O Tempo Dirá escrita por Bibelo


Capítulo 31
Primeira Vítima


Notas iniciais do capítulo

Dois meses sem capítulo, meldeus, realmente o hiatu está grande. Desculpem mesmo, mas eu já havia deixado o aviso, então espero que entendam :3

Bom, eu fiquei meio magoada no capítulo anterior. Só tive 3 comentários, sendo que recebo em média 10 por capítulo dos meus leitores fiéis. Poxa, sei que postei em época de Copa, mas vocês tiveram dois meses para ler e comentar, realmente eu fiquei muito chateada.

Mas não há o que fazer. Espero que leiam esse. Eu gostei de escrever, mas foi muito difícil. Enfrentei um super bloqueio para conseguir isso, então realmente eu espero que gostem. Esta chegando perto do final, estou soltando a partir de agora todas as conversas que eu deixei em aberto antes e, logo mais, começará a parte final dessa trama.

Pretendo terminar essa fanfic ainda esse ano e postar a nova no ano que vem. SIM, FANFIC NOVA. Ela será um universo totalmente alternativo, mas mantendo os casais Robstar e Bbrae. Vai ser forte, então classificação +18. Em um dos capítulos Especiais colocarei uma prévia da fanfic se quiserem.

Pois bem, sem mais enrolação.

Boa leitura!
E obrigada pelos comentários meninas



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Capítulo 31 - Primeira vítima


Finalmente o inverno havia acabado. Sem camadas de neve e gelo nos asfaltos, calçadas, telhados e janelas tornava toda a paisagem um pouco mais "quente" — ainda que a primavera não seja sinônimo de calor.

Dia vinte e um de março. Uma data especial comemorada por familiares e empreendedores da Família Wayne. Completando seus dezessete anos, Richard John Grayson era agraciado com presentes de executivos das Industrias Wayne a todo o instante.

Já estava se cansando de tanta atenção. Não ligava tanto assim para o seu aniversário — na verdade, não se lembra de ter começado a desgostar da data; talvez ter amadurecido rápido demais tenha o feito perder a graça em algumas datas comemorativas. Além delas, as festas começavam a parecer monótonas e incrivelmente irritantes. E, por ironia do destino, Bárbara Gordon havia planejado uma festa à distancia durante sua estadia em Paris.

Estava sim feliz pela volta dela e de Timothy. Talvez o melhor presente comparado às inúmeras caixas em seu quarto intocadas e provavelmente cheias de adulações dos adultos; seres tão ambiciosos quanto Ali Babá.

Suspirou fundo tomando o ultimo gole do café à sua frente. Levantou-se da mesa pegando sua mochila e caminhando em direção à porta.

Assim que saiu, subiu em sua moto e deu partida correndo portão afora da imensa mansão.

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A lanchonete não estava tão cheia — mesmo sendo uma Sexta-feira — dando um ar confortável a quem se encontrava reunido dentro do estabelecimento se abrigando do frio cortante.

Kory tamborilava seus dedos na mesa colorida da lanchonete com certa ansiedade. Dick já estava atrasado, e isso causava certa preocupação na Tamaraneana.

Suspirou pela décima vez naquele dia encarando a garoa fina que respingava na vidraça.

— Ele já vai chegar, Kory. Para de tanta melancolia. — cutucou Garfield com o braço em volta do ombro de Rae.

— Não estou melancólica. — respondeu: — Só queria que ele viesse logo. Ele não foi pra escola quase a semana toda enquanto Bruce viajava à negócios. Estou com saudades. — sua voz saiu chocha e abafada.

Tara riu:

— E não foi visitar ele nem uma vezinha? — questionou.

— Não. — suspirou pela décima primeira vez: — Não tive tempo para nada. Bárbara insistiu que eu ajudasse na preparação da festa de aniversário dele.

— E ele concordou? — perguntou ironicamente Garfield.

— Ele sempre gostou de festas Gar, por quê ele não gostaria agora? — Tara falou como se fosse a coisa mas óbvia do mundo.

— Sim, sempre gostou. Um pouco antes de você voltar ele parou de vadiar por ai, se é que dá para acreditar. — zombou o rapaz.

— Não dá não! — admitiu Tara rindo baixo.

— Nem um pouco. — comentou Rachel pela primeira vez.

— Vocês duas tem uma imagem muito ruim dele. — resmungou Kory amarga.

— Não tenho uma imagem ruim dele. Só o conheço. — Tara cruzou os braços salientando sua certeza.

— A imagem dele não melhorou muito para mim. — resmungou baixinho Rae. Gar apertou firme seu ombro. A lembrança da festa invadiu-os brevemente.

— Não sei porque. Ele nunca te fez nada, ele só é fácil de se julgar a primeira vista como um playboyzinho metido a sabichão. — ridicularizou Kory mostrando-lhes a lingua.

Eles riram um pouco.

A porta da lanchonete se abriu, entrando por ela o aniversariante do dia.

— Dick! — chamou Kory levantando-se do lugar correndo para abraça-lo.

— Bom dia, princesa. — cumprimentou abraçando-a de volta com carinho.

— Feliz aniversário, de novo! — falou a ruiva num sorriso meigo.

— Obrigado, de novo.

— De novo? — indagou Tara: — Faz aniversário em dois dias, é?

— Ela me ligou meia noite me cumprimentando. — avisou o rapaz aproximando-se da mesa.

Tara levantou-se e o cumprimentou, logo em seguida Rachel e Garfield:

— Ta ficando velho, playboy. — Garfield abraçou-o zombeteiro.

— Não, você que é pirralho mesmo.

Sentou-se ao lado de Kory.

— Bom, eu to afim de um sorvete. — afirmou Tara.

— Nesse frio? — indagou Garfield.

— Sorvete é a melhor coisa no frio. — esbravejou Kory: — vou querer um também.

— Eu prefiro um chá quente. Bem melhor. — resmungou Rae.

— Eu um chocolate. — Dick pronunciou-se.

— Idem. — disse Gar.

A garçonete apareceu para anotar seus pedidos e saiu logo em seguida de volta a cozinha.

— Que horas a Bárbara chega, Dick? — questionou Kory.

— No horário do almoço.

— O Alfred vai pegá-la? — Tara perguntou.

— Não, eu vou. — respondeu: — Saudade deles.

— Deles? — Rachel acomodou-se questionando a palavra usada no plural.

— Sim. Timothy foi junto com ela. — respondeu calmamente.

— Outro de seus irmãos? — insistiu.

Richard riu.

— Exatamente isso.

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— Senhores passageiros, pousaremos no aeroporto de Gotham City em quinze minutos. Coloquem seus cintos e agasalhos. Máxima hoje de 10 graus com clima chuvoso. — O capitão desligou o interfone.

Os passageiros começaram a se ajeitar. A vista pelas janelas pequenas e redondas mostravam nitidamente o tempo nublado e chuvoso da grande Cidade. Sobrevoando as grandes nuvens, o avião começou a descer aguardando o sinal da torre para o pouso.

— Eu odeio andar de avião. — resmungou um rapaz de cabelos negros, olhos claros e com um livro em mãos: — É difícil até de ler um livro com toda essa turbulência.

— Só você pra ler um livro no avião, Tim. — bradou Bárbara: — Todo mundo sabe que dá enjoo.

— Pode dar enjoo, mas é melhor do que não ter nada a fazer. — continuou Tim fechando o grosso livro com o Título "O Cão de Barkesvilles", de Sherlock Holmes.

— E ver filmes e ouvir musica é não ter nada para fazer? —zombou Babs: — Impressionante.

— Ficamos três meses juntos e você ainda não percebeu meus gostos. — suspirou derrotado: — Mas tudo bem, não esperaria mais de você.

— Segura a língua pirralho antes que ela acabe sendo arrancada.

— Ok, já parei, Babs.

— Ótimo. — afirmou: — Já vamos pousar. Espero que o Dick venha nos buscar.

Ajeitou sua bolsa de colo colocando algumas coisas dentro, já Tim encarou a janela vendo o avião se aproximar cada vez mais do chão. Provavelmente receberiam em breve autorização para o pouso.

Suspirou mais uma vez segurando firme o livro em seu colo. Aquele tempo que passou em Paris treinando com Babs foi bem proveitoso. Mesmo ainda não tendo intenção de ser o próximo Robin, sabia bem que caso precisassem dele poderia ajudar.

A algumas semanas, receberam uma videoconferência de Bruce avisando sobre Jason Todd, o mais novo integrante da família. Por ser mais velho que Tim uns dois anos e meio, ele se sentiu um pouco traído.

Provavelmente por idade ele estaria bem mais próximo do manto, mas — realmente —, não se importava tanto quanto aparentava. Se ele precisasse melhorar ainda mais, o faria. Nada que um detetive mirim não pudesse suportar.

— Pouso autorizado. Apertem seus cintos, iremos descer.

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— Uma pergunta! — indagou Richard: — Por que todos vocês vieram aqui mesmo? — falou referindo-se à seus amigos bem atrás dele aguardando Bárbara e Timothy no saguão de desembarque.

— Saudades da Babs. — afirmou Garfield recebendo um pequeno olhar de Rachel; mas pelo visto ele não percebeu.

Kory e Tara afirmaram.

— Ela vai ficar feliz com a recepção. — comentou com um sorriso no rosto.

— Claro que vai.

Ficaram em silêncio logo em seguida. Várias pessoas começaram a sair da área das malas e dirigirem-se até as portas lotadas de taxistas e motoristas com plaquinhas com nomes de pessoas ricas.

Não demorou muito até Bárbara entrar na vista de Dick. Ele lhe acenou.

— O Dick está ali, Tim. — avisou ela enquanto Tim seguia atrás de si co um carrinho de malas.

— Já vi.

Aproximaram-se do Grayson. Bárbara lhe deu um grande e forte abraço demorando-se um pouco nele.

— Parabéns Dick. — cumprimentou ela: — Espero que esteja preparado para sua festa.

Ele suspirou derrotado:

— Não tenho muita escolha. — resmungou: — Seja bem-vinda.

Tim aproximou-se dando um abraço no rapaz de modo breve:

— Quanto tempo, Tim. — comentou: — A casa estava bem vazia sem você! — Esboçou um grande sorriso ao mais novo que sorriu sem graça.

— Não acho que todos concordaram com isso. — resmungou baixo. Dick riu, sabia quem de quem ele falava.

— Não se preocupe. O Damian só se vangloriou pela sua saída no começo, depois desencanou. — pegou o rapaz pelo ombro e o levou até o grupo que já conversava com Bárbara.

— Bom, esse é o Timothy, meu irmão de consideração! — apresentou Dick à Rachel lhe estendeu a mão.

— Prazer. Sou Rachel Roth. — respondeu a mesma. Tim apertou sua mão.

— Tim Drake. — respondeu ao cumprimento.

— Todos devidamente apresentados? Então vamos logo pra casa por que não gosto dos ares dos aeroportos. — zombou Dick ajudando Bárbara com as malas.

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Rachel mentiria se dissesse que não estava impressionada com o que via. Aquela mansão era muito maior do que imaginava ser. Já havia visto na televisão, em revistas, mas nada se compara ao ver ao vivo e a cores.

Primeiro de tudo tinha a incrível segurança na entrada da mansão. Homens armados cuidando da entrada e saída de visitantes. Logo em seguida seguiram por um longo caminho que dava na frente da mansão; nela, havia um grande chafariz exuberante e luxuoso. Ao seu redor o caminho continuava dando um volta inteira em seu contorno antes de retornar pelo mesmo lugar.

Logo na entrada uma escadaria, e na porta o mordomo aguardava-os.

Richard vinha na frente com a moto, e no carro de Logan o resto da turma e as malas.

Desceram do carro e Garfield retirou a humilde quantidade de bagagem do porta-malas.

—Sejam bem-vindos. — cumprimentou Alfred: — Mestre Tim, e Senhorita Bárbara. — cumprimentou-os num aceno.

— Quanto tempo, Alfred. — comentou Tim num sorriso torto no rosto.

— Verdade. — admitiu Bárbara: — Bom, vamos entrando. Quero ver como está a decoração da festa. — assim ela entrou arrastando Timothy pela escadaria.

— Ele é bem sério. — observou Rachel. Dick aquiesceu.

— Sim. Talvez até um pouco demais, eu diria. — comentou com um suspiro.

— Entendo. — olhou para Garfield de canto antes de fechar os olhos.

— Bom, vamos entrar. Faz tempo que não vejo o Damian. — exclamou Kory entrando junto de Dick e Tara.

— Pode ter certeza que ele amou a distância. — deu de ombros.

— Ele tem quantos irmãos? — perguntou Rachel subindo a escadaria com Garfield.

— Olha... Acho que três contando com o Jason. — admitiu.

— E a Bárbara?

— Não, ela tem pais. — deu de ombros soltando um sorriso maldoso.

— Idiota. — xingou-o, mas não deixou de rir do comentário.

Entraram na grande casa. Logo já deu para perceber a decoração da festa. Nada de balões, confetes, serpentina, ou outras coisas de festa comuns, mas sim uma mesa branca onde seria disposta a comida; os pilares cobertos de tecidos finos e na cor azul marinho; algumas mesas e cadeiras distribuídas no grande salão de festas da mansão.

Umas luzes no teto, a qual seria responsável pela dança dos mais novos, e um estranho corredor com uma faixa escrita jornalistas.

Rachel balançou a cabeça e riu consigo mesma. Quanta frescura.

— Está ficando ótimo. — concluiu Bárbara: — Só falta um pequeno toque nas mesas.

Dick revirou os olhos comentando algo com Kory.

— Pelo visto vocês chegaram. — comentou Damian chegando ao salão com uma cara séria.

— Oi Damian. — cumprimentou Kory. Ele a encarou.

— Anders. — retribuiu o cumprimento.

— Como sempre você é muito sério. Solta um sorrisinho, vai. — zombou Bárbara.

— Vá pro inferno, Gordon. — cuspiu o rapaz desinteressado.

— Calma ai, monstrinho, temos visitas. — provocou Tim: — Seja um pouco mais cortes de vez em quando. Além do que acabamos de chegar.

— Tsc — grunhiu: — Tanto faz.

Se virou para Garfield e Rachel:

— Quem é ela, Logan? — perguntou como se Rachel não estivesse ali. Ela sentiu uma ligeira vontade de lhe dar um soco.

— Meu nome é Rachel Roth. — respondeu visivelmente irritada. Kory e Dick deram um sorrisinho nervoso.

— Esta namorando com o tapado do Logan, Roth? — perguntou: — Bom, meus pêsames.

— Opa, opa. — rosnou Garfield: — Não vem me avacalhar não, Damian.

— Cale-se.

Caminhou em direção a Dick e começou uma conversa quase luta no meio do salão; Dick ria enquanto Damian se segurava para não matá-lo.

— Arrogante. — comentou Rachel tirando um riso alto de Garfield.

— Você se acostuma, eu acho. — se contradisse um pouco colocando uma das mãos na nuca.

— Mn.

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— Hoje eu tenho o dia só pra mim. Em todos os doces vou dar um fim. — cantarolava Victor pegando pacotes de salgadinhos, doces, uma latinha de cerveja e uma caixa de pizza da noite passada colocando-as na mesa de centro.

— Certo, hoje eu vou descansar pra valer. — comentou abrindo a latinha de cerveja.

Logo em seguida a campainha tocou. Pensou em ignorá-la, mas a pessoa era bem insistente.

— JÁ VOU! — gritou: — merda, lá se vão meus doces.

Se levantou e caminhou até a porta a abrindo:

— Ryan? — exclamou: — Aconteceu alguma coisa, baixinho?

— Hey Victor. — cumprimentou: — Mais ou menos. Posso falar com você? — pediu o rapaz.

— Claro, entra.

Ryan o fez adentrando e sentando-se no sofá.

— Você tem controle dos satélites que eu implantei no espaço a algum tempo, não tem?

— Claro. É bem útil caso haja outra invasão. Por quê?

— indagou.

— Tenho quase certeza de que Koma não saiu da Terra como havíamos pensado. — respondeu ligeiramente transtornado.

— Mas eu a vi entrar na nave Gordaniana pelo satélite. — comentou curioso.

— Ela voltou.

— Como você sabe?

— Nas nossas roupas de guerra, há uma pedra característica de nosso planeta. Verde e translucida em nossos "colares". — explicou dando ênfase: — Eu coloquei a um tempo um dispositivo Tanagariano que me permiti rastrear a Koma onde quer que ela vá.

Victor assentiu:

— A dois dias, o radar anunciou que Koma estava na cidade, mais necessariamente em uma das casas da região Nobre. — dava para sentir a seriedade em suas palavras.

— Ou seja, ela fez um visitinha ao Richard. — comentou.

— Exatamente. — sua voz saiu grossa: — Infelizmente não tive como colocar uma escuta nela. As escutas tem muitas interferências,ela iria descobrir...

— ...Já o rastreador não. — emendou Victor.

— Exato.

— Tem algo ideia do que ela quer?

— Qualquer coisa que possa atingir Kory é vantajoso para ela. Então eu posso pensar em tudo, exceto em uma coisa... — pausou: — ... Por que o idiota do Grayson não avisou a Kory da visita de nossa querida irmã?

Victor fechou os olhos. Era bem obvio que ele havia sofrido de uma ameaça, o que desclassifica a ideia de contar a alguém, mas se tratando do Robin, de um casa cheia de heróis exclusivamente perigosos é estranho ela ter se arriscado a esse ponto, a não ser...

— Acho que tenho uma ideia, mas não gosto muito dela.

— Qual?

— Koma pode estar aliada ao Exterminador.

Ryan o encarou bem antes de se levantar.

— Os dois tem um inimigo em comum. Juntando forças são capazes de serem bem mais do que somente perigosos. — concluiu.

— O pior de tudo não é nem isso. O Exterminador é incomunicável. Não sabemos onde fica, como ele é, se realmente existe ou é somente uma figura para motivar o crime em Gotham. — falou seriamente: — Complicaria ainda mais se ele tivesse a ajuda de uma Tamaraneana que tem um exercito temido em todos os cantos.

— Ei, está me dizendo que ela ainda tem contato com os Gordanianos?

— Você tem dúvidas? Eles ainda não alcançaram o que queria, provavelmente ela ainda tem um contrato com eles, ou algo do tipo; as chances são grandes.

— Por X'hal — exclamou.

— Precisamos avisá-los.

— Eu faço isso. — assumiu Ryan.

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— Posso arrancar a cabeça dele? — pediu Rachel com um estranho ódio pelo Damian.

— Não pode não. — repreendeu Garfield: — E com você faria isso se pudesse?

— Poder da mente. — falou dando de ombros.

— Você não tem o "poder da mente". — ridicularizou.

— Posso tentar. — insistiu inspirando profundamente.

Garfield riu. Sim, ela tinha o poder da mente, mas ela não faria nada, ainda.

— Pelo visto já estão animados. — comentou Bruce chegando no salão.

— Como sempre! — exclamou Bárbara.

— Isso porque essa festa começa só daqui a quatro horas. — comentou Garfield risonho.

— Tudo isso? — perguntou perplexa Rachel.

— Não sabia?

— Achei que íamos cantar um "parabéns pra você", cortar um bolo e ir embora. — admitiu dando de ombros.

— Ah não, Rachel! — discordou a Gordon: — Assim não tem graça.

— É o que parece.

— Só viemos dar uma olhada, ainda vamos nos arrumar, Rae. — disse Kory aproximando-se da amiga.

— Vamos? No plural mesmo?

— Para de ser antipática. — repreendeu: — Nós três vamos nos arrumar na minha casa. — falou puxando Tara: — Temos praticamente as mesmas medidas. — Kory olhou de canto para Rachel sorrindo: — Bom, quase.

A empata arqueou a sobrancelha:

— A Rachel é mais encorpada. — comentou Tara piscando-lhe o olho maldosa.

Rachel deu uma corada de leve enquanto Garfield riu.

— Bom, venham experimentar esse bolo delicioso. — chamou Bárbara: — Se você se comportar direitinho e chamar o Jason deixo você pegar um pedaço, Damian.

— Tsc, quem ia querer essa porcaria doce? — cuspiu o rapaz.

— A arrogância tem limites, tampinha.

— É que ele está fazendo graça para as visitas. — provocou Richard.

— Morra, Grayson.

— Outro dia, quem sabe. — respondeu indo em direção ao bolo: — Sou o aniversariante, tenho direito ao primeiro pedaço?

— Pega aqui. — Bárbara cortou um pedaço colocando no prato: — Prova o colocando no prato: — Prova.

Richard pegou uma garfada e enfiou na boca.

— Muito bom. — afirmou: — Chocolate.

— Opa, dá um pedaço ai então. — pediu Garfield.

— Calma, to cortando. Que coisa.

Bruce soltou um riso com a cena, e ao ver Damian subindo as escadas atrás — talvez — de Jason. Não era certeza.

Richard comia encostado na mesa um pouco mais distante. Sorriu doce ao ver seus amigos sorrindo e brigando por pedaços de bolo; até mesmo o Damian entrou na brincadeira ao chegar arrastando Jason pela camisa.

Riu ainda mais com Damian e Tim quase se pegando, sendo apartados por Bruce e Jason.

— Rachel, pode pegar aqueles pratos na mesa ali do centro? Aqui acabou. — pediu educadamente Bárbara.

— Claro.

A garota caminhou até a mesa sendo seguida pelo olhar de Richard. Nunca achou que um dia poderia chamá-la de amiga; mas já que pode irá prezar isso e pedir as desculpas pendentes.

Suspirou fundo. Aquela noite realmente deveria ter sido horrível para ela, pensou o rapaz passando a mão pelos cabelos.

O candelabro deu uma mexida chamando a atenção de Richard. Talvez fosse a inércia, mas ele tinha certeza que ela estava se mexendo como se estivesse sendo... partida?

Apertou os olhos para ver algo. Em cima dele, estava uma forma quase impossível de se ver, somente quando a mesma se mexia e causava oscilações da imagem.

Richard arregalou os olhos, aquilo era uma pessoa — talvez uma — cerrando o candelabro. Desceu o olhar para Rachel, aquilo iria se partir e cair nela.

Nisso, ele se lembrou daquela conversa, e — por Deus — como queria que fosse mentira.

— O que faz aqui, Koma? — perguntou irritado Richard pegando um de seus instrumentos de batalha.

— Solte esse nunchaku, Dick. — pediu a tamaraneana: — Não vim matá-lo. Ainda.

— Então o que? Veio bater um bato? — ironizou.

— Vim dar um aviso. — começou: — Não pense que eu desisti da minha irmãzinha. Ainda irei atingi-la, de uma forma ou de outra.

Richard grunhiu:

— Infelizmente estou em dívida com os Gordanianos, então terei de pegá-la.

— Como seu eu fosse permitir isso.

— Bom, eu estou aliada a uma pessoa muito importante. — avisou: — A pior de todas, ainda mais por ela saber sua identidade, não é mesmo?

— Slade...é?

— Exato. Temos um interesse em comum, e usaremos disso. — aproximou-se dele.

— E eu com isso? — esticou o nunchaku a frente: — Não importa que vocês estão juntos, não ajudará em nada.

— Faremos de tudo para atingir os Titãs. Mais precisamente minha irmã e, infelizmente, meu pequenino. Mas é a solução para pagar o que devo.

— Acha que vamos ser fáceis assim?

— Não vamos atacar os heróis, rapaz.

Richard arqueou a sobrancelha:

— Como assim?

Koma riu. Caminhou até a cômoda do rapaz tirando de lá um quadro com uma foto atual do grupo, já tirada com a volta de Tara para a escola.

— Belos amigos. — concluiu.

Dick arregalou os olhos.

— O que vocês...?

— Vamos atingir os dois ao mesmo tempo. Afinal, seus amigos dessa foto não tem poderes, não é mesmo?

— Nem ouse, sua vadia.

— Já o fiz. O nosso primeiro alvo é a de cabelo roxo. — anunciou: — Acho que é a Rachel!

— Como seu eu fosse deixar.

— Não saberá quando faremos, mas se prepare. Ela irá morrer.

Dick deixou o prato cair no chão e avançou no mesmo instante em que o candelabro despencou em direção a Rachel.

— RACHEL! — gritou Garfield.

Richard agarrou sua cintura e a tirou do local caindo ao chão a alguns metros. Ficou por cima dela recebendo os cacos do candelabro de mármore e os escombros da mesa estraçalhada.

Apertou as mãos fortemente fazendo uma imensa careta. Sua perna doía demais, talvez tenha batido ou torcido ela naquela hora.

— Dick? — chamou Rachel. O rapaz a olhou assustado: — Você está bem? — perguntou visivelmente preocupada.

Ele se levantou em uma velocidade alta sentindo uma imensa fisgada. Infelizmente não conseguiu segurar o grito de dor contorcendo seu rosto em uma careta medonha.

— DICK! RAE! — gritou Kory correndo para o lado deles.

— Dick. Hey, Dick? — chamava Rachel com a mão no ombro do rapaz ainda agoniado. Droga, se eu pudesse usar meu poder de cura, pensou a mesma.

— Vocês estão bem? — perguntou Garfield agachando-se ao lado dos dois.

— Eu sim, mas o Dick... — respondeu Rachel visivelmente preocupada.

Dick? pensou Garfield curioso. Desde quando ela o chamava assim?

— Alfred, preciso que veja a perna dele. — pediu Bruce aproximando-se.

— Dick, pode me ouvir? Dick! — chamava desesperada Kory. Richard segurou forte sua mão aquiescendo.

— Po...sso.

— Graças a Deus.

— Vamos levá-lo a enfermaria. — Falou Garfield ajudando Dick a se levantar. Assim, levaram-no até o sala.

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— Foi somente uma torção, mestre Dick. — afirmou Alfred: — Alguns dias em repouso e ficará novo em folha.

— Obrigado Alfred. — agradeceu o rapaz.

Kory segurou em sua mão com um sorriso. Estava sentada na cama a seu lado.

— Como que o cabo se partiu daquele jeito? — indagou Tara curiosamente.

— Pode ser que não estava devidamente instalado. — comentou Timothy.

— Pode ser.

Dick encarou Bruce antes de fazer um sinal com os olhos os quais o mais velho logo compreendeu.

Este aquiesceu:

— Vamos deixar ele com os amigos, voltamos mais tarde. — avisou Bruce tirando Damian, Tim e Jason da sala. Alfred os seguiu.

— Não foi desta vez, não é, Damian? — comentou Dick comicamente ao rapaz.

— Cale-se. — grunhiu Damian saindo do quarto. Richard riu.

— Tem certeza que não ta doendo muito? Você fez uma careta lá no salão. — comentou Rachel.

— Naquela hora estava, mas agora está passando. É somente uma torção.

— Quer que eu adie a festa? — perguntou Bárbara.

— Não precisa, Babs. Vou lá, cumprimento, tiro foto e fico sentado bebendo. — explicou Dick.

— Se tomar álcool o remédio perde o efeito. — repreendeu Kory.

— Eu disse bebendo, não quis dizer especificamente álcool. — provocou ele recebendo um tapa de leve da tamaraneana.

— Já que é assim vamos nos arrumar. Vê se melhora, ok? — avisou Tara levantando-se.

— Pode deixar. — prometeu o rapaz.

— Bem, eu vou também. — avisou Rachel: — Obrigada, Dick. — agradeceu com um de seus raros sorrisos. O rapaz o retribuiu.

— Não agradeça. — ajeitou-se na cama: — Faria de novo se precisasse.

— Ownt, que fofinhos. Finalmente estão se dando bem! — disse Kory radiante.

— Eu estou é ficando com ciúmes, parem com isso. — comentou Garfield.

Todos riram, até mesmo Rachel.

— Bom, eu te levo até em casa. — Garfield propôs.

Assim, todos saíram, ficando somente Kory e Bárbara na sala. Ficaram quietos por um momento antes do rapaz dizer algo:

— Foi armação.

— Como assim? — perguntou Kory.

Antes dele responder seu celular tocou. Encarou o visor lendo "numero desconhecido" na tela. Apertou os olhos atendendo-o.

O próximo alvo é o Logan. — avisou a voz feminina do outro lado desligando o telefone logo em seguida.

Richard arregalou os olhos antes de tacar o telefone na parede.

— DICK! — repreendeu Bárbara.

— Droga. — resmungou Richard alterado: — Sua vadia.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim.
Bom, acabei de revelar a conversa do Dick com a Koma, a união dela com o Slade {a qual era meio obvio, mas eu precisava mostrar} e o começo da ultima parte da fanfic.

Como a fanfic se encontra em Hiatus, não se quando posto novamente, mas como não tenho mais data, posso postar antes de um mês ou depois ;)

É isso! Obrigada a quem leu e comentem, plis

beijos e mordidas



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