My Red Cherry escrita por Miahh


Capítulo 11
Café e sorvete


Notas iniciais do capítulo

Hiii people, como vocês estão? Como prometido, nessa linda madrugada de sexta para sabado, estou eu aqui postando para vocês!! Faltam menos de uma semana para estrear a nova temporada.... Todos vivos ai? Pq eu tô quase morrendo kkkk.
Bom, então boa leitura para vocês e espero que gostem :)



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Na manhã do dia seguinte, Lisbon levantou um pouco mais tarde que o habitual – para sua surpresa, o despertador não havia tocado como planejado. Um ponto a menos para a tecnologia – ela pensou.

Tomou um banho antes de ao menos sair do quarto. Não queria encontrar com o consultor no caminho com os cabelos desalinhados e o bafo cheirando mal. Precisava estar perfeita – ou pelo menos fingir estar perfeita. Era o Patrick que estava lá. Não qualquer um.

Colocou quase a mesma roupa de sempre: uma calça simples jeans – preta, pois a azul estava perdida entre a montanha de roupas para lavar – uma regata não muito colada ao corpo além de uma sapatilha preta.

–Eu vou mesmo usar isso? – Se questionou em voz alta, arrependendo-se logo em seguida achando que o consultor poderia ter escutado.

As sapatilhas eram bonitas e confortáveis, mas estranhas na visão de alguém que só usava botas e sapatos fechados em geral. Ela analisou friamente sua escolha, na frente de um espelho e concluiu que parecia uma princesa – algo que ela certamente detestava.

Mesmo assim a maciez do sapato a conquistou. Seria isso e ponto final.

Que falem.

Se falarem...

Depois de pentear os cabelos e prende-los em um lindo coque, Teresa criou coragem e saiu do seu ambiente seguro, se jogando na selva onde o tigre loiro com sua tigresinha, aguardavam pela dorminhoca.

Desceu as escadas com a presa de alguém que fugia de algo. Estava com medo. Não da família Jane em si, mas de si própria.

Desde os onze anos, Teresa descobriu que balbuciava algumas palavras enquanto dormia. Uma vez seu irmão disse que ela brigou consigo mesma durante o sono. Ela nunca soube se era verdade ou apenas uma brincadeirinha idiota do Tommy.

De qualquer forma, imagina se ela havia decidido jurar o seu amor ao consultor enquanto dormia? A vergonha seria tanta a ponto dela nunca mais querer colocar a cabeça para fora de casa.

Provavelmente o loiro adoraria se isso acontecesse. Seria como se ela estivesse admitindo algo irreal, inimaginável. Teresa nunca se declararia para o consultor. Seu orgulho não deixava.

– Jane? – Ela arrastou o “e”, chamando pelo seu nome. O consultor não estava na sala, muito menos na cozinha. Não havia pratos na pia que indicassem que pai e filha tomaram café. A porta continuava trancada da mesma forma que ontem – Será que eles ainda estão dormindo?

Ela pensou em ir acorda-lo, entretanto não o fez. Sabia que o consultor estava bastante cansado, além de ser manhã de sábado e Charlotte não ter aula. Ou seja, não iria atrapalha-los por besteiras.

Teresa abriu os armários de cima da cozinha e procurou por café. Não encontrou nada além de pó pronto para cappuccino, em uma embalagem fechada. Ela se perguntou há quanto tempo aquilo estava ali.

Sem opção, acabou aceitando a ideia de apenas hoje, tomar uma bebida diferente no café da manhã.

Abriu a geladeira e tirou uma caixa de leite pela metade. Despejou um pouco do liquido na caneca, colocando-o no microondas. Pegou o pó de cappuccino no armário, junto de uma colherzinha, esperando pacientemente seu leite ficar quente, então depositou quatro colheres do pó no leite, vendo-o a bebida escurecer, ficando com uma cor puxada para chocolate.

Uma xícara de cappuccino para começar o sábado. Um sábado diferente de todos os outros.

Sentou-se no sofá, cruzando as pernas. Esperava pela hora que o consultor iria descer as escadas, com o mesmo sorriso verdadeiramente alegre de ontem, conquistando-a mesmo sem perceber isso. Queria estar pronta para tal. Precisava botar sua “mascara” que escondia – ou pelo menos tentava esconder – todos os seus verdadeiros sentimentos pelo Patrick.

Foi então que durante sua terrível distração, uma mão rápida destrancou a porta da casa. Lisbon quase pulou de susto: Era Patrick e Charlotte. Ambos seguravam sacolinhas de plástico – do supermercado local – e cumprimentavam a agente, que nessa altura quase teve um ataque cardíaco.

–C..Como você foi parar ai? – Lisbon perguntou não negando sua perplexidade.

–Meh, andando – Ele respondeu, ajudando Charlotte com as compras – Acordamos cedo e vimos que você ainda dormia. Não quisemos acordar a bela adormecida, então fomos ao mercado fazer compras – Jane olhou para a xícara nas mãos da agente – Não precisa tomar cappuccino, compramos café.

Teresa os seguiu até a cozinha, vendo-os tirar os alimentos das sacolas.

–Compramos também esse bule para esquentar o chá – Charlotte comentou se referindo ao bule de porcelana azul, cheio de bolinhas brancas em volta – Bonito, não?

–Ei, eu tenho bule aqui.

–Meh, o seu estava meio velho... E não era tão bonito quanto esse.

–Ei!

Lisbon percebeu que aos poucos, Patrick e Charlotte, estavam dando vida a casa quase abandonada. Parecia estranho de se pensar isso, mas Teresa realmente não ligava muito para o lugar. Ela não tinha tempo para ligar. Estava sempre trabalhando, trabalhando, trabalhando, até não querer mais, e quando chegava em casa, apenas comia algo e ia dormir. Mal se importava com as coisas.

Agora Patrick não. Ele aos poucos estava mudando tudo. Poderia parecer estúpido, pois eram apenas compras e um bule, mas era o bule que o Patrick – e provavelmente Charlotte – tinham escolhido. A primeira coisa de muitos, que acabariam sendo modificadas ali.

–Compramos também essas batatas com formato de carinhas sorridentes – Charlotte mostrou para Lisbon, que olhou para Patrick como se pensasse “você a deixou comprar isso?” – Papai não queria no começo, mas são tão bonitinhas.

–Imagino o porquê – Lisbon comentou, pensando se Red John costumava comer essas batatas, cheias de ketchup, esperando o momento em que iria matar alguma mulher indefesa.

–E para completar, trouxemos além de geleias, pãezinhos e bolinhos, um pote de sorvete napolitano – Charlotte sorriu – Não sabíamos o sabor que você mais gostava de sorvete, então pegamos esse.

–Hum, obrigado.

–Na verdade, sei que seu sabor favorito é morango, igual ao da minha filha – Ele revelou – Porém... Sei que quando está sozinha, você tem mania de misturar os três sabores e tomar como se fosse um milk shake.

Lisbon corou.

–Meu pai é muito chato, não é?

–É... Não sei como aguentei todos esses nove anos com ele.

–Meh, você me aguenta porque me ama.

–Patrick, faz um favor?

–Sim?

–Morre.

Ele riu alto.

–Charlotte, por que você não vai tomar um banho? Daqui a pouco vamos para a CBI e você ficara lá até de noite.

Charlotte assentiu, correndo para o banheiro do andar de cima.

Jane parou de guardar as compras e passou a fitar Lisbon com um olhar sexy e impuro. A morena estava um pouco reciosa com isso. Patrick parecia hipnotizado, olhando-a com olhos brilhantes, mente longe dali. Um sorriso tímido, entretanto malicioso, surgiu em seu rosto.

Porém, Teresa nada fez. Mesmo querendo correr daquilo, uma voz em sua cabeça ordenava para que ela ficasse e visse o que o consultor faria em seguida. Ela obedeceu claro. O que teria para perder?

–Aquilo que você disse de madrugada, era verdade? – Jane finalmente questionou-a, dando dois pequenos passos em sua direção.

–O...O que? O que eu disse de madrugada? – Gaguejou. Sentiu as pernas bambas. E se ela havia mesmo dito coisas de madrugada sem saber? Como quando brigou consigo mesma?

E se Tommy estivesse falando sério?

–Você sabe muito bem o que disse de madrugada, Lisbon...

–Não, na..não sei o que eu disse.

–Meh, eu sei que você se lembra... Só está com um pouco de vergonha... – Ele passou a ponta dos dedos pelo braço dela – Não precisa ficar tímida... Eu gostei do que foi dito.

–Eu.. Eu não disse nada, eu não me lembro de ter dito nada.

Patrick não conteve o riso.

–Por que você tá rindo? O que está acontecendo?

–Você fica brava quando não está no controle... Acabei de provar isso.

–Provar? O quê? Isso era uma piada?

Ele não conseguia parar de rir, quase não conseguindo respirar. Não conteve as lágrimas faceiras que escorregaram dos olhos úmidos.

–Eu sabia que ia ser engraçado, mas não tanto assim.

–De onde você tirou isso? – Nessa altura, suas bochechas queimaram. Uma sensação de alivio tomou conta dela. Pelo menos isso foi uma simples brincadeira idiota do “amigo” – Eu nunca te contei algo assim.

–Meh, você não me contaria mesmo. Foi sua sobrinha que me disse. Ela me fez jurar segredo, mas eu não poderia perder essa oportunidade.

Ela soltou uma risada sarcástica.

–E dai você achou uma ótima ideia me assustar dessa forma. Eu ainda vou descobrir alguma coisa sua, e vou usar isso ao meu favor... Me aguarde, Jane. Me aguarde.

–Sua sobrinha me disse também que isso na verdade, era uma brincadeira do seu irmão, ou seja, você nunca disse nada daquilo – Revelou, recuperando gradualmente o fôlego.

–Eu sei que eu nunca disse nada daquilo – Mentiu, esquecendo-se por um segundo que o consultor via a verdade por trás das mentiras – Em falar nisso, quero que pare de falar que “eu te amo” na frente da sua filha.

–Por que?

–Porque ela pode achar que nós temos algo, sendo que não.

–Meh, ela já é crescida para entender que somos apenas amigos – Ele pensou por um segundo, então revelou sorridente – Como se isso fosse uma mentira...

–Eu não te amo.

“Ele enxerga por trás das mentiras, Teresa” uma vozinha dizia em sua cabeça.

–Você não me ama como amigo?

–Não, você causa muitos problemas – Brincou, com seriedade na voz.

–Lisbon, eu pego os bandidos. E antes que comecemos uma briga desnecessária, veja como está linda essa manhã de primavera. Além disso, você tem um pote de café fechadinho no armário, além de bolinhos e sorvete no freezer. Não é o paraíso?

“O paraíso é um lugar na Terra com você”

–É...

–Hum, enquanto você come, eu vou apressar Charlotte para que saia do banho hoje... Dai vamos juntos para a CBI.

–Tudo bem. Vou fazer o meu café e te esperarei aqui.

Ele sorriu, caminhando vagarosamente para o andar de cima. Então, parou e voltou o olhar para a agente.

–Antes que eu me esqueça, adorei a sua sapatilha.

Um sorriso de felicidade brotou em seu rosto.

É, ele percebeu.


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Notas finais do capítulo

Gente, vocês já comeram as batatas smile né? caso não, http://images.guiadohamburguer.com/fotos/72_nations/640x480/08-nations.jpg tem aqui uma foto :)) São deliciosas!!

Eu tava relendo a fic, dai eu vi que quando o Patrick se encontra com a filha, ela tá tocando uma musica no piano chamada "I left you"... eu esqueci de explicar o pq. Na letra da musica, tem uma parte que a menina diz (na minha tradução linda fica assim): "Eu te deixei, deixe o mundo inteiro acreditar que isso é verdade". Achei tão a cara dos dois :) E antes que eu me esqueça, a frase " O paraiso é um lugar na Terra com você" vem da musica da lana del rey, video games onde ela diz "heaven is a place on Earth with you". :)
Bom, espero que tenham gostado do cap *---* Beijinhos para todos.