Sebastian P.O.V

_ Aaaaai, estamos chegando. – gritou Marley, olhando pela janela maravilhada e eu ri, observando Santana ressonar tranquilamente em meu ombro.

_ Sant... Estamos chegando. – sussurrei lhe dando um beijo na testa e ela abriu os olhos, meio grogue.

_ Se vocês dois me deixarem sozinha para ficar se pegando, juro que nunca mais olho na cara de vocês. – ameaçou Marley.

_ Relaxa ai cachorrinha... – brincou Sant, se aconchegando melhor a mim – Não precisamos de lugares escondidos para fazer nada.

A mais nova bufou (sim, Marley é um ano mais nova que nós dois) e voltou a encarar a janela.

_ Como vamos achar a casa mesmo? – perguntou a Sant, que pegou a carta e leu.

_ Esse tal de William disse que haverá alguém na estação ferroviária. – leu ela – Aparentemente, dos dezesseis apenas três moram longe o bastante pra vir de avião.

_ Duas são aqui dos EUA mesmo, mas uma é de Londres... – disse Marley, ainda encarando a janela – A tal Katherine.

_ Só pelo nome não gostei. – resmungou Sant e eu revirei os olhos. Ela não gostou de metade da lista e por ironia, só as com nome feminino.

_ Pois acho melhor passar a gostar, porque a partir desse momento, temos 1096 dias para descobrir. – disse a ela, vendo que o trem diminuía a velocidade – Para sua sorte, esse ano é bissexto.

_ Cala a boca e pegue nossas malas Smyth. - mandou Marley, enquanto ela e Santana riam.

Mike P.O.V

O trem de West Virginia veio consideravelmente vazio. Eu vi três adolescentes alguns vagões à frente e lembrei-me de que outros três herdeiros eram do mesmo estado que eu, mas preferi manter distância.

Já na estação ferroviária de Lima, Ohio, comecei a procurar por quem quer que fosse nosso ‘guia’. Qual foi minha surpresa ao ver uma mulher loira de 1,75m, cabelos curtos, roupa de treino esportivo e um megafone.

_ SANTANA LOPEZ. MARLEY ROSE. SEBASTIAN SMYTH. MICHAEL CHANG. – gritava ela, seu rosto expressando claramente seu desprezo.

Os três que eu vi mais cedo se aproximaram e eu os segui. Chegando à mulher, ela nos encarou e depois revirou as folhas de uma prancheta.

_ Muito bem, são vocês mesmo. – disse ela por fim, enfiando a prancheta embaixo do braço – Ainda faltam quatro, então sentem suas bundas gordas com os demais e esperem.

Vimos outros sete adolescentes sentados e fomos até eles, sentado no resto do banco. Vinte minutos depois, um trem vindo de Nova York chegou trazendo uma baixinha chamada Rachel e a outra oriental, Cristina, que se sentou ao meu lado calada, enquanto a companheira de trem não calava a boca.

Os dois últimos vieram ambos de Chicago. Um rapaz alto (tipo, 1,90 no mínimo) e um gay, que veio soltando brilhos e afins.

_ Muito bem montes de excrementos humanos. – disse a mulher jogando a prancheta no lixo – Não sei mais seus nomes e pouco me importa. Não deveria me apresentar, pois todos já deveriam me conhecer, mas ainda sim, sou Sue Silvester. O sr. Queixo-Bunda-de-Nenem, também conhecido como Will Schuester, me mandou buscá-los pois tinha de ir ao aeroporto. Eu não queria, mas nosso patrão, Figgins, mandou, então cá estou. Não me interessa como foi a viagem de vocês, então levantem seus traseiros daí e vamos para o ônibus, para passarmos no aeroporto pegar o resto dos perdedores e eu poder deixá-los em sua gigantesca casa e ir tomar meu shake de proteínas. Estamos entendidos?

Todos os presentes só conseguiram assentir, enquanto apanhavam suas coisas às pressas e a seguiam.

_ Deixa que eu te ajudo. – ofereci a Cristina, que se embolou com suas malas – Tenho pouca bagagem como pode ver. – ela sorriu envergonhada, enquanto eu pegava as malas dela – Michael, mas pode me chamar de Mike.

_ Cristina. – apresentou-se – Mas prefiro Tina.

_ Faz mais sua cara se quer saber. – respondi vendo-a corar novamente.

Kitty P.O.V

Ohio. Tinha que ser o maldito do meu avô pra me enfiar nessa enrascada. Aquele desgraçado mesmo depois de morto ainda nos perturba. Mas num ponto minha mãe está certa: essa é uma chance única.

_ Seja um lobo em pele de cordeiro Kitty. – recomendou ela, enquanto nos despedíamos – Consiga esses 10 bilhões e muitos mais... Faça seu jogo e leve o prêmio dos outros junto.

Tirei meu casaco da Chanel antes que ficasse fedendo a suor por esse calor do inferno e baixei meus óculos Dior, analisando tudo a minha volta e vendo um homem relativamente bonitinho com um cartaz escrito meu nome.

_ William Schuester? – perguntei e ele assentiu.

_ É um prazer Srta. Wilde. – cumprimentou ele, apertando minha mão.

_ Só Kitty, por favor. – pedi e ele concordou, pegando meu carrinho de malas e transferindo-as para outro, onde já havia algumas.

_ Essas são Brittany Pierce e Mercedes Jones. – apresentou ele, mostrando uma loirinha avoada e uma negra gordinha, que me olhou de cima a baixo – Vamos que o ônibus já deve estar chegando. Sue ia pegar os demais na estação ferroviária às 13h e já passa das 14h.

Ônibus? Ai meu Deus, aonde eu vim parar.

Tina P.O.V

Chegando a casa, vimos que ela tinha um estilo... Pitoresco, bem a cara de onde nossos avos teriam morado.

_ Pelo amor de Deus, diga que a decoração não é do século XIV. – implorou um dos rapazes, gay pelo que eu podia ver.

_ Não sr. Hummel, não é. – disse o sr. Schuester rindo – A casa foi toda redecorada recentemente com um fundo que havia sido deixado para esse fim. Podem entrar e ver.

_ Santa mãe de Deus. – exclamou uma loirinha quando entramos. A sala de estar era um verdadeiro sonho.

_ Vamos aos quartos. – propôs o sr. S – Bom, eu tenho aqui a divisão deixada por seus avos de acordo com a afinidade deles. E lamento informar previamente que as instruções são para, de jeito algum, mudar.

_ Herdeira de John Fabray? – chamou ele e uma loirinha ergueu a mão – Você dividira o quarto com o herdeiro de Joseph Puckerman.

_ Eu vou dividir o quarto com um homem? – gritou a menina, acho que Lucy – Você tem que estar brincando.

_ Liga não boneca, eu não mordo. – riu o Puckerman – Só se você pedir.

Ela olhou o homem com a prancheta, que apenas deu de ombros, parecendo chateado por não poder ajudar, e voltou a se sentar, cada vez mais emburrada.

_ Herdeira de Luísa Lopez com a de Andrea Carmel. – leu ele e as duas meninas que eu vira de mãos dadas começaram a pular – Nenhuma surpresa levando em conta que Andrea criou a filha de Luísa depois que a mesma se foi. Continuando... Herdeira de Susan Pierce com o herdeiro de Kylie Abrams.

Mais menino e menina? Qual é, bem que o sr. S poderia deixá-los trocar né. Sacanagem isso.

_ Herdeiro de Theodore Evans? – um loiro bocudo ergueu a mão – Com o herdeiro de George Hummel. – o rapaz gay que havia dado piti com a decoração olhou o outro de canto de olho e deu um sorrisinho mínimo.

“Herdeiro de Charlie Hudson com o herdeiro de Joshua Chang.” Continuou o homem e Mike acenou com a cabeça para o rapaz gigantesco “Herdeira de Emanuele Berry com a de Mariah Jones”.

A baixinha que veio comigo de Nova York levantou-se sorrindo, a procura de sua parceira, mas murchou diante do olhar de julgamento da mesma e logo sentava-se novamente, encarando o sr. S.

_ Herdeiro de Adelia Anderson com a de Nina Cohen-Chang. – muito obrigada vovozinha querida. O meu parceiro de quarto deu um aceno com a cabeça e suspirei, constatando que era o outro gay – E por fim a herdeira de Jordan Wilde com o herdeiro de Harley Smith.

O rapaz que estava com a Lopez e a Carmel ergueu os olhos e encarou a patricinha de Londres, que lhe sorria provocante. A Lopez fechou a cara, passando o braço pelo ombro do rapaz e mostrando de quem ele era propriedade.

_ Bom, eu virei aos finais de semana para ver do que precisam. – disse sr. S guardando seus papeis – As aulas começam em uma semana, então vocês ainda tem algum tempo. Do mais, divirtam-se, boa sorte e tentem não brigar muito.