Gotas De Vinho escrita por Babs Toffolli


Capítulo 22
Missão Cumprida


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Já estamos quase acabando nossa história ;( quem mais ta triste?



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      Chegamos a Seattle bem de pressa. Eu não sabia se era porque eu estava ansiosa de mais ou tão distraída em meus pensamentos que nem me dei conta das tantas horas de viagem.

      Quando desembarcamos, fomos para o carro de Edward no estacionamento e voamos de volta a Forks. Quando chegamos - ainda um pouco rápido de mais -, fomos direto para a casa dos Cullen apresentar Bree a todos e contar toda a nova estratégia do plano. Eu me perguntava como eles reagiriam quando souberem que também vão precisar ser afetados pelo dom de Bree.

      Quando chegamos, fomos recebidos por todos e Esme veio nos cumprimentar primeiro.

- Ah, voltaram cedo. - Disse ela, vindo me dar um abraço e em Edward juntos. - Alice disse que vocês iam conseguir. - Edward trocou um olhar com Alice.

- Tudo bem, eu já disse tudo à eles. Nós concordamos. - Disse ela. Eu não sabia do que ela estava falando.

- Disse o que? - Perguntei.

- Sobre termos que esquecer essa parte da história também - Disse Esme ao meu lado.

- Ah. - Bom, pelo menos eu não tive que explicar nada.

- Oh, essa deve ser a Bree. - Disse Carlisle, vindo para o lado de Esme.

- Sou eu. - Disse ela, sorrindo.

- Bom, então vamos entrando - Edward nos conduziu para dentro a casa.

      Quando nos acomodamos na sala, explicamos toda a situação novamente para Bree, só que desta vez mais detalhada. Ela pareceu entender o quanto era perigoso e como meu pai era importante. Ela novamente concordou em ajudar e que agora só precisava ver meu pai.

- Onde ele está? - Perguntou ela.

- Hmm, em Forks, na nossa casa - Falei.

- Perfeito. Então vamos até lá. - Ela se levantou do sofá, entusiasmada, mas ninguém mais se mexeu além dela.

- Mas... - Edward tentou dizer. - Não sabemos como fazer isso. Quer dizer: como nós vamos coloca-lo na sua frente para fazer seu trabalho?

- Simples. - Disse Bree, com um dar de ombros - Vamos até lá, Bella o distrai enquanto eu me escondo em alguma parte da casa em que eu possa manter o contato visual. Depois é só esperar.

- Acha que pode se controlar? - Não consegui deixar de me preocupar.

- Relaxa, Bella. Eu não vou atacar seu pai. Lembre-se: eu já havia me alimentado quando vocês me acharam. - Ela sorriu e eu franzi o rosto, lembrando do cheiro de sangue exposto, entrando pela garganta e quase me fazendo perder o sentidos.

- Bom, já vai anoitecer... - Carlisle falou - Acho melhor fazermos isso amanhã. Charlie deve estar cansado, então vamos deixa-lo dormir por esta noite. Bella e Bree podem ficar aqui. - Sorriu como um bom anfitrião.

- É, bem, de qualquer forma, ele acha que eu parti hoje para a Inglaterra, então é melhor eu ficar por aqui mesmo - Concordei.

- Tudo bem. - Bree disse.

      Passamos o resto do fim de tarde conversando e Bree nos explicando como funcionava seu dom. Era como se ela pudesse ver os pensamentos das pessoas como Edward, só que ela só podia ver quando olhasse a pessoa e quando queria poder ver. Então ela via qual pensamento devia ser descartado da mente da pessoa e o recolhia para sua própria mente. Ficando na cabeça dela e não de quem à pertencia antes.

      Ela tentou usar em mim como exemplo, mas não conseguiu. Disse que não conseguia achar nenhuma das minhas lembranças, e também disse que nunca encontrou com alguém que resistisse ao seu talento.

- É como eu, Bella - Explicou Edward - Eu também não consigo ler sua mente.

- Mas a Alice consegue ver me futuro... - Argumentei.

- Mas o que Edward e Bree fazem, Bella, é como uma ilusão. O que eu faço é algo muito real. Eu vejo coisas que realmente vão acontecer. - Disse Alice.

      Depois disso, fiquei com medo de que se Bree não pudesse apagar minha mente também, Aro pudesse saber toda a história por mim. Então a seguinte pergunta me veio. Algo que eu nunca havia percebido e que ninguém mais tinha me contado: Como Aro saberia? Ele também lia mentes como Edward? Mas me lembrei que Edward me disse uma vez, que os talentos são sempre diferentes, e não há como achar um exatamente igual ao outro. Resolvi perguntar à Edward.

- Bom, é verdade. - Respondeu ele - Ninguém consegue ter um dom igual a outro. E Aro consegue sim, ler mentes, mas é de um jeito diferente de mim.

- Diferente como? - Perguntei interessada.

- Eu posso ler os pensamentos que estão acontecendo naquele momento de qualquer pessoa ao redor, e ao mesmo tempo. Já Aro, precisa do contato físico para saber os pensamentos de uma única pessoa, mas em compensação, ele pode ver todos os pensamentos que já teve em toda sua vida. - Explicou. - Mas eu acho muito difícil ele conseguir saber seus pensamentos. Ele não é tão diferente quanto eu, e se eu não pude, provavelmente ele não conseguirá tão pouco.

      Fiquei mais relaxada depois disso. Depois que anoiteceu completamente e eu tive certeza de que não tinha mais perguntas ou dúvidas, chamei Edward para caminhar na floresta. Acabou que voltamos para a nossa campina recém-descoberta e ficamos por lá, conversando e nos beijando. Comecei a pensar em como as coisas haviam mudado tão rápido. Há uma semana atrás, se eu encontrasse com esse vampiro, eu com certeza teria vontade de mata-lo ou fazer coisa pior, como fez comigo. Mas agora, sinto que eu não conseguiria ficar longe dele nunca mais.

      Lembrei de como eu queria saber como se matava um vampiro quando encontrei com Edward na floresta enquanto caçava. Eu ainda tinha essa dúvida.

- Edward. - Falei enquanto ele roçava seu rosto no meu, sentindo minha pele e cheirando meus cabelos.

- Hmm? - Suspirou.

- Como um vampiro pode morrer? Há um jeito, não é?

- Apenas um jeito. - Respondeu, sem se afastar de mim. - Por que?

- Nada, eu só queria saber... - Falei sem interesse. - Mas qual é esse jeito?

- Você precisa desmembra-lo e queimar seus pedaços. - Ele se sentou direito e me fitou. - Você tem algum plano para isso?

      Eu sei o que ele pensou. Ele estava achando que eu ainda tinha ressentimentos e estava planejando sua morte. Mas eu nunca faria isso. Não depois de tudo o que ele está fazendo para ajudar à mim e meu pai.

- Não, eu só tinha mais essa dúvida. - Falei tranquila. - E também, se esses Volturi decidirem atacar, eu lutaria.

- Eles não vão atacar. - Falou num tom definitivo. - Eles vão saber que nenhuma regra foi quebrada. Vão visitar Carlisle e vão embora.

- Sua vida anda agitada depois que entrei nela, não é? - Falei brincando, mas falando a verdade.

- Sim, e agradeço a você por isso. - Sorriu.

      Passamos o resto da noite ali, deitados e olhando para o céu com a lua deixando nossa pele num tom de prata. Era estranho estar passando por tudo isso. Eu nunca na minha vida imaginaria que tudo isso aconteceria comigo. E exceto esse contra tempo com a visita dos Volturi, minha vida nunca foi tão perfeita.

      Depois que amanheceu - sem sol para nos refletir -, voltamos para a casa dos Cullen e encontramos Bree e Emmett em uma conversa animada sobre ter que brigar com animais ferozes em todas as floresta que ela já passou na Europa.

      Achamos melhor que seria mais apropriado ir logo, antes de ele sair para o trabalho, então eu, Edward e Bree entramos no carro e partimos para a minha casa. Chegando lá, Charlie estava fechando a porta de casa e indo para a viatura. Eu e Edward saímos do carro e fomos ao seu encontro, enquanto Bree continuou no carro esperando nós distrairmos meu pai até que ela pudesse sair e ficar perto o suficiente para usar seu dom.

- Pai - Chamei. Como sempre, ele levou um susto pela minha aproximação e ouvi seu coração perder uma batida. Ele olhou, completamente pálido pra mim.

- Bella? - Ele me olhou confuso - O que estão fazendo aqui ainda? Você não ia viajar?

- Íamos, mas decidimos ficar. - Contou Edward - Bella disse que tudo bem.

- Mas por que decidiram? - Charlie ainda estava desconfiado. Vi Bree correndo para trás da casa e apenas colocando um lado do rosto para fora e fixando seu olhar em Charlie.

- Bom, é que esta época do ano por lá não é tão receptiva, então vamos no outono. - Edward era tão bom em mentir que eu quase acreditei.

      Charlie não disse nada, apenas balançou a cabeça algumas vezes, e depois, sem nenhum aviso, seu olhar ficou inexpressivo e eu imaginei que Bree estivesse fazendo seu trabalho. Logo depois, seus olhos voltaram ao foco e ele sorriu.

- Ah, bem. Isso é ótimo. - Disse ele. - Vou ter Bella por mais um tempo então, antes dela ir pra faculdade.

- Faculdade? - Sussurrei em um tom que apenas Edward ou Bree poderiam ouvir. Edward apenas balançou a cabeça pra mim mas não respondeu. Entendi que Bree já tinha feito. Foi tão rápido que eu nem percebi. Ela apagou seis meses inteiros em apenas um minuto. Eu devia muito à ela.

- Bom, Bella só queria vir e guardar suas coisas, já que decidimos ficar por mais um tempo. - Edward continuou.

- Ah, sim, claro, podem entrar - Charlie voltou a abrir a tranca da porta da frente e deixou que nós entrássemos. - Bom, Bells, eu tenho que ir para o trabalho. Podem ficar a vontade.

- Obrigada, pai. - Falei em um tom de alívio.

      Charlie saiu com a viatura e eu e Edward entramos. Eu chamei para que Bree se juntasse a nós. Nos sentamos na mesa de jantar e conversamos um pouco. Bree nos contou em como foi fácil apagar a memória de Charlie porque ele não prestava muita atenção em todas as vezes que eu fazia coisas estranhas pela casa. Ele apenas tentava ignora-las e esquecia a maioria delas. Com isso, não foi preciso tanto tempo apagando cada uma de sua lembranças dos últimos seis meses, pois juntando todas sua lembranças que sobraram de mim durante esse tempo, não daria mais do que dois meses, porque ele ainda me via apenas como sua filha, que nada havia mudado.

      E não havia mesmo. Eu continuava amando meu pai incondicionalmente mesmo depois de passar para essa vida, e pelo que vi, ele também. Agora ele não se lembra de absolutamente nada do que me tornei e tão pouco saberá mesmo depois de Aro for embora. Eu sempre pensava comigo mesma que, seu eu pudesse ter evitado, eu queria poder esconder esse meu segredo dele. Assim, ninguém mais saberia. Apenas eu, e é claro, minha nova família.

      Então eu tive um pequeno estalo em minha cabeça e percebi.

      Charlie não sabia mais nada sobre a existência de vampiros. E eu sendo uma vampira, não poderia mais morar com ele ou então ele descobriria novamente. Eu teria que ir embora de casa. Mas pra onde iria?

- O que foi, amor? - Perguntou Edward - Está tão calada.

- Eu... - O que eu diria? Pediria para que ele fosse embora comigo? Eu não faria isso, ele devia continuar com os Cullen, eu nunca aceitaria que ele deixasse a família para me seguir onde quer que fosse. - Eu acho que vou ter que ir agora não é? Quer dizer, vou ter que partir, ir embora da cidade. Fingir que estou na faculdade...

- Por que ir embora? - Ele perguntou, surpreso e com medo.

- Não posso mais viver com meu pai aqui. Ele poderá descobrir tudo de novo. - Contei.

- Ah, mas você não precisa ir embora. Você pode ficar na minha casa se quiser. Você já é parte da família.

- Não quero me sentir uma intrusa, Edward. Sua família já está perfeitamente formada, e acho que eu estragaria todo o equilíbrio de vocês.

- Não, não! É você quem está trazendo todo o equilíbrio para nós. Sem você nós voltaríamos a ser um número incompatível, e eu voltaria a ser infeliz como antes. - Ele estava suplicando que eu ficasse. Eu me emocionei pelo jeito que ele se referiu a mim, mas fiquei constrangida por estar tendo aquela conversa com ele na frente de Bree.

- Bom, que seja. É melhor voltarmos pra sua casa e deixar Bree fazer seu último trabalho. - Sorri triste.

- Tudo bem. Vamos até lá em cima e buscar o resto de suas coisas - Ele se levantou da cadeira. Eu me espantei e puxei seu braço para baixo.

- Como assim? - Perguntei franzindo o cenho.

- Você vai morar comigo, está decidido. - Pelo seu tom de voz, parecia mesmo que estava decidido.

- Mas não acha que eu deveria avisar ao meu pai. - Argumentei - E mais que isso. Tenho que arranjar uma boa explicação para dar quando ele perguntar porque estou indo embora.

- Nós vamos dar um jeito nisso depois. - Sugeriu.- Mas está certa. Vamos pra minha casa e deixar Bree terminar seu "trabalho" por aqui.

      Saímos da casa e fomos para o carro. Não falamos muito por toda a viagem, e eu estava me perguntando qual jeito Edward daria como uma boa desculpa pra eu ir embora da casa de meu pai. Não podia ser nada muito extravagante.

      Quando chegamos, estavam todos sentados na sala do segundo andar. Alice me olhou com um entusiasmo que não entendi e abriu um sorriso enorme pra mim. Mas se recompôs quando Edward lhe lançou um olhar de repreensão. Eu gostaria de saber o que esses dois estavam tramando pelas minha costas, o que me lembra...

- Alice, por que trocou minha bagagem? - Perguntei com raiva.

- Ah, Bella, pensei que você não fosse perguntar. - Deu sua risada de sinos de vento - Bom, é que eu achei que você não tinha a pura certeza de que queria usar algo tão simples na Europa, então apenas te ajudei.

      Abri a boca para responder, mas fechei porque não havia resposta para aquilo. Ela estava certa. Eu não gostaria de me sentir desleixada na Inglaterra. Ela devia ter visto meu futuro para saber disto. Voltei meus pensamentos para a sala e me sentei no sofá com Edward ao meu lado. Bree ficou de frente para nós de pé.

- Manda ver, garota. - Emmett disse com uma risada grossa.

      Ela não conseguia fazer o mesmo com todos de uma vez, poque todos tem várias lembranças diferente em suas mentes, por isso começou pela ponta do sofá, onde estava Esme, passando por Carlisle e depois Emmett, Rosalie, Alice, Jasper e finalmente Edward. Quando chegou minha vez, percebi que ela estava fazendo um terrível esforço, mas foi uma tentativa inútil. Desistiu dizendo que comigo não funcionaria nunca.

- Funcionaria o que? - Emmett perguntou.

- Nada. - Falei rapidamente. Esse seria um segredo meu e de Bree.

- Bom, Bree, foi um prazer recebe-la em nossa casa. - Disse Esme.

- Ah, muito obrigada - Disse ela, dando uma piscadela com um olho pra mim. Sorri em resposta. - Mas eu já tenho que ir. Voltar pra minha casa.

- Eu te levo ao aeroporto. - Edward disse.

      Então assisti Bree se despedindo de todos da casa, prometendo voltar em breve. Entramos no carro e fomos em direção a Seattle. Edward pareceu não se lembrar de nada, realmente. Pelo menos não que meu pai sabia sobre nós. Antes de irmos, Bree me contou que nosso segredo - sobre ter sido Edward meu criador - estava seguro com ela, e que ele não havia se esquecido disso. Ela disse que ele apenas se esqueceu de que um humano sabia sobre nossa existência. Eu agradeci, afinal não queria que ele perdesse essas lembranças. Mesmo que tristes, eram muito importantes. Pois era com elas que nós estávamos ligados para sempre. Desejei que esse para sempre fosse sempre ao lado de Edward.


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Notas finais do capítulo

awn! O que acharam?? Mandem as Reviews =DD



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