TRIM, TRIM!

Abro a olhos, incomodada com o som tão estridente. Minha mãe deve ter feito isso de propósito, ela sabe que não é qualquer coisa que me acorda ás seis em ponto da manhã. Mas pelo visto, Rachel não acorda com NADA. Ela ainda estava dormindo tranqüila.

Vou até a cama de baixo e começa a dar tapinhas na cara dela.

– Acorda, Rachel.

– Por que eu tenho que acordar?

– Porque a gente tem que ir para a escola.

– Eu não posso ir a escola nos meus sonhos? A Srta. Gonçalves estava me ensinando a fazer cookies!

– Não, não pode. Levanta antes que eu jogue um balde d'água em você. Você sabe eu faria! - ameaço.

– Tá, tá, levantei. Você toma banho primeiro. - ela fala ainda meio sonolenta.

– Não, você vai dormir de novo. Você vai primeiro.

–----//------//------// 15 MINUTES LATER----//-----//-----//----

OK, como eu sou uma pessoa maravilhosa, eu decidi poupar vocês de lerem sobre a briga enorme que eu e Rachel fizemos ( e que ela perdeu, diga-se de passagem).

Descemos para tomar café. A mesa estava cheia de bacon, ovos e panquecas. Tinha também achocolatado e suco de laranja. Próximo a o prato de panquecas, havia um bilhete :

"Annie, tive que ir cedo para o museu, mas preparei o café de vocês. Tenha um bom dia! - Mamãe"

– Que horas ela acorda?

– Uns vinte minutos antes da gente.

– Mas, não deve ter tido tempo de preparar tudo isso!

– A maioria é sobra e que já vem pronto, só precisa colocar um minuto no microondas. - falo me sentando na cadeira.

– Sei...

Começamos a comer, estava tudo uma delícia. Minha mãe realmente sabe colocar comida no microondas. Que orgulho.

Só respiro novamente quando acabei de esvaziar o prato. Quase passei a mão e lambi, mas seria nojento e Rachel ia dar um gritinho esganiçado.

– Vamos! Quero ir logo á escola, ver o Will, assistir minha aula preferida, Inglês, e comer aquele delicioso purê de batata na cantina! - ela fala, animada.

– Mas você odeia a aula de inglês e o purê de batata da cantina. - falo me levantando. Saímos da cozinha e fomos andando para a garagem.

– Não odeio não. E sempre amei essas duas coisas que fazem minha sexta tão especial. - ela fala, ainda radiante. Nos sentamos no carro, eu dirigindo, é óbvio. Vou deixar essa irresponsável tomar conta do meu bebê?

Meu BMW é um modelo meio caro, mas minha mãe e meu pai (Sim, amores, eu tenho um pai. Mas ele 'tá viajando, foi para Boston, resolver coisas de trabalho.) se juntaram para comprar. Foi meu presente de desseseis anos.

– Rachel, ontem mesmo você disse que o professor de Inglês era um gay que tem a bunda dolorida de tanto 'dá pra negão e que podia chamar o purê da cantina de "purê de baratas". - falo.

– Okay, talvez eu esteja animada porque vou ver o Will. Não me olhe assim, Ann.

– Vocês só pensam em garotos.

– Claro, como qualquer menina normal que está no último ano da escola! Você está indo muito devagar aperte esse acelerador que Deus lhe deu!. - normalmente, eu dirijo bem devagar, em torno de quarenta, mas como sabia que Rachel ia reclamar fui com sessenta.

– É que eu não gosto de ir rápido.

– O limite é de oitenta. Vai! Eu quero chegar logo.

Só para impedir ela de fazer algo típico de Rachel, como pular do carro em movimento e tentar correr mais rápido do que a BMW, não conseguir e ficar vomitando na rua, eu aumentei.

Rapidamente ( também, indo com setenta e cinco! Minha mãe me mataria se soubesse) chegamos ao estacionamento da escola, que estava mais ou menos vazio, pois a maioria dos alunos vão de ônibus escolar ( como iria Rachel se ela não tivesse uma amiga tão maravilhosa quanto eu).

Mal estaciono direito Rachel sai correndo do carro.

– A gente se vê depois, quero achar o Will! - diz Rachel correndo e me deixando sozinha no meio do estacionamento.

– De nada por te trazer! - grito, mas acho que ela não em escuta.

Vou andando até a entrada da escola, passando por vários alunos que conversavam sobre besteiras. Tipo...

– Vou comprar aquele colar que vi na Tiffany's!

Esse é o exemplo do espécime feminino.

– Viu aquele gol, cara! FOI INCRÍVEL!

E esse é o exemplo do espécime masculino.

Existem muitos variantes da mesma conversa, mas eu não me interessava por nenhuma.

Odeio sexta. Pois é, odeio. Devem estar me achando a maior esquisitona da face da Terra,mas eu não ligo. Eu odeio sexta porque sexta tem Física. E eu odeio Física. Não é por causa da matéria, acho até fácil, mas eu não faço ela com nenhuma das minhas amigas. Mas faço com as duas pessoas que eu mais quero afastadas do mundo : Percy Jackson e Drew Panaca Tanaka.

Vou até meu armário, que fica em uma localização perfeita, já que sou tão sortuda! Até parece. Fica perto do banheiro masculino e fede muito.

– Oi Annie. - passa por mim Piper McLean. Ela é legal, mas segundo Rachel e Katie, ela tem o fatal defeito de ser um ano mais nova que a gente.

– Hey, Pips. Vai na festa da Silena sábado? - ela meiga meio esquisita.

– Claro que vou. Esqueceu que somos primas?

– Na verdade eu não sabia. - falo. Ela sorri e acena.

– Tchau, Annabeth, a gente se vê depois.

Certo. Agora eu não tinha nenhuma desculpa. Abro o armário e tiro o livro de Física, muito devagar. Não é costume meu ficar querendo chegar tarde em uma aula, mas era Física, e eu simplesmente não podia agüentar Física sem preparar meu físico e psicológico para as piadinhas sem graça da Drew e o Percy me olhando e a Drew olhando o Percy e o professor que parece uma bola de banha suada.

Ando até a sala, devagar e sempre!, até que finalmente chego. Sala 415-Física, Professor Fonnesca.

"Entra, Annabeth" disse uma vozinha irritante na minha cabeça.

– Cala a boca. - falo, sem perceber que disse em voz alta.

– Desculpe, o que disse? - pergunta Mildred, uma menina sem graça amiga da Drew da qual eu não vou perder tempo e saliva falando sobre ela.

– Nada. - digo e empurro a porta de uma vez.

– Atrasada Srta.Chase. - fala o professor, que como eu disse antes, era uma bola suada de banho que usa gravata brega.

– Ainda tenho cinco minutos.

– Não, não tem. - ele me responde, parecendo mais vermelho e mais suado.

– Ela tem sim, sr. Fonnesca. - diz uma voz lá atras. Percy. Incrível como ele sempre vinha em "minha defesa". Eca.

– Tem certeza, Jackson?

– Sim. O sinal não bateu.

TRIIIIMMMMMM!

– Agora sim. Atrasada Srta. Chase.

O que eu fiz para ter um professor tão maravilhoso assim? Urf. Acho que preferia comer o "purê de baratas" do que passarmos um segundo aqui. Mas ainda assim ando até a minha cadeira.

– Hoje estudaremos... - certo. Devo comentar que não estava nem um pouco prestando atenção. Conseguia ver Drew, uma cadeira atrás de mim á minha direita passando gloss e fazendo "Pá" na boca. Sabe, aquele sonzinho quando junta os lábios e depois solta.

Pego o meu caderno e vôo para as últimas páginas. Estava cheio de pequenos desenhos. Eu adoro desenhar. Desde pequena desenho de tudo.

– Aí eu disse, "Ai, essa bolsa estúpida é da coleção passada, garota. Recalque bate na minha coisa linda dessa coleção e volta dobrado".

– Mandou bem! - certo. Mildred e Drew estavam conversando. Mais ou menos alto, acho que o professor não escutaria, mas dava para eu ouvir.

– Sabe, não se pode dar mole para gente estúpida não. Tava certíssima, Drew. - diz Reyna. Ela é "A" menina. É popular, bonita, tira boas notas... Nem sempre anda com a Drew, é bem simpática e fala com todo mundo. Mas é meio briguenta ( quando acha que está certa) , não fica de boca calada em nenhuma circunstancia e gosta de conversar... Mas como ninguém é perfeito ela é um pouco (UM POUCO) superficial.

– Obrigada. E ela ficou tipo, toda revoltada e daí, tipo...

– Dá para vocês calarem a boca? - pergunto, desconcentrada. Não conseguia mais agüentar o papo.

– Quem vai calar, você? - pergunta Mildred.

– Não, ela 'tá certa, foi mal, Ann. - diz Reyna, se virando e voltando a prestar atenção. Acho que ela é a única que presta entre o trio.

– Não, não... Chase, quem você acha que é? Tipo, você é um Fusca 86 tentando bater com um Ferrari. - fala Drew.

– Quem eu acho que sou? Eu sou a pessoa que vai fazer você engolir todos os "tipos" que fica relinchando se não calar a boca e prestar atenção - falo e me viro, sem antes provocar um pouco - Recalque bate e volta.

– Uuuu. - disse em coro alguns meninos.

– Ei, que bagunça é essa aqui? ATENÇÃO! - disse o professor. Nossa, como é possível ele suar tanto sendo que as salas tem ar-condicionado e são super-frias?

Ele recomeça a falar e estou quase dormindo até que um bilhete chega na minha mesa.

"Hey, Annie, eu que tô organizando a festa da Si, e umas meninas me disseram que você ia, pode me confirmar até o almoço?

Beijocas

Rey"

Pego um lápis e escrevo a resposta rapidamente:

"Ahn, você me deu até o almoço, mas eu vou responder agora. Eu vou sim, OK?

Beijos,

Annie."

Feito isso, dobro na forma de aviãozinho e lanço para a carteira de Reyna que sorri e volta a escrever em outra folha de papel.

POV. Percy

"Sim, ela vai. Por quê mesmo que você queria saber, hein, Perseu? Ainda afim dela?"

Era o torpedo da Reyna. Nossa, que droga de pergunta, é claro que eu sou afim dela. Há seis meses, para ser exato, que eu sou afim dela.

E nada mais cabível do que perguntar se uma garota vai á tal festa. Eu e Reyna fazemos tal truque há um tempão. Rolou muitas festas nos últimos seis meses, mas ela não foi em nenhuma. Sorte que ela vai nessa, porque, quem sabe? Talvez role.

"Não é da sua conta, agora, olhos no quadro!" respondo.

Mas é claro que eu não estava com os "olhos no quadro!" estava tentando. Mas não dá porque a cada cinco segundos eu recebo uma mensagem da Drew no meu celular e começou a encher o saco. Se eu pedisse para parar, provavelmente ela iria começar a chorar, ou algo típico da Drew.

Eu só conseguia enxergar um pouco do cabelo loiro dela, mas mesmo assim com muito esforço. Mas mesmo assim era legal, não sei porque exatamente.

Ela era muito fofa. Quando eu perguntei que horas eram, ela me disse e foi embora. Me pergunto se Drew ou outra meninas fosse me responder isso, como seria. Talvez me agarrassem na hora, mas ela foi embora, e eu gostei muito disso.

"Perper, tu vai na fiesta da Sisi?" era o mais último torpedo. Não precisa ser um gênio para advinhar de quem era : Drew.

"Sim, vou."

"Ai, que irado! Então a gente vai combinando, usa uma camisa vermelha e uma calca branca, tá"

Nem respondi. E também não vou comentar, vai que é doença.