Irresistible escrita por Yukimura


Capítulo 1
Capítulo Único - I cant resist.


Notas iniciais do capítulo

Oh yeah, mais uma, e a próxima é IchiHime eu acho. Divirtam-se!



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O sol nascia preguiçosamente, com boa parte dele já podendo ser vista; a friagem da manhã dissipava-se lentamente, como se estivesse com tanta preguiça quanto ele naquele dia. O inverno aproximava-se de forma vagarosa, quase torturante, trazendo consigo rajadas geladas de vento, que ele particularmente adorava.

O clima está ótimo.”

O taicho da juu bantai* levantou-se de sua varanda e caminhou novamente ao seu quarto.

Lá estava ela, estendida sobre sua cama, mesmo pequena sua ‘amiga’ ocupava agora a maior parte da cama. As curtas madeixas de ébano derramados sobre os lençóis perolados do taicho.

Tão adorável.”

Estava cedo, mas ele estava acostumado com esse horário, afinal, gostava da friagem matinal e de observar as folhas amarelas dançantes, aproveitando também para organizar mentalmente suas atividades diárias e as primeiras tarefas logo após encontrar sua fukutaicho que provavelmente se perderia no caminho.

Com um suspiro decidiu tomar banho e preparar algo para o café da manhã, não que ele soubesse cozinhar, mas morar sozinho havia ensinado lhe algumas coisas.

Mesmo depois de sua higiene pessoal e preparar alguns omeletes e um pouco de chá, que modéstia parte não ficaram tão ruins, a fukutaicho da go bantai** não havia acordado ainda.

Um sorriso divertido foi sapecado na face do sempre tão sério capitão prodígio.

Aproximando-se mais da cama o garoto de cabelos prateados postou um beijo suave na testa da menina que se agitou por meio segundo, agradecendo por ela não ter acordado com tão pouco, afundou o rosto na curva de seu pescoço, aspirando a fragrância recendente que tanto amava, Hitsugaya sentiu-se hipnotizado.

Ela remexeu-se novamente murmurando algo ininteligível, incitado a continuar mordiscou a pele sensível, as mãos calejadas, graças ao uso da zanpakuto, escorregaram por dentre os lençóis e alcançaram o abdômen da menina, será que ela tinha cócegas?

O albino começou com movimentos suaves em torno da área do umbigo da menina, a resposta foi imediata, ainda sonolenta, Hinamori teve uma crise de riso.

- S-Shiro-chan, aaaah, n-não, hahaha, não, p-para, hahahah, S-Shiro-chan...!

- O que houve Hinamori, você vai molhar a cama de novo? Você não se acha velha demais pra isso? – ele perguntou com escárnio.

- C-Chega, hahahah, S-Shiro-chan! – ela gritou, mais alto que da primeira vez.

Hitsugaya se afastou, admirando o rosto corado da menina.

- Momo, você sabia que vai se atrasar se continuar ai rindo?

- Eu não estaria rindo se você não tivesse me feito cócegas! – ela rebateu.

- Hirako-taicho vai ficar decepcionado com você. – ele adicionou em um tom acusador – Eu ficaria.

- Mas você não é o Hirako-taicho! – ela dizia enquanto levantava, os lençóis escorregavam sobre a pele suave, e só então a garota se percebeu... Nua. Com um gritinho histérico quando notou, ela segurou firmemente o lençol em frente ao corpo.

Um olhar assassino foi lançado ao garoto que a observava. Ele caminhou placidamente até uma poltrona branca como a neve e sentou-se, do outro lado do quarto.

- O que foi? – ele perguntou cinicamente.

- E você ainda pergunta? Onde estão minhas roupas Hitsugaya?

- Você não precisa delas. – um tom displicente demais até mesmo para o Capitão de gelo.

- Mas é claro que preciso! – ela reclamou. – Onde estão?

- No banheiro. – Hinamori Momo sabia mais do que ninguém que o Shiro-chan não era do tipo de ‘cara’ que gosta de jogos, mas aquele em particular o interessava.

Vê-la constrangida era incrível.

- Você pode trazê-las para mim? – usando seu tom mais doce, Momo esperava que o capitão da juu bantai cedesse, o que obviamente não aconteceu.

Como esperado...”

- Não posso.

- E por que não, oras?  - ela perguntou já irritada.

Toushiro deu de ombros e levantou, caminhou até a porta do banheiro e parou. Um olhar malicioso foi lançado à menina, ela já sabia qual era o jogo, e sinceramente, não se importava em jogar, e em perder.

Reunindo sua coragem, Momo escorregou para fora da cama, os pés tocaram o piso frio e quase voltaram para o calor dos lençóis, não era hora de voltar atrás.

E para onde diabos o pudor que eles tanto mantinham ia nessas horas?

Nua, Hinamori tentou parecer o mais sensual possível enquanto atravessava o quarto espaçoso, em direção ao banheiro, e aos olhos verdes que observavam cada movimento seu.

Um, dois, três, quatro...” Hitsugaya contava quantos passos faltavam, na verdade ele queria aperta-la e que se danem os jogos, ele não fora feito pra eles, ele não tinha paciência.

Logo ele, quem aturou Matsumoto por mais que uma dezena de anos, não era do tipo de pessoa paciente.

A menina estava mais perto, a cintura dançando no ar, ele se perguntou se ela fazia isso inconscientemente, ou se era algum tipo de... Sedução. Mas é claro que era inconsciente. Momo não era do tipo que faz coisas sexys de propósito, convenceu-se ele.

- Pode pegar minha roupa agora Shiro-chan? – ela pediu, quando já estava na frente dele.

Se segurando para não agarra-la, Hitsugaya negou com um leve menear. Ele a observou fazer um ‘bico’...

- Por favor?

As mãos que já começavam a soar esticaram-se e alcançaram o quadril da menina, lentamente ele começou a puxa-la para si, logo o corpo estava colado ao dela, ele não conseguia resistir.

Ela era sua amiga de infância, mas também o amor da sua vida.

- Você faz de propósito não é? – perguntou afundando o rosto entre os negros cabelos curtos.

- Eu n-não fiz nada Shiro-chan. – ela arquejou quando ele passou a distribuir beijos entre o pescoço e a clavícula.

- Claro que não. – Ele riu.

Relutante, Hitsugaya soltou a menina, ele falava sério quando disse que ela se atrasaria. Podia jurar que tinha a ouvido soltar um muxoxo, teve vontade de rir novamente.

- Se apresse tenente Hinamori, você tem uma bantai para cuidar e um taicho para ficar de olho. – disse, mas logo se corrigiu, - Não, você tem dois taichos para ficar de olho, conto com você.

Corada e irritada, Hinamori Momo passou por ele e entrou no banheiro, batendo a porta logo em seguida. Dessa vez Hitsugaya não segurou o riso, e se permitiu imaginá-la quando saísse do banho e descobrisse que suas roupas não estavam lá. Não é porque ele não costumava jogar que ele não sabia jogar.

O taicho da juu mudou-se para sua sala de jantar, tinha uma Seireitei Tsuushin¹ para conferir e provavelmente uma fukutaicho para punir.

A sala de jantar, assim como todo o restante da casa, mantinha tons claros, na grande maioria entre branco e prata, alguns detalhes em azul ou verde, tudo de muito bom gosto, e também tinham os objetos de ‘cristal’ que na verdade foram todas feitas por ele mesmo, como a mesa da cozinha por exemplo. O desjejum ainda estava sobre a mesa, esperando por ele e sua acompanhante. Puxou a cadeira igualmente feita de cristal e sentou-se, a capa da revista já lhe dava uma ideia do que encontraria ali.

O taicho da roku bantai² estava na capa, com toda a sua imponência, e dinheiro é claro, ele era bastante famoso, e tinha uma coluna na revista, assim como ele mesmo; Nunca entendera uma única linha das publicações do Kuchiki, eram sempre tão... Egocêntricas, porém, era muito popular, entre as mulheres é claro.

Nenhum dos artigos ou coluna lhe chamava, realmente, a atenção, e já estava ficando contente em saber que estava na página dezoito e não havia sequer uma foto sua ali, é uma pena que ele tenha suspirado na hora errada, mas algumas passadas de páginas e lá estava a ‘galeria do capitão mais jovem e genial do gotei 13’, sempre no final das tantas fotos que ele não fazia ideia de quando tinham sido tiradas, havia a mensagem que o irritava mais do que aparecer na revista sem consentimento: “Fotos cedidas gentilmente por Rangiku Matsumoto, Fukutaicho da juu bantai.”.

Como é que Hisagi ainda publicava aquilo? O pior ainda estava por vir, logo após suas fotos, havia um ‘convite. Seu sangue ferveu, Matsumoto era mesmo uma...

Junte se ao fã clube do menor e mais fofo taicho da Soul Society! Interessados que entrem em contato com a tenente Rangiku Matsumoto da juu bantai ou a tenente da juu-ichi bantai Yachiru Kusajishi.” Dizia o convite.

Hitsugaya estava distraído pensando no quão descarada era sua tenente quando algumas batidas na porta o assustaram.

“Só pode ser brincadeira... Essa Reiatsu...”.

- Mas o que diabos?! – ele gritou irritado ao deslizar a porta e encontrar a mulher loira de seios avantajados que ele esperava ter de procurar.

-Bom dia Taicho~ - disse ela sempre bem humorada.

-Bom dia NADA! O que você está fazendo AQUI tão cedo?!

Não era novidade de que Matsumoto só ‘dava as caras’ depois das duas horas da tarde. Ela estar acordada e pronta para TRABALHAR tão cedo era quase impossível.

- Ué, eu segui seu conselho e dormi cedo para estar disposta bem cedo! Mas como eu acordei muito cedo, pensei em passar na casa da Momo para irmos juntas – disse ela alargando o sorriso – uma vez que ela está acostumada a sair cedo.

- Keh, - zombou ele – E o que você faz aqui se ia à casa da Hinamori? – e estreitou os olhos, não era possível que ela soubesse, tinha calculado tudo tão bem.

Matsumoto deu uma de suas gargalhadas profundas e tirou uma mecha dourada do rosto.

- Agora é que vem a parte engraçada taicho, - ela inclinou-se para ver o interior da sala – a Momo não dormiu em casa.

Ele manteve-se calmo.

- E como você sabe que ela não dormiu em casa? – ele caçoou – Ela pode ter saído mais cedo, Hirako está sempre a fugir para o mundo real, ela deve estar tentando adiantar o trabalho, uma vez que é mais responsável que você.

- hmm, - ela meio concordou – acho que você pode estar certo capitão. – ela se inclinou novamente.

Banhos têm a propriedade de nos despertar e ao mesmo tempo nos dá preguiça, talvez seja uma consequência do relaxamento, mas de qualquer maneira, ela precisava de um banho para se sentir melhor. Hinamori não era boa em uma porção de coisas, inclusive mentir. Esconder um relacionamento era mais difícil do que parecia, principalmente porque a tenente da bantai dele cismava em colocá-los em situações constrangedoras.

Dispersa em pensamentos, ela não se assustou quando notou que seu uniforme também não estava ali, suspirando, ela saiu do banheiro enrolada a uma grossa toalha branca, em direção a sala.

- Shiro-chan, onde estão as minhas... – ela congelou quando chegou ao cômodo -... Roupas?

Matsumoto soltou um ‘hmm’ malicioso e refez a pergunta da menina:

-Pois é taicho, onde estão as roupas da Momo? –Hitsugaya tinha um tom parecido com a cor dos cabelos do Abarai.

Ele já tinha se cansado de sentir vergonha assim, já eram poucas as vezes que corava com palavras. Mas não era o mesmo com Hinamori, ele viu a menina mudar de cor, do pêssego suave ao vermelho brilhante.

- Yare, o Taicho está crescendo! – a loira lançou em um tom materno irritante.

- CALE-SE!- ele explodiu – Vá embora Matsumoto! Vo-Você não pode invadir minha casa assim, vá embora já!

- Mas eu não fiz nada taicho, quem fez ‘coisas’ aqui foi o senhor! – ela tentou parecer ofendida.

-Você é tão malvado!

Toda a sua paciência se esgotou, a tenente Rangiku sabia que aquele era o limite e tratou de desaparecer com o shunpo.

O taicho da go não costumava estar no esquadrão tão cedo. Mas por motivos ‘especiais’, lá estava ele, esperava por ‘notícias’ enquanto escutava um CD do mundo real, a música dos humanos era a melhor.

Hinamori não estava lá ainda, ele sorriu, as coisas estavam indo bem. Suas notícias também não demoraram.

- Com licença? – ela pediu após uma batida suave na porta, muito diferente de alguns minutos atrás.

- Sim, pode entrar... – disse o taicho sorridente – Matsumoto-san.

A mulher entrou e deslizou a porta para que se fechasse novamente.

- O plano foi um sucesso!

- Han? Ele fez alguma coisa? Você tem fotos?  

- Sim, tenho as fotos, mas tenho notícias melhores Hirako-taicho! – ela exclamou – Eu fui até a casa do capitão, e como esperado, a pequena Momo ‘dormiu’ lá!

Ela enfatizou a palavra dormiu com um gesto de aspas, afinal, dizer que ela dormiu com ele é eufemismo, todos sabem que fizeram de tudo, menos dormir.

- E mais, ela estava só de toalha!

Shinji levantou-se de sua cadeira com um sorriso maior ainda.

- Pois então o plano foi mesmo um sucesso!

Hirako Shinji mantinha o sorriso que muitas mulheres achavam atraente, outras misterioso, para Matsumoto, assustador.

- Trate de entregar as fotos ao Shuuhei-san, e diga que há a colaboração da go bantai!

- Hai! – disse antes de usar o shunpo novamente.

No outro mês...

A sala dele estava mais calma do que o normal. E o normal é quando Matsumoto encontra-se ausente.

Que ela pouco aparecia para o trabalho não era novidade, mas ultimamente havia faltado muito, ele meio amaldiçoava meio agradecia. Ela podia ser preguiçosa, mas era útil quando necessário, ele se perguntava se teria de ir atrás dela.

Nah, desnecessário, a sala estava ótima sem ela. Só ele... Escrevendo... Sozinho...

Levantando para ‘tomar ar’ o capitão Hitsugaya encontrou um exemplar da Seireitei Tsuushin sobre a mesa da tenente que não havia aparecido o dia todo.

- Não me lembro de isto estar aqui minutos atrás... – murmurou para si mesmo – Talvez eu tenha visto, mas estava distraído.

A capa da revista o fez vermelho, e as fotos...

- MATSUMOTO!

Ah, se ele a encontrasse agora!


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Notas finais do capítulo

* = capitão da décima divisão.
**= tenente da quinta divisão.
¹= a 'comunicação da seireitei' é a revista mensal em que todos os esquadrões tem a obrigação de participar, com colunas, artigos e fotos. É responsabilidade do nono esquadrão.
²= capitão da sexta divisão.
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Uso os termos em japonês pois acho mais bonitos, perdono. Ah, na quebra de página, usei os kanjis, 'chuva', 'chama' e 'longo tempo'. Pode reclamar, adoro isso, c:



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