Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 42
Capítulo 38 - O País das Maravilhas


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Sei que demorei, mas esse capítulo é importante e eu precisei de tempo para pensar e ter ideias. Também estava aproveitando o feriado. Vocês ganharam muito chocolate?
Mas falando do capítulo, acho que vocês vão me odiar por causa dele kkkkk Eu chorei escrevendo, juro pra vocês. Mas eu já estava com essa ideia há muito tempo e quis colocar aqui. Tem a ver com a coisa que a Ellanor previu. E eu me baseei um pouco em dois capítulos da segunda temporada, o Lady Of The Lake e o Queen Of Hearts. Como eu disse a vocês, algumas coisas vão ser iguais a série, mas outras eu vou mudar e adaptar de acordo com a fic. Neste teremos Wonderland e a diva da Cora.
E falando na Cora, não sei vocês, mas eu fiquei com pena dela depois que vi o episódio dessa semana. Agora eu entendo o porquê de ela ter sido tão cruel. Ah e tenho que comentar sobre Regina e Robin. Que cena que foi aquela, meu Deus? Foi lindo! Não vou falar muito porque não sei se todas já viram o episódio. Ah e no próximo capítulo provavelmente já vai ser a maldição. Mas enfim, espero que gostem desse e comentem.



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Capítulo 38 – O País das Maravilhas

Quatro meses haviam se passado desde a ameaça da Rainha e nesse meio tempo, Killian e Ruby fizeram o máximo possível para ficar longe daquela mulher. É claro que estavam amedrontados desde que ela jurara destruir a felicidade de todos, mas ainda assim, precisavam seguir com suas vidas.

– Nós vamos ter um filho, Killian, como quer que eu não me preocupe? – Ruby perguntou depois que Gancho disse que ela não devia se preocupar com a Rainha.

– Ela não pode machucar ninguém, amor. Lembra que sua irmã a ameaçou? Ela não tentaria prejudicar ninguém se isso fosse causar a morte dela.

Serviu para acalmar Ruby, mas ela ainda estava preocupada. E com razão. Aquele filho que ela esperava tornara-se prioridade na vida do casal e eles só pensavam no bem-estar do bebê. A princesa estava no quinto mês de gravidez e a barriga crescera um pouco. Gancho estava tão protetor e paternal que nem parecia o pirata cafajeste que ela conhecera há uns meses.

– Ninguém vai lhe fazer mal enquanto eu estiver por perto – ele prometera a ela – Basta ficarmos longe da Rainha, como Ellanor disse, e vai ficar tudo bem.

– Não basta ficarmos longe da Rainha, quando não sabemos se ela ficará longe de nós. Ela é completamente louca. Viu o que ela fez no casamento da Branca. Quem garante que ela não reservou um destino horrível para todos nós?

– Bem, sua irmã não parece preocupada então não devemos nos preocupar também.

Mas Killian estava enganado. Desde a ameaça da Rainha, Branca não conseguia dormir tranqüila. A coisa piorou depois que ela descobriu que estava grávida. Todos ficaram felizes, é claro, com mais um bebê a caminho, mas Branca temia que Regina pudesse fazer algo àquela criança.

No entanto, já era maio e Regina ainda não fizera nenhuma atrocidade. Talvez ela tivesse um pouco de amor a vida e não ousasse tentar ferir mais ninguém depois que Branca a ameaçara. Ou talvez ela só estivesse ocupada demais preparando algo terrível.

Bem, de todo jeito eles tinham que prosseguir com suas vidas e foi o que Ruby e Killian fizeram. Quando a primavera chegou, a Ilha dos Enamorados se encheu de cor e eles puderam plantar. Ruby fez jardins floridos e Killian se dedicou a construir uma horta. Logo eles tinham as verduras e legumes que precisavam para uma alimentação saudável. A cada dia que passava Ruby ficava mais faminta, aí Gancho ia pra cozinha e tentava fazer uma refeição decente. Ultimamente a princesa reclamara de dor nas pernas e andara tendo alguns desejos. Killian se desdobrava em dois para conseguir tudo o que ela queria.

– Sabe, amor, ando com uma vontade de comer amoras silvestres... – ela disse numa manhã fresca de maio. Gancho caçava caranguejos enquanto a princesa descansava sentada na areia – Você bem podia encontrar algumas pra mim...

– Mas onde raios vou arrumar amoras, Ruby? Está me deixando louco com esses seus desejos. Com tanta fruta por aqui você vai querer logo amoras?

– Ah amor... – ela fazia biquinho – Por favor! Olha que seu filho vai nascer com cara de amora e depois você vai me culpar.

Ele riu.

– Você sempre diz isso. Bem, eu estava mesmo pensando em ir à cidade, aí posso comprar umas amoras pra você.

– Ah obrigada! – ela abriu um sorriso e o beijou na bochecha – Eu vou aproveitar para comprar umas coisinhas também e...

– Nada disso, você fica! – ele disse com firmeza – Não quero que faça esforço.

– Mas Killian...

– Não, não e não. – ele caminhou em direção a casa e Ruby foi atrás - Nem adianta insistir. Eu só vou demorar umas horas e enquanto isso você fica aqui em repouso.

– Repouso? – ela colocou as mãos na cintura, como sempre fazia quando estava com raiva ou indignada – Você fala como se eu estivesse doente.

– Querida, precisa descansar... – ele ia dizendo, mas Ruby interrompeu.

– Ah é? Quer saber de uma coisa? Branca já está no quarto mês e o James deixa ela fazer o que bem entender. Sabia que ele não fica superprotetor que nem você? Killian, eu mal consigo respirar com você me protegendo o tempo todo.

Gancho se virou para olhá-la. Ele entendia que ela precisava de um pouco de espaço às vezes, mas aquela criança era muito importante para ele e era como se algo ruim estivesse para acontecer. Ele simplesmente precisava cuidar dela.

– Desculpe, amor, é só que... eu me sinto inseguro e me sinto como se precisasse protegê-la o tempo todo.

– Inseguro? Então esse é o problema?

– E se eu não for um bom pai? Eu não sei, eu só...

– Está tudo bem! – ela o abraçou – Você vai ser um ótimo pai. Agora por favor, por favor, me deixe respirar.

Ele gargalhou e acariciou a barriga da esposa.

– Eu só quero que nosso bebezinho fique bem. Mas você está certa, eu estou te sufocando com todo esse cuidado.

À tarde eles navegaram em direção à cidade mais próxima. Morar numa ilha tinha suas desvantagens e Killian às vezes reclamava por ter que sair para as compras. Eles levaram umas duas horas navegando e então atracaram numa praia deserta. Killian amarrou o barco num coqueiro e ele e Ruby caminharam de braços dados.

A cidade ficava a poucos metros da praia e vendedores montavam suas barracas nas ruas. Gancho tinha uma pequena fortuna e às vezes gastava esse dinheiro comprando roupas e outras coisas que eles precisavam. Ruby viu lindos vestidos e lamentou estar engordando tanto. As roupas já estavam pequenas para ela e agora precisava comprar dois números acima do seu. Gancho aproveitou para comprar umas ferramentas. Depois Ruby descobriu uma lojinha de brinquedos e eles compraram brinquedinhos para o bebê.

– Não encontrei suas amoras, querida. Mas talvez possamos encontrar algumas pela floresta. Não custa procurar.

Eles adoravam caminhar e foi o que fizeram. Deviam estar há milhas do castelo da Rainha Má então não precisavam se preocupar com ela. Ruby carregava uma cestinha e Gancho não pôde deixar de sorrir apaixonado ao vê-la tão feliz. Todos a conheciam como Chapeuzinho Vermelho desde que ela começara a usar o capuz vermelho em praticamente todo lugar que iam. Ela gostava do apelido e Killian começara a usá-lo com mais freqüência.

– Chapeuzinho, estamos nos afastando muito. – Killian observou quando eles chegaram a uma parte escura da floresta – Acho que devíamos dar meia volta.

– Mas ainda não encontramos as amoras, querido. Tenho certeza de que estão por aqui em algum lugar.

Quando Ruby queria alguma coisa ela não desistia. Gancho suspirou e a seguiu. Uns minutos depois eles se depararam com uma amoreira e Chapeuzinho queria escalar a árvore, mas Gancho não deixou.

– Grávidas... – ele suspirou enquanto tirava o casaco – o que não fazemos por elas... É melhor me preparar uma torta quando chegarmos em casa, para compensar meu esforço.

Ela riu e Gancho subiu na árvore, onde apanhava as amoras e as jogava na cesta de Ruby. A princesa colheu umas flores que cresciam por ali e minutos depois Gancho desceu da árvore e eles se prepararam para ir embora.

– Parecem deliciosas – Ruby apanhou uma amora e experimentou.

Eles refizeram o caminho pelo qual tinham vindo e Gancho resolveu cortar caminho por uma estrada que cortava a floresta.

– Você não deve andar demais. – ele disse – E sabe, acho que devemos procurar um médico. Você sabe, apenas para nos certificar de que está tudo bem.

– Está bem – ela logo concordou antes que o marido começasse com seus discursos de que ela devia se cuidar.

Caminhavam de mãos dadas pela estrada quando o som de um galope encheu o ar. Cavalos vieram de trás deles e Gancho logo reconheceu a carruagem que eles puxavam.

– A Rainha! – ele se desesperou, já pensando na visão de Ellanor – Depressa! Temos que nos esconder.

Eles correram para a floresta numa tentativa de se esconderem da rainha. Talvez ela apenas estivesse passando por aquela estrada e não tivesse visto o casal. Os dois se esconderam por trás de um grupo de árvores.

– Acha que ela nos viu? – Ruby perguntou tentando recuperar o fôlego.

– Não sei. Espero que não. Droga! Não devíamos ter passado por aqui...

– Acho que ela já foi.

– Vamos, temos que voltar ao barco – Killian pegou na mão dela e eles andaram um pequeno trecho da floresta. Foi aí que uma nuvem roxa explodiu na frente deles e Regina apareceu.

– Indo a algum lugar? – ela sorriu. Estava inteiramente vestida de preto e seu cabelo negro estava preso num coque. Ela era realmente bonita, mas metia medo em muita gente.

Killian imediatamente se postou na frente de Ruby para protegê-la e Regina riu.

– Ora, não tenham medo. Eu apenas vim pedir um favor... – ela se aproximou.

– Não se aproxime – Killian puxou a espada, que ainda carregava para todo lado, e a apontou para Regina – Se tocar na Ruby eu juro que mato você.

Regina gargalhou e com um aceno de mão mandou a espada de Gancho para longe.

– Ora, querido, acha mesmo que uma simples espada vai lhe proteger? Nós dois sabemos que magia é capaz de fazer muito mais... E você, querida, por que está tão encolhida?

– O que você quer, Regina? – foi tudo o que Ruby disse, ainda se escondendo atrás de Gancho.

– Um favor. Algo que só o Capitão Gancho pode fazer.

– Eu não sou capitão mais – Killian falou – O que quer? Não há nada que eu possa fazer por você.

– Se está pensando em nos usar para machucar a Branca... – a princesa ia dizendo e Regina interrompeu.

– Eu não posso machucar Branca de Neve – a Rainha disse, sua voz carregada raiva – Não é por causa dela que estou aqui. Já disse, preciso de um favor.

– Quer dizer que nos ameaça e depois vem pedir por ajuda? – Killian ergueu uma sobrancelha. Regina ficou sem resposta por um momento, depois apenas respondeu:

– Há algo que precisa ser feito. Quem melhor do que o destemido Capitão Gancho para fazê-lo? – ela o encarava – Então, Capitão, eu apenas sugiro que me acompanhe sem questionar, caso contrário, sua querida esposa sofrerá as conseqüências.

– Faça o que quiser, mas deixe Ruby fora disso.

– Mas é claro. – ela sorriu maldosamente – Sabe que eu detestaria fazer algo a ela, não é? Você tem duas opções: ou vem comigo e faz o que quero, ou assiste sua esposa morrer... A escolha é sua.

– Vá! – Ruby mandou – Vá! Eu vou ficar bem.

– Eu não posso deixá-la sozinha...

– Killian, não temos outra escolha. Eu vou ficar bem.

– Está bem. – ele lhe deu um rápido beijo e Regina revirou os olhos ao ver a cena – Volte para o barco e use a capa.

Ruby assentiu e Regina fez um gesto com as mãos. No segundo seguinte Killian e a Rainha estavam de frente para a carruagem negra da bruxa. Regina ordenou a seu cocheiro que refizesse o caminho para seu castelo e ela e Killian sentaram se na carruagem, um de frente para o outro. Eles não falaram muito no caminho até o castelo da Rainha. Cerca de meia hora depois eles pararam em frente à construção sombria que era o castelo de Regina.

– Fique a vontade – ela disse a Killian quando eles caminharam pelos corredores do castelo.

Ela o levou até seu quarto, onde poderiam ficar mais à vontade. Killian estava se perguntando o que é que ela queria dele quando a Rainha lhe ofereceu uma taça de vinho. Ele desconfiou e ergueu uma sobrancelha.

– Não está envenenado – ela riu e se afastou para pegar algo. Voltou trazendo uma caixa arredondada que parecia feita de couro.

– Então, do que se trata? – ele perguntou, sem nem tocar no vinho que ela oferecera.

Em resposta, ela abriu a caixa e tirou de dentro dela um chapéu preto, uma espécie de cartola.

– Um chapéu – Killian disse, como que debochando. Regina apenas sorriu.

– Um portal. A tarefa que tenho para você vai exigir que viaje para outro mundo.

– Não está tramando nada, está? – ele ergueu a sobrancelha – Como eu vou saber se não está me enganando? Me mandando para outro mundo, vai ter o caminho livre para fazer o que quiser com a Ruby.

– E o que eu iria querer com sua adorável esposa? – ela riu – Branca de Neve é quem eu odeio e enquanto não posso fazer nada para machucá-la... bem, digamos que preciso me ocupar com outras coisas. Agora, há algo que você precisa fazer nesta terra para qual irá viajar.

– Certo. Não é nada que envolva perigo, é? Eu tenho uma esposa e logo terei um filho. Eles precisam de mim.

– Encantador! – ela depositou o chapéu no chão, com o topo virado para baixo e a abertura virada para cima – Não, não é nada muito perigoso. Preciso me livrar de uma pessoa e você fará isso por mim.

– Espere aí... está dizendo que vou ter que matar uma pessoa? – Gancho estava lívido. Ele podia ter feito coisas horríveis no passado, mas matar não fora uma delas.

– Sua esposa não precisa saber. Tudo o que tem que fazer é matar essa pessoa e trazer o corpo para mim.

Killian ficou sem fala por uns minutos, até conseguir perguntar:

– Quem? Quem é essa pessoa que devo matar?

– Minha mãe.

– O quê? Você... você é louca!

Regina gargalhou.

– Ora, por que a surpresa? Acredite, tenho meus motivos. Minha mãe fez algumas coisas ruins e receio que ela possa atrapalhar meus planos se resolver aparecer.

– Certo. Então tudo o que devo fazer é matá-la e trazer o corpo?

– Sim.

– E depois você vai me deixar ir embora?

– É claro, tem minha palavra. Eu vou lhe recompensar muito bem por isso.

– Oh eu não quero nada seu. Mas faremos um acordo: eu faço o que você quer e em troca você fica fora do meu caminho.

– Feito!

Regina então fez um aceno com a mão e o gancho de Killian foi voando até ela.

– Ei! – ele protestou. Ela usou magia no gancho e ele brilhou sinistramente. A Rainha então o devolveu a Killian.

– Seu gancho está encantado, assim vai poder arrancar o coração dela – a mulher explicou – Mas cuidado, só vai ter uma chance, só pode arrancar um coração. Não desperdice a oportunidade.

– Ela deve ter sido uma mãe horrível, para querer fazer isso a ela – Gancho disse e Regina ignorou o comentário. – Suponho que devo partir agora...

– Sim, deve partir imediatamente – ela caminhou até um sofá de couro recostado a um canto. Havia alguma coisa sobre o sofá, recoberta por uma manta. Regina puxou a manta e Killian viu que era um homem que estava deitado ali e parecia estar morto – Esta terra para o qual estou o mandando é uma terra muito distante. Eu bani minha mãe para lá há uns anos. Você não irá sozinho, o pobre Claude irá com você.

Claude era o homem morto, que devia ser um dos guardas da Rainha. Killian não entendia que utilidade um morto teria.

– E um morto irá me ajudar em quê? – ele perguntou.

– Quem faz uso do chapéu deve seguir uma regra: o mesmo número de pessoas que vai é o mesmo que deve retornar. Você vai voltar com o corpo de minha mãe, portanto, deve levar alguém com você. Irá com Claude e retornará com minha mãe.

– Certo – ele assentiu. – Como vou encontrar sua mãe?

– O nome dela é Cora. Ela vai encontrá-lo, não se preocupe.

Regina pegou o chapéu e o girou no chão. O chapéu começou a rodar mais rápido e aumentou de tamanho, de forma que uma pessoa pudesse pular dentro dele. Killian jogou Claude sobre o ombro e preparou-se para pular dentro do chapéu.

– Para qual terra estou indo? – perguntou a Regina.

– Para o País das Maravilhas – ela disse. – E certifique-se de atravessar o espelho.

Então Killian pulou dentro do chapéu e se perdeu dentro da escuridão.

***

Ele e o morto acabaram numa sala circular cheia de portas diferentes. Por um momento o ex-pirata temeu por sua vida. E se ele ficasse preso ali? E se ele nunca mais voltasse pra Ruby? Talvez essa fosse a devastação para Ruby, talvez fosse isso que Ellanor tivesse previsto.

Ele examinou as portas por alguns segundos. Eram todas de cores diferentes, mas só havia uma porta que era transparente. Na verdade, era um espelho. Ele pensou por uns minutos e lembrou-se de que Regina dissera que ele devia atravessar um espelho. Mas o espelho parecia bem sólido. Gancho estendeu a mão e tocou no espelho. A mão dele afundou e ele percebeu que conseguiria passar por dentro dele. Ele respirou fundo e atravessou com o morto.

Ao sair do outro lado, deparou-se com um lugar meio estranho. Era muito diferente da Floresta Encantada e até o ar parecia ter um cheiro meio diferente. Havia uma estrada de pedras lisas e Gancho não soube o que fazer. Ela apenas depositou o morto no chão e caminhou por uns metros.

“Como vou encontrar essa tal Cora?”, ele pensou. Acabou por se deparar com uma lagarta grande, gorda e azul deitada sobre um enorme cogumelo. Mas isso não era o bastante, a lagarta também fumava e soprava a fumaça no ar. Killian ergueu a sobrancelha, recusando-se a acreditar naquilo. De tudo o que ele já vira nessa vida, nada se comparava a uma lagarta azul gigante que fumava.

– Hum, com licença – ele se dirigiu a lagarta – Pode me dizer onde eu encontro Cora?

Ao invés de responder, a lagarta soprou uma baforada de fumaça na cara de Killian. Ele tossiu e se afastou.

– Obrigado por nada – disse.

Ele não encontrou ninguém enquanto caminhava pela estrada. O País das Maravilhas não parecia tão glamoroso quanto ele pensara. Por fim ele acabou de frente a um jardim de cercas vivas. As plantas formavam paredes e a primeira vista Gancho imaginou que devia passar por ali. Mas conforme caminhava por entre as cercas vivas acabou se dando conta de que estava num labirinto.

– Droga! Aquela maldita Rainha! – ele xingou, sem saber o que fazer.

Ele então retornou pelo mesmo caminho em quer viera, mas deu de cara com dois guardas.

– Ei, você! O que faz aqui? – um dos guardas berrou para ele.

Killian correu para um lado, mas mais guardas vieram. Ele logo foi encurralado e não havia nada que pudesse fazer. Lutar com todos aqueles guardas seria morte na certa.

– Levem-no para a Rainha de Copas – disse um dos guardas.

– Encontramos um corpo – disse o outro.

– Quem é você e o que faz no País das Maravilhas? – o primeiro guarda voltou a perguntar.

– Sou o Capitão Gancho – disse Killian, ele achou que não era seguro usar seu nome verdadeiro – E estou procurando uma pessoa.

– Este homem morto, você o trouxe?

– Sim, mas posso explicar...

– Levem-no para a Rainha! – o guarda ordenou e Killian foi arrastado pelos guardas.

Eles passaram pelo labirinto de cercas vivas. Levavam o homem morto junto. Killian avistou um castelo ao longe. Tudo ali parecia ser enfeitado por corações. Eles por fim pararam. Havia um grupo de pessoas que aparentavam ser nobres e uma mulher que se sentava a um trono. Ele, no entanto, não pôde ver quem era a mulher por que ela segurava uma máscara na frente do rosto. Aliás, todos usavam máscaras.

Havia um homem de pé ao lado da Rainha e ele se dirigiu a Gancho.

– Ajoelhe-se para a Rainha de Copas – ordenou e Gancho logo obedeceu. O homem se curvou e a Rainha sussurrou algo em seu ouvido – A Rainha quer saber quem é você e o que faz aqui.

– Sou o Capitão Gancho e procuro por uma pessoa, uma mulher chamada Cora.

– Neste mundo ela é tratada por Vossa Majestade – a Rainha se levantou e afastou a máscara, permitindo que Gancho visse seu rosto. Ela não era muito velha, mas devia ter mais de cinquenta anos. Não se parecia muito com Regina, mas carregava no rosto a mesma expressão de poder que ele vira no rosto da Rainha Má. – Deixem-nos – ela ordenou e todos se retiraram às pressas.

– Permita-me oferecer-lhe presentes – Gancho disse e retirou do bolso um colar de pérolas que comprara para Ruby. Ele não sabia o que fazer e pensou em enganar a Rainha para se aproximar dela e poder matá-la. Cora aproximou-se, examinando o homem e pegando o colar que ele estendia para ela.

– Você veio por um portal – ela disse – Um chapéu. Mas se bem entendo, o mesmo número de pessoas que vem é o mesmo número que deve voltar. Você trouxe aquele homem – ela apontou para o homem morto que Killian trouxera e agora repousava ali no chão – e com quem pretende voltar?

– Você! – num movimento rápido Killian enfiou seu gancho no peito da mulher, bem no lugar em que ficava seu coração. Ela não pareceu amedrontada e quando Killian puxou o gancho de volta, surpreendeu-se ao ver que não conseguira arrancar o coração da Rainha.

– Mas o quê...?

– Eu sou a Rainha de Copas – ela riu divertindo-se com a confusão do homem – Acha mesmo que eu iria guardar meu coração aí? É assim que se faz! – e ela enfiou a mão no peito de Gancho.

– Por favor! – ele gemeu enquanto ela apertava seu coração dentro do peito. Não só Regina era versada em magia, como sua mãe também era, ou não saberia como arrancar um coração. – Piedade! Eu tenho uma esposa e um filho...

– Você vai me contar tudo! – ela aumentou o aperto no peito dele e Gancho mal conseguia respirar – Quem te mandou aqui? Quem te mandou fazer isso?

– Sua... sua filha... – ele murmurou.

– Regina? Ela me quer morta? Por quê? Diga-me o que sabe.

– Por favor... tenha piedade...

Ela o largou e Gancho caiu no chão, quase sem fôlego. Cora voltou a sentar-se em seu trono e fez o ex-pirata contar tudo o que sabia. Gancho então contou a ela que Regina agora era conhecida por Rainha Má e que aprendera magia. Disse que Regina vivia atrás de Branca, querendo se vingar dela e que ameaçara destruir a felicidade de todos, agora que não podia mais machucar a mulher que destruíra sua felicidade. Terminou por contar que Regina o mandara até ali para matar Cora e que ele só ia fazer isso porque a Rainha Má ameaçara machucar sua esposa.

– Então ela acabou aprendendo magia – Cora disse depois que Gancho terminou de contar tudo – Mas foi tola ao pensar que poderia se livrar de mim mandando você para me matar. Ela pensa que não precisa de mim, mas vai precisar.

– Por favor, eu lhe contei tudo o que sabia, agora me deixe ir. Eu vou ter um filho, não posso deixar minha esposa desamparada. Você entende, não é? Ama sua filha, sabe o que um pai seria capaz de fazer por seus filhos...

Ela pensou por uns minutos, depois o dispensou com um aceno de mão:

– Está bem, pode ir. E leve esse cadáver com você.

– Obrigado! Obrigado! – ele se ajoelhou aos pés dela em agradecimento.

– Mas não pense que sairá impune – ela o alertou – Pelo o que me contou, minha filha acabou por se tornar amarga e cruel. Ela com certeza não vai gostar de saber que ainda estou viva. Se eu fosse você, esperaria pelo pior...

***

Na viagem de volta à Floresta Encantada, Gancho não parou de pensar no que Regina faria a ele quando soubesse que a mãe estava viva. Ela podia matá-lo, mas seria pior se ela fizesse algo a Ruby e ele preferia morrer a permitir que algo acontecesse à sua princesa.

Ele aterrissou no quarto da Rainha e ela se olhava no espelho. Ela o viu pelo reflexo do espelho e se virou para olhá-lo.

– E então? – ela se aproximou e viu o corpo do guarda – O que é isso? Onde está minha mãe?

– Ahn, bem... ocorreu um imprevisto...

– O que você fez? – ela urrou para ele.

– Ela é a Rainha de Copas. Ela não tinha um coração...

– Ela está viva? – Regina berrou enraivecida e prendeu Gancho na parede com sua magia.

– Sim... mas não foi minha culpa... por favor, tenha piedade! – ele implorou

– SEU IDIOTA! IMBECIL! – ela berrava – Talvez eu devesse lhe mostrar como é que se faz – e enfiou a mão no peito de Gancho arrancando-lhe o coração. Ele urrou de dor.

– Se me matar, Branca de Neve matará você – ele conseguiu dizer antes que Regina pudesse esmagar seu coração.

Ela parou e o encarou. Pensou por uns segundos e pareceu chegar à conclusão de que sua vida valia mais do que o desejo de se vingar do ex-pirata.

– A sua mãe se importa com você – ele disse enquanto Regina ainda estava parada segurando seu coração – Você pensa que não precisa dela, mas um dia vai precisar.

– CALE-SE! – ela ordenou. Em seguida enfiou o coração de Gancho de volta no peito dele e o homem gemeu de dor – SUMA DAQUI!

Gancho ficou livre da magia que o prendia a parede e correu para fora com dificuldade. Ele nem olhou para trás para ver o que Regina ia fazer, apenas correu como um louco até alcançar a saída do castelo. Lutou contra alguns guardas que estavam por ali e nocauteou todos. Aí roubou um dos cavalos da Rainha e saiu a galope.

Já anoitecera e a lua estava alta no céu. Ele se perguntou quanto tempo passara no País das Maravilhas. Parecia ter durado pouco mais de uma hora, mas o tempo na Floresta Encantada devia ser diferente e já haviam se passado muitas horas. Ele chegou à praia e Ruby estava sentada na areia comendo suas amoras. Ela se levantou de um pulo quando o viu e correu até ele, jogando-se em seus braços.

– Graças aos céus! Eu fiquei tão preocupada!

– Temos que ir! – ele a puxou em direção ao barco. Ele temia que Regina tivesse se arrependido por deixá-lo ir e fosse atrás dele.

– Por quê? O que aconteceu? O que ela queria?

– Eu te explico depois, está bem?

– Indo a algum lugar? – Regina surgiu por trás deles – Eu acho que não.

Gancho tentou proteger Ruby, mas a Rainha o mandou voando para um lado e o prendeu a um dos coqueiros da praia. Ela dissera que ia matar Ruby caso Gancho não fizesse o que ela queria e era isso que ela ia fazer.

– NÃO! É A MIM QUE VOCÊ QUER. DEIXE-A EM PAZ! – ele implorava e tentava se soltar do coqueiro.

Regina se aproximou de Ruby, que a enfrentou corajosamente.

– Eu nunca lhe fiz mal, Regina. Deixe-nos em paz.

– Sim, minha rixa sempre foi com sua irmã – Regina respondeu – E me agradeça por poupar sua vida. – ela ergueu a mão e Ruby congelou de medo sem saber o que a bruxa ia fazer. Regina começou a fechar a mão como se apertasse alguma coisa e Ruby começou a sentir uma dor no útero – Seu marido cometeu um erro e ele nunca mais vai esquecer isso.

Começou como uma cólica e conforme Regina ia apertando a mão, Ruby sentia mais dor. A princesa sentiu como se milhões de facas a apunhalassem na barriga. Ela gritou de dor e caiu de joelhos, contorcendo-se no chão. Regina gargalhou e Gancho berrava implorando pra que ela parasse com aquilo.

– NÃO! NÃO! MALDITA! DEIXE-NOS EM PAZ! – ele berrava.

Ruby gritava e Regina apenas gargalhava com o prazer de causar dor. Gancho chorava e lutava para se soltar da magia que o prendia ao coqueiro. Regina por fim parou e desapareceu em uma fumaça roxa. A magia que prendia Gancho acabou e ele correu até Ruby. A pobre menina estava caída na areia, segurando a barriga e gemendo. Uma poça de sangue manchava a areia e suas roupas.

– Ruby! Ruby, fala comigo! Fala comigo! – ele a pegou no colo com cuidado, temendo machucá-la.

– O bebê... – ela balbuciou antes de desmaiar.

– Ruby? Ruby! Por favor... amor, por favor, fala comigo! Ruby! – Gancho estava desesperado e não sabia o que fazer. Ele pegou Ruby no colo e correu em direção à cidade, onde pediu ajuda – Me ajudem! Eu preciso de um médico! Por favor, um médico!

Disseram a ele que não havia médico por ali e ele estava cada vez mais desesperado. Uma mulher perguntou o que acontecera e ele apenas balbuciou algo sobre uma bruxa e um bebê. A mulher disse a ele que havia uma parteira por ali e que ela era o mais próximo que eles tinham de um médico. Ruby foi levada até a casa da parteira e Gancho se sentou a um canto enquanto a mulher examinava a princesa.

– E então? – ele perguntou depois que a mulher examinou Ruby. Gancho ainda tremia e estava assustado. Ele sabia que Regina era cruel, mas não achou que ela fosse tão cruel a ponto de matar uma criança. No entanto, ainda havia uma pontinha de esperança de que o bebê ainda estivesse vivo. Era quase impossível, mas Gancho estava se agarrando a essa possibilidade.

– Lamento, mas ela perdeu o bebê. – disse a parteira – Perdeu muito sangue, precisa repousar para se recuperar.

Gancho chorou e não se envergonhou por isso. A mulher o consolou e lhe deu um copo d’água para que se acalmasse. Ele observou Ruby por longos minutos, imaginando como ela ia ficar quando acordasse. Ellanor sabia. Fora isso que ela previra, fora por isso que dissera que eles deviam se afastar de Regina. Ruby ia sofrer e ele ia sofrer junto.

– Ela vai poder ter outro bebê? – ele perguntou a parteira.

– Não sei dizer, não há como saber. Mulheres que perdem bebês geralmente conseguem ter outros filhos depois. Mas ela vai sofrer e você vai precisar ajudá-la nesse momento difícil.

Gancho estava abalado e não sabia como lidar com essa recente perda. Aquele filho era muito importante para ele e para Ruby. Eles estavam tão felizes! E Regina simplesmente tinha que destruir essa felicidade. Foi quando Killian se lembrou da Fada Azul e de que ela dissera que estaria no céu, em forma de estrela. Ele resolveu chamar por ela, esperando que ela pudesse fazer algo.

– Sinto muito, não há nada que eu possa fazer – foi o que a fada disse – Ela já perdeu o bebê. Tudo o que eu posso fazer é lhe dar essa poção – ela conjurou um frasco e o entregou a Killian, havia um líquido transparente dentro dele – Essa poção irá ajudá-la a se recuperar mais rápido, mas você vai ser o pilar no qual ela vai se sustentar. Ela vai encontrar força em você.

Não havia nada que ele pudesse fazer, a não ser consolar sua Ruby. Ela acordou algumas horas depois e Gancho estava sentado ao lado da cama. A princesa o olhou, esperando uma confirmação do que ela já sabia.

– Eu sinto muito! – os olhos dele se encheram de lágrimas e Ruby caiu no choro. – Eu sinto muito, minha querida.

Ele a pegou no colo e a abraçou enquanto ela soluçava. Ruby chorou por horas e Killian ficou com ela o tempo todo. Nenhum dos dois disse mais nada, apenas choraram abraçados. Só depois de muito tempo é que ela voltou a dormir. Estava muito fraca e frágil.

A parteira disse que era melhor eles ficarem um tempo na cidade, porque Ruby precisava se recuperar e não devia fazer esforço. Eles se hospedaram numa estalagem e Ruby não fez nada além de se encolher na cama e chorar noite e dia.

– Meu bebezinho... – ela soluçava – Meu amado bebezinho...

– A culpa foi minha. Eu não pude protegê-la. Eu falhei com você, Ruby. Me perdoe, amor, me perdoe... A culpa é toda minha!

– Não é sua culpa! – ela agarrou a mão dele, seu rosto estava banhado por lágrimas – Regina fez isso, ela é a culpada. Ela vai pagar por isso!

– Nós vamos ter outro! – ele a puxou para seu colo – Eu te prometo!

– E se eu não puder ter outro? – ela perguntou com a voz embargada.

– Você vai ter! Nós não vamos desistir! Eu te prometo!

A notícia logo chegou a Anita e Vovó e elas vieram consolar Ruby. Quando Branca soube, jurou que ia matar Regina e James precisou impedi-la.

– Eu jurei que ia matá-la se ela machucasse alguém – Branca lembrou a todos quando eles visitaram Ruby – Regina já passou dos limites. E ela ainda nos ameaçou!

– Você não vai fazer nada – James foi firme com a esposa – Você está esperando um filho.

– Regina não pode nos machucar...

– Branca, se matar a Regina não vai ter volta – disse Anita.

– Acha que nossa filha ia gostar de saber que a mãe dela é uma assassina? Apenas esqueça isso, Regina vai ter o que merece.

Branca estava revoltada, mas James conseguiu fazê-la desistir da ideia de matar Regina. Depois a própria Ruby pediu à irmã que não fizesse nada. Ela estava sofrendo, mas nem por isso gostaria de saber que a irmã se tornara uma assassina.

– Eu sinto muito, minha irmã. Eu devia ter matado a Regina quando tive a oportunidade. Mas ela vai pagar por isso, ah se vai...

Ruby ficou em silêncio por uns instantes. Os outros haviam se retirado e as duas princesas estavam sozinhas. Ruby estava muito abalada, mas a poção que a fada lhe dera a ajudara a se recuperar mais rápido. Mas fisicamente. A dor de perder um filho era muito grande e ela jamais ia superar isso. Não importava o quão saudável ela fosse, seu coração não ia ser o mesmo.

– Como está se sentindo? – Branca perguntou – Quero dizer, como está se sentindo fisicamente? Ainda dói?

Ruby balançou a cabeça.

– Não, não dói... O que dói mesmo é meu coração...

As duas se abraçaram e Ruby segurou o choro. Ela estava bem, apesar de tudo, e tivera sorte de escapar com vida. Resolveu mudar de assunto, numa tentativa de esquecer aquela tragédia.

– Então você está esperando uma menina? Como é possível saber o sexo do bebê antes que ele nasça?

– Sim, é uma menina – Branca sorriu – A mãe do James me deu um colar antes de morrer. É um colar mágico e pode prever o sexo do bebê mesmo antes de a mulher engravidar. Não sei como não me lembrei dele antes. Está aqui comigo, quer tentar? – ela tirou o colar do pescoço e o estendeu para a irmã – Se balançar de norte para sul é um menino e se balançar de leste para oeste é menina.

– É melhor não – disse Ruby recusando o colar – Não sei se posso ter outro filho. Não quero me decepcionar.

Branca pensou por uns instantes. Ruby encarava o teto e Branca encarava a irmã.

– Sabe, eu não podia ter filhos – Branca confessou e Ruby se surpreendeu.

– Por que não?

– O Rei George tinha me amaldiçoado. A mulher dele também foi amaldiçoada e não podia gerar filhos. Foi por isso que ele adotou o gêmeo do James. Ele me fez beber uma água envenenada, me amaldiçoou para se vingar de mim e James. Eu fiquei arrasada, mas Ruth, a mãe do James, me fez ter esperanças.

– Como quebrou a maldição?

– O lago Nostos, Ruth me fez beber a água. Ela morreu para que eu pudesse ter um filho.

– O lago Nostos! Se eu beber da água poderei ter outro filho, não é? – Ruby animou-se ao lembrar que as águas do lago tinham propriedades mágicas. Ela não ia poder recuperar o bebê perdido, mas bebendo da água, ia garantir que pudesse ter outro filho.

– O lago estava seco da última vez que fui lá. Só havia água suficiente para um gole. Íamos dar a água a Ruth, que estava ferida, mas ela me fez tomar a água. Ela se sacrificou para que eu pudesse ter um filho.

Ruby desanimou e Branca deu esperanças a ela.

– Mas eu tinha esperança de um dia ter um filho. Ruth disse que encontraríamos um jeito e eu acreditei nela. O que estou dizendo, Ruby, é que deve ter esperança. Você perdeu uma criança, mas não significa que não poderá gerar outra.

O discurso de Branca animou Ruby um pouco e Gancho prometera a ela que teriam outro filho. Não custava nada acreditar nisso.

– Está bem. Esse colar funciona mesmo?

– Funcionou comigo. Quer tentar?

Ruby assentiu e estendeu a mão. Branca segurou o colar sobre a mão da irmã. Era um colar muito simples com cordão de prata e um pingente grande e redondo. O pingente balançou de leste para oeste e Ruby vibrou.

– Vai ser menina!

– Eu não disse? Você vai ter outro filho.

– Ah Branca, obrigada! – elas se abraçaram – Mas não conte a ninguém, pelo menos até que eu engravide novamente.

– Está bem, vai ser nosso segredinho...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, apesar de eu ter feito a Ruby sofrer. Esqueci de comentar que chegamos a 300 comentários e 16 recomendações. Obrigada a todas, vocês são as melhores leitoras do mundo