A Guardiã Das Almas escrita por drê


Capítulo 4
Invictus




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Finalmente, consegui tomar o meu banho e descansar mais um pouco. Com tanta coisa na cabeça, era difícil comer alguma coisa sem que revirasse meu estômago. Eu tentava porque Eric implorava. Mas hoje era o grande dia. Pra mim é mais um tormento, mas para pessoas como Eric e Bryan era um grande dia. Hoje seria a escolha dos grupos.

Todos em Galdera se dirigiram até o centro da cidade. Eu não sabia como chamar aquele lugar, mas cidade era algo mais natural que eu conseguia. Observando as pessoas dali, pouquíssimas eram adultas. E não havia muitas crianças; adolescentes reinavam naquele lugar. E outras criaturas como Aidan rodeavam por ali. Eram estranhas, e sim, eu estava morrendo de medo.

Um homem já idoso, se dirigiu até aquele palco que havia sido posto ali, acredito que por consequência dos grupos. Ele parecia bem humano para viver ali. Assim como a srta. Woldardt. Mas afinal, o que ela faz aqui? Meus pensamentos voaram quando aquele mesmo senhor começou a falar.

- Bom dia, Guerreiros. - ele sorriu, olhando a multidão que o assistia. - Hoje é um dia especial. Vocês conhecerão seus colegas, seus companheiros.. Seus aliados. Vocês serão formados em diversos grupos, contendo cinco jovens em cada, e receberão um tipo de magia. Mas então, vamos as escolhas. - ele sorriu, se virando para balançar uma bola gigante, cheia de papéis repicados dentro. Eram os nomes de todos os habitantes dali.

Ele começou a citar nome por nome. Não sei se ele escolhia aleatoriamente ou se ele pressentia alguma coisa, mas ele falava o nome do jovem e logo o grupo em que ele deveria se dirigir. Ouvi o nome de meu irmão. Ele se levantou de onde estava e se dirigiu ao palco, em seguida dirigindo-se ao seu grupo.

O meu estômago estava revirando e minhas mãos começaram a suar. Eu sentia minha boca ficando seca. Eu não sabia o que, de fato, fazer quando ouvisse meu nome. Estava amedrontada.

- Savannah Algenfritz. - ouvi por fim. Olhei em volta para ver se ninguém iria levantar, caso eu tivesse ouvido errado. Mas ninguém levantou. Eu endureci. Olhei para o palco onde meu irmão estava, e ele sorriu pra mim. Aquilo foi o motivo de eu conseguir levantar e caminhar até o palco. Eu sentia as pessoas me olhando e aquilo estava me torturando. - Invictus. - concluiu o senhor. Eu procurei pelos Invictus e me posicionei atrás de uma garota.

Respirei fundo, apertando minhas próprias mãos. Ao longo daquela manhã, todos os jovens já foram direcionados à um grupo. Mas havia um erro: o nosso grupo continha apenas quatro integrantes.

- Muito bem. - o senhor resmungou, observando os grupos. - Onde está Bryan? - ele falou.

- Aqui, senhor. - sim, o amigo estranho de Eric, era íntimo daquele homem. Bryan saiu de algum lugar que ninguém sabia bem onde.

- Esse ano você terá um grupo. - se aproximou de Bryan, segurando suas mãos. - Invictus. - bateu em seu ombro e logo desceu do palco.

Invictus. O meu grupo. E eu achando que as coisas não poderiam ficar pior. O amigo esquisito de Eric, que possivelmente me detesta, seria meu aliado. Ou seja, eu teria que conviver com ele até o fim dos meus dias. Que maravilha, não?

Quando aquele velho senhor se retirou do palco, srta. Woldardt deu ao primeiro integrante de cada grupo, um tipo de amuleto. Eram cinco colares e neles continham diferentes pingentes.

- O que será agora? - sussurrei pra mim mesma.

- A escolha da magia. - a garota da minha frente se pronunciou. - Você verá. - ela sorriu.

Um menino alto e moreno era o primeiro integrante do meu grupo. Haviam pingentes que eu conseguia reconhecer ou porque já havia visto na escola ou porque eu pesquisei algo sobre. Ele pegou todos os colares e colocou em si. Todos os outros jovens pareciam tensos e nervosos. E quando um dos pingentes “acendeu” eu pude entender o porquê. Exato, um dos pingente brilhou. Como se tivesse reconhecido o corpo do garoto. O pingente que acendeu era o de um pentagrama.

Ele retirou os colares de si, deixando apenas aquele que brilhava. Em seguida, a segunda integrante do meu grupo colocou os colares em si. A mesma coisa aconteceu, apenas um pingente acendeu. O dela foi o de um triângulo. Chegou a hora da garota na minha frente. O dela brilhou um pingente de tridente. Chegou a minha hora. Coloquei os dois colares que restavam. Demorou um pouco, até que um dos pingentes brilhou. E aquele eu conhecia, era uma Chave de Salomão. Deixando o outro pingente, uma cruz egípcia, a famosa cruz de laço, para Bryan.

Acredito que tenha acabado por aqui, quando percebi que todos se retiravam do palco. Eu procurei por Eric e quando o achei, corri abraçá-lo. Olhei em seu peito aquele colar que brilhava. O de Eric era um pentagrama. Ele olhou o meu e resmungou:

- Hm, belo colar Anna. - em seguida riu.

- Eu não sei o que significa, mas irei confiar em você. - falei, ainda o abraçando.

- Olha, eu não estou tão surpreso com o meu. - Bryan se aproximou.

- Claro que não. - Eric falou. - Você já está nisso a cinco anos Bryan. - os dois riram.

- Mas você sabe que as coisas podem mudar. - falou, olhando e pegando o colar de Eric para observá-lo. - Viu, o seu mudou.

- É.. - ele falou, olhando para o próprio colar. - E eu nem sei porquê.

- Isso é bom? - me intrometi.

- Talvez. - Eric respondeu.

- Em Galdera, existe o lado bom e o lado ruim de todas as coisas. - Bryan deu de ombros assim que terminou de falar.

- É tudo tão estranho pra mim. - resmunguei.

- Acostume-se. - retrucou. - Isso é a sua vida agora, Savannah.

- Eu sei Bryan. - dei ênfase em seu nome. - Só é tudo estranho pra mim. Me desculpa se eu não sou tão forte ou capaz o suficiente pra me acostumar logo com as coisas. Só não esqueça que estou nisso há dois dias. - encarei e logo saí de perto dos dois.

Desci aquele palco e segui até o meu quarto. Quando eu entrei, haviam outras pessoas, o que me incomodava demais. Respirei fundo e me joguei na cama. Enterrei minha cabeça naquelas cobertas e desejei, mais uma vez, ser um urso pra poder hibernar.

- Aí. - ouvi alguém falar.

Eu não tinha certeza se era comigo, então apenas dei uma espiada. A mesma garota que estava na minha frente na fila dos grupos, estava escorada na parede de braços cruzados e me encarando.

- O que foi? - resmunguei.

- Temos que mudar de quarto.

- Sério que não vai ser aqui? - olhei-a espiando. Ela negou. - Já estava me acostumando com essa cama. - me ajeitei na cama, sentando na mesma. Olhei para a garota e estiquei a mão. - Sou Savannah.

Ela se aproximou e sentou na cama que havia logo do lado da minha. Esticou a mão, apertando a minha. Ela sorriu.

- Sou Jade. - falou por fim.

- Que nome lindo! - exclamei.

- É. - fez pouco caso. - Eu preferia me chamar Annabeth, ou algo do tipo.

- Annabeth é bonito também. Você tem bom gosto. - nós rimos.

- Olha Savannah.. - formulou alguma frase em sua cabeça. - Eu sei que é difícil estar aqui. Não faz muito que descobri tudo isso. Mas você precisa enfrentar as coisas de cabeça erguida. Eu sei que mal nos conhecemos, mas somos do mesmo grupo e a partir de agora iremos conviver juntas. Estou apenas te dando um conselho, porque eu já passei por isso e o que eu sempre desejava era ser um urso e hibernar até o fim do ano..

- E levantar apenas para comer. - completei. Nós rimos de novo. - Obrigada, Jade. Eu estava mesmo precisando ouvir alguma coisa que me incentivasse a continuar aqui e não cometer suicídio. - ela gargalhou.

- Deixa disso. - protestou. - Vamos Savannah, eu te ajudo a enfrentar tudo isso.

Pela primeira vez, desde que cheguei, eu senti vontade de continuar nisso tudo. Jade foi ótima, me falou coisas que eu realmente precisava ouvir. E eu sabia que ela me ajudaria ainda mais. Já ajudou muito apenas dizendo que enfrentaria isso tudo comigo.

Bryan tinha razão, Galdera tem o labo bom e ruim de todas as coisas.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. ♥



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