Pokémon - The Awakening escrita por Elphaba
Notas iniciais do capítulo
Capítulo atrasou um pouco porque O VÍRUS DA GRIPE ME ENCONTROU. E_E De novo. Mês passado peguei essa porcaria também, SÓ QUE EU NÃO FIQUEI TÃO MAL. Dessa vez fiquei de cama e o caralho à quatro, que raiva. e__e
Horas se passaram desde o incidente, e o sol já raiava em Fuchsia. As pessoas ainda estavam proibidas de saírem de suas casas. Jade, entretanto, não se importava, e mesmo com os avisos de Claire e as reclamações de Gary, saiu para dar uma volta. Nem que fosse para ir até a outra esquina e voltar, mas precisava de ar fresco urgentemente. Abraçou a si mesma, voltava a fazer frio e amaldiçoou-se mentalmente por não ter levado um casaco.
Ela era o único ser vivo a andar na rua, nem mesmo os Pokémons selvagens que às vezes invadiam a cidade a procura de comida nas latas de lixo estavam por ali. Muito mais sensíveis às mudanças climáticas que os humanos, os monstros de bolso provavelmente não voltariam tão cedo. A garota não percebeu que sua caminhada a levara para um pequeno parque, com alguns brinquedos de criança. Respirou fundo, deu meia-volta e pegou o caminho de volta para a casa de Karen.
- EI, VOCÊ AÍ! - Ela olhou por cima de seu ombro esquerdo. Um policial corria em sua direção. A treinadora apenas arregalou os olhos e começou a correr. Porém, antes que conseguisse dar o quinto passo, sentiu alguém segurar seu braço e usar a força bruta para jogá-la de bruços no chão. Era um segundo policial.
- O que você está fazendo andando por aí com o toque de recolher ainda ativo?! - Ela não respondeu, apenas girou os olhos. O homem segurava suas mãos em suas costas, sem muito esforço.
- Eu só queria dar uma volta. Eu não fiz nada! E nem ia fazer! - Com um puxão, ele a fez ficar de pé novamente, mas não soltou suas mãos. O outro policial, um ruivo, tirou uma algema do colete e a colocou em Jade, facilitando o trabalho.
- Vai ter que se explicar na delegacia.
- Quê?! - Ela virou em sua direção. - Peraí... Sério? - Ele concordou com a cabeça. - Ai, não... Olha, eu sou uma treinadora, é só tirar essa algema que eu te mostro a minha licença...
- Eu não vou cair nesse seu truque. - O moreno começou a empurrá-la em direção à delegacia. - E não se preocupe, é aqui do lado. A cidade toda tá parada, você não vai perder nada de demais. Tem tempo de sobra. - A garota girou os olhos novamente. Maldita Equipe Shadow. Maldito toque de recolher. Malditos policiais sem o que fazer.
- Ei, achamos essa daqui vagando pelas ruas em pleno toque de recolher. - O delegado, que lia alguns documentos, apenas concordou com a cabeça e apontou para a cela ao seu lado. Quando os policiais deram o primeiro passo em direção à cela, as portas da delegacia foram abertas, e mais três pessoas entraram. Era uma policial Jenny, um outro policial moreno, e um homem loiro com os cabelos, que provavelmente iam até o ombro, presos num rabo de cavalo. Ele estava cabisbaixo e era impossível ver seu rosto.
- Pegamos esse aqui com o grupo dele furtando uma loja de eletrônicos. O resto do bando conseguiu fugir com os produtos. - Aquilo chamou a atenção do delegado. Ele finalmente olhou para o homem e sorriu.
- Eu deveria ter imaginado que vocês agiriam enquanto todo o resto da cidade está indefesa. - Ele se levantou e andou até o loiro. - Achou que conseguiria se esconder por quanto tempo das garras da justiça?!
- ... Seus discursos são tão péssimos quanto essa sua barriga de chopp. - Um calafrio percorreu a espinha de Jade ao ouvir aquela voz. Ela rapidamente virou o rosto na direção oposta de onde o homem estava, e rezava para que ele não a reconhecesse. O ladrão riu e finalmente encarou-o nos olhos. - Eu não vou ficar aqui por muito tempo, não se preocupe. - E sorriu.
A policial teve de se aguentar para não derreter. O sorriso daquele ladrão era simplesmente perfeito. E seus olhos verdes e completamente sedutores ajudavam. Ele tinha o corpo bem definido, usava barba, e provavelmente estava na casa dos quarenta, a julgar pela aparência. O delegado, gordinho e careca, ficou ainda mais feio com a expressão de raiva que tinha no rosto.
- Olha aqui, Derek. Dessa vez você não me escapa! E não adianta e você e seu bando de ladrõezinhos, gatunos, ladinos, ou sei lá do que vocês se chamam irem até outra cidade! O delegado de lá VAI PEGAR VOCÊS! - Derek apenas girou os olhos. Pela primeira vez notou a garota algemada ao seu lado. Ela usava trança, mas mesmo assim tentava inutilmente esconder seu rosto com o cabelo.
- ... Jade? - Ela se amaldiçoou mentalmente ao ouvir seu nome.
- Então vocês se conhecem! - O homem aproximou-se da garota e a encarou nos olhos.
- Lógico, ela é minha filha. - Uma enorme interrogação surgiu acima de sua cabeça, e ele olhou do rosto de Derek para o de Jade e vice-versa inúmeras vezes. Tentava encontrar alguma semelhança e, apesar de ser não difícil assim, demorou.
- JOGUEM OS DOIS NAQUELA CELA! - Irritado, apontou novamente para a cela e voltou a se sentar à mesa. Aquele ladrão conseguia tirá-lo do sério.
- Peraí, não me coloca no mesmo lugar que ele, não! - A treinadora implorou, em vão.
Minutos depois, ela estava sentada na cama, já sem as algemas, mandando um olhar mortal para o loiro. Ele estava sentado no chão, mandando o seu sorriso mais sedutor para a oficial Jenny.
- ... Você quer parar de dar em cima dela? - Sussurrou enquanto cruzava os braços.
- Ela é a minha chance de sair daqui, então... Não. - Ele piscou para a filha e se levantou. - Se eu a fizer vir até aqui, posso roubar a chave. Aí é só esperar eles saírem para resolver mais algum problema. - A garota arqueou uma das sobrancelhas.
- E o delegado? - Ela apontou para o careca que voltara a ler os documentos. - Você vai jogar um pó de sumiço nele?
- Ele? - Riu. - Não vai ser difícil correr dele. Sem contar que ele fez o favor de deixar nossas Poké Bolas em cima da mesa. Não vai ser trabalho nenhum para pegá-las. - Ela apenas girou os olhos.
- Enfim... Seria alguma dessas a chave que você está procurando? - Jade girou um molho de chaves em seu dedo indicador, e os olhos de seu pai se arregalaram. Ao notar que aquelas realmente eram as chaves das celas, ele sorriu.
- Você é o orgulho do papai! Como conseguiu?
- Assim que eles tiraram a algema. - Ela deu de ombros. - Eles sempre carregam as chaves no cinto.
Já fazia duas horas que eles estavam esperando por alguma movimentação que chamasse a atenção dos policiais. Naquele momento, apenas o delegado e mais dois policiais estavam dentro da delegacia. O tédio já os consumia por completo e, para piorar a situação, mais um oficial chegou, arrastando um garoto loiro de olhos cinza.
- EEEEI, EU NÃO FIZ NADA! - Ele tentava se soltar. - EU SÓ TAVA ENTEDIADO. EU QUERO JUSTIÇA! GIUSTIZIA! - A palavra em italiano foi o suficiente para fazer a treinadora levantar da cama. Ela bateu de leve sua testa em uma das barras de metal assim que notou quem era.
- Alec?
- BELLA! - O garoto ficou aliviado ao ver um rosto familiar. - ... Pera, que que você tá fazendo aqui?
- Então você conhece a garota... - O delegado se aproximou e acendeu uma lanterna na cara de Alec, o deixando cego por alguns segundos. - Conhece também o ladrão Derek White?!
- Hã...? Não, nunca vi mais gordo.
- Gordo é esse delegado, não eu! - Ele se manifestou, deixando o homem vermelho de raiva. Ao notar que o garoto à sua frente ria, ele arrancou um documento de dentro do bolso de sua camiseta laranja e leu seu nome.
- ALEXANDER PACELLI! Responda as minhas perguntas ao invés de rir! - O garoto concordou com a cabeça. - Aqui tá dizendo que você é um coordenador... Mas o que tava fazendo vagando pela cidade?
- Eu só vim aqui pra visitar minha prima! Eu vi o que aconteceu ontem, e quis ver se ela tá bem! NÃO É NENHUM CRIME!
- Não grite! Ou te prendo por desacato à autoridade!
- QUE AUTORIDADE?! - Derek gritou e já logo começou a rir. O delegado estava prestes a dar um tiro em sua cabeça. - Conforme-se, você nunca vai conseguir me manter atrás das grades por mais de 24 horas. Eu sou o líder do maior grupo de ladinos de Kanto!
- E cadê o seu grupo? Porque você tá aqui SOZINHO! Eles te abandonaram, foi?! - Uma veia de sua testa estava saltada. Alec cuidadosamente deu alguns passos para trás, e só não se escondeu embaixo de uma mesa pois a única que havia ali era justamente a do delegado.
- Eu consigo sair daqui sozinho, não se preocupe.
- Ah, é? - Ele colocou as mãos na cintura. - Posso saber como, espertinho?
- ASSIM! - O delegado olhou novamente para Alec quando ouviu o grito. O garoto segurava um Totodile, e assim que ele arqueou uma das sobrancelhas, o Pokémon jogou uma Hydro Pump em sua direção, o fazendo bater contra a parede. Os policiais correram para ajudá-lo.
- ALEC! - Jade gritou. - QUE IDEIA FOI ESSA?! - O loiro apenas deu de ombros.
- BOA, GAROTO! - Derek comemorou. - Rápido, Jade, abra a porta! - A garota foi testando chave por chave, até que a quinta finalmente abrira a porta da cela. Eles saíram, pegaram seus documentos e Poké Bolas, e correram para fora da delegacia.
- Eu tô ferrada... Assim que minha avó descobrir, ela vai me matar, Derek! - A treinadora gritava enquanto corria.
- Primeiro, eu sou seu pai. ENTÃO NÃO ME CHAME DE DEREK! - Ela girou os olhos em resposta. - Segundo, você acha que eu me importo? E esse delegado nem é muito respeitado, mesmo. Ele prende gente sem motivo nenhum e faz discursos longos sobre como ninguém escapa da justiça.
- Ceeeeerto.
Eles viraram algumas esquinas e, ao notar que estavam longe da delegacia e já haviam despistado os policiais, pararam e recuperaram o fôlego. O Pokégear de Jade tocou, e ela rapidamente o atendeu.
- Cadê você?– Era Claire.
- Numa rua que eu não sei onde fica, e com problemas. - Ela suspirou e olhou ao redor, tentando descobrir qualquer informação sobre o local.
- A cidade toda tá em toque de recolher, por que você saiu?– Ela estava preocupada. E, ao fundo, conseguia ouvir a voz de Gary tentando arrancar-lhe algumas informações. Desde quando ele se preocupava com algo ou alguém?
- Olha, deem um jeito de sair daí e me encontrem na rota 18. - E desligou.
- Nossa, que urgência. - Derek cruzou os braços. - Não seria mais fácil você voltar pra lá?
- Não, eu tenho coisas pra resolver. - Respondeu enquanto guardava o aparelho. O homem apenas arqueou uma das sobrancelhas.
- Que tipo de coisa?
- Você anda vendo as notícias? Porque ontem conseguiram capturar o ZAPDOS, caso você ainda não saiba. - Alec, perdido na discussão, apenas coçou a cabeça e se afastou um pouco.
- Você não tá pensando em se envolver nessa história toda de novo, tá? - Ele se aproximou da filha e segurou seu braço direito. - Apenas continue com o seu foco, Jade, deixe isso para as autoridades resolverem!
- Do mesmo jeito que eles resolvem o problema da Equipe Rocket? Não, obrigada! - Ela tentou fazê-lo soltar, em vão. - Olha, eu sei que você não entende isso porque prefere ficar por aí furtando coisas, mas eu não vou deixar esses caras aterrorizarem todo mundo!
- Você teve sorte com a Equipe Dreams! - Ele aumentou o tom da voz, a fazendo apertar os olhos. - E teve a ajuda de alguns agentes da Equipe Rocket, não significa que você vá conseguir acabar com mais uma organização criminosa. Essa nem é a sua função! Você deveria tá treinando Pokémons para ganhar a próxima Liga! Tira essa ideia da sua cabeça!
- Quem é você pra querer tanto que eu tire essa ideia da cabeça?!
- SEU PAI! - Aquilo foi o suficiente para tirá-la do sério.
- AGORA VOCÊ QUER SEU MEU PAI? - Com a raiva, teve força o suficiente para finalmente tirar a mão dele de cima de seu braço. - Porque desde que eu tenho SETE anos eu só te vejo uma ou duas vezes por ano, e olhe lá! Porque você tá sempre ocupado demais tentando achar alguma mina de ouro que te deixe milagrosamente milionário! - Ele tomou fôlego para responder, sem muita energia. Porém, não conseguiu, a garota rapidamente virou-se e andou rapidamente em direção à rota 18. O ladino apenas suspirou, derrotado.
- Não fica assim. - Alec encarava Jade, não querendo a perder de vista. - Eu tenho certeza que qualquer dia desses vocês vão se entender! Agora preciso ir, arrivederci! - E correu atrás da garota.
Derek colocou a mão na própria testa e suspirou. Por várias vezes ele considerou arranjar emprego em alguma empresa, talvez a Silph ou até mesmo a filial da Devon que estava prestes a abrir em Kanto. Mas provavelmente piraria caso ficasse preso dentro de um escritório por mais de uma semana. O homem era rebelde e tinha um espírito livre. Sorte que sua filha mais nova tinha puxado ao senso de justiça da avó. Já Elizabeth... Tinha a insanidade da mãe.
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A população de loiros dessa fic tá meio grande... Alec, Claire, Derek... E eu nem sou tão fã assim de gente loira, não me perguntem porque eu enfiei tanto loiro. AUHAuhaHUAUHhuaUH XD