Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 13
Capítulo 9 - Chame-o pelo apelido


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, demorei mas voltei rsrs Estive em semana de provas e por isso não tive tempo de postar, e o Enem tá vindo aí então fica difícil. Talvez poste o próximo capítulo ainda essa semana, mas não prometo nada. Agradeço os comentários no último capítulo e espero que gostem desse.



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Capítulo 9 – Chame-o pelo apelido

- Gancho, Ganchinho... me diz quantos anos você tem...

- Ah... por que quer tanto saber? E pare de me chamar assim.

Os dois conversavam no convés. Killian o tempo todo examinando sua bússola com uma mão e segurando o leme com o gancho. Ruby pulava para lá e para cá em volta dele, querendo saber se o Capitão era muito mais velho do que aparentava ser.

- Estou curiosa. E também quero saber tudo sobre a Terra do Nunca. Por quanto tempo você ficou lá? É como dizem nas histórias? É verdade que lá tem sereias e fadas? E também tem um tal Peter Pan, não tem?

- Está bem, está bem! – ele murmurou, atordoado por tantas perguntas. – Mas uma coisa de cada vez. Eu tenho 30 anos, não sou tão velho assim. E passei tempo o suficiente na Terra do Nunca para conhecer aquele lugar como a palma da minha mão – ele levantou o braço do gancho, esquecendo-se de que não tinha mais a mão esquerda – Bem, você entendeu – ele riu de si mesmo ao perceber que levantara o braço errado.

- 30? Nossa, eu te daria uns 25...

O Capitão sorriu, levando aquilo como um elogio.

- Obrigado, sempre me disseram que ainda pareço um garoto.

- Não exagere tanto. – ela se apoiou contra a beirada do navio, de modo que podia observar tudo o que acontecia no convés – Mas me conte mais sobre este lugar.

Killian contou tudo que podia se lembrar. Falou das sereias e como podiam levar os homens para o fundo do mar, falou sobre as fadas e seu pó mágico e também sobre Peter Pan e os meninos perdidos. Ela notou que ele não parecia gostar muito do tal Pan e começou a perguntar se eles tinham uma rixa.

- Hum, ele é um metido, o Pan. Acha que é o rei da Terra do Nunca e considera os piratas como miseráveis e desumanos. A verdade é que ele tem medo de crescer, não passa de um covarde. – ele respondeu com um olho no mapa e outro em Ruby.

- E as sereias já tentaram te levar com elas?

- Ah, é claro. Você sabe que ninguém resiste à minha beleza – ele sorriu sedutor – E eu tive que ser forte o bastante para não me encantar por elas. São muito lindas.

Ruby ficou com ciúmes por ele ter dito isso das sereias, mas não demonstrou. Logo ela perguntou mais sobre as fadas.

- Elas são criaturas fascinantes, as fadas. Vivem todas juntas na floresta, mas eu só tive a oportunidade de conhecer uma delas. Seu nome era Tinker Bell.

- A verdade é que ele tentou capturar a pobre Bell – Smee apareceu atrás deles, se intrometendo na conversa.

- Por que raios você ia capturar uma fada? – Ruby fez cara de indignação. Pra que um pirata precisava cometer essas atrocidades com aquelas pobres criaturinhas?

- Acontece que Tinker Bell é a preferida de Pan, e se a capturássemos, teríamos algo para usar contra ele. – o Capitão respondeu e fez cara feia para Smee, por ter falado demais.

- Ora, mas que infantilidade. Por que vocês não esquecem essa briguinha boba... afinal, que foi que aconteceu para vocês odiarem um ao outro?

- Viu, Capitão? Até a Princesa acha que vocês estão exagerando com essa rivalidade. – Smee foi soltando as palavras, sem conseguir se conter – A verdade, Princesa, é que o Capitão queria ser o rei da Terra do Nunca, por assim dizer. Mas é claro que o Pan chegou primeiro e não ia permitir que piratas controlassem o mundo dele. Desde então os dois brigam para decidir quem é o melhor. É claro que os dois são teimosos demais para perceber que essas brigas não vão levar a nada. A coisa toda piorou quando o Capitão disse que Pan era um covarde que tinha medo de crescer, então Pan rebateu e disse que o Capitão não conhece o amor verdadeiro e...

- SMEE! QUER CALAR A BOCA?

Ruby e Smee se assustaram com o grito do Capitão e Smee se encolheu, arrependido de ter falado tanto.

- Só porque é meu imediato não quer dizer que precisa sair contando coisas minhas por aí...

- D-desculpe, Capitão. É que eu me empolguei por estarmos voltando a Terra do Nunca e...

- Tá, tá. Vá fazer algo útil! Mande aqueles preguiçosos esfregarem o convés.

Smee se apressou a fazer o que o Capitão mandara e Ruby, curiosa como sempre, recomeçou a fazer perguntas.

- O que é um imediato?

- É o pirata que manda no navio, na ausência do Capitão. Smee às vezes abusa do poder que tem... – ele balançou a cabeça, irritado.

- Quanto tempo deve demorar até chegarmos à Terra do Nunca?

- Talvez uns cinco dias, seis no máximo. Vamos ter que passar por muita coisa. E é claro que temos de encontrar o portal...

- Então existe mesmo um portal? Mal posso esperar para ver.

O Capitão ria com a animação de Ruby. Ela já estava até falando em passar uma temporada na Terra do Nunca, para que ficasse bonita e jovem por mais tempo.

- Não seja boba. Você nem precisa disso. Quantos anos você tem, afinal?

- Tenho 20, e isso significa menoridade no meu mundo. Você podia ser preso por seqüestrar uma menor, ou pior ainda, uma princesa.

- Ora, isso é bobagem. Eu quero dizer, é claro que eu poderia ser preso, mas você tem idade o suficiente para saber o que quer para sua vida. E idade não é nada, se quer saber.

- Sim, eu sei. Só estou dizendo que não tenho idade para dizer que sou dona do meu nariz.

Killian riu quando ela disse isso. E depois ficaram um tempo em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Quando o Capitão começou a cantar, Ruby teve que admitir que a voz dele era bonita, soava de um jeito encantador e ao mesmo tempo sexy.

- Yo Ho! Yo Ho!

Eu sou um pirata sim.

Nós extorquimos e roubamos e até saqueamos.

Bebei amigos, Yo Ho!

Ele parava para tomar rum e dar uma olhada no mapa, depois continuava.

- Nós colocamos fogo e incendiamos

Bebei amigos, Yo ho

Nós queimamos cidades, somos realmente medonhos

Bebei amigos, Yo ho!

Nós somos saqueadores, bandidos e ladrões

Nós somos perversos do tipo pior

Bebei amigos, Yo ho!

Mas somos amados por nossas mães e pais

Bebei amigos, Yo ho!

Yo Ho!

Yo Ho!

eu sou um pirata sim!

A Princesa bateu palmas quando ele acabou, e Killian sorriu alegremente.

- Agora você pode dizer o quanto eu canto bem. – ele disse.

- Por incrível que pareça tenho que concordar com você. Não sabia que tinha esses talentos.

- Minha querida, eu sou o pacote completo de um homem perfeito – ele sorriu de lado e ela balançou a cabeça.

- Não pode ser tão perfeito quando lhe falta uma mão.

- Meu defeito também é meu charme...

- Ora, mas como pode ser tão exibido...

O Capitão riu e achou que era hora de largar os elogios que fazia a si mesmo de lado. Resolveu que devia elogiar a Princesa.

- Mas veja você. É inteligente, corajosa, humilde e ainda por cima é linda.

As bochechas dela ficaram vermelhas e ela não disse nada.

- Não precisa ficar vermelha, você sabe que é verdade. E eu posso estar errado sobre você, mas acho que deve estar gostando de passar uns tempos aqui no meu navio.

- Não é como se eu tivesse uma escolha – ela deu de ombros e olhou para longe, para o mar sem fim, tentando disfarçar o quanto estava envergonhada.

- Mas é melhor do que ficar trancada num castelo, cheia de obrigações, etiquetas, regras, e etc. Como é que você agüenta isso?

- Quem disse que eu agüento? – ela parecia louca para desabafar, embora não quisesse fazer isso com um pirata. Mas por uma estranha razão, Ruby acabou contando tudo ao Capitão – Como você mesmo disse, estou sempre cheia de obrigações, e sempre há regras e mais regras a se cumprir. Tenho que ser educada o tempo todo e não posso nem me livrar daqueles malditos vestidos e joias. Além de tudo, meu pai quer que eu me case com alguém que eu não amo, e eu simplesmente tenho de aceitar isso. Peter é um doce, mas eu sinto que nunca seria capaz de amá-lo.

- Você não vai se casar com Peter – o Capitão disse de repente e depois fez cara de quem tinha falado demais.

- Não vou? – ela olhou para ele sem entender, perguntando-se como ele podia afirmar isso.

- Ora, é só você dizer tudo isso ao seu pai – o Capitão se atrapalhou um pouco e evitou o olhar de Ruby, fingindo estar muito concentrado em seu mapa – Talvez ele esqueça essa ideia de você se casar com alguém que não ama.

Ruby percebeu que ele escondia algo dela, mas achou melhor não perguntar nada. Mas pensando bem, ele agia de forma estranha às vezes. Talvez ele fosse dizer: “Você não vai se casar com Peter, porque é minha e vai se casar comigo.” É claro que seria estranho se ele dissesse isso, mas considerando o quanto ele parecia gostar dela, não era algo tão impossível de acontecer. E o Capitão parecia ser do tipo possessivo.

- Isso é praticamente impossível. E se eu não me casar com Peter vou acabar para titia.

- Está falando sério? Garanto que muitos homens ainda vão cortejá-la. Acredite em mim quando digo que você é linda. – e ele acrescentou em voz baixa: - Perfeita para mim.

Ele não dissera isso baixo o suficiente para que Ruby não escutasse. Ela ficou ainda mais vermelha do que antes, e acabou virando de costas para ele, fingindo estar interessada em algo que vira no mar. Os dois ficaram por muito tempo em silêncio, de forma que quando o Capitão falou foi para perguntar se ela queria aprender algo sobre navegação. Ela ficou surpresa e disse que era lerda demais para aprender essas coisas, e só entendia mesmo de etiquetas à mesa e obrigações de princesa. Killian riu e a puxou para mais perto.

- Vamos, não é tão difícil assim. Aqui – ele fez ela segurar o leme enquanto dizia – o lado esquerdo é chamado bombordo e o lado direito é o estibordo. Agora, vire dois nós para bombordo – ela assim o fez e o navio virou suavemente. O Capitão riu satisfeito e disse que ela ia aprender rápido. – Você está indo até bem para alguém que nunca teve muito contato com navios.

- Eu já tive contato com navios. Meu pai tem um, mas ele nunca faz viagens muito longas. E também não é tão legal como o seu.

- O seu pai deve ser mesmo muito rico – e depois deste último comentário, o Capitão ficou em silêncio, apenas observando enquanto Ruby mantinha o barco em linha reta e auxiliando-a às vezes. Não era tão difícil, na verdade, bastava que ela soubesse para onde estavam indo e mantivesse um olho na bússola e outro no horizonte.

Lá pela hora do almoço, Ruby largou o leme e disse que precisava beber, pois ficara tonta com o balanço do barco. Logo Smee veio chamar o Capitão, dizendo que o almoço estava pronto e que ele devia ir comer enquanto a comida estava quente. Smee assumiu o leme e o Capitão se sentou ao lado da Princesa, na mesa de refeições.

- Ei, Gancho, o que acha de pararmos um pouquinho naquela cidadezinha de sempre? – Beto perguntou meio tímido. Depois que a Princesa usara o apelido pela primeira vez, todos já haviam se acostumado a chamar o Capitão assim.

- Eu diria que é algo desnecessário – Killian bebeu um gole de rum – Mas precisamos nos preparar para uma viagem longa como essa, então, de todo jeito teremos de parar por lá.

Beto sorriu e Ruby se perguntou por que é que ele queria tanto voltar a essa cidade. Era a mesma cidade na qual tinham atracado quando os piratas precisavam encher o navio de suprimentos, daquela vez em que o Capitão tivera a ideia louca de ir para a Ilha das Tarântulas. Também fora naquela cidade que ela quase fora estuprada, e o Capitão a salvou antes que isso acontecesse. Só isso já era um bom motivo para que ela não quisesse passar nem perto daquele lugar.

Logo não só Beto, como outros marujos, animavam-se por estarem indo para a cidade. Ruby acabou perguntando ao Capitão o que havia de tão interessante lá para que os piratas ficassem assim.

- Ora, não é óbvio? – ele olhou para ela, já de volta ao controle do navio – Eles querem ter a oportunidade de gastar todo o dinheiro que tem, e é claro que muitos deles querem diversão, se é que você me entende... – ele sorriu maroto e ela revirou os olhos, enojada.

- Que horror. Será que vocês só pensam nisso, é? Acho que se eu fosse homem não teria tanta coragem de passar a noite com prostitutas.

- Não há nada que eles queiram mais. É natural que procurem o prazer, não acha? Afinal, nós passamos muito tempo fora da terra firme, e eles sentem falta disso. – ele balançava o braço do gancho, ao falar.

- Tanto faz. Mas e você?

- Eu o quê?

- Também vai se divertir? – ela disse isso de um jeito que mostrava que estava com ciúmes e Killian simplesmente riu e balançou a cabeça.

- Hoje não. Talvez... bem, talvez eu não precise delas mais, você sabe. Pelo menos agora eu tenho você, e podemos muito bem nos divertir... Ai!

Ruby bateu com força no braço dele, ao mesmo tempo em que dizia para quem quisesse ouvir que o Capitão era um tarado, cafajeste e aproveitador, e que ela se recusava a ouvir tamanha indelicadeza como aquela. Tudo o que ele fez foi gargalhar.

- Idiota! Pare de rir! Como é que você pode ser tão indecente com uma Princesa? E, além disso, eu não tenho idade para ouvir essas bobagens...

- É realmente uma pena. Poderíamos nos divertir muito juntos. – ele deu ênfase à palavra divertir – E logo teríamos mini piratas correndo por aí...

Ruby lançou um olhar feio a ele e cruzou os braços demonstrando que não estava gostando nada daquilo. Talvez fosse melhor que Gancho se calasse, mas ele continuou a tagarelar.

- ...mas já que você não quer, acho que é bem mais fácil se eu procurar uma das minhas antigas amantes. Hellen sempre foi minha preferida. Aposto que ela vai ficar muito feliz em me ver. Mas talvez eu fique com a Elizabeth, ela também é muito gostosa... ou talvez eu fique com as duas ao mesmo tempo...

- Me poupe dos detalhes sórdidos. – Ruby fez cara feia, revirou os olhos e Killian sorriu, percebendo que ela estava com ciúmes.

- Estou só brincando.

Ruby continuou de cara feia e logo Killian já estava se desculpando.

- É brincadeira, amor, você sabe que é a única na minha vida – embora ele tivesse usado um tom jocoso, era óbvio que estava dizendo a verdade. A essa altura todo mundo já percebera que os dois se amavam, só não conseguiam admitir isso. Ruby ia abrir a boca para responder, mas Smee apareceu perguntando se o Capitão ia querer que ele tratasse de assuntos com o ferreiro.

- Não, não dessa vez, Smee. Eu me resolvo com Willian. Vocês podem passar a noite farreando. E quanto a você – ele olhou para Ruby – nem pense em botar os pés para fora desse navio. É melhor nem tentar fugir, mocinha, ou eu vou ficar muito bravo.

- Está bem, Gancho. Eu não vou fazer nada. Temos um acordo esqueceu? – ela mudou de assunto logo depois – Sabe, acho que seria bom você me comprar mais roupas. Logo estas vão estar bem gastas.

- Isso seria ótimo, assim você teria de andar nua.

Smee soltou uma risadinha e Ruby pensou duas vezes antes de xingar o Capitão de algo que ele não ia gostar.

- Sr. Smee, será que o senhor poderia me fazer o favor de comprar roupas novas? Eu vou lhe pagar por isso depois. – ela ignorou o Capitão e ele protestou:

- Ei! Eu dou as ordens aqui – ele fez biquinho, fingindo estar chateado – Smee não precisa gastar o dinheiro dele. Eu pago.

Quando eles atracaram na cidade, ao anoitecer, os marujos foram logo apanhando suas moedas de ouro e quando Ruby se deu conta, só restavam ela e o Capitão no navio.

- Sabe, Gancho, você devia ir procurar suas prostitutas. Eu vou ficar bem – a moça disse ao Capitão enquanto preparava a água para seu banho.

- Eu não acredito em você. Iria fugir na primeira oportunidade. E eu já disse que não quero saber de outras mulheres.

- Está bem. Se não quer aproveitar a noite o azar é seu. Sua água está pronta, e se não se importa, estou indo dormir.

- Nada disso – ele se adiantou e trancou a porta da cabine – Você vai dormir aqui, assim eu fico de olho em você. E não se esqueça da minha massagem.

Ela bufou, mais uma vez se arrependendo de ter feito aquele acordo idiota. E quando começou a massagear os ombros do Capitão, ela precisou se segurar para não bater nele. Por que ele estava sempre a provocando e dizendo safadezas?

- Já está bom. Me dê a toalha.

Ela se levantou para pegar a toalha e o Capitão, num movimento rápido, acabou puxando-a para dentro da banheira.

- Mas o que está fazendo? Me solte, seu aproveitador...

- Oh, querida, eu sei que está gostando. Fique mais um pouco, a água está ótima.

Ela tentava se livrar dele a todo custo, mas Killian a segurava pelos pulsos e eles estavam espalhando água por todo lado.

- Seu cretino. Veja o trabalho que vou ter para limpar tudo isso... – ela socou o peito dele e conseguiu se soltar. Levantou com dificuldade e espalhou mais água ainda pela cabine. – Merda. Olha o que você fez... eu não tenho outra roupa.

- Use uma das minhas. Agora me dê a toalha.

Ela atirou a toalha para ele e abriu o armário, em busca de algo que lhe servisse. Acabou encontrando aquela mesma camisa branca e grande demais para ela, que Killian já havia lhe emprestado uma vez.

- Feche os olhos, vou me trocar. – ele ficou parado onde estava, com a toalha enrolada na cintura, pingando água e exibindo o peitoral definido – Vamos Gancho, eu não tenho a noite toda. Vou acabar pegando um resfriado com essa roupa molhada. O que está olhando?

Ele sorria feito bobo olhando o vestido que ela usava grudado em seu corpo, acentuando suas curvas. Quando ela percebeu, encolheu-se toda e colocou a camisa na frente.

- Quer olhar para o outro lado? – ela gritou furiosa.

Ele abriu um sorriso maroto e levantou uma das sobrancelhas.

- Sabe, agora que já tomamos banho juntos, que tal pular para a parte em que dormimos juntos?

O rosto de Ruby ficou mais vermelho do que pimentão, se é que isso era possível, e ela abriu a boca para protestar, mas acabou não tendo nada para dizer. Ela apenas ficou lá parada, olhando pra ele como se não estivesse acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo.

- Vai ficar parada aí? Ah, vamos lá, não precisa ter vergonha. Não há mal algum em compartilharmos a mesma cama. Eu dormiria no chão, mas está frio demais e ainda não me recuperei completamente.

Hum, certo, ela entendera errado. Tudo o que o Capitão dizia podia ser interpretado como uma de suas safadezas, mas dessa vez ela se enganara ao pensar que Killian na verdade queria “fazer coisas” com ela.

- O que foi? Não me diga que pensou outra coisa – ele riu – Mas que menininha mais pervertida.

- Pervertido aqui é você.– ela protestou e seu rosto voltou à cor normal – E vire de costas para eu trocar de roupa.

E ponto final. O Capitão obedeceu, rindo de uma orelha a outra. Ruby achava que ele era infantil demais às vezes, sempre rindo como bobo. Ou talvez houvesse explicação para isso. Smee lhe dissera que os homens ficavam meio bobos quando se apaixonavam, e ela acabou pensando que talvez fosse verdade.

Ela se trocou rapidamente, sempre olhando para o Capitão para ver se ele não estava a espiando pelo canto dos olhos. Ele também se vestiu (usava apenas uma calça de algodão para dormir) e logo os dois se deitaram. Ruby relutou um pouco em ter que dormir na mesma cama que o Capitão, mas logo os dois pegaram no sono.

Na manhã seguinte, quando Ruby acordou, o Capitão já tinha se levantado e ela foi ver se seu vestido já estava seco. Por sorte estava só um pouco úmido. Quando ela subiu ao convés, Killian parecia meio impaciente e ela notou que nenhum dos marujos voltara ainda.

- Ei, Gancho, cadê todo mundo?

- Ainda não voltaram – ele disse sem olhar pra ela. Tomou um gole de rum e só então se virou para olhá-la – E pare de me chamar assim, parece que está chamando um objeto.

Ruby riu da cara que ele fez

- Está bem, Gancho!

- Que foi que eu acabei de dizer?

- Eu não posso evitar, o nome cai bem em você.

Ele riu.

- Você é muito teimosa. Espere até eu arrumar um apelido pra você. Mas onde estão aqueles inúteis? Já deviam ter voltado.

A maioria dos marujos só voltou depois do meio dia. Alguns estavam meio bêbados, enquanto que outros passaram a noite com prostitutas. Eles logo trataram de fazer reparos no navio, e trazer suprimentos para a longa viagem até a Terra do Nunca. Killian ia ter um encontro com seu irmão, Willian. Eles com certeza iam precisar de mais armas e espadas, e Willian era o único ferreiro da cidade.

- Tome conta de tudo Smee. Vou falar com Willian.

- Hum, não vai ser preciso, Capitão.

Killian olhou pra onde Smee tinha apontado e viu seu irmão parado no porto, observando o navio. Willian se adiantou e subiu no navio.

- Ora, ora, a que devo a honra da visita? – o Capitão perguntou cruzando os braços.

- Eu quero ir com vocês – disse Willian.

- O quê?


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Notas finais do capítulo

Parece que vai acontecer um pequeno triângulo amoroso agora que Will apareceu. O que vocês acham? Isso não vai prestar rsrsrs
Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar