Luke havia deixado Bianca trancada no armário por três horas, porém, pela graça de Jesus, ele acabou tendo um lapso de memória e voltou a tempo de vê-la roxa de raiva. Bianca se limitou a um urro de raiva e uma careta endereçada ao amigo e saiu da casa. Lisa não perguntou, Caroline nem sequer notou, então nada havia mudado; pelo menos nada bom o suficiente para ela não ter se arrependido de ter saído da própria casa e ter se dirigido ao inferno.

– Como estava a... - Bianca bateu a porta de casa com força e sua mãe resolveu não fazer maiores questionamentos. - festa?

– Eu espero que ele se case com ela e sinta o gosto da infelicidade! - Ela gritou em resposta, subindo as escadas em passou duros e que foram ouvidos da cozinha.

Luke não foi atrás, não ligou e nem pensou em procurá-la, tudo isso por uma carta que ela mandou em resposta.

– Hey, meio que nota da autora agora; coloquem a música "Take It All In - Trent Dabbs - pra tocar, ok? -

"Oi.

Como você está?

Eu posso estar perguntando isso agora assim, numa boa, porque estou mais calma. No armário da sua casa, eu tive algumas crises de reniti, uns ataques de "caramba! e se ele não voltar mais" e mais alguns espirros. Sabe, Luke, no tempo em que eu fiquei trancada, eu pensei que estava depositando minha total esperança em você, e talvez você estivesse fazendo isso também comigo.

Mas eu não quero isso.

Eu não estou te deixando porque quero vingança por nunca ter me notado antes. Não estou ficando fora da sua vida porque quero que você sofra - por mais que eu tenha dito isso a minha mãe, em um momento de raiva - para o resto da sua vida com alguém ruim, como a Caroline. Não estou pedindo que você me esqueça porque quero um drama para contar depois, ou por causa de seu pai. E, muito menos, estou pedindo para que você se mantenha afastado porque eu te odeio.

Eu estou te deixando porque não conseguiria ser feliz com você. Estou ficando fora da sua vida porque eu me culparia, todo santo dia, que a culpa era minha por você não ter seu pai. Eu estou pedindo que me esqueça porque é isso que eu farei com você, afinal, não importa como, não há tentativas o suficiente que me farão esquecer de você; por isso, não se preocupe, de uma forma ou outra, eu posso prometer que vou estar agarrada as nossas lembranças. Eu estou pedindo para que você se mantenha afastado porque eu cederia a qualquer pedido seu, porque eu te amo.

Só posso prometer, agora, que irei lembrar de você todos os dias, porque é isso que eu quero; eu prefiro lhe deixar com um extremo ódio de mim, mas tão extremo que você talvez nem leia essa carta até o final, do que voltar correndo até você e causar esperanças; esperanças são futuras decepções e eu sei bem disso.

Eu estou indo para Brighton, a faculdade Varndean me aceitou, e bem, eu finalmente vou poder voltar a ter uma rotina legal e não tão repetitiva; se eu ficasse mais em casa, acho que iria para meu quarto, desligar a luz e ir para um cantinho chorar, ouvindo músicas depressivas.

Sabe, meu amor, quando um amor se vai, não é como uma tristeza; acho que é um momento de aceitar que nada dura pra sempre, por mais que eu nem tenha dado chances de você me provar o contrário.

Seja feliz, me esqueça, e case-se com ela. Pense nisso como um favor, um último favor, ok?

Eu sempre estarei esperando você, em pensamento.

A um "eu te amo" passado e, provavelmente, que vai me seguir para sempre,

Bianca."

Luke chorou sem solução ao ler. A mãe da menina que havia entrego a carta, justo quando seu pai estava abdicando da ideia. Mas ele não achou justo interromper tudo. Bianca havia tomado a decisão dela, e ele não ficaria no caminho.

Ele, no fundo, sabia o quanto decidida ela era; sabia que ela teria uma filha chamada Hope com um moço especial, que compraria uma casa linda em Brighton e que ele não era ninguém para impedir isso. Ele chorou de felicidade por imaginar ela com a vida que sempre havia sonhado. Mas chorou ainda mais por saber que não poderia estar por perto para ver tudo se realizar.

– Achei que você ficaria feliz com a notícia, meu filho. - Lisa exclamou, assim que acabara de dizer que Caroline estava indo para um intercambio pós escola para New York e que, como parecia cada vez mais loucura aquela ideia, seu pai havia acabado com todo o acordo de casamento; ele até havia se confessado feliz por não ter de perdurar com tanta loucura. Mas não, ele não estava.

– Eu a amei tanto que não me sinto no juízo de tentar mudar a felicidade dela, mãe. Talvez seja por isso que eu agradeço de coração por não ter que casar com Caroline, porém isso não altera o fato de que eu não sou o que fará ela feliz.

– Eu sinto muito, Luke. De verdade.

– Eu também, mãe. Eu também.