Angels Hammer escrita por Oribu san


Capítulo 5
Capítulo 4 - Aparência. A máscara da alma.


Notas iniciais do capítulo

O maior Capitulo até agora. espero que curtam e me digam se tiver algo errado.



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Era uma noite fria e chuvosa na discreta Alemanha. Uma jovem garota de dezoito anos caminhava cobrindo com a bolsa seus cabelos mal cortados de um vermelho tão intenso quanto o próprio fogo. Quando...

– Hey Emi! Quer carona? – Um jovem rapaz oferecia-lhe espaço em seu guarda chuva.

– Ah! Trevis, obrigada. – Segurou em seu braço o deixando corado e gago.

– De... De... De nada.

Um carro esportivo ultimo modelo parou em contra ponto sujando as roupas de Trevis de lama.

– É isso que você chama de carona? – O sujeito dentro do carro ria dele.

– Olá Kevin. – Desanimado. Com o irmão mais velho e mais idiota.

– E quem é que está com você? Ora, se não é a pequena Emi.

Era assim que todos a chamavam, pois apesar de sua idade, tinha o corpo pequeno e delicado, assim como o rosto redondo de grandes olhos inocentes e tão negros e brilhantes que era impossível distinguir o núcleo da íris. A boca pequena vermelha parecia ter sido pintada naquele rosto de porcelana invejado pelas demais garotas de sua turma.

– Quer uma carona de verdade pequena Emi? – Abriu a porta do carro com um sorriso malicioso, que a pureza de Emiliene não notava, sentando ali.

– Você vem Trevis? – Sorria estendendo a mão quando a porta foi fechada.

– In...felizmente. Só há lugar pra dois e o Trevis gosta de caminhar. Não é irmãozinho? – O ameaçou com os olhos.

– Sim... Kevin. – Triste.

Ficou ali parado enquanto o veiculo se deslocou lhe sujando mais uma vez.

Algum tempo depois, o carro parou em um beco, numa parte escura e mal frequentada da cidade que a garota não conhecia. Kevin havia lhe dito que ia comprar alguma coisa e quando voltou possuía uma garrafa consigo.

– O que é isso, vodca?

– Isso. Você quer?

– Não obrigada eu não bebo. – Sem graça.

– O que foi? É só um pouquinho.

Serviu lhe em uma taça suja de batom, a qual já informava que ela não era a primeira a ficar naquela posição. Sentindo-se forçada ela bebeu aquilo de uma vez para que acabasse logo, tossindo forte em seguida.

– Vai com calma. Quero você bem acordada; ou não. – Tentou beija-la, mas ela desviou-se.

– Pare. por favor.

– Quê isso, gatinha. Só tô tentando esquentar um pouco as coisas. – Pôs a mão entre suas pernas tentando subir seu vestido.

– PARE!!! – Acertou-lhe um tapa tão forte que marcou sua cara com um vermelho Emi.– Ah!!! Me desculpe. – Ele ainda estava parado na posição em que o tapa lhe deixou. – Por favor. Poderia me deixar em casa agora?

– Ora... Sua...

Lançou-se sobre ela rasgando uma de suas mangas, tentando agarra-la a força. Logicamente ela tentava reagir enquanto gritava para que Kevin parasse. Na luta de se proteger, acabou o arranhando aumentando ainda mais a fúria do pervertido.

– Pare Kevin! Por favor, pare!!!

– Você gosta de bater é?

Prendeu as mãos dela com o cinto, segurando sua boca com uma das mãos enquanto descia a outra bolinando suas pernas.

Ao sentir as mãos que não eram as suas tentando toca-la, a pele de Emi esquentou e seus olhos chorosos acenderam como um detonador.

* BUUMMMNNN!!! *

Uma explosão ocorreu no lugar, espantando os bandidos que andavam na rua. Só o que se via ali agora, eram os destroços do carro em chamas e Emi na chuva sentada num canto do beco chorando enquanto caiam pequenos flocos de cinzas do que deveria ser seu caderno e livros.

– Quer ajuda. – Alguém de capuz estendeu a mão. – Anjo do fogo.

– Que... Quem é você?

Baixou o capuz para traz.

– Sou Demetria. Demetria Maciel Basana.

Foi o que a pessoa disse, saindo “de dentro” da sombra de uma parede.

– E você quem é?

– Emi... Quer dizer. Emiliene Oleander.

A ruiva no chão olhou aquilo espantada. Só não podia discernir o que era mais castanho em Demetria. Seus olhos ou as longas mechas, insistentes em cair sobre a pele branca de leve rosear nas maçãs do rosto. Qualquer um diria que aquela era a aparição da nova branca de neve.

– Você é como eu?

– Sim, e não. Como pôde perceber sou o anjo das trevas, me locomovo nas sombras.

– Afaste-se de mim eu sou um perigo.

– Se você está achando que vou discutir isso, está enganada. Ora o que você pensou que ele fosse fazer? Brincar de bonecas? Faça-me o favor. Você é tão inocente assim?

Sim de fato ela era. Tao qual uma criança ou um animal indefeso.

– Não estou aqui pra ouvir isso!

Levantou voo com lagrimas, deixando ao sair do beco, algumas plumas negras e o chão onde estava, aceso.

Ao chegar em casa pelo telhado, usou a portinhola do sótão para entrar. Não queria que seu irmão mais velho, Enzo, a visse naquele estado.

Ele estava na cozinha cortando legumes para uma sopa e ouviu quando a porta do teto bateu.

– Emi, é você? – Subiu as escadas com seu avental escrito “o numero #1” e chinelos. Batendo em sua porta do quarto. – Você está bem?

“tenho que responder alguma coisa” pensava jogada na cama agarrada a um travesseiro.

– Estou com tosse.

– Ow... Tudo bem. Fique... Fique nas cobertas que já te trago algo.

“Boa Oleander. Agora ele vai passar a noite toda fazendo chá.” Além de mais velho, Enzo também era mais zeloso, e tentava ser para a irmã, como o pai e mãe que eles não tinham.

Ela ficou se revirando na cama molhada por si mesma, relembrando o rosto de Kevin queimando, inflamado pela vodca no meio da explosão.

– Ahr!!! Pare, pare... – Cobriu o rosto entre lagrimas e soluços, até dormir.

Enzo entrou no quarto trazendo consigo uma bandeja, e oito xicaras de chá. “está dormindo” deixou a bandeja, apagou a luz saindo.

✫¸.•°*”No sonho de Emi”*°•.✫

– Pequena Emi... Onde está a minha pequena Emi?

Ela ouviu uma voz aterrorizante chamar seu nome, mas não via ninguém apenas neblina naquele lugar que parecia ser uma cemitério.

– Aí está você!

– Não! Me largue!!!

Kevin vinha entre a nevoa parecendo um zumbi de pele derretida.

– Venha, vamos beber mais um pouco. – Tomou uma taça do que parecia ser sangue, Mas que saiu por um buraco em sua garganta.

– Não!!! Me solte Kevin. Por favor! – O explodiu de novo com sua mente.

– O que você fez? – A sombra de Trevis e seu guarda-chuva apareciam mais a frente.

– Eu... Eu não queria! Foi um acidente.

– Acidente ou não. Eu estou morto. – A cabeça de Kevin rolou até seu pé.

– Você é má Emi... Má como um demônio. – A sombra se afastava.

Ela corria e corria atrás dele gritando seu nome, mas sua voz não saia e ficava cada vez mais distante. Até que caiu de joelhos e o chão se abriu fazendo-a cair no escuro.

– “Socorro alguém me ajude”

Do lado de fora de seu sonho, a garota se revirava na cama segurando firme os lençóis que começavam a rasgar sem conseguir acordar. Com exceção ao circulo que se formou ao redor da cama, todo o resto do quarto estava em chamas estalando em brasas e ou derretendo.

– “Será que é isso mesmo que eu sou? Um... Demôn..?”

– Um demônio? Sim. É isso que você é. – Um homem vestido de branco apareceu ente as chamas do sonho. – Por que não aceita logo isso?

– Eu sou?

– Sim você é? Pare de lutar contra isso. Aceite. Abrace esse ódio, deixe queimar. O que importa os outros? Ninguém nunca vai te entender não é? Eles nunca vão saber o que você passou ou porque está assim.

– Ninguém. Ninguém. – Dizia baixinho repetindo.

– Oh pobrezinha, está com tanto medo e assustada. Mas eu posso fazer a dor passar, eu posso fazer tudo isso passar. Venha comigo, pegue a minha mão. – Estendeu.

Estava tão triste e aquele homem de aparência bondosa, parecia ler seus pensamentos, dizendo tudo o que ela queria ouvir. Então ela foi se aproximando.

– Isso, assim mesmo... Venha comigo.

– NÃO!!! Emi Não acredite nele!

Demetria aparecia rapidamente afastando o sujeito dela com uma espécie de bastão feito de Ipê. Ele deu um salto pra trais rugindo contra ela.

– Em quem vai acreditar? Em mim, ou numa garota que foi tão dura com você. Acha mesmo que eu te faria algum mal? – Fingiu uma cara triste.

– Não acredite. Ele está te dizendo o que você quer ouvir, não vê sua tola!?

– Ele está certo. Não parece ser mal, e você me chama de coisas como “tola” você só me fala...

– A verdade. Tudo o que te falei foi apenas a verdade. Pessoas que só te dizem coisas doces nem sempre querem o seu bem.

Emiliene estalou. Por um instante aquela garota parada a sua frente falou como seu irmão.

– Isso é ridículo. Não acredite Pequena Emi. Não vê que ela é o anjo das trevas? Ela que é má!

– Do que você me chamou?

– De nada. Eu não te chamei de nad...

– Pequena Emi. Foi assim que você me chamou.

– O quê que isso tem a ver sua... – Exaltou-se por um momento revelando quem era de verdade. – Digo. Mas...

– Do mesmo jeito que o espirito de Kevin me chamou. – Fechou o punho quente e um arco e flecha na forma da ave fênix se formou.

– Abaixe isso. Você está com medo lembra?

– Olhe bem pra ela pesadelo. Não há mais medo.

Demetria sorriu, dando um passo atrás sumiu na própria sombra saindo do sonho. O arco dela flamejava erguido em suas mãos, tão ardente e forte quanto a nova expressão de Emi.

– Não gosto que me façam de boba. Eu sou inocente demais eu sei, mas não sou burra. – puxa a corda do arco

– Tudo bem. Você me descobriu. – O demônio baixou as mãos, rasgando a forma falsa em que estava, crescendo em uma monstruosa fera com chifres. – Mas acha que pôde me vencer?

Tentou esmaga-la com sua enorme mão destruindo parte do chão. Varias facas incendiarias voaram contra ele o queimando o braço e segando um olho. Mesmo assim ele sorria.

– Não só posso te matar aqui, como também do lado de fora. – Mostrou a ela por um espelho gigante que apareceu no ar, o quarto incendiado e o monstro em cima de sua cama. Porem o que ele não contava era que no momento em que parou de olhar pro espelho, Demetria saísse da sombra do guarda roupa com sua arma gritando.

– ESTÁ PRONTA EMI?!!

– Um... – Puxou novamente a corda.

– Dois... – Lançou-se da sombra.

– TRÊS!!!! – Ao mesmo tempo.

– NÃO!!!

As meninas disseram o três ao mesmo tempo acertando a besta de dentro para fora e de fora para dentro o destruindo num ponto perfeito entre o sonho e a realidade. O espelho se partiu e Emi pôde acordar de uma vez quando uma viga de seu quarto caiu sobre a cama.

Demetria a jogou de baixo da cama escapando dali ilesas pela sombra antes da cama desabar. Do lado de fora da casa, saíram rolando pela sombra de uma árvore. E puderam ver a casa inteira em chamas.

– Quando descobriu que era eu quem estava falando a verdade?

– Não sei ao certo. Só lembrei de uma coisa que Enzo me disse uma vez: Trevas não quer dizer mal, quer dizer ausência de luz. E isso eu vi em você. – Lembrou-se – Meu irmão!!!

– O quê?

– Meu irmão ainda está lá dentro!

Sem pensar duas vezes a garota das trevas mergulhou na sombra da própria casa, surgindo no quarto em que Enzo estava desacordado pela fumaça, preso debaixo do guarda-roupa. Ela tirou mais uma vez o bastão das costas e o usou como alavanca para tira-lo dali.

– Como você é pesado! – Fez esforço pondo o braço do rapaz maior que ela sobre os ombros, só então parando para olhar seu rosto. – E bonito. – Pegou-se sussurrando. – Concentração Dem sua tarada, não é hora pra isso.

Desceu as escadas quase que tombando. Olhava ao redor procurando uma sombra grande o suficiente para que fosse uma saída. Estava tudo quente e o fogo iluminava muito, dissipando qualquer sombra maior que um anel. Foi então que ela viu. O fogo da cozinha tinha derretido a mangueira do gás.

– Merda.

* BUUMMMNNN!!! *

– NÃO!!!

Uma nova explosão cortou o coração de Emiliene de joelhos no gramado

– Ei! Garota. Por que está chorando?

– Por que eles... – Olhou pra trás vendo a outra sair lentamente da árvore atrás dela.

✫¸.•°*”No Hospital”*°•.✫

No hospital, tanto a ruiva quanto a acastanhada sujas de cinzas, olhavam Enzo sendo cuidado pelo vidro do quarto.

– Mas... Como?

– Vou explicar.

✫¸.•°*”Retrospectiva de Demetria”*°•.✫

Desceu as escadas quase que tombando. Olhava ao redor procurando uma sombra grande o suficiente para que fosse uma saída. Estava tudo quente e o fogo iluminava muito, dissipando qualquer sombra maior que um anel. Foi então que ela viu. O fogo da cozinha tinha derretido a mangueira do gás.

– Merda.

Correu pra cima, largando o homem pesado nas escadas. Voltou empurrando o guarda-roupa. Com um chute o derrubou escada a baixo, escorregou pelo corrimão lançando-se sobre Enzo.

– Daí quando o guarda-roupa fez sombra sobre nós, eu escapei.

– Por que fez isso?

– Era o mais fácil a se...

– Não. Não estou falando disso. Quero dizer. Porque ajudou?

– Também tenho irmãs. – Abriu um colar que trazia consigo, mostrando a foto das gêmeas Liah e Sophie. – Faria qualquer coisa por elas.

– Desculpe Demetria.

– Não, tudo bem. Me chame de Dem. Quando me chama de Demetria fico procurando minha falecida mãe.

– AH! Eu não sabia. Me descul...

– Ai pare de se desculpar o tempo todo. – Olhou seria pra ela. Era obvio que Emi vivia se desculpando por que tinha medo de que as pessoas se afastassem se ela não o fizesse. – Vem, quero te mostrar uma coisa.

Os dois anjos de dark essência seguiam pelo corredor branco. Enquanto algumas crianças mais puras e pessoas próximas da morte podiam ver as asas delas em suas sombras.

– É aqui. Quarto duzentos e doze.

Emiliene esforçou-se apertando os olhos com as mãos sobre o vidro tentando ver quem estava ali. Tomando um susto ao reconhecer a silhueta enfaixada.

– Kevin!

– Isso ai. Íncubo se aproveitou da sua inocência e usou o que aconteceu pra te atormentar.

– Ín... Íncubo?

– O demônio do pesadelo que destruímos. Ele está aqui há milênios fazendo sexo com mulheres enquanto elas dormem pra criar seus filhotes. Sabe aqueles pensamentos tristes ou de ódio que falam tudo o que não presta na nossa cabeça? E que só vão embora quando pensamos coisas boas? São filhotes de íncubo. No momento em que pegasse a mão dele, estaria fechando o pacto, e sabe-se lá o que ele poderia ter criador com você.

– Ai que nojo.

– Esse ai dentro não é muito diferente, mas eu não podia deixa-lo lá pra morrer.

– Obrigado de novo Dem. Eu só crio problemas, aonde quer que eu vá as pessoas se machucam.

– Se está tão agradecida assim, devia vir comigo.

– E pra onde eu iria? – escorava a cabeça no vidro.

– Procurar os Hammer. Outros como nós. – Levantou seu rosto. – Pra dessa vez... Machucar as pessoas certas. – (Os demo) – E então... O que me diz?

Sorriu, voltando a ser a garota forte com fogo na alma e um coração com o calor que acendia o arco de fênix.

– Tô dentro.


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Notas finais do capítulo

('.../')
(◕.◕) Olha nós aqui do novo no fim de mais um capitulo. O próximo será
(,,)(,,) bem maior e a quantidade de personagens novos nele deve me matar. Porém es la vida.