Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 7
Decepções


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Me desculpem a demora pra postar, estava sem computador esse feriado... Como foi o Carnaval de vocês? Obrigada a todas as coisas fofas que comentaram e que estão acompanhando a fic ♥ Ready, girls?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322393/chapter/7

- Eu acho que ela ainda está dormindo.

Eu estava entre a consciência e a inconsciência. Não tinha coragem de abrir os olhos. Eu não queria deixar o sono e acordar do sonho maravilhoso que tive a noite passada.

- Será que ela está com ele?

Eu conseguia ouvir a voz de Alice e de Jasper, mas não conseguia distinguir se fazia parte do sonho ou da realidade.

- Com Edward? Óbvio, Jazz!

Edward... Edward... Esse nome me despertou algumas lembranças. Eu estava acordando, mas eu não queria. De repente me lembrei. Levantei da cama num salto, abafando um grito com as mãos. Edward estava acordado, deitado na minha cama e coberto apenas por um lençol, me olhando de um jeito divertido, sorrindo e afagando meu braço.

- Bom dia, Bella.

Eu ainda não conseguia falar. Esfreguei meus olhos com as duas mãos e olhei para a cama de novo. A cena era a mesma. A única diferença era que agora ele estava rindo mais abertamente.

- Edward! – eu disse, abraçando-o e lhe dando um selinho. – Ah, meu Deus, eu achei que estava sonhando! Sou uma completa idiota...

- Eu queria ver o que você diria de mim se me visse acordando... Eu fiz a mesma coisa. Apenas não gritei.

Nós dois rimos. Estava tão perfeito... Eu não queria sair da cama. Mas precisava dar alguma satisfação à Alice.

- Que horas são? – perguntei.

- Já passa de meio-dia...

Meus olhos se arregalaram. Eu pulei da cama e comecei a me trocar.

- Meu Deus! Alice deve estar pensando que... que... – eu não sabia o que Alice estaria pensando. Provavelmente a verdade.

- Alice deve estar pensando exatamente o que você acha que ela está pensando. – ele sorriu – Mas não se preocupe, ela e Jasper chegaram minutos antes de você acordar.

- E desde que horas você está acordado?

- Há aproximadamente meia hora... Estava te vendo dormir. Você fala.

Ah, droga.

- Não vai se trocar? – perguntei, desviando o assunto. Não precisava de uma sessão de “vamos envergonhar a Bella” logo depois de acordar.

- Não queria, mas se a senhorita está mandando... – ele se levantou e deixou o lençol cair.

- Ahn... – perdi a fala momentaneamente. Desviei meus olhos do seu corpo nu e tentei achar minha voz outra vez – Er, você...

É lindo? Perfeito? Maravilhoso? Quer ficar na minha cama assim pra sempre?

- Você está com fome? – consegui dizer.

- Ainda bem que perguntou. Estou morrendo de fome.

Nos trocamos e saímos do quarto. Alice e Jasper estavam na cozinha, preparando alguma coisa.

- Bom dia, pessoal! – Alice me recebeu com um sorriso incrivelmente malicioso – Imaginei que vocês estariam com fome, então preparei macarronada. Acertei?

- Na mosca! – Edward respondeu por nós.

O almoço foi tranqüilo. Ficamos conversando e rindo das piadas que Jasper contava. Eu já estava acostumada com o bom humor de Jasper, mas ver que Edward tinha sido aceito me deixava ainda mais feliz.

O resto do domingo foi mais perfeito do que eu podia imaginar. Depois do almoço, Edward e eu fomos andar pela cidade. Passamos primeiro em seu apartamento para que ele pudesse tomar um banho e trocar de roupa. Depois fomos conhecer as casas de jogos, os clubes, os Pubs e, por último, as praias.

Andávamos juntos, de mãos dadas, pela praia perto do meu apartamento, pouco depois de anoitecer. Pessoas passavam olhando e várias vezes fomos pegos pelos flashes dos fotógrafos. Em todas eu me escondia, tentando fugir do foco das câmeras, mas ele parecia não se importar. Uma vez ele chegou a gritar alguém pedindo que tirassem uma foto.

- Você tem medo de câmeras? – Edward me perguntou.

- Não... Eu tenho medo das pessoas que vão usar essas fotos. – brinquei.

- Por quê?

Eu olhei pra ele, confusa.

- Edward... – eu tentei explicar – Amanhã provavelmente estaremos em todas as revistas e blogs de fofoca do mundo inteiro!

- Sim... – ele estava calmo e ria do meu desespero – E o que eles noticiarão é alguma mentira?

Pensei um pouco.

- Depende... Eu acho que não.

- Pois então. Deixe-os saborear a inveja.

Comecei a rir. Era tão fácil ficar ao lado dele!

- Edward? – eu ri antes de perguntar.

- Sim? – ele me olhou confuso.

- O que eles noticiarão? – provoquei.

- Ah, claro, eu me esqueci de te avisar. Você, Isabella...?

- Marie Swan.

- ... Isabella Marie Swan, é oficialmente minha namorada...

Eu o olhava boquiaberta, sem conseguir respirar.

- ... e para deixar as coisas ainda mais oficiais – ele falava num tom muito formal, com um meio sorriso nos lábios – quero que você conheça minha família e seja minha acompanhante na Premiére de “Sangue e Coração”.

Eu gritei e pulei em seu pescoço, derrubando-o na areia e recebendo milhares de flashes de várias direções.

No dia seguinte, eu estava animada demais pra uma garota que acordou às 5h30 da manhã de segunda-feira. Alice e eu seguíamos a pé para o set para começarmos mais um dia de trabalho. Eram 6h30 da manhã e o sol já queimava nossas cabeças.

- E então, Sra. Cullen? Como vai o namoro? – ela brincou.

- Sra. Cullen? – eu fiz uma careta enquanto ria – Não gostei muito disso...

- Então aprenda a gostar! Não há como fugir agora, você já é a Sra. Cullen. E então, me conte! Como ele é...? – ela parou.

- Você já o conhece, Alice.

- Não! – ela gritou – Você sabe do que eu estou falando!

- Não, não faço a mínima ideia do que você...

- Do sexo, sua tapada! – ela gritou novamente, me dando um tapa na testa.

- Alice! – foi minha vez de gritar e devolver o tapa – Isso não é pergunta que se faça!

- Claro que é! Você é minha amiga... Conta, vai! – Ela pulava, batendo palmas.

Eu revirei os olhos, tentando fazer meu rosto parar de corar, mas as tentativas eram inúteis.

- Nós dormimos juntos apenas uma vez, ok? Eu... – Eu corava cada vez mais – Eu não sei como contar... É... estranho falar disso... Eu não tenho experiência e...

- Você era virgem?! – ela gritou ainda mais alto. Para minha vergonha, estávamos entrando no set e várias pessoas me olharam. – Ah, meu Deus, Bella!

- Pare com isso, Alice! – eu cochichei, agarrando o braço dela. Dei um sorriso para as pessoas, como quem diz “Desculpem, minha amiga esqueceu de tomar seu calmante, hoje” – Depois nós conversamos, ok?

Seguimos para o Café e, para meu maior constrangimento, todas as pessoas me olhavam. Algumas apenas acenavam com a cabeça, outras me falavam “Bom dia” ou “Como vai, Bella?” com um sorriso estranho nos lábios. Outras ainda me lançavam olhares mal-humorados e cochichavam sem nem ao menos disfarçar. Confesso que estava começando a ficar com medo.

Quando chegamos ao Café, Alice e eu começamos a ajeitar o balcão, enquanto os outros garotos limpavam as mesas e preparavam a comida. Faltavam alguns minutos para abrir o Café, então Seth e eu embarcamos numa conversa sobre a Liga Nacional de Beisebol. Eu apostava no Seattle Mariners, mas Seth, obviamente, tentava me convencer de que Los Angeles Dodgers era melhor.

Alice, interrompendo nossa conversa, jogou uma revista em cima do balcão. Na capa havia uma foto de Edward e eu caídos na areia, no domingo à noite, e a legenda dizia assim: “A verdadeira Senhora Cullen”.

- Alice, por que você está fazendo isso? – eu já estava aborrecida. Não queria ver nenhuma revista falando de mim. – Eu realmente não estou afim de...

- Leia, Bella! – Ela sorria.

Eu olhei para a revista, depois para Alice e seu sorriso de criança sapeca, e depois para a revista de novo, tomando coragem. Respirei fundo e abri na página que continha a matéria. Havia mais uma foto de Edward e eu na praia, de mãos dadas. A matéria dizia o seguinte:

O ator Edward Cullen, que interpreta o malvado e sedutor vampiro Carlisle na série ‘Sangue e Coração’, de Laurent Brandom, foi flagrado na noite de ontem desfilando com sua mais nova namorada. Uma surpresa: não era Rosalie Hale (a atriz que interpreta Sue na mesma série), como todas pensávamos. Outra surpresa: ela não é famosa! Um casal que caminhava na praia próximo a eles nos contou mais sobre a ‘Sra. Cullen’:

‘Ela é realmente simpática’ disse Jane, uma jovem de 17 anos que é fã da saga a qual Cullen faz parte. ‘Pelo que pudemos ouvir, ela se chama Bella e é muito tímida. Edward a pediu em namoro ontem, oficialmente. Juro que tentei pegar um autógrafo deles, mas eles pareciam tão felizes que não quis atrapalhar. Eu nunca vi um começo de namoro tão fofo como esse em toda minha vida. ’

Pois é, garotas, podem pegar os lencinhos, pois acredito que perdemos o nosso galã. Uma coisa, porém, nos deixa aliviadas: Bella é completamente comum. Ao contrário do que achávamos, não foi necessário nenhum super poder para que a plebéia ganhasse o  coração do nosso príncipe.

Ela não precisou de fama ou dinheiro, de longos cabelos loiros e cacheados, ou ainda de belos olhos verdes e um corpo escultural. Na sua simplicidade e simpatia, conquistou o nosso amado vampirinho. Não importa se somos Bella’s: todas nós temos um Edward reservado para nós.

Ao novo casal, desejamos felicidades!

- E então? – Alice estava radiante. Nós tínhamos encostado no balcão e estávamos de frente para a cozinha.

- Plebéia? – eu repeti, arqueando as sobrancelhas.

- Você só pode estar brincando! – Alice gritou – De tudo que ela disse, a única coisa na qual você repara é o “plebéia”?

- Você tem que admitir, eles acabaram comigo – brinquei – mas podia ter sido bem pior.

- Por favor, um Cappuccino. – ouvi uma voz doce atrás de mim. Na mesma hora, meu coração acelerou. Me virei para ver o enorme sorriso que brincava no rosto perfeito de Edward.

- Ainda não abrimos. – brinquei.

- Que bom. Então eu posso pedir um beijo à mocinha da caixa registradora?

- Hmm... – fingi que estava pensando – São U$ 2, 50.

Nós dois rimos e eu me debrucei no balcão para dar um selinho nele, ignorando os assovios de Seth, Jasper, Alice, Marcus e James. Ainda sem me virar, peguei a revista que eu tinha deixado em cima do balcão e atirei por cima do ombro. Ouvi um “Ouch!” vindo de Seth, então provavelmente tinha acertado a mira.

- O que era aquilo? Edward me perguntou.

- Nada que você precisa ver respondi imediatamente. Seus olhos se estreitaram um pouco, mas ele não perguntou mais sobre a revista.

- Então, por que vocês ainda não abriram? – Edward mudou de assunto, parecendo confuso.

- Porque ainda não são 7h! – respondi, revirando os olhos.

- Tem razão, não são 7h. São 7h05.

Eu pulei, assustando todos os outros garotos. Todos nós corremos para os nossos lugares enquanto Seth ia abrir a porta do Café.

- Falando nisso... – perguntei a Edward, com as sobrancelhas arqueadas, enquanto colocava meu avental. – Como foi que você conseguiu entrar, se ainda não estava aberto?

- Eu tive uma... ajuda. – Seus olhos pousaram em Jasper e os dois riram.

- Claro, eu devia ter adivinhado. – eu ri também, fazendo um sinal de “depois nós conversamos” para Jasper. – Edward, me desculpe, mas eu preciso trabalhar. Te vejo mais tarde?

- E o meu Cappuccino? – ele perguntou, fingindo estar aborrecido.

- Jura que você queria um Cappuccino? – eu brinquei – Achei que você queria um beijo da mocinha da caixa registradora.

- Também. Mas um Cappuccino viria a calhar.

Nós dois rimos e eu comecei a preparar seu pedido. Eu o entreguei, dando-lhe mais um selinho disfarçado, e ele se despediu de mim.

- Até mais tarde.

Alice estava dando pulinhos no meu lado, mal conseguindo se conter.

- Sossegue, Alice. – eu disse rindo – Ou você vai ser rebaixada para “garçonete”.

- Bella bobinha – ela me mostrou a língua.

Toda minha alegria desapareceu no momento em que olhei para frente e vi Rosalie Hale entrando no Café, com a mesma revista que Alice tinha me mostrado hoje de manhã.

- Bom dia, garçonete! – ela me cumprimentou, com a voz cheia de ironia, abanando a revista na minha frente. – Já leu as notícias?

- Sim. – respondi secamente – O que vai querer, Srta. Hale?

- Hmm, deixe-me ver... – o sarcasmo estava mais pesado agora – Quanto custa um autógrafo da Sra. Cullen?

Minha vontade era de tacar a cabeça dessa loira aguada no balcão até ver seu cérebro e seu sangue escorrendo pelo chão.

- Depende de quanto a Srta. gostaria de pagar. Com uma conversa inteligente, talvez? Oh, me desculpe, isso é impossível para uma pessoa com o seu QI. Até porque seus olhos estão voltados para as revistas de fofocas, para saber quanto vale uma mecha do seu cabelo tingido. – carreguei minha voz com todo sarcasmo que eu tinha guardado e abri o melhor sorriso que consegui – O que vai querer então, Srta. Hale?

Seu rosto ficou vermelho de repente, e eu sabia que ela não tinha mais respostas prontas para me dar.

- Apenas um Expresso e um Beirute – ela disse, jogando o dinheiro no balcão – Depois, garçonete, leve meu pedido no meu trailer, junto com o troco. Hoje eu não vou te dar gorjeta, por que o seu atendimento não passou no meu controle de qualidade. – ela disse com um sorrisinho falso.

- Tudo bem, Srta. Hale. Mas ainda me pergunto como seu talento nato para a idiotice conseguiu passar despercebido no controle de qualidade do Sr. Mason. – Mason era o diretor da série. Eu sabia que ela era uma ótima atriz, mas eu tinha que apelar. Eu não sairia dali de cabeça baixa para aquela vadia.

Me virei, pegando o dinheiro do balcão e deixei o pedido na cozinha, para que Marcus e James preparassem o lanche dela. Enquanto eu preparava seu Expresso, escutei o barulho do seu salto no chão de madeira. James apareceu na janelinha entre o balcão e a cozinha e me perguntou:

- Quer que eu cuspa no Beirute dela?

- Não, James... – eu comecei a rir imaginando a cena. – Mas umas gotas de cianureto me fariam feliz.

- Uau. – ele respondeu rindo – Seu jeito é bem mais eficaz. Alice – ele continuou – Nós fazemos entregas agora?

- Não – Alice respondeu, olhando de James para mim – Mas é melhor levar para evitarmos confusão. Só espero que essa moda não pegue. Quer que eu leve para você, Bella?

- Obrigada, Alice, mas faço questão de eu mesma levar esse pedido até lá. Quem sabe eu encontro uma minhoca no meio do caminho para melhorar o Beirute.

Assim que seu lanche estava pronto, coloquei-o numa bandeja junto com o Expresso e segui para o trailer de Rosalie Hale sem vontade alguma.

Infelizmente, não encontrei nenhuma minhoca.

Quando estava me aproximando, escutei duas vozes discutindo dentro do trailer. Uma voz era estridente, então só podia ser Rosalie. A outra parecia ser de Edward. Não, não podia ser, ele tinha dito que continuavam afastados.

- Namorados, eu sei! – ela gritava.

Parecia que estava brava com ele. Claro, ela estava chateada porque ele arrumou uma namorada e esqueceu dela. Eu me aproximei. A porta estava aberta. Edward estava de costas para a porta e Rosalie estava de frente, com uma expressão ofendida no rosto. Eu ia entrar para pedir que ela parasse de atormentar meu namorado, mas Edward foi mais rápido.

- Não consigo acreditar que você me fez vir até aqui para falar desse assunto! É ridículo!

- E qual é o problema em falar da sua namoradinha de...

- Amiga! Apenas isso, Rosalie! Por favor, entenda e pare de dizer que aquela garota é minha namorada!

De repente, todo ar havia sumido. Aquela garota... Eu devia estar sonhando, delirando. Edward não podia ter mentido para mim, ele tinha sido sincero! Ele disse que gostava de mim, que nós nos completávamos! Não podia ser só um blefe... Eu tinha me entregado pra ele. Estava ficando cada vez mais difícil respirar e os soluços me sufocavam. As lágrimas invadiam meus olhos e eu não consegui pará-las. Começava a me sentir a pessoa mais idiota do mundo. Elas desciam pelo meu rosto e embaçavam minha visão, mas eu ainda conseguia ver os olhos de Rosalie, que me encarava parada em frente à porta, e seu rosto se transformando de irado para arrependido instantaneamente.

- Edward, pare... – ela tentou baixar a voz, mas não adiantou, eu já tinha escutado o suficiente. Eu quis sair dali o mais rápido possível, mas eu estava paralisada, minhas pernas não me obedeciam. – Já é bastante ruim que...

- Ruim? – ele a interrompeu, falando com raiva agora – O que seria ruim, além do fato de você me trazer aqui para falar de algo que eu não quero? Esqueça essa história, ok? Eu não dou a mínima pra ela!

Além de minhas pernas, minhas mãos também fraquejaram enquanto meus olhos jorravam lágrimas. A bandeja com o pedido de Rosalie caiu de minhas mãos com estrondo no chão. Eu encontrei forças em algum lugar dentro de mim e voltei correndo ao Café, escutando Edward gritar meu nome, mas eu não parei. Eu não queria ouvir explicações ou pedidos de desculpas. Ele não dava a mínima, não se importava, e era exatamente assim que eu seria dali pra frente.

Quando cheguei ao Café, entrei no balcão correndo, tirando o avental e pegando minha bolsa. Eu tremia tanto que derrubei uma pilha de bandejas no chão ao passar. Alice me olhava com cara de assustada e todos os outros meninos vieram ver o que estava acontecendo, ignorando os clientes por um momento. Senti braços me agarrarem ao mesmo tempo que minhas pernas ameaçaram fraquejar outra vez.

- A-Alice – eu tentava falar, ignorando as lágrimas. – V-você pode cuidar do balcão s-sem mim?

- Claro, Bella, mas pelo amor de Deus, me diga o que aconteceu! – ela estava desesperada.

Eu soluçava tanto que mal conseguia falar. Alguns dos clientes ficaram quietos tentando escutar a conversa.

- E-eu preciso ir embora, Alice... Não estou b-bem... Eu... E-eu... – eu soluçava, e cada vez mais as lágrimas desciam pelo meu rosto. – Preciso ficar sozinha, por f-favor...

Eu não conseguiria ficar ali nem mais um segundo. Peguei minhas coisas e saí, ignorando os pedido de Seth para me levar em casa.

Eu dei a volta por trás do Café e corri em direção à saída. Eu tinha certeza que ele iria me procurar, e eu não queria me encontrar com ele. E, de preferência, nunca mais. Em questão de segundos eu já tinha saído do set e mal vi quando cheguei em casa.

Atravessei a portaria e cheguei ao elevador. Eu apertava o botão com força, mas o elevador estava no 16º andar e descia lentamente. Eu não queria esperar, ele podia estar vindo atrás de mim!

- Mas que droga! – gritei, espancando o botão e deixando minha mão roxa.

Eu não conseguia acreditar que Edward tinha feito aquilo comigo! Não podia ser! Todos os meus medos estavam certos, desde o começo. Eu nunca deveria ter acreditado em alguém que eu mal conhecia! Como fui idiota por pensar que as coisas estavam indo bem, que eu finalmente seria feliz ao lado de alguém... E Alice! Até ela estava empolgada com a idéia. Por que tudo tinha que sair errado? Por que eu havia confiado nele tão cegamente?!

Era tão óbvio que a fama dele estava acima de tudo! Agora eu conseguia ver claramente. A “plebéia” usada como um ardil para desviar os olhos do povo da sacanagem entre o Príncipe Cullen e a Princesa Hale! Um simples brinquedinho nas mãos de um homem que não liga para sentimentos, já que têm todo dinheiro e todas as mulheres do mundo aos seus pés. Apenas uma idiota como eu poderia acreditar que ele se interessaria por uma "plebéia".

Não me lembro de ter pego o elevador e nem de ter entrado no meu apartamento, mas quando dei por mim estava encarando a parede lilás, deitada em posição fetal. Já não havia mais lágrimas para derramar. O aperto no peito sumira, pois também não havia coração algum que pudesse ser machucado. A tristeza dava lugar à raiva e à vergonha, por ter sido feita de palhaça.

A última coisa de que me lembro, durante meu estado de torpor, era de estar deitada na minha cama quase adormecendo no mesmo travesseiro que Edward tinha dormido no sábado. Seu cheiro me acompanhou enquanto eu mergulhava novamente na segurança do sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... Sobrou gente pra comentar? HUIHDUAIHDUIAHDSAD Fantasminhas, que favoritaram a fic e não apareceram ainda, por favor, comentem! É muito, muito importante pra mim saber o que vocês estão achando. Mesmo que seja pra mandar uma mensagem privada, haha. Sim, estou implorando D:
Até o próximo capítulos, flores ;*