Já era de noite e Lux estava desmaiada e ainda por cima estava presa em um pedaço de madeira. O que antes era um monte de milhos secos que tapavam totalmente a visão, agora se via um circulo de milhos amassados que dava a impressão de ser um chão de terra comum. Nidalee que embora não pudesse sair de sua floresta por um dever com ela, ouvia barulhos de corvos e uma luz vermelha que devia ser o crepitar de uma fogueira, ficou intrigada pois aquilo não era normal, então se viu obrigada a ir dar uma olhada rápida. Chegando mais perto ela se escondeu nos milhos que continuavam de pé, abalada com a situação, pois nela havia sua amiga que estava presa e não sabia se não estava morta, olhou para o lado esquerdo da fogueira e notou uma espécie de espantalho vivo todo desarrumado que ficava olhando para a jovem loira a sua frente com um certo desejo.

Nidalee não sabia o que ele era, mas sabia que devia ajudar a sua amiga. Com isso em mente ela se transformou em um panda muito grande, saiu as pressas do seu esconderijo e com uma patada derrubou o espantalho que mesmo assim continuava sorrindo. Voltando a forma humana, Nidalee pegou sua lança e apontou para o monstro dizendo:

–Volte para o inferno criatura nojenta!

*Medo!

Um medo absoluto havia se apossado de Nidalee, ela não conseguia respirar direito e seu cérebro entrou em uma espécie de curto circuito fazendo com que ela ficasse se transformando em animais aleatoriamente, desde uma joaninha até um cachorro.

*Escuridão absoluta.

No que o monstro falou isso a selvagem ficou totalmente cega, e acabou desmaiando devido a uma forte batida em sua cabeça.

Agora tanto Lux quando Nidalee se encontravam presas em pedaços de madeira mas apenas Lux estava acordada, e por hora continuava sonolenta. Ainda era de noite e a fogueira parecia estar mais forte do que antes.

O inimigo não tinha expressões apenas um sorriso forçado, ele carregava uma foice na sua mão esquerda, Lux o olhou com os olhos semi-serrados para parecer que ainda dormia. Infelizmente seu truque de fingir dormir não funcionou, o monstro olhou para ela e disse:

–Abra os olhos! -Apesar de sua boca não mexer, um grito muito alto saiu dela e Lux acabou abrindo os olhos de imediato.

–Nossa! Quanto tempo eu não vejo lindas moças como vocês por aqui, na verdade já tem algum tempo que eu estou precisando de carne nova. -Sua vós era seca e parecia um eco.

Lux não estava com medo até olhar para o lado e perceber que sua amiga estava presa ao seu lado. Isso a deixou nervosa pois não queria que ela se machucasse.

–Eu não tenho medo de você sua criatura nojenta. -Lux estava feroz

–Pois deveria. -O espantalho rebateu.

*Medo!

–Não! - Foi só o que Lux conseguiu falar até cair em um medo abissal, suas pernas começaram a tremer e ela entrou em loucura, começou a se debater como um peixe fora da água querendo se soltar, o resultado disso foram vários arranhões e cortes causados pela madeira que havia alguns pregos atras.

O inimigo chegou mais perto da jovem, com a mesma expressão de sempre ele pegou e levantou a blusa de Lux deixando a pele exposta e passou a lâmina de sua foice na barriga dela, um corte profundo se formou na barriga da maga, fazendo jorrar sangue, um grito surgiu no milharal onde antes só tinha o barulho do crepitar do fogo. Com o grito de Lux Nidalee acabou acordando, olhou para o lado e com um grito disse:

–Me solte! Você não pod... - Nisso suas palavras sumiram.

*Silencio!

Nidalee não conseguiu segurar o medo e acabou chorando de pânico, ela estava morrendo de medo e estava morrendo por dentro ao ouvir os berros de Lux ao ser cortada.

–Meus corvos terão um banquete essa noite. - O espantalho disse.

Nisso alguns corvos começaram a surgir perto do fogo, eles tinham olhos vermelhos e suas penas eram sujas com sangue e carcaças, provavelmente de animais abatidos, eles olhavam para Nidalee, como se ela fosse uma presa. Após alguns instantes vários corvos surgiram e começaram a bicar Nidalee por todos os lados, o sangue dela se espalhou rapidamente pelo corpo todo, Lux que estava ao seu lado não conseguia nem ver a amiga que estava totalmente coberta por corvos.

–Isso não é maravilhoso minhas crias, duas presas em uma noite só. -O monstros falava com os corvos como se fossem filhos dele.

*Luz da aurora, unipotente sejam seus raios, ao meu controle venha até mim, e que ninguém alem de mim consiga ver a sua beleza eterna, prove para todos que o ontem o hoje e o amanha, não passam de uma simples data.

O vento parou, a chama ainda quente congelou, os corvos que antes atacavam Nidalee estagnaram o movimento, tudo parou. O senhor do tempo havia chegado.

Lux não sentia mais dor, e seus olhos brilharam ao ver a sua frente um relógio enorme aparecer, ela com sucesso havia chamado o senhor do tempo, a invocação mais difícil e mais cara.

Era um velho que tinha cabelos grisalhos e uma vestimenta cor verde, ele flutuava no ar com tranquilidade, seu corpo estava preso a um relógio que parecia precisar de manutenção devido a raios que saiam de seus vértices.

–Quem foi que me invocou? Foi você menina? Não impossível, nem relógio você tem. -Ele tinha razão, apenas grandes magos conseguiam invocar ele, e precisavam saber exatamente o horário para sua chamada, mesmo assim lux conseguiu pois usou um feitiço duplo, que unia o amanhecer com o tempo..- E ainda por cima vejo que fui chamado pela magia da luz, isso é muito incomum.

O senhor parecia se divertir com a situação.

–Por favor ajude a mim e minha amiga, se você não fizer nada nós iremos morrer.

–Ah! É claro que eu vou ajudar, mas tudo tem um preço minha jovem, o que você tem a dispor?

–Eu lhe dou meu broxe de cristal, com ele você pode se comunicar com os espíritos do outro lado do arco-iris.

–Muito interessante mas dispenso, tente novamente. -Ele estava se divertindo muito com a situação.

–Lhe concedo 3 minutos do meu passado, desde que você não mexa no meu nascimento nem em meus objetivos. -Lux estava jogando mais alto.

–Nossa isso é realmente bom, mas seu passado é entediante, você não era nenhuma brava guerreira ou uma diplomata ardilosa, dispenso.

–Eu não tenho mais nada a oferecer. -Lux pensava muito em suas preciosidades, que por sinal eram poucas.

–Sabe, sua varinha é muito linda, seria perfeita em minha coleção. -Zilean se mostrava louco pelo cajado..

–Não você não pode levar minha varinha, eu preciso dela para minha missão. -Lux sentiu medo em não ter mais nada para negociar.

–Ah que pena, bom, façamos assim, quando você terminar sua missão, eu venho pega-la. -Zilean se mostrou bem paciente, ele gostava muito de fazer acordos.

Lux ficou triste em pensar de perder sua varinha, que para um mago significava perder a própria magia, e uma vez que você perde sua varinha, você perde a conexão magica que existe entre você e o objeto, ou seja sem a sua varinha ela nunca mais faria magia. Ela estava disposta a fazer tudo por sua vingança, até mesmo perder sua maior  dádiva..

–Esta bem, negocio fechado.

Dito isso um acordo escrito em uma folha apareceu a sua frente junto com uma caneta. Lux leu o acordo e assinou.

–Muito bem, o que você quer de mim? Desde que esteja ao meu alcance é claro.

–Salve eu e minha amiga, e me leve a Noxus

–Muito esperta você, apenas um desejo. -Disse o velho rindo.

–Salve eu e a Nidalee.

Zilean sumiu, junto com o papel assinado e com todo o tempo congelado, aos poucos a normalidade foi voltando e Lux foi sentindo a dor novamente de sua barriga.

–É o seu fim maga. -O monstro disse, erguendo sua foice.

Mas nisso o espantalho começou a se desintegrar dando a impressão de que o tempo acelerou muito rápido para aquela criatura, passando de um velho espantalho até pó. Junto com ele seus corvos que foram deixando o corpo de Nidalee, se desintegraram também, restando nada mais do que cinzas

Nidalee não estava acordada, mesmo sentindo dor em seu corpo acabou desmaiando de cansaço.

Lux que agora não estava mais presa e não sentia mais dor, o que por sinal era uma das clausulas do contrato, foi ajudar a amiga que magicamente tinha seus cortes regenarados.

A jovem maga colocou a cabeça da amiga em seu colo para ver se estava tudo bem com os cortes, o movimento de puxar para perto acabou acordando Nidalee, que olhou para a amiga e disse:

–O que aconteceu com os corvos, com o espantalho, com a dor?

–A nossa amizade baniu todos eles.