Palavras Ao Vento escrita por Nat


Capítulo 2
Dezembro de 2007, dia 24.


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEY LEITORES LINDOS :3
Aqui está mais um capítulo da história pra você. Devo dizer que fiquei muito feliz com os reviews. Muito, muito, muito feliz ♥
Não tenho muito o que falar aqui, então HAVE FUN :3
Até lá embaixo õ/



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Dezembro de 2007, dia 24.

Senhor Diário de Capa Vermelha (posso me acostumar com isso),

Sim, eu sei que é véspera de natal. Sim, eu sei que deveria estar com minha família, me divertindo, conversando, e todas essas coisas que fazemos durante o natal. Mas todos os anos eu faço a mesma coisa: me isolo completamente de todos no meu quarto, geralmente lendo ou ouvindo música, até meia-noite. Então, eu saio por um momento, falo com as pessoas, desejo feliz natal para todos e perto da uma hora da madrugada, volto para meu quarto, onde fico até alguém ir embora (o que acontece por volta das duas horas), então eu fico com as pessoas até não ter mais ninguém em casa.

Minha família diz que eu sou muito antissocial. Isso não é de todo verdade, porque eu só sou antissocial com eles. Eu amo minha família, não me entenda mal. Eu só... Não gosto de ficar na presença deles. Quando meus familiares se juntam, começam a falar besteira, SEMPRE. Eles não pensam do mesmo jeito que eu, falam coisas sem-noção e idiotas, julgam de forma errada graças à suas mentes pequenas e não escondem seu preconceito. E eu não posso falar nada, porque é minha família. Mesmo se eu falasse, minha mãe ficaria MUITO brava.

De qualquer modo, não estou escrevendo para falar da minha família. Estou escrevendo porque aconteceu uma coisa um tanto perturbadora alguns dias atrás (essa foi melhor palavra que eu consegui para descrever).

Eu saí com a minha mãe durante a tarde. Minha mãe se chama Dianna e foi dela que eu puxei cabelo liso e loiro. Tirando isso, não somos nada parecidas. Sou quase um clone do meu pai: não muito alta, olhos castanhos cor-de-mel, o nariz pequeno, etc. Também não estou aqui para falar de minha aparência (tenho certa dificuldade para me focar em um único assunto). Voltando... Minha mãe queria comprar enfeites de natal, coisa que ela faz todos os anos, sem exceção. Eu não queria ir, em partes porque estava em um dos muitos dias em que quero só ficar no meu quarto lendo e ouvindo música, e porque esses passeios sempre são chatos e demorados. Mas ela ficou insistindo, dizendo que não queria ir sozinha que queria minha ajuda... é, eu acabei cedendo. Minha mãe consegue ser bem persuasiva quando quer. Mas só aceitei na condição de que pudesse levar um livro.

Sim, foi muito chato. Com várias lojas para entrar, ela escolheu justo a mais cheia, pequena e abafada de todas. Depois de meia hora, eu já estava rezando para que ela acabasse logo com aquilo e fosse para casa. Nem meu livro estava me distraindo! E como o anjo que ela é na minha vida, Sarah me liga, me salvando de mofar naquele lugar. Mas ela estava estranha. Nossa conversa foi mais ou menos assim:

– Onde você está?

– Numa loja com minha mãe.

– Ótimo. Me encontra na livraria agora.

– O quê? Por quê?

– Por que sim. Não reclama e vem logo! É importante.

– Tá, eu vou tentar.

E ela desligou.

Mesmo achando aquilo muito estranho, avisei minha mãe que ia me encontrar com Sarah, saindo antes que ela usasse seus poderes persuasivos novamente. Quando me encontrei com Sarah na livraria, nosso ponto de encontro oficial, ela estava bem diferente da minha melhor amiga. O cabelo ruivo estava preso em um coque, ela usava um moletom cinza e parecia aflita. Não a via daquele jeito há muito tempo. Então ela me contou o que tinha acontecido.

Seu irmão, Mason, estava de volta à cidade.

Vou explicar. A família da Sarah está bem longe de ser chamada de “família feliz”. O pai é um alcóolatra violento que bateu nela e na mãe durante anos, até que a sua mãe decidiu acabar com aquela palhaçada e o colocar na cadeia quando Sarah tinha dez anos. Seu irmão, Mason, foi para a faculdade no mesmo ano, deixando completamente de lado a família. Quando isso aconteceu, Sarah deu graças a Deus. Ela não suporta o irmão. Na verdade, eles não são irmãos de verdade, porque o Mason é adotado.

Os pais de Sarah adotaram o Mason quando ele tinha três anos. Lana, mãe da Sarah, achava que não podia ter filhos, só que alguns anos depois a menina nasceu. Naquela época, Mason já era um completo idiota metido, que tratava a mãe muito mal e protegido pelo pai, que também não prestava. Eu conheci o Mason. Ele é um completo idiota tarado. Sério, ele tentou me agarrar e eu tinha nove anos. N-O-V-E! Um absurdo. Eu era só uma criança, aquilo foi ridículo. Um grande imbecil. Ele também é drogado, e vivia roubando dinheiro e coisas de qualquer um que aparecia, inclusive uma pulseira que eu tinha, esta que sumiu em um dia que fui dormir na casa da Sarah.

Depois que John (pai da Sarah) foi preso, e Mason foi para a faculdade, ela e a mãe puderam finalmente ter uma vida em paz, sem se preocupar. Lana arranjou emprego como professora do jardim de infância e faz o que ama, que é cuidar de crianças (vai entender!)

Eu sabia como Sarah se sentia. Depois de finalmente ter paz e ser feliz, o Monstro volta para infernizar sua vida. Sentada no sofá que a livraria mantinha para aqueles que gostavam de ler um pedaço do livro que vão comprar, Sarah parecia ter novamente nove anos, com os olhos vazios, sem brilho. E não sorria.

Tentei dizer a ela que ficaria tudo bem, que ele não faria nada, coisa e tal. Frases de consolo clichês. Mas nada deu certo. Ela só ficava dizendo que eu estava errada e balançando a cabeça. Quando eu perguntei como ela podia ter tanta certeza disso, é que ela soltou a bomba. Sim, eu vou escrever as falas como em um livro, porque eu sou estranha.

– Quando Mason foi embora, disse claramente que só voltaria quando John voltasse – ela disse. Nunca chamou John de pai. Nunca. – Se ele está de volta, significa que John voltou também.

E aí ela começou a chorar. E eu não sabia o que fazer. Na verdade, ainda não sei, e é por isso que estou aqui no meu quarto.

Minha mãe acabou de me chamar para falar com a minha família. Volto outro dia.

Com carinho,

Sky.


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Notas finais do capítulo

Então? Aprovado? Mereço reviews?
Logo, logo posto o próximo (ou não).
Beijinhos sabor suco de abóbora,
Mrs. Lovegood.



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