça isso, Kohaku! - gritou Sango, desesperada.

– Tenho pressa - Naraku falou e abriu os braços. – Yeda, simplifique as coisas, venha comigo.

– Sesshoumaru, Inuyasha, posso contar com vocês? - perguntou a youkai lobo, demonstrando que iria tentar algo.

– Claro! - respondeu de pronto o mais novo, e seu irmão assentiu com os olhos apenas.

Não que Naraku estivesse apostando todas suas fichas naquela chantagem, mas julgou que deixaria a youkai suficientemente abalada. Por isso, se espantou tanto quando não sentiu mais a energia dela. Numa fração de segundo, Kohaku não estava mais a seu lado.

– O que?! - Naraku exclamou.

Sesshoumaru e Inuyasha, com suas espadas em punho, surgiram à frente de Naraku, que avistou Yeda mais adiante com Kohaku no ombro e a foice dele na mão.

­– Kohaku! - gritou Sango, correndo na direção da youkai lobo.

Naraku balançou a cabeça em negação.

– ...não tão fácil, querida... - balbuciou e no instante seguinte, o menino humano começou a espernear e se debater.

– Pare... ­ - pediu Yeda, tentando acalmá-lo.

Sango tentou segurá-lo também, mas ele a repeliu com violência.

– É por causa do fragmento da Jóia de Quatro Almas, Naraku usa isso para controlá-lo - observou Kagome.

– Não era esse o combinado, Yeda - falou Naraku.

Vendo que o menino não iria se acalmar, a youkai liberou uma pequena carga de youki contra ele, atordoando-o.

– O que fez?! - exclamou Sango.

– Ele só está desmaiado... - explicou ela. – Kagome você pode remover o fragmento?

– Eu não faria isso se fosse você, sacerdotisa. - Naraku disse, ganhando então a atenção do grupo.

– Por quê?! - indagou Yeda.

– A vida dele está atrelada ao fragmento, removê-lo... pode ser fatal.

Yeda ficou atônita.

– Você quer mesmo me tirar do sério, não é?! - gritou raivosa.

Naraku deu um riso de pura malícia, provocando-a.

– Ele não vai se acalmar, não importa quanto tempo se passe, sempre irá repelir a todos e basta um pensamento meu e ele tirará a própria vida. Ou seja, é indiferente terem se apoderado dele, sem que eu o liberte, ele não passa de um boneco sem alma.

Sango não conseguiu mais conter as lágrimas, lágrimas essas que fizeram doer o coração de Yeda.

– Se é assim, basta impedir seus pensamentos cortando sua cabeça! - bradou Sesshoumaru desferindo um ataque, mas foi inútil.

– Seus patéticos... não podem contra mim, Yeda é a única que chega perto do meu nível. Desistam.

Yeda deu um passo à frente.

– Liberte o garoto - mandou, mas num tom brando.

– Com prazer, só não me venha com ordens. Já disse qual é a condição para libertá-lo e também já disse que tenho pressa.

– Eu não vou repetir, Naraku.

– Nem eu.

Os dois se encararam por alguns instantes.

– Tem mais a perder do que eu - pontuou Naraku. – O moleque vivo ou morto é indiferente pra mim, humanos feridos ou não, também... não me venha com choradeira depois, porque a única culpada de tudo será você mesma.

Que impasse! A tensão chegava a ser sufocante. Ninguém sabia o que fazer.

Yeda inspirou fundo. Não podia se dar ao luxo de arriscar vidas inocentes, não sendo Naraku a ameaçar, já o conhecia o suficiente para saber que ele levaria aquela disputa ao extremo, mas, no fundo, estava com medo de não ser capaz de vencê-lo sozinha.

Enfim deixou de pensar nisso, convicta de que naquele momento, algo mais importante que seu próprio bem estar estava em jogo.

– Não se preocupe, Sango, vai ficar tudo bem... - disse ela serenamente.

A exterminadora engoliu em seco quando viu a youkai dar um passo à frente.

– Eu vou e ele fica. Mas terá que livrá-lo de seu domínio.

– Mais cedo ou mais tarde precisarei do fragmento que está nele para completar a Jóia de Quatro Almas. Se ele vai sobreviver sem isso ou não, já não é comigo... mas por hora, garanto que o liberto de meu domínio.

Yeda estremeceu com a perversidade do meio-youkai, que caminhou até ela. Os dois se encararam de perto. Naraku, enxergando ódio e raiva no olhar azul, esticou a mão e tocou no rosto de Yeda, que não reagiu, receosa de que ele voltasse atrás.

Ele deu mais um passo, então, num gesto brusco, beijou a boca dela. Inuyasha, seus amigos, Sesshoumaru, todos, ficaram pasmos diante da cena.

Vermelha de vergonha e repugnada, Yeda tentou se afastar, mas o meio-youkai segurou-lhe os braços e alguns tentáculos se enroscaram por sua cintura e pernas, enquanto seus lábios ainda eram devorados.

E num ato ainda mais grotesco, Naraku fez um tentáculo avermelhado surgir entre as bocas unidas, o qual envolveu rapidamente o pescoço da youkai. Só um bom tempo depois, Naraku afastou o rosto e recolheu os tentáculos. Então, o corpo inerte de Yeda tombou em seus braços, a cabeça dela pendeu para baixo e os olhos ficaram revirados.

Inuyasha estremeceu e arregalou os olhos diante da visão.

– Seu maldito!! - berrou alucinado, empunhando Tessaiga e seu youki crescendo vertiginosamente. Saltou contra Naraku, mas uma potentíssima barreira o repeliu.

– Minha... finalmente minha... Dessa vez ninguém vai tirá-la de mim, ninguém!

Sesshoumaru avançou também, tentando destruir a barreira, mas sem sucesso.

– Não gastem suas energias... fiz essa barreira com a energia da própria Yeda, é indestrutível. Ela desmaiou por causa disso, mas teremos muito tempo juntos... até nunca mais, bando de idiotas.

Ajeitando Yeda nas costas, Naraku sumiu de lá, rápido como um raio, deixando para trás youkais e humanos desconcertados.

ooo ooo ooo ooo

Vários minutos se passaram. O grupo todo estava na cabana. Inuyasha era sem dúvida o mais agitado. Depois de muita conversa desencontrada, silenciaram ao notarem o irmão de Sango se mexer.

– Kohaku!? - exclamou Sango.

O menino a encarou demoradamente antes de dizer qualquer coisa.

– Irmã?! Onde estamos?

Lágrimas de alívio verteram pelo bonito rosto da exterminadora. Seu drama finalmente chegara ao fim.

– Vai ficar tudo bem, Kohaku. Estamos juntos de novo.

– Pelo visto, não obteremos qualquer informação do garoto - observou Sesshoumaru.

– Droga! - esbravejou Inuyasha e socou o chão. – Como aquele verme foi...

– Não adianta ficar se indagando agora, já que o menino é inútil, o jeito é tentar seguir o rastro dele - continuou o youkai branco.

– E como faremos isso, seu metido? Não percebeu ainda que aquele maldito esteve à espreita bem debaixo do nosso nariz e nem percebemos. Nem a Yeda percebeu!

– Mas é possível seguir o rastro dela - retrucou, alheio ao mau humor do outro.

– Se você acha que consegue então vamos!

– Não estão se precipitando? - falou Miroku, fazendo os dois se voltarem a ele.

– Por que, Miroku? - indagou Inuyasha de pronto.

– Olha, não ficou muito claro o que o Naraku quis dizer com o último encontro deles. Podemos mesmo descartar a possibilidade dos dois estarem juntos?

– Como pode dizer uma coisa dessas, Miroku?! - exaltou-se Sango. – Yeda se entregou por Kohaku.

– É! Está maluco, Miroku. É a Yeda!

– Eu sei, Inuyasha... eu também tenho me afeiçoado a ela, mas isso dela ter escondido um suposto encontro com Naraku, não pode ser um indício de que ela não confia em nós da mesma forma?

– Isso só pode ser mais uma das mentiras dele! E ainda que ela tenha escondido algo da gente, o que eu duvido, deve ter tido um bom motivo pra isso. Raios, estamos falando do Naraku!

Kagome até se surpreendeu com a reação de Inuyasha.

– Miroku, eu até entendo seu temor - começou a humana –, mas não consigo realmente acreditar que Yeda seja comparsa dele.

– Claro que não! - berrou Inuyasha.

– Mas não custa agirmos com cautela - concluiu ela.

Sesshoumaru bufou e foi indo em direção à porta.

– Aonde vai? - gritou Inuyasha.

– Se vão continuar perdendo tempo com tolas suposições, não tenho porque permanecer aqui.

– Estou com você dessa vez - decidiu Inuyasha para espanto de todos, e se apressou pois o irmão já deixara a cabana.

– Espere, Inuyasha! - falou Kagome se levantando.

– Fique aí, Kagome. Isso é assunto de youkai - rebateu e se juntou a Sesshoumaru.

– Ora! - indignou-se ela.

– Deixe-os, senhorita Kagome... É mesmo melhor assim - falou Miroku.

– Vai ficar tudo bem com eles, senhor Jaken? - perguntou Rin com a mãozinha escorada na porta e os olhos fixos na direção em que os dois irmãos desapareceram.

– Claro que sim. Não se preocupe...

ooo ooo ooo ooo

Numa velocidade impossível de ser acompanhada por olhos humanos, Naraku seguia rumo a seu novo castelo, quando percebeu que Yeda começava a voltar a si.

– Já acordou, minha princesa?

– Naraku... - ela balbuciou fracamente.

– Já estamos chegando. Não se preocupe, serei bem mais gentil com você dessa vez.

– ...assim que recobrar minhas forças, vou estourar sua cabeça...

– É claro... - ironizou ele, rindo levemente. – Eu tenho certeza que vamos nos dar muito bem...

Ainda bastante debilitada, mais a cada instante revigorada pelo luar da noite fria, Yeda tentava imaginar como iria se safar de tudo aquilo.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Agradeço de coração a Nat pelos lindos comentários!
Estão acompanhando? Então por favor comentem. ^_^