Ela se sentou e de repete a bolsa prateada dela, que estava rente ao corpo, vibrou. O celular indicava uma mensagem. Luke. “Como ele pode estar mandando isso na hora de seu casamento?” se perguntava ela, sorrindo por ele estar usando um All Star preto.

- Oi. – Dizia a mensagem. Ela olhou para frente e notou que Luke estava virando os pés, mania que ele tinha quando ficava nervoso, mas não queria demonstrar.

“Oi” foi isso que ela respondeu. Isso e uma carinha feliz.

“Ainda temos tempo?”

“Acho que não mais...”

“Sabe a casa em Brighton?”

“O que que tem?” perguntou ela por SMS, sentindo mais borboletas no estomago, só que dessa vez eram borboletas negativas, afinal, eram planos para os dois a casa em Brighton, não de Caroline e ele.

“Será sempre nossa. Só nossa. Nunca vou comprá-la se você não estiver ao meu lado”

“Que bom” pensou Bianca.

“Obrigada”.

“É meus planos para você. Assim com Hope”.

“Para com isso Westerfield”.

“Eu juro.”

Repentinamente começou a chover. A Thousand Years começou a tocar indicando que aquela era a hora da noiva entrar.

“Promete?” a última mensagem antes de tudo ir pelo ralo. Toda os planos de felicidade. Tudo.

“Se eu dizer que te amo você me salva daqui?” minutos depois da mensagem de Bianca, Luke enviou. Ela olhou para ele, que olhou pra ela com feições de desespero. Novamente, desespero.

“Eu te amo” ela olhou o botão de envio e viu Caroline entrar.  Elisa a olhou com cautela e depois virou-se para Luke. Bianca entendera a mensagem, ela só não sabia se era corajosa o suficiente para mudar algo.

Bianca olhou uma ultima vez para a tela e se decidiu. Ela apagou a mensagem e guardou o telefone. Luke não precisava saber que ela estava a um milímetro de gritar pra todo mundo calar a boca e deixá-la fugir com seu amigo colorido, pra que eles fossem felizes para sempre juntos. Mas não, ela não o fez. Ela simplesmente viu Caroline entrar, segurando o braço de seu pai – que aparentava ter uns quarenta e oito anos, e era muito bonitão e charmoso – e com uma maquiagem fraca. O olhar dela era de vencedora, como se casar com Luke fosse o premio principal e Bianca estava entregando aquilo de bandeja. O vestido era de princesa, assim como o penteado em forma de coque que caia algumas mexas do cabelo loiro no seu rosto.

“Ela está linda” pensou Bianca, tristemente.

- Última chance. – Peter sussurrou.

- Fica quieto. – Ela respondeu.

- Não posso te deixar fazer isso. – Bianca olhou para Peter e fez uma cara de “fica quieto e me deixa ferrar com a minha vida sozinha e em paz”. O anjo desapareceu com um sorrisinho no rosto.

- Peter, não faça nada que vá se arrepender depois. – Bianca falou, mentalmente.

- Aproveite a montanha russa que é a vida, meu bem.

- Gay demais, mas profundo. – Os dois riram e Peter colocou seu plano diabólico em pratica.

O anjo tinha tudo em mente. O plano todo já estava formulado, a única coisa que faltava era coragem porque se ele fizesse o que estava pretendendo, provavelmente ele seria castigado mais tarde. Peter pensou, pensou e se decidiu. Ele, além de protetor, seria cupido também.

            Teresa fitou Bianca de canto, tentando decifrar o que se passava pela cabeça de sua filha, afinal, mesmo que parecesse um amor adolescente e bobo, eles se conheciam há muito tempo e era um amor de longa data já.

 Caroline passou pelo banco onde Bianca estava e encontrou as mãos de Luke no altar, os dois se olharam e Caroline sorriu. Westerfield rolou os olhos, entendo que a reposta que ele havia feito com os olhos no momento anterior, fora “sim, eu vou te prender a mim no resto de nossas vidas, porque odeio perder”.

- É agora, Bianca. – Elisa disse movendo os lábios, porém sem fazer som, olhando para a garota que ela preferia que fosse a namorada do filho e depois sorrindo amarelo para o esposo que estava ao seu lado.

Depois de um meio que discurso do padre e toda aquela besteira, houve a parte do “aceito”. Ou melhor, a temível parte do “aceito”.

- Você vai me agradecer mais tarde. – Disse Peter, aparecendo na frente de Bianca e invadindo seu corpo rapidamente, antes que ela pudesse gritar ou fazer um fiasco.

- Luke Westerfield, você aceita Caroline Flack como sua legitima esposa? Prometendo amá-la e respeitá-la, até que a morte os separe? – Perguntou o padre, dando ênfase na palavra “morte”, mostrando que aquilo seria realmente pra sempre.

- Eu sou contra tudo isso padre. – Falou Bianca. Bem, Peter era quem comandava seu corpo, porém ela tinha noção – entretanto não controle – do que estava ocorrendo.

- Amém, Senhor. – Disse o padre Antônio, baixinho. Lisa riu timidamente e voltou a se portar à situação.

- Sua biscate, nem chegou nessa parte ainda, – disse Caroline. – e você já quer roubar o meu homem, é?!?!

- Eu não vou roubar ninguém, Flack. Nós nos amamos e é isso que importa. Dinheiro algum mudará isso. – O murmurinho já preenchia a igreja toda, que estava tão bem decorada, com flores caras e panos importados.

- Luke me ama, e é por isso que ele está se casando comigo. – Caroline disse, puxando o braço de Westerfield para mais perto de si, como se aquilo não deixasse escapá-lo.

- Pergunte à ele então. – Bianca rebateu. Peter saiu do corpo da garota e deixou que ela coordenasse a situação dali pra frente. Ele já havia dado um empurrão, agora ela devia salvar seu futuro.

- Já chega, garotas. – Disse o reverendo. – Luke, meu filho, o que você tem a dizer?

- Ele vai se casar com Caroline, padre. – Disse Felipe, não dando espaço para que o filho respondesse.

- Luke, o que você sente?

E o tempo parou. Bianca viu acontecer, porém dessa vez não era Peter quem coordenava, e sim outro belo anjo. Por alguma razão, a menina não congelou e pode ouvir tudo.

- Mason, quais são minhas opções? – Perguntou Luke, parecendo muito preocupado. Mason era loiro, de olhos verdes e com feições amigáveis, ainda mais amigáveis aos olhos de Bianca por ser o protetor de Westerfield.