Acordei com uma dor de cabeça, como se estivessem fritando-a em uma frigideira com óleo quente, eu estava na minha cama, poucas lembranças eu tinha da noite passada, será que tudo foi apenas um sonho? Se for um sonho foi bem real, levantei e me olhei no espelho, argh! Como estava horrível, passei uma maquiagem e fui trocar de roupa, coloquei uma calça e uma blusa de moletom.

O que realmente havia acontecido? Eu tive esperança que tudo não passava de um sonho e fiz uma nota mental de mandar mensagem para o Tyler contando que havia sonhado com ele. Ao descer as escadas meu celular vibrou, mensagem de Ty.

“Ayla, você desmaiou depois de afirmar ter visto a sua mãe. Está melhor? Sua tia cuidou de você e eu precisei voltar para casa... Depois posso passar ai ver como está”

O que estava acontecendo comigo? Toda essa conversa me deu embrulho no estômago. Será que eu estava tendo alucinações? Peguei uma banana na cozinha e subi para o meu quarto, não iria a escola hoje, isso era uma das poucas coisas que eu tinha certeza. Ao abrir a porta notei minha mãe deitada na cama.

—Ma...mamãe? – disse com um pouco de medo

— Filha- ela sorriu, mas apesar de ter sorrido aparentava estar triste- eu, eu não posso mais vê-la.

—Mãe, como? Era pra estar morta, eu não estou entendendo nada- disse pasma

—Você nasceu com esse dom minha filha, você consegue se comunicar com o mundo da morte, pois a sua alma esta presa, metade entre a morte e metade entre a vida, isso faz com que você veja os dois lados. Eu precisava ver você pela ultima vez e cada vez que você pensar frequentemente em uma pessoa morta, vai atrai-la... Desrespeitei as leis por você filha... Mas não posso mais fazer isso pois posso te prejudicar.- ela disse chegando mais perto, mas ela parecia uma projeção, intocável.

—E-eu não vou conseguir parar de pensar em você- gritei, mas não foi rude, foi como um grito de pressão.

— Você tem que se ocupar com outras coisas, quanto mais você me ver, mais mortos entraram em contato contigo, desconhecidos, alguns do bem e outros... do mal.- e assim ela desapareceu, como se fosse feita de fumaça, se dispersou no ar.

“Ocupar minha mente”.