O começo de mais um dia na Mansão Phantomhive. Como sempre, Sebastian foi o primeiro a levantar. O mesmo, não tinha mais o posto de mordomo, já que estava casado com a condessa da casa. Porém, ainda tinha de executar as tarefas diárias de sua ‘’vida antiga’’.  Primeiramente, ele foi para a cozinha, preparar o café da manhã.  Em poucos minutos, o aroma suave do chá preto se misturava com o doce aroma dos scones recheados de geleia de morango, e ambos dançavam nos arredores da cozinha, fazendo qualquer um ficar com fome. Foi aí que Cielly acordou. Ela desceu a escadaria ainda em seus pijamas, e com seus cabelos bagunçados e despenteados. Ao chegar à cozinha, sorriu sutilmente para Sebastian.  

                -Ora ora, minha rainha não consegue ao menos pentear o cabelo sem minha ajuda? -Ele disse, com um sorriso irônico estampado no rosto.

                -Cale a boca. - Ela retrucou de imediato.

Ele já estava acostumado com aquele mau humor matinal dela, e sabia que não duraria muito. Bastava o café da manhã acabar para que ela voltasse a ser a pequenina fofa de sempre. E mesmo com todos aqueles humores durante diferentes partes do dia, ele a adorava de qualquer maneira.  E ela, o adorava por conseguir aguentar o seus humores diferentes durante as partes do dia.  

                -O café da manhã está servido. – Ele colocou um prato repleto de scones e uma xícara de chá na frente dela, sentando-se ao seu lado.

Como esperado, ela começou a comer. Revezava entre uma mordida em um scone e um gole de chá. Após comer dois scones e beber toda a xícara de chá, estava satisfeita.

                -Estava ótimo. – Ela sorriu gentilmente. E esse era um dos sinais que seu mau humor matinal estava dizendo adeus.

Naquela mesa, trocaram olhares por alguns minutos. Por fim, ele se levantou. Limpou a mesa do café da manhã, e então foi para a sala de estar. E claro, ela foi atrás dele. Era de fato engraçado ver um homem trajado formalmente seguido por uma garota pequenina de pijama.

                -Você vai ficar andando pela mansão de pijama? – Ele sorriu.

Ela cruzou os braços, mas então foi para seu quarto trocar de roupa. Voltou com um dos seus clássicos vestidos amarelo pastel, que gritava que era um vestido veranesco por ser aparentemente leve.

                -Trocou de roupa, mas ainda está com os cabelos bagunçados. – Essa frase a fez cruzar os braços novamente. – Tudo bem, eu cuido disso.

Ele buscou uma escova e fez com que ela se sentasse no sofá. Assim, começou a pentear os cabelos dela delicadamente. Era aparente que ele adorava cuidar dela. E isso a fez pensar se era por aquele motivo ela ser tão apaixonada por ele.  A constante atenção, o sentimento de proteção e a sinceridade amorosa que vinha de ambos os corações. Após pensar por alguns minutos, não, não era por aquele motivo a paixão dela. Era algo maior. Ela apenas não sabia o que poderia ser.

                -Terminei- Ele disse, logo beijando a bochecha dela.

Aquilo a fez acordar dos seus pensamentos. E antes que ele pudesse voltar aos seus afazeres, ela o puxou para que pudesse sentar-se ao seu lado. Encostou a cabeça no ombro de Sebastian e fechou os olhos. Ele ficou certamente curioso e se perguntava  motivo daquilo.

                -Por que sou tão apaixonada por você?

                -Não sei. Quem tem que saber disso é você.

                -Acho que essa situação é uma daquelas que não tem explicação alguma. Nunca se sabe onde, nunca se sabe quando ou o motivo. Apenas se sabe que aconteceu.

Ele apenas sorriu como resposta. No fundo, ela sabia que desde sempre foi apaixonada por ele. Desde que tudo era uma simples brincadeira de ambos, uma simples atração. Aquele tipo de relação inexistente. Sempre houve algo crescendo dentro do coração dela, fazendo com que tudo ficasse mais intenso, mais sólido. Ela olhou para a aliança em seu dedo, e então para os olhos rubros do demônio com que tinha se deixado apaixonar, e com que hoje, era casada.

                -Eu te amo.

                -Eu também te amo, minha rainha.

O amor é simplesmente louco. Depois que seu coração pertence a alguém, não tem nada mais que lhe reste. Nada mais que seja exclusivamente seu. Você começa a partilhar seus sentimentos, sua vida. E isso é ótimo.