Dos Dois Lados escrita por Lari Haner


Capítulo 43
E Podia Ver A Morte, Ou Melhor Quem A Provocaria.


Notas iniciais do capítulo

Lari você endoidou né? Hoje é quinta
Amores vou viajar, por isso to postando mais cedo, respondo as reviews quando voltar, essa semana foi um inferno, mesmo

Ao menos uma coisa boa EU GANHEI A MARCA DE ATENA asuhsauash
okok
Ah tem mais, no cap fala de um livro à espera de um milagre, super recomendo.

ta meio compridinho esse, me empolguei

outra coisa, Jake e Zoe sumidos né? Proximo cap voltam ta?

Boa leitura



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A vida é uma caixinha de surpresas, e para mim, a maioria dessas “surpresas” era confusa, é incrível como ela nos confunde, e nos faz fazer pensar trilhões de vezes à mesma situação, e mesmo assim não chegar em nenhum resultado, esses dias que eu estava passando, geralmente estava tendo mais novidades do que eu mesma imaginava. Porém o meu problema mais difícil era nesse momento em que eu estou na casa de Ty, desde que descobri que ver as almas é muito arriscado a todo custo queria achar uma solução, mas agora que ela esta praticamente em minhas mãos, minha vontade era de nunca ouvir isso de Ty, que tínhamos uma solução, não porque eu não quisesse, mas se para ver as almas Ty quase se matou, não duvido que para parar com isso, tenha que ficar entre a vida e a morte novamente. E eu posso parecer covarde, com medo de enfrentar, enfrentar tantas coisas que já deviam ser fáceis pra mim, enfrentar o que estava vivendo, eu tinha medos das consequências, e mais uma vez o medo me impedindo de passar as barreiras... Minhas mãos suavam, e eu estava tão nervosa quanto meu amado, meus olhos se encheram de lágrimas, não de alegria nem de tristeza, não sei bem por que, acho que era o nervosismo, o medo. Abracei Ty, e naquele momento meus olhos demonstraram tudo que eu estava sentindo, ele só correspondeu ao abraço e me deu um beijo na testa.

-Não precisamos tratar desse assunto hoje, descansa e se acalma ta?- ele me confortou, não disse respirei fundo, três vezes, nada, não o suficiente.

-Como eu vou ficar calma Ty, tem noção do que acabou de falar, isso é praticamente botar nossa vida em jogo, sem saber o que vai acontecer?- eu tentei falar em meu tom normal, mas eu estava com todos os sentimentos possíveis a flor da pele, acabei gritando, um grito, não para brigar com ele, mas para pedir ajuda. Mas então quando eu tinha esperanças de encontrar uma solução, acabou criando outro problema.

-Que ideia maluca é essa?- May tinha entrado no quarto, não sei desde quando ela estava lá, mas não estava com uma cara agradável, não que ela estivesse brava conosco, mas desconfiada e receosa.

 – desculpe – ela suspirou- eu estava passando e ouvi você gritando sobre algo como “botar nossa vida em jogo”, o que você quis dizer com isso?

Não conseguia emitir som algum, olhei para Ty procurando alguma ajuda, mas ele parecia estar tão incapacitado quanto eu. Olhei para May, mas quando ia tomar coragem para falar ela me interrompeu:

-Ayla? Você esta chorando?- ela chegou mais perto de mim, e sentou-se comigo na cama – o que aconteceu?

-May, é uma longa historia, sobre as almas, mais, muito mais problemas, desculpa, mas eu não posso falar, não hoje, me desculpe, mesmo- a abracei, não estava desvalorizando os problemas, mas do mesmo modo que ela escondia coisas sobre as almas da gente, nos também fazíamos isso, naquele momento entendi, não é que ela não quisesse contar sobre as almas, mas é que ela tinha medo que isso afetasse negativamente nos. E é, talvez, só assim que se descobre algo, quando nos colocamos no lugar de outra pessoa, quando compartilhamos o mesmo sentimento.

-Não importa, meu amor, mas olhe, seja o que for, eu estou com você, só se cuide, por favor- ela tocou meu rosto com intenção de enxugar as lagrimas que tinham caído, assenti com a cabeça e a agradeci, com o olhar apenas, mas as palavras não são necessárias quando os sentimentos são mostrados pelo olhar, o olhar pode falar.

-Muito obrigada, May- me levantei e fui em direção a Ty, dei-lhe um beijo na bochecha- eu preciso ir.

Os dois ficaram ali, não me acompanharam, não por falta de educação, mas nós já nos conhecemos o suficiente para ter essa liberdade, é como se aquela fosse a minha casa também, aquela era a minha segunda família.

No caminho pra casa percebi que as almas que ficavam vagando estavam em menor quantia, talvez porque eu não dava muito atenção à elas, não me faziam mal. Quando cheguei em minha casa, ela estava vazia e gélida, meus tios não estavam, e toda vez que eu entrava nela nesse estado, lembrava-me do dia que eu voltei do enterro de minha mãe, do dia em que eu queria estar no lugar dela. Subi para o meu quarto com todas as luzes apagadas, não liguei nenhuma, apenas fui em direção à janela, tinha alguém que eu queria conversar. Abri as cortinas de meu quarto e me sentei em cima da mesinha que ficava na frente da janela, eu costumava a fazer isso quando era menor, e dai, sou uma garota com ainda pensamentos infantis.

Eu estava chorando, aquela nosticia me deixou chocada de mais, quando enfim tive coragem de falar:

-Mamãe?- olhei para as estrelas, quando era pequena fazia isso para falar com a minha vó. – Eu preciso de você- desabei em lágrimas – os concelhos, você me ajudava em tudo, mas e agora? O que eu faço? Mãe, eu amo Ty, eu sei o que ele fez por mim, ele entrou nesse mundo por causa de mim, mas, e agora, temos a cura, que pode não ser a cura – gritei exalando os sentimentos confusos – Ela pode nos matar! Eu quero sua ajuda, por favor, eu preciso! – chorava cada vez mais, encarei a estrela mais brilhante, aquela que sempre reina no céu em dias abertos, a luz da minha vida. Sempre foi, sempre será – o que vai acontecer comigo?

-Vai morrer.

O som da voz soou mais assustador do que nunca, estava tudo escuro fazendo com que apenas o brilho do luar entrasse no meu quarto, mas mesmo assim, não consegui ver nada, fiz um movimento brusco e todos os músculos do meu corpo se enrijeceram, eu de fato não precisava ver quem estava ali, eu sabia quem era não posso me queixar, eu corria o risco, sozinha? É como pedir para as almas me visitarem, um desespero interior tomou conta do meu corpo, eu estava sozinha, isso só significava uma coisa eu ia realmente morrer, quando meus olhos chegaram no nos das almas gritei, de medo, susto, gritei horrorizada. Já comecei a chorar, estava em pânico. 

-S-saia da... daqui- gaguejei

-Meu amor- aquilo soou muito falso, o que era evidente- pra que prolongar a sua morte? Hein me diga? Deixar você ai invadindo esse mundo das almas? E descobrindo a cura? Sim, Tyler estava certo, as almas podem monitorar você, sem que tu pereba, não é um máximo, mas então quer que eu diga algum recado para seu namoradinho?

-Diga a ele que você é um filho da puta, Loren. – falei sem pensar, minha boca foi mais rápida que minha mente.

-Essa não era a Kayla que eu conheci, insegura, mas sendo ou não você vai morrer do mesmo jeito- ele jogou então a porta canetas- junto com todas as canetas- em mim, consegui desviar, mas logo havia um porta retrato estilhaçado no chão, e foi ai que me bateu mais desespero, porque eu tinha que dizer aquilo? As correndo para o andar debaixo, com toda a minha rapidez, mas ele, com a vantagem de ser uma alma, acabaram me fazendo cair da escada, não foi um tombo de leve, foi escada a baixo, rolei degrau por degrau e bati a cabeça no chão, me levantei tão rápido que meu ouvido começou a ficar com um som único e agudo, como se eu estivesse ficado surda, porem ouvia a gargalhada de Loren atrás de mim, coloquei a mão na cabeça e percebi que tinha cortado-a, o sangue estava exalando dela. Gritei novamente, dessa vez de dor.  E não tive uma única outra alternativa a não ser correr. 

Mais dois vasos, um quadro, e uma pequena estatueta, os dois vasos me acertaram em cheio, causando-me arranhões por boa parte do corpo, o resto apenas se estilhaçou, no chão, não eram coisas de gerações, Clarie tinha comprado recentemente. Eu estava com muita dor que não sentia mais minhas pernas, corri ate a porta, e um desespero tão grande me possuiu que demorei muito para abri-la, quando finalmente consegui, sentir unhas se cravarem no meu pescoço e descerem até meus ombros, soltei mais um grito e minha pele começou a latejar. Não tive muito o que fazer, sai correndo para fora de casa, ao menos lá estava segura, ou não, não tinha certeza se aquilo era verdade.

-Volte aqui garota do inferno- disse Loren- Eu vou voltar, ah se vou!- e meu maior medo desapareceu, apenas deixando mais medo e dor para mim.

Corri até a casa de Ty, quase não tinha forças, e estava chorando muito, era como se tivessem enfiado varias giletes pelo meu corpo, o corte da cabeça não era tão grande, mas o suficiente para causar um bom sangue, o arranhão do pescoço ardia, e estava sangrando, era como se um leão tivesse acabado de me atacar, fora os arranhões do braço por conta do vidro. Aquilo sem duvida era um aviso, Loren mostrou-me que com ele não se brinca, e eu posso morrer a hora que ele quiser, lentamente e dolorosamente.

_______

-Ah meu Deus! O que aconteceu?- foi essa reação que May teve ao abrir a porta, ela estava aos prantos, com a mão na boca, podia ver a preocupação em seus olhos.

-May, por favor, me leve no médico- pedi, não gostava disso, de pedir favores as outras pessoas, ainda mesmo May que sabia que estava disposta a me ajudar em tudo. Ela assentiu e fez um gesto para que eu entrasse, estava horrorizada

-F-foi Loren não foi?- Ela perguntou, no mesmo instante Ty desceu as escadas:

-Mãe, você viu o... Ah não! O que aconteceu?!- ele veio correndo em minha direção – Mãe, vou pro médico, agora, te amo- ele deu um beijo na testa de sua mãe e me pegou no colo, eu não disse nada estava quase morrendo lá. Enquanto caminhávamos pra garagem tentei ter senso de humor, para ao menos aliviar um pouco as coisas, já que podia sentir os batimento cardiecos de Ty

-Tan tan tantan tan taratantan tararan tararantan, tan tan tan tann taratantantatan – cantarolei a musica de casamento mesmo com a voz baixa e ele riu. Me deixou no banco passageiro e entrou no do motorista, eu sentia minha cabeça latejar, fechei os olhos, o sangue já estava seco, ao menos os dos machucados menos graves, o único que ainda estava um pouco úmido era o da cabeça, Ty nada disse, percebeu que eu mal conseguia falar, mas conseguia decifrar meus sentimentos sabia que eu estava mal

______

Onze horas da noite, pra mim já era tarde, mas foi só esse horário que voltamos do hospital, fizeram três pontos em minha cabeça, e me receitaram pomadas pra passar nos ferimentos, eles já estavam cicatrizando e tinham sido esterilizados. Ty não me levou pra casa,  eu já conseguia falar, ao menos isso, e a dor de cabeça passou um pouco por conta dos remédios

-Ty, ainda acho desnecessário eu ficar aqui, olha eu to melhor, bem melhor posso até dar um mortal se você quiser- ri- por favor me leva pra casa!

-Yla, não discuta. – ele disse, saímos do carro e entramos em sua casa.

May estava sentado no sofá conversando com Matt. Quando me viu ela veio correndo

-Ah graças a Deus, como foi lá?- cumprimentei Matt primeiro, e depois contei a eles tudo que havia acontecido até no hospital. Matt parecia não acreditar em nada, mas era assim ele não vivia aquilo, mesmo assim, do fundo do meu coração agradecia por Matt existir, ele ao menos assegurava que as almas não os visitassem tão frequentemente. 

- Eu queria que vocês achassem a cura para isso – falou Matt pensativo – mesmo, não suporto nem ouvir essas historias, não sei o que aconteceria se as presenciasse.

Engoli a seco, a cura, tinha me esquecido disso, não me esquecido, mas não estava pensando nela frequentemente, claro, depois da visita de Loren só pensava que poderia morrer brevemente.

-Eu ainda preciso terminar o relatório, vou indo- disse ele, dando um beijo na esposa e acenado para mim e para Ty- se cuidem, e qualquer coisa, é só chamar.

Depois que ele subiu conversamos com mais detalhes:

-Sabe, eu achava que contar coisas sobre as almas podia ser perigoso para vocês, pois ai vocês achariam que estão seguros, quando na verdae, quanto mais sabemos, mais perigos corremos- entregou May fitando o chão.

-May, eu preciso falar uma coisa- disse respirando fundo, não ia aguentar esconder aquilo dela, ela era uma pessoa que eu podia confiar, ela era minha segunda mãe. Contei então sobre o diário, apenas sobre o que eu li, Ty ficou com o olhar fixo para a mesinha de cento sem expressão.

-Eu sei disso, na verdade, eu meio que deixei ele visível para você lerem, não sabia como contar sobre as almas, é realmente difícil ler aquilo e lembrar do que passei... É mais fácil assim, mas Yla, é por isso que amo você, sei que posso confiar, você foi sincera, contou a verdade, Ty tem muita sorte, eu tenho também.

Sorri, não sabia o que dizer, Ty nem parecia prestar atenção na conversa, na verdade ele não prestava. Nem quando mencionamos o nome dele ele olhou.

-Mas então meus amores, vou dormir, hoje foi tenso – mãe moderna fala tenso, pensei, e ri interiormente- durmam bem, e Yla, você decidi se quer ficar ou não.

E lá se foi May, fiquei com Ty na sala.

-O que esta pensando?- perguntei a Ty

-Não, nada, é que... De repente tive visões do passado... Meu pai.- ele limpou uma lágrima que escorria de seu olho.

-É algo que eu queira saber agora?- perguntei, sabia que se pressionasse-o a contar ele se sentiria mal, é assim que eu penso, uma relação tem que ser aberta, mas há coisas que podemos guardar apenas pra nós.

-Não por enquanto, meu amor- ele sorriu. – Mas, vem eu te dou umas roupas limpas e você toma um bom banho.

-Ty, não, eu vou pra casa- disse

-Ah, para Loren te visitar de novo? Eu não quero te perder Yla, será que é muito difícil de entender?! Ao menos aqui tem Matt.

-Mas... é que... – não tinha o que dizer, ele arqueou a sobrancelha – o lado direito da cama é meu- ri

-Você que sabe, Sr. Owen

____

Tomei um bom banho e me vesti, lá tinha roupas limpas, ele me deu também uma camiseta dele, clássico gesto em um namoro, sorri. Sai do banho e deitei-me na cama, ele estava lendo um livro, Ty sempre lia antes de dormir, ou nem dormia, de tanto ler.

-Esse livro é muito bom – eu disse – À Espera de um milagre.

-Sério? É assim?

-O que?- então percebi que ele estava na ultima pagina.

-Cada um de nós tem compromisso com a morte, não há exceções, sei disso, mas às vezes, oh meu Deus, o Corredor verde é muito comprido.

-Realmente, é muito bom – ele disse.

Estávamos prontos pra dormir

-Se você não estivesse machucada eu te abraçaria- ele disse fazendo cafune em meus cabelos

-Não seja por isso- disse e cheguei mais perto dele deitando em seu peito

Ficamos em silencio depois disso, aproveitando o momento e esperando o sono chegar, o meu demorava um século, mas acredito que Ty tivesse já domido.

Estava errada

-Yla, sabe tem algo que agora você quer saber- ele disse, então ele ia me contar o que aconteceu quando estávamos na sala.

-É mesmo?- perguntei curiosa

-Quando eu estava na sala comecei a rememorar momentos com meu pai, e teve um que... E teve um que eu acho que é a solução para a nossa duvida.

-Que duvida? – perguntei mais curiosa

-O porquê ele não fala conosco. 


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Notas finais do capítulo

Ps: eu não revisei o cap não tive tempo
deixem reviews please
RUMO AOS 400 COMENTARIOS
E que tal a 14° recomendação?!?!?!!

Ta bom, parei bjbj