—Nãoooooooooooooo, não faça isso pelo amor de Deus— Era incrível como os gritos daquela garota me irritavam, minha vontade era de jogar aquele facão na direção dela, para arrancar seu pescoço. Chutei a outra perna arrancada do garoto, agora sim, ele estava com as duas amputadas.

—Não fica brava comigo ta Jessica—Eu provocava. James estava se remexendo no chão de dor.

—Porque não me mata logo seu maldito—Berrou.

—Se eu somente te matasse, qual seria a graça James?—Voltei a rodar o facão na mão—A melhor parte são os detalhes, me entende?

—E-eu não aguento mais, acaba logo com essa minha agonia de uma vez—Pediu.

—Não se apresse, vou acabar com sua agonia, logo, logo. Mas antes quero me divertir, eu disse que comigo ninguém brincava, muito menos enganava. Dei uma chance, o que você fez com ela? Jogou ela no ventilador, sem se importar com as consequências, agora você precisa suportar.

—Você é o pior tipo de ser que existe, ainda vai ter a morte que merece—O garoto voltou a cuspi sangue.

—Acho que não James, isso nunca vai acontecer comigo, porque sou mais esperto, mais forte. Vocês tiveram a sorte de me aprisionarem naquele quarto, mas não darei mais esse azar.

—Jamessss?—Jessica continuava desconsolada nos braços da irmã, gritando e assistindo a tudo.

—Assim que eu acabar com você, vou atrás da sua namoradinha e da irmã dela, as duas também me pagarão bem caro—Levantei o facão no ar.

—Não toque nelas seu doente, elas são apenas duas meninas, me mate, mas deixe-as em paz—O garoto achava mesmo que eu iria ceder com aquele pedido? Estava completamente enganado.

—Vou matar todos, ninguém sairá vivo para contar a história. Depois que eu acabar com você, matarei sua namoradinha—Senti que essas minhas palavras afetaram o garoto, ele me lançava um olhar de desprezo, seus olhos estavam avermelhados.

—Não toque nela, ou eu...

—Ou você vai fazer o que?—Interrompi—Você é um aleijado agora, não pode fazer nada para salvá-la—Ele teve que engoli em seco, sabia que eu tinha razão—Que saber? Cansei desse papo, vou logo encurtar as coisas para o seu lado, ainda tenho duas garotas para torturar, irei atender o seu pedido, e matá-lo de uma vez.

Dizendo isso, nem dei tempo para que o mesmo falasse alguma coisa, tomei impulso segurando o facão, e antes de atravessá-lo na garganta do garoto, dei uma olhadinha para Jessica, ela pedia desesperadamente para que eu parasse. Abrir um sorriso na face, um sorriso malvado e acertei o facão na garganta de James, ainda tive que colocar uma forçinha, para empurrar mais a lâmina para dentro do pescoço. Os olhos do garoto se encheram de água, ele agonizou um pouco, segundos depois tombou a face para o lado. Estava morto.

*Vinci narrando Off*

*Jessica narrando On*

A dor estava me rasgando por dentro, eu não podia acreditar, e nem queria acreditar que James estava morto, Vinci estava com o facão encravado em seu pescoço, mantinha um sorriso fixo nos lábios, enquanto continuava pressionando a lâmina em James.

—JAMESSSSSSSSSSS—Não continha os gritos, nem o choro, muito menos o desespero que se apossava do meu corpo, meu coração estava apertado, doendo, machucado. Lucy estava me apertando contra seus braços, minha vontade era de correr até James, abraçá-lo, livrá-lo daquele sofrimento, mas agora era tarde, ele estava morto. Mal conseguia me mover do chão, meus pés estavam colados sobre o asfalto, minhas pernas tremiam muito, sentir meus joelhos falharem, se não fosse por Lucy, acho que eu desabaria no chão.

—Calma Jessica!—Ela acariciava meu rosto—Vamos, precisamos sair daqui, você não pode fazer mais nada por ele.

—Lu-cy, ele está Mor-to—Balbuciava trêmula.

—É melhor você não olhar mais Jessica, vamos sair daqui, vamos aproveitar que o Vinci está distraído com o James, precisamos correr o máximo que conseguirmos.

—N-não con-si-go—Mais lágrimas banhavam meu rosto—N-não que-ro acre-di-tar que ele mor-reu.

—Jessica, olha pra mim?—Lucy puxou meu rosto, fui forçada a olhá-la—O James fez tudo que podia fazer, morreu com dignidade, nos ajudou como pôde, mas agora nós precisamos escapar, ou seremos nós as próximas.

Eu não tinha forças para respondê-la, estava em choque com tudo que tinha presenciado, minha cabeça estava a mil, a dor na nuca estava começando a ficar mais forte, minha cabeça latejava muito, e meu coração, esse doía ainda mais.

—Ele tinha me pedido em namoro Lucy, minutos antes do acidente—Contei a ela.

—Puxa Jessica, eu não sabia.

—Você estava dormindo.

—Sinto muito.

—Agora ele está morto.

—Jessica precisamos sair daqui, sei da dor que está sentindo, também senti a mesma coisa quando perdi o Bob, é uma dor incondicional, mas você me ajudou lembra? Deixa eu te ajudar, por favor?

—Tarde demais!—Virei o rosto olhando para Vinci, o mesmo estava tirando o facão de dentro da garganta de James, chutou seu corpo desprezadamente. Mirou seus olhos em nós duas, e logo começou a caminhar em nossa direção—Preciso que você corra Lucy, o mais rápido, siga essa estrada, você logo encontrará a estrada principal, chegando lá peça uma carona.

—O QUE?—Lucy deu um grito—Não vou te deixar aqui sozinha, eu preciso...

—Não Lucy!—A cortei—Não quero te colocar em perigo, disse que iria te proteger, que nada de ruim iria acontecer com você, então fuja, o mais despreza que conseguir, corra e vá embora. Já chegamos até aqui, você precisa seguir em frente.

—Não posso te deixar Jessica, você é minha irmã—Os olhos dela estavam marejados.

—Somos irmãs, mas eu sou a mais velha, portanto me obedeça já, vai embora, anda logo Lucy—Gritei.

Ela se assustou, revirou a cabeça contrariada, mas acabou atendendo meu pedido, me dei um beijo no rosto e saiu correndo, chorava bastante. Olhou para trás como se quisesse desistir.

—Vai Lucy, depressa!—Lucy já estava bem longe de mim, pelo menos ela escaparia. Voltei a olhar para Vinci, o mesmo estava parando alguns metros de mim, o facão estava pendurado em sua única mão, gotas de sangue escorria dele, era o sangue do pobre do James.

—Tolice mandar sua irmã correr, eu a pegarei de qualquer jeito, acho que assim as coisas ficam até mais divertidas—O doente abriu a boca para falar.

—Ela vai sair viva desse lugar, não vai ser você que irá matá-la, seu desgraçado doente—Arrebatei.

—Veremos Jessica, mas agora o assunto é entre mim e você.

[...]

—Tira suas patas de cima de mim!—Me debatia contra seu corpo, tentando me soltar, Vinci me forçou a caminhar até o corpo de James, foi duro vê-lo naquele estado, ainda mais de pertinho. Como alguém podia ser tão perverso, a ponto de fazer aquilo com uma pessoa?

—Fica ai!—Jogou meu corpo bruscamente contra o asfalto, do lado do corpo de James, na queda acabei arranhando os braços e os cotovelos. O duro foi olhar as pernas decapitas de James, elas estavam uma do lado da outra, longe do corpo de dele. Saia sangue da garganta de James, uma poça se formava em baixo do pescoço. Vinci colocou o facão em cima do capô da picape e me fitou.

—Vai me matar do mesmo jeito que fez com o James?

—Obrigada pela opinião—Ironizou—Mas tenho outro plano. Você já se queimou Jessica?—Fiquei tensa com aquela pergunta, então não respondi—Acho que já, acidentes sempre acontecem com fogo não é mesmo?

—Porque está perguntando isso?—A curiosidade falou mais alto, tive que perguntar.

—Sei lá, imagino como deve ser a sensação do fogo incendiando o corpo de alguém, queimando a carne, aquele calor sugando todo o oxigênio, a pele sendo completamente derretida. Já parou para pensar nisso?

—Não! Eu sou uma pessoa normal, pessoas normais não ficam pensando nesses tipos de coisas—Respondi.

—Já matei uma pessoa queimada sabia? Ela foi a minha primeira vítima—Pausou como se estivesse relembrando—Foi a minha mãe.

—O que?—Uma onda de terror passou pelo meu corpo.

—Ela não me aceitou do jeito que eu era, tinha pavor do filho que ela mesma havia colocado no mundo, quando completei 11 anos, meu pai me deu minha primeira ferramenta de tortura, um incinerador. Eu então atrair minha mãe até o estábulo, como o incinerador estava lá, seria mais fácil. Quando chegamos lá, dei um golpe com um martelo na cabeça da minha mãe, ela ficou tonta por alguns segundos, rodopiou pelo estábulo, e quando estava a centímetros do incinerador, eu a empurrei, deixando-a cair dentro da recipiente de metal, que continha fogo. Observei o seu corpo sendo tomado pelas chamas, assisti toda a cena parado, de frente para ela, suas expressões faciais me encantavam, a dor estava estampada no rosto dela, após alguns minutos, toda sua pele estava derretida, a carne estava exposta, logo ficou toda preta, completamente carbonizada.

—Co-mo pode ter feito isso com sua própria mãe?

—Ela não me queria por perto, acredita que a desgraçada queria deixar o meu pai? E que ainda queria adotar outro filho? Aquilo me deixou possesso, então não tive dúvidas, iria matá-la na hora certa. E quando me pai me deu aquele incinerador, eu não pensei duas vezes. A matei, e faria novamente se preciso fosse.

—Seu monstro!—Falei friamente, ainda assustada com aquela história.

—Isso, me chama de monstro, chama enquanto você pode, pois daqui a pouco você não vai ter muito oxigênio para fazer isso. Vou queimar você—Soltou uma risada doentia—VIVA—Deu ênfase na palavra.

—Você é maluco, não tem outro jeito de me matar, que não seja me tostando?

—Não! Eu quero queimá-la todinha, depois vou cortar seu corpo carbonizado, espero que não vire cinzas—A risada se tornou em uma gargalhada arrepiante.

—Não faça isso comigo, eu te imploro, se que me matar, me mate, mas não me queime viva, por favor—As lágrimas já estavam rolando pelo meu rosto novamente.

—Acha mesmo que vou ter pena de você com esse chorinho? Isso só me da motivação para continuar. Não adianta implorar, eu não tenho piedade das minhas vítimas, não tive da minha mãe, não será de você, que eu terei.

*Jessica narrando Off*

*Vinci narrando On*

Fui até a picape, subi atrás da caçamba dela e peguei um galão vazio, apanhei um pouco de gasolina da picape, deixei o galão quase cheio, a garota observava tudo do chão, estava quieta demais, provavelmente morrendo de medo.

—Prontinho, consegui gasolina suficiente para um incêndio—Sorrir com a piada—Preparada?

—Pelo amor de Deus, não faça isso, eu te suplico, queimada não—A garota voltou a insisti.

—Não adianta Jessica, eu não volto atrás, disse que te mataria queimada, é assim que você vai morrer, mais relaxa, só são alguns minutos de agonia, logo, logo o ar nos seus pulmões acaba, ou você pode ter a sorte de ter um ataque cardíaco, seu corpo irá desligar-se, então nem vai sentir tanta dor.

Comecei jogando o líquido por cima dela, aproveitei e joguei por cima do namoradinho falecido dela também, a garota se desesperava, a cada quantidade de gasolina que eu jogava em cima dela, deixei seu corpo completamente banhado pelo combustível. Não joguei toda a gasolina, percebi que já tinha jogado o suficiente.

—Agora o último detalhe Jessica—Puxei um isqueiro no meu bolso, que inclusive era o mesmo isqueiro que ela e seus amigos haviam encontrado pela mata. James havia me dado ele, quando fingia está do meu lado—Foi um imenso prazer te conhecer Jessica, tenha uma ótima morte—Apertei o isqueiro, uma chama logo saiu do objeto, me abaixei no chão, já estava aproximando o isqueiro da área molhada por gasolina, quando escutei um barulho de disparo, seguido por uma forte dor em meu peito, tombei o corpo para trás, caindo de costas no chão, infelizmente o isqueiro se apagou e caiu no chão.

*Vinci narrando Off*

*Jessica narrando On*

Estava aflita com aquela situação, Vinci estava tirando a gasolina da sua picape, de certo para jogar em cima de mim, ele iria mesmo me matar queimada, acho que aquele era o pior jeito de morrer, minha visão estava tomada por lágrimas, pensava muito em Lucy, esperava que ela tivesse conseguido alcançar a estrada principal, pelo menos ela sairia viva.

Tudo estava perdido para mim, era o meu fim, estava sentada no chão, mal conseguia olhar para o que havia sobrado do corpo de James, por um momento hesitei em olhá-lo, mas só foi ai, que uma lembrança pairou em minha mente, olhei rapidamente para James, lembrei que a arma estava com ele, antes de sairmos da casa de Vinci, ele havia colocado a arma atrás das costas, entre a calça e a pele, agora eu tinha certeza, estava tão nervosa com tudo que aconteceu, que tinha me esquecido da arma.

Aproximei-me um pouco mais do corpo de James, matinha meus olhos atentos em cima de Vinci, ele não podia nem imaginar. Coloquei minha mão atrás das costas de James, procurei pela arma, não demorou muito, senti o cabo dela, cuidadosamente fui puxando-a.

Uma pontada de esperança surgiu dentro de mim, tentei evitar o sorriso no rosto, levei uma das mãos, a que estava segurando a arma, para trás das minhas costas, iria esperar o momento certo de agir. Quando Vinci terminou de encher o galão com gasolina, começou a despejá-lo por cima do meu corpo, eu simulei uma ceninha no momento, implorei para que ele parasse, mas como eu sabia, ele me ignorou, e ainda teve coragem de jogar combustível no corpo de James, fiquei quieta sem expressar qualquer reação. Ele puxou um isqueiro do bolso, teve o sangue frio de se despedir de mim, com a maior ironia possível.

Quando ele se abaixou, para atear fogo sobre o chão encharcado de gasolina, tirei a arma de trás das costas, mirei em seu peito, ele estava com a cabeça abaixada, pressionando o isqueiro, esse era o momento certo, coloquei o dedo em cima do gatilho, suspirei e atirei.