O Dia Em Que O Jogo Se Tornou Real escrita por Celly


Capítulo 13
Visão da Celly: Uma Garota, Dois Garotos.


Notas iniciais do capítulo

Geeente... Ideia me veio do nada, quando eu tava quase dormindo... O negócio tá tenso DMGNSKJGD



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Isso... Já começou a virar palhaçada. Sério, acho que tem alguém brincando com a minha cara, não é possível algo assim... Ou será que estou delirando de novo? Talvez. Mas tenho quase certeza de que há algo errado com aqueles dois.

Desde a nossa fuga do QG por causa do ataque, estão se estranhando de um jeito que parece que só não se matam porque eu ainda estou ali. Sinto-me entre a cruz e a espada; Melhor dizendo, sinto como se tivesse começado uma grande disputa entre dos rapazes onde venceria o melhor, e eu era o prêmio. Oh, não, isso é errado.

Era isso o que se passava na minha cabeça enquanto eu ajudava os outros chasers e OOCs a reconstruir o QG, agora completamente destruído por conta da última batalha ocorrida ali, contra Vairne e Drall. É uma longa história, não vou ficar aqui repetindo algo que já foi contado.

Como era muito trabalho, estávamos nos revezando. Tínhamos um intervalo de meia hora antes da troca de turnos. Podia ser pouco, mas não podíamos ficar perdendo tempo simplesmente porque estávamos cansados, ainda tínhamos uma OOC perdida para resgatar, e vários monstros e vilões teimosos para trazer de volta ao mundo do GC. E nada nos garantia que conseguiríamos fazer tudo antes que o nosso tempo acabasse. Mari tentava calcular quanto tempo nós tínhamos antes do “casamento” entre fluxos temporais, apesar de estar bem claro de que não era muito.

- Celly! Você não vai descansar? – Luvizotto me perguntou. Eu estava pensando tanto que acabei fazendo tudo no automático, sem perceber que era a minha hora de folga.

- Ah... Claro que vou, acho que perdi a noção do tempo – Respondi, com um sorriso sem graça no rosto – O turno agora é seu, desculpe.

- Eu não me importaria se você ficasse cobrindo o meu horário – Ele riu.

- Muito engraçadinho você – Torci o nariz para ele e saí dali.

Como não podia ir mais longe do que os muros do quase totalmente reconstruído QG permitiam, acabei indo para o jardim. Estava caminhando por lá até que vi um lindo canteiro de flores. Resolvi sentar no meio delas, talvez ali sentada eu conseguisse pensar melhor.

Sentei e peguei uma das flores dali, era uma linda rosa branca. Gosto muito de rosa, tanto a cor quanto a flor. Permaneci ali, examinando a flor, e acabei mergulhando nos meus próprios pensamentos. Não que isso seja ruim, gosto de fazer isso às vezes. E preciso, caso contrário não consigo fazer nada direito.

Lupus... O primeiro que me veio à mente foi ele. É um caçador de recompensas bem sucedido, forte, esperto... E que carrega uma grande mágoa. Realmente, ser abandonado pelo pai, que antes era o seu modelo de vida, não deve ser uma experiência das mais agradáveis. Cresceu sozinho, aprendeu tudo o que sabe sozinho. É um guerreiro que, admito, admiro muito; Pois apesar das dificuldades, nunca perdeu a coragem e a autoconfiança. Precisei ler e entender o que ele sente, para conseguir interpretá-lo. E esse tal guerreiro que tanto admiro parecia ter uma queda por mim. Como isso pôde acontecer?

Quer dizer, eu disse parece, não afirmei nada. Até porque não consigo afirmar nada, está tudo ainda muito confuso. O que não consigo entender é uma pessoa fria e revoltada feito o Lupus se apaixonar por uma garota que, diga-se de passagem, além de ser consideravelmente mais baixa do que ele não possui nem a metade da coragem e autoconfiança que ele possui.  Não sou nenhuma guerreira, não sou forte, não posso fazer nada do que ele faz. Sou apenas... Eu. O que de tão encantador tem nisso?

O outro dessa história é o Carlos. Conheci-o online, em um chat de bate-papo sobre um joguinho tosco que hoje nem existe mais. É um ano mais velho do que eu, alto, esperto e muito legal. Sim, eu gosto dele, parece que ele é o típico cara que completa a moça. Novamente sim, eu sou bem romântica e acredito no amor, acredito que há alguma pessoa em algum lugar do mundo que completa outra. E eu acho que é ele quem me completa.

Profundo... Curioso. Só penso em coisas melosas quando penso nele, chega a ser irritantemente incrível. Olhe só, desviei-me do assunto principal da minha reflexão, que seria descobrir o porquê da disputa, até agora não mortal, dos dois. Acho que vou desistir de entender, não consigo lidar com isso. Só tenho medo da reação do Lupus diante disso.

- Celly! O que está fazendo aí? – Uma voz familiar me tirou do meu pequeno mundinho de pensamentos e me fez voltar à realidade. Virei meu rosto e me deparei com Carlos, vindo até mim com um daqueles sorrisos lindos dele. Ele sentou-se ao meu lado, esperando uma resposta.

- Ah, eu só estou pensando – Pousei a mão que segurava a flor na grama e fitei o céu.

- Pensando no quê? – Ele olhava pra mim enquanto eu olhava para cima.

- Em algumas coisas – Voltei meu olhar para ele.

- Acabei de sair do meu turno – Esticou-se – Trabalhar é chato.

- Por isso é tão folgado assim – Eu ri, estava brincando.

- Não sou folgado! Não fui eu quem comprou o Zero de cash porque estava com preguiça de fazer o teste dele...

- O teste é cansativo!

- Muito cansativo – Ele riu, pulando para cima de mim – ATAQUE DE COSQUINHA!

- O QUÊ?! ESPERA, NÃ-... – Foi tudo o que eu consegui gritar, antes de começar a gargalhar feito uma louca. Isso foi golpe baixo...

Rolamos um pouco na grama até pararmos, ele estava em cima de mim. Novamente me fitou com um daqueles sorrisos que eu achava lindos, enquanto se apoiava na grama com as mãos. Meu rosto deve ter ficado vermelho feito um pimentão, ok. Ele começou a aproximar seu rosto do meu, nossos lábios estavam quase se tocando e...

Bang!

O som de um tiro além de ter nos assustado, fez Carlos rolar na grama e sentar-se ao meu lado. Sentei-me também, já fitando o autor do ato.

- Celly – O caçador chamara por meu apelido, revirando os olhos – Te procurei por toda parte, pensei que tinha saído do QG.

- N-não saí, eu estava só... Sentada aqui! – Respondi, gaguejando.

- Eu percebi – O caçador pegara minha mão e me levantara. A força do impulso fora forte o suficiente para me fazer ir de encontro com o seu tórax – Não fique longe do meu campo de visão... Sua alma é valiosa, se lembra?

Esperem um momento... O Lupus acabou de dizer que a minha alma é valiosa? Olhei de canto para trás, Carlos agora levantado estava com uma cara tão fechada que achei que ele fosse avançar no Lupus.

- Valiosa? – Precisava confirmar que o que eu tinha ouvido não se tratava de nenhuma brincadeira de mau gosto.

- Claro. Você possui a alma de quem me interpreta, ligada a minha. Se eu te perdesse, seria um problema.

- Hã... É, claro. Olha, acho que já deu a minha hora de voltar para a construção – Eu queria sair dali antes que virasse realmente uma briga. Os dois morenos tinham começado a se encarar.

- Certo, vá lá.

Corri de volta para a construção, não fiz questão de ficar para ver muita coisa. A última coisa que vi foi ambos se encarando, como se quisessem dar um fim um ao outro. Em meu ponto de vista, isso estava começando a ficar ridículo.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de dizer o que acharam u-u'