As Crônicas de Nárnia e a Rainha Do Futuro escrita por Rocker


Capítulo 8
Refugiando-se


Notas iniciais do capítulo

UAU!!
recorde de postagens em um dia!!
será existe medalha pra isso?! O.o
ok, deixando minhas retardadices de lado, vamos a fic!!



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Refugiando-se

 - Lena, tem certeza que é por aqui? – perguntou Edmundo, andando ao seu lado.

- Absoluta. – respondeu, sem desviar o olhar do caminho por entre as árvores. Apenas revirou os olhos, mas franziu o cenho quando se lembrou de que ele não veria, pois seu rosto estava escondido pelo capuz da capa cinza.

Eles estavam comandando a expedição que levaria o exército narniano até o refúgio da Mesa de Pedra. Estavam viajando desde o ataque ao palácio.

Os dois irmãos Pevensie estavam o tempo discutindo com Lena sobre o melhor caminho a tomar. Insistiam que aquele não era o melhor caminho, mas Lena simplesmente ignorava, pois já passara por ali muitas vezes desde que foi parar em Nárnia.

Pedro já desistira de argumentar há pelo menos duas horas, mas Edmundo continuava a insistir. Lena não sabia se era porque ele era assim por natureza ou se simplesmente queria que fossem por outro caminho. Claro, o que ela não sabia era que ele fazia isso para passar mais tempo ao seu lado.

Lena já estava começando a se irritar, pois realmente precisava passar por ali. Era um caminho que levava tanto em direção a Telmar quanto à Mesa de Pedra. Ela precisava conversar com o atual rei telmarino, para conseguir mais forças contra a Feiticeira.

- Não gosto muito deste caminho. – reclamou Edmundo mais uma vez.

Lena perdeu a paciência de vez e parou de repente, cerrando os punhos por dentro da capa. Não iria dizer a ele o que pretendia fazer, mas não ia mais aturá-lo reclamando. Os soldados pararam também e deram alguns passos atrás, deixando Lena e Edmundo à frente e Susana, Lúcia e Pedro um pouco mais atrás – já conheciam o temperamento daquela conhecida como a Guerreira.

Lena não perdia a paciência muito fácil – quase impossível –, mas quando acontecia, era melhor nem estar perto.

Edmundo percebeu que passara do limite quando ela parou num solavanco. Ele mordeu o lábio inferior, esperando o que vinha a seguir. Lena virou-se para ele de repente com tanta brutalidade e rapidez que seu capuz caiu sobre os ombros, revelando sua careta furiosa.

Edmundo deu um passo atrás, arrependendo-se profundamente por ter irritado-a.

- Olha aqui, reizinho. – disse Lena, apontando para o peito dele. Edmundo sempre ouvia esse apelido sair dos lábios dela com carinho, ironia, sarcasmo. Até gostava. Mas assustou-se quando desta vez saiu com uma nota forte de raiva. – Se quiser volta, que volte! Mas eu preciso vir por aqui. Se quiser levar os outros por outro caminho, leve. Mas eu continuo por aqui.

Ela virou-se de volta, sem se dar trabalho de levantar o capuz de volta. Respirou fundo, tentando se acalmar. Não vai adiantar nada gritar com ele, repreendeu-se mentalmente.

Voltou a andar, tomada por pensamentos de arrependimento. Sentiu que os outros voltavam à caminhada, conversando normalmente. Mas sabia que Edmundo estava calado e imaginou que estava o mais afastado possível dela.

Mas percebeu que estava enganada quando tropeçou numa raiz protuberante e cairia de cara nas folhas secas, se não fosse por Edmundo. Ele estava bem atrás dela, mas estava ocupada demais se lamentando sobre como falara com ele que nem percebeu a distância entre eles.

- Obrigada. – agradeceu timidamente, abaixando a cabeça e voltando a caminhar, metros a frente dos outros.

Edmundo foi atrás.

- Desculpe ter insistido... Antes, sabe... – gaguejou, sem saber como falar.

Lena suspirou pesadamente.

- Não, tudo bem. É que faz quanto tempo mesmo que você andou por aqui? Sete anos?

- Oito – corrigiu Edmundo.

- Algumas coisas mudaram. – falou Lena.

Edmundo de repente ouviu um barulho e parou, segurando o braço dela para que parasse também. Fez sinal para que os outros parassem.

- O que foi, Majestade? – perguntou Ripchip se aproximando.

- Ouvi alguma coisa à frente.

- Eu vou olhar o que é – disse Lena, dando um passo adiante, mas Edmundo a segurou pela cintura, impedindo-a.

- Que você tá fazendo?! – apressou-se a falar, desesperado com a ideia de vê-la indo direto a uma armadilha.

- Não se preocupe, bobinho. – disse Lena, dando dois tapinhas leves no rosto do menino. Sorriu, divertindo-se com a ideia de vê-lo se preocupando com sua segurança.

- Se não se importa, Ma... Lena. – falou Ripchip. – Gostaria de acompanhá-la.

Lena sorriu.

- Claro, Rip! – falou, abaixando o ombro para que o rato subisse e se empoleirasse ali.

Levantou o capuz, tapando o seu rosto, e assentiu para Edmundo, que continuava a olhá-la preocupado. Virou-se para os outros, falando um volto já e “voou” em direção a um dos galhos da árvore ao seu lado.

- E agora, Ma... Lena! – perguntou Ripchip ao seu ouvido.

Lena soltou uma risadinha fraca.

- Vamos voando de galho em galho até chegar lá. – respondeu.

- Então... Avante! – exclamou o rato, desembainhando a pequena espada e apontando à frente.

Lena sorriu e olhou para trás e abaixo, onde Edmundo ainda a olhava, receoso, preocupado e claramente com os olhos brilhando em dor.

Sorriu mais abertamente para mostra-lhe que ficaria bem, mas quando viu que sua expressão não mudou, lembrou-se que ele não poderia ver seu rosto. Instantaneamente seu sorriso sumiu.

- Avante então. – concordou Lena.

Pulou de galho em galho, como dissera antes a Ripchip, usando o ar para ajudá-la a se manter no alto. Vinte ou trinta metros à frente, ela parou. Tinham chegado a uma imensa clareira, à qual ela reconheceu sendo a que procurava. Sorriu, mas logo viu a origem do som que Edmundo ouvira.

Uma raposa estava sendo arrastada, gemendo de dor por causa de uma ferida do abdômen, por um dos lobos da Feiticeira. Lena lembrou-se que havia a visto no baile. Depois de alguns segundos, eles desapareceram por entre as árvores do outro lado da clareira.

- E agora, Alteza? – perguntou Ripchip à menina. – Vamos atrás deles?

- Não, Rip. – respondeu. – Eu bem que gostaria, mas eles devem estar preocupados.

- Você quer dizer que o Rei Edmundo deve estar preocupado... – zombou o rato, cruzando os pequenos braçinhos e a olhando com olhinhos salientes.

- Não, eu não quis dizer isso! – falou Lena rapidamente, virando-se e fazendo o mesmo caminho de volta.

- Com todo o respeito, mas penso que o Rei Edmundo pode... – começou Rip, mas não continuou receoso da reação da rainha.

- Ele o que, Rip?! – perguntou Lena, desesperada pela resposta. – Pelo amor à juba de Aslan, diga!

Ripchip suspirou, derrotado. Já podiam ver os outros, então se falasse teria que ser rápido.

- Acho que o rei pode estar apaixonado pela senhorita. – respondeu.

Lena arregalou os olhos, empalidecendo, e, no susto, escorregou do galho alto de onde saíra para checar a origem do barulho. Estava em queda, com Rip gritando ao seu ouvido e sua concentração em modelar o ar de nada adiantando.

Fechou os olhos bem apertados, esperando o impacto em suas costas deixá-la sem movimentos.

Edmundo, que observava ansioso pela volta de Lena, viu quando ela estava quase pousando no galho e acabou escorregando, assustada com algo que Rip lhe falara. Seu coração se apertou ao perceber que ela estava caindo direto para o chão. Por que ela simplesmente não voa?!, perguntou-se. Correu até ela e a segurou nos braços, tomando cuidado para que não caísse também. Edmundo percebeu que a menina permanecia de olhos fechados.

Lena abriu os olhos devagar quando não sentiu seu corpo se chocar contra o chão. Quando os abriu por completo, eles foram presos por um par de orbes escuros que a encaravam preocupado e desesperado.

Ripchip passou para o ombro de Edmundo.

- Acho que tinha razão. – zombou, deixando a menina constrangida e o menino confuso.

- O que?! – perguntou Edmundo, revezando seu olhar entre Lena e Ripchip.

- Ah, cale a boca Rip! – riu Lena, depois se virou para Edmundo. – Anh, obrigada, Eddie, mas acho que já posso andar por mim mesma. – acrescentou, corando levemente.

- Ah, claro! – falou, também um pouco envergonhado.

Colocou-a no chão. Lena ajeitou a capa, colocando o capuz novamente sobre a cabeça. Respirou fundo, controlando a expressão para que não desse oportunidade de atrair a atenção de Edmundo e nem os comentários inoportunos de Rip. Sua expressão podia não mostrar como se sentia, mas o brilho em seus olhos sim.

E isso, com certeza, iriam denunciar tudo. Tudo o que se passava dentro dela.

Ela sempre teve esse fraco. Por mais que fosse boa em esconder sentimentos e emoções de aparecerem em suas expressões, havia sempre momentos em que alguém era capaz de expressar o que seus olhos querem dizer.

- E então? – perguntou Ed. – O que era aquele barulho?

- Um dos lobos levando uma raposa, mas já foram embora. – disse Rip. – Podemos acampar numa clareira que tem dali a trinta metros.

- Claro. – concordou o menino, meio absorto em pensamentos. – Avise os outros, por favor.

Ripchip deixou-os sozinhos. Lena abaixou a cabeça, envergonhada, mas esquecendo-se momentaneamente disto quando Edmundo segurou suas mãos e continuaram a caminhada, à frente do grande grupo.

Lena estava sentada em frente a uma das fogueiras que ela mesma acendeu. Os reis ficaram mais ao centro do grupo, para que os soldados pudessem protegê-los. Já estavam todos dormindo, mas Lena precisava apenas garantir que não acordassem e percebessem que ela fugira.

Sentiu o calor do fogo aquecer-lhe a pele dos braços exposta e sorriu. Não se permitia utilizar suas habilidades facilmente, mas quando se é noite e o frio está quase congelando o cérebro, ela poderia fazer esse simples favorzinho aos outros.

- Lena. – a menina ouviu a voz de Edmundo chamar-lhe.

Virou a cabeça levemente para a esquerda e encontrou Edmundo dormindo profundamente ao seu lado. Ele falou meu nome enquanto dorme!, alegrou-se internamente.

Decidiu, por fim, que já estava na hora.

Levantou-se calmamente para não acordar ninguém. Retirou a bainha da adaga do cinto e a depositou perto de Edmundo – perto o suficiente para que ele não deixasse de vê-la.

Era adaga que ele usara para salvá-la de um guerreiro de argila que atacava. No dia em que ele a chamava para ser sua acompanhante no baile.

Lena se inclinou levemente e pressionou delicadamente seus lábios no dele – coisa que sabia não ter coragem caso ele estivesse acordado.

Sorrindo, pegou a capa cinza, levantou o capuz e levantou voo.

O que Lena não sabia, porém, era que quando se levantara, remexera o ar forte o suficiente para que Edmundo acordasse, sentisse o beijo doce que recebera e vira-a alçar voo em direção a Telmar.


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Notas finais do capítulo

esse cap pod ter ficado um pouco sem graça e sem nexo, mas vou tentar melhorar, prometo!! ^-^'