Marley P.O.V

Uma semana se passou desde que começamos as aulas e nossa casa já foi carinhosamente apelidada por Puck de “House Party”. Toda noite eles aprontam alguma comemoração e em praticamente todas, Rachel, Mercedes, Kurt e Blaine permanecem no quarto das duas, já que é o cômodo mais afastado da área escolhida pelos meninos para ter as festas.

O restante de nós está praticamente em todas, exceção de Tina e Mike que às vezes somem, assim como Sant e Seb. Pra bom entendedor meia palavra basta. Eu estou sempre por lá, dançando e me divertindo com todo mundo, mas vou acabar perdendo a paciência com a tal Kitty. Fogo no rabo ou o que?

Estávamos no vestiário, terminando de nos trocar após o banho. O vestido de Kitty era de longe, chamativo e curto demais para uma festinha em casa, mas eu parecia ser a única invocada com isso. Quer dizer, eu e Sant.

_ Ducky, amarra meu vestido? - pediu Santana se aproximando de mim com um vestido vermelho lindo.

_ Por que você chama ela de Ducky? – perguntou Britt inocentemente e Sant sorriu carinhosa.

_ Não sei. Acho que é porque quando nós éramos pequenas, eu chamava ela de patinha, aí acabou ficando Ducky. – disse minha melhor amiga – Mas também tem Marline, Marley e Eu, entre outros que dependem do meu humor.

_ E que humor variável. – brinquei terminando o laço

_ Acho isso fofo. – disse Quinn, que tinha ficado calada até agora.

_ O que? – perguntou Santana, calçando os sapatos.

_ Esses apelidos com um motivo. É fofinho porque mostra que vocês são amigas desde sempre. - ela disse, e eu sorri, estava pensando nisso.

_ É sim. Não sei como seria minha vida sem a Pocahontas... E espero nunca ter que descobrir. – garanti abraçando Sant pelo pescoço e fazendo todas rirem.

Kitty P.O.V

Respira Kitty, respire pra não mandar pro inferno. Não aguento mais essas losers idiotas falando de amizade... Fala sério, dava pra pelo menos ter banheiro separado nessa merda de casa?

_ O apelido da Sant é Pocahontas? - perguntou a loirinha burra. Na boa, essa menina só pode fumar pó de anjo pra ser tão no mundo dos contos de fadas.

_ Não... Quer dizer, mais ou menos. Ela me mata se eu falar. - disse Marley e Santana a fuzilou.

_ Ah! Fala, vai? Só pra mim? Por favoooor? - pediu a loira de novo, enquanto Santana rosnou baixinho pra Marley. Essa Lopez é até gatinha, tem o corpo bonito e é bem sexy.

Se quer minha opinião, ela e Quinn são as menos losers dessa casa, apesar dessa Quinn ser inocente demais. Sério que ela veio de Nova York?

Marley se abaixou e sussurrou algo para Brittany, fazendo a loira rir maravilhada enquanto Santana fuzilava as duas.

_ Não acredito que você fez isso! - gritou a latina, fazendo cara de emburrada.

_ Por que tá com vergonha, Sant? Seu apelido é muito fofo. – ai que menina chata, eu ein, parece uma bebezinha.

_ Não, não é! Marley! Agora teremos que inventar um apelido pra elas! – disse Santana com um sorriso diabólico e Quinn engoliu em seco.

_ Primeiro a Quinn! – propôs Marley – Hum... Vamos seguir o senso comum da casa: Barbie.

_ Que original. – resmungou Santana e Marley a fuzilou – Ok, ok... Bom, não vão me deixar na Disneylândia sozinha. Tina, você vai ser Mulan.

_ Com prazer. – riu a japinha que até então estava em silêncio.

_ E eu? – perguntei voltando ao meu papel de amiga de todos.

_ Podia ser vaca louca. – Marley sussurrou e Santana deu um espirro para encobrir o riso, mas fingi não ver.

_ Oras, você pode ser Ice Queen. – propôs Quinn.

_ Concordo. – disse Santana sorrindo – Agora vamos para Brittany.

_ Mas porque Ice Queen? – perguntei indignada.

_ Nananão Kitty, agora é a vez de decidir o apelidado da Britt, sem falta de educação.

Eu bufei, voltando a me arrumar no espelho enquanto todas pensavam. Ah, francamente, avoada seria um ótimo apelido.

_ Não consigo pensar em nada. – admitiu Santana.

_ Idem. – concordou Marley.

_ Tudo bem. – disse Brittany se levantando – Com o tempo vocês acham um, que nem acharam para as meninas. Agora vamos terminar de nos arrumar?

Blaine P.O.V

Hoje tem festa, como sempre, mas no meu quarto tudo está relativamente silencioso. Tina desceu, mas eu não sei se vou porque amanhã tem aula bem cedo. Eu digo que esse povo não tem juízo.

A música está absurdamente alta e meu quarto é bem perto das escadas, então minha cabeça está latejando. Eu quero dormir, mas sem condições e o quarto da Rachel e da Mercedes vai estar um festival de musicais que não estou afim de aguentar.

Fui até o banheiro masculino, me inclinando sobre a pia e abrindo a torneira para lavar o rosto.

_ Você está se sentindo bem? - perguntou uma voz e eu me virei vendo Kurt.

_ Ah, sim, claro. Só com um pouco de dor de cabeça por causa da música. - expliquei e ele fez uma careta, ficando ao meu lado na pia.

_ Também não gosto muito... Ninguém ali vai ter audição aos trinta. - ele previu, me fazendo rir.

_ E você? O que faz aqui? – perguntei me sentando na pia ao lado dele, que me estudou antes de sentar também.

_ Digamos que Sam e a Fabray passaram da conta de novo. E foram dar uns amassos na cama dele... Ao lado da minha. – explicou ele calmamente, me fazendo gargalhar.

_ Se quiser pode dormir comigo. – propus e ele arregalou os olhos, me fazendo corar – N-n-não assim como você tá pensando. Eu tenho bicama, por algum motivo. Pode usá-la se quiser.

_ Oh, claro... Seria ótimo. – agradeceu sorrindo – Só vou tentar pegar minhas coisas e já te encontro.

_ Vou esperar Sr. Hummel. – garanti enquanto ele saia do banheiro.

Brittany P.O.V

A festa já rolava há horas e eu só ria das besteiras que Santana fazia. Ela estava completamente bêbada e Sebastian estava no palco ajudando Finn a tocar uma música de rock pesado muito estranha.

Marley estava em algum canto beijando o Noah. Deus é quem sabe quando e como isso rolou (e o quanto ela vai se arrepender amanhã), mas agora eles tão em um canto sozinhos. Kitty deve ter ido vomitar, tamanho era seu nível de bebedeira, então acho que não a veremos tão cedo.

E eu estou no colo de Artie, conversando com Mike e Tina (os únicos sãos aqui além de nós). De repente, Santana escorregou e bateu a cabeça no chão, fazendo com que minha respiração falhasse.

_ Ai meu Deus, você está bem? – gritei saindo do colo de Artie e indo acudi-la.

_ Acho que sim... – suspirou ela, antes de vomitar.

_ Chega de beber Pocahontas, vamos subir. – mandei, apoiando-a – Te vejo daqui a pouco Artie. Tchau Mike, Tina.

_ Tchau... Se precisar, chame. – disse Tina e eu concordei, enquanto ia para o elevador de Artie. Sant não estava em condições de subir as escadas.

Fui até o banheiro, ligando o chuveiro e sentando-a no chão. Corri até o quarto dela, apanhando algumas roupas, não sei se dela ou de Marley, e voltei ao banheiro, encontrando-a cantarolando no chuveiro.

_ Vem mocinha, hora de se trocar. – chamei desligando o chuveiro e a ajudando a se levantar. Ela parecia um pouco melhor e conseguiu se trocar quase sozinha.

_ Obrigada Britt. – agradeceu ela, quando eu a levei até o quarto e a deitei, cobrindo até os ombros – Você é tipo uma fadinha sabe?

_ Prefiro unicórnios. – admiti e ela riu.

_ Esse vai ser seu apelido... Unicórnia. Mesmo que a palavra não exista. – decidiu ela sonolenta – Cadê a Marline?

_ Com o Puck... Vou procurá-los está bem? – prometi e ela concordou.

_ Ok... Boa noite unicórniazinha. – desejou ela, fechando os olhos.

_ Boa noite Pocahontas. – desejei beijando sua testa e saindo pela porta com um suspiro. E agora vem a missão de achar Marley e rezar para não ter ninguém pelado. Os duendes dizem que não podemos ver meninos pelados. Pelo menos, é isso que minha mãe me disse que eles dizem. Será que eles sabem que eu já vi o Artie pelado?