O Tempo Dirá escrita por Bibelo


Capítulo 29
Ladra?


Notas iniciais do capítulo

Hey guys, cheguei sabagaça! euheuhueu

Lembram que a fanfic é mensal, então ca estou eu no mês de maio, em pleno feriado, postando pra vocês esse mais novo caps! Sério, eu só consegui terminar ele porque eu tava lavando louça {olha só} e as ideias foram surgindo com tanta intensidade que eu tive de parar e escrever ueheuheuu Até ideias pro próximo caps já tive *o*

Amo esses surtos de inspiração

sem mais delongas ;)

Boa leitura.



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Capítulo 29 - Ladra?


Abrindo a porta, Garfield se despediu de Tara a fim de retornar à escola para pegar seu material e consequentemente o dela. Sem olhar para o chão, esbarrou nas duas mochilas literalmente caindo ao chão. Tara apareceu na porta:

— Gar, o que foi? — perguntou preocupada fitando as mochilas dispostas no chão frio de mármore: — minha mochila. — afirmou pegando na alça da mesma: — como veio parar aqui? — olhando para Garfield que se levantava.

— Não sei, mas estou com um mau pressentimento. — Afirmou este preocupado.

—Acha que foi...?

—Não acho nada, eu preciso ter certeza. — cuspiu Garfield já irritado. Tara se manteve quieta enquanto ele se dispunha a seu lado segurando a alça da mochila.

Garfield pegou em seu telefone e ligou nervoso para Kory:

—Alô? — soou a voz do outro lado da linha.

—Kory, é o Garfield. Você deixou nossas mochilas aqui no corredor? — perguntou o rapaz esperançoso. A linha ficou muda antes de se ouvir um resmungo ao fundo, provavelmente falou algo com Richard.

—Na verdade, eu vim diretamente para casa. — confirmou ela com a voz de fundo, provavelmente acabara de colocar no viva-voz.

—Então... A Rae...

—Sim. — dessa vez foi Richard quem respondeu: — Queria que ela ouvisse o que fosse para ouvir. Se acabasse ouvindo de nós poderia não acreditar. — encerrou este em tom sério.

—Filho da Puta! — cuspiu Garfield irritado.

—Então ela... ouviu... — resmungou Tara envergonhada.

—VOCÊS FIZERAM ALGO? — perguntou Kory exasperada.

—NÃO! — gritaram Tara e Garfield em uníssono.

— Então? — interrogou Richard.

— E-Eu resolvi mostrar o vídeo de despedida que você me deu. Estávamos sem fazer nada, ai... — disse encarando o chão totalmente envergonhada.

A linha ficou muda por alguns instantes antes de uma forte gargalhada ser ouvida do outro lado da linha. Richard não se continha.

— Não ria — pediu Tara.

—Desculpe — falou ele ainda rindo: — mas não deu pra evitar. — concluiu.

— Que vídeo gente? To por fora! — perguntou Kory curiosa.

—Nem queira saber — dessa vez foi Garfield a se pronunciar: — Mais tarde o Richard te explica.

—Bom, acho melhor você correr e explicar pra ela. Leve esse vídeo, ou sei lá o que e mostre se for necessário. — ordenou Kory com o tom de voz forte.

—Nunca que eu vou mostrar aquilo, ela me mata. — resmungou o rapaz passando a mãos pelos cabelos esverdeados.

—Gente, pelo amor de meu Knorfika, o que tem nesse vídeo? — perguntou Kory antes de ficar muda. Garfield arqueou a sobrancelha.

—Knorfika?

—Era um vídeo do Garfield e da Tara transando na minha limusine. — respondeu rapidamente Richard a fim de encobrir Kory.

—CALA A BOCA! — gritou Tara.

—Ui, safados! — provocou Kory rindo.

—Idiotas! — dizem Tara e Garfield em uníssono.

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Rachel encarava suas mãos sentada no sofá negro de sua sala. Esta confusa. A aparição repentina do Exterminador, não, Slade Wilson foi perturbadora; aquela marca em sua testa dizia bem quem e o que ele fazia.

Não tinha como não reconhecer a marca de um subordinado de seu pai, mas, a questão é, como ele conseguiu contato com Trigon? O mesmo está preso em uma dimensão impenetrável, e pelo que saiba somente podia ter contato com suas crias, então, como?

Tantas dúvidas rondavam sua cabeça, que a fazia sentir vários lapsos em suas têmporas.

—Droga, o que quis dizer com isso, Slade? — resmungou a garota colocando as mãos na cabeça puxando seus cabelos em sinal de desespero.

A conversa havia sido mais do que perturbadora, foi um soco bem dado para ela. Descobriu tantas coisas a partir desse homem que não diria ser a única causadora da destruição da Humanidade, até se sentia bem, mais solta. Entretanto, o que realmente mexia com seus sentidos eram as palavras daquele homem:

"Você pode se esconder, fugir, se matar, mas quando chegar a hora você entregará seu corpo à Trigon e sucumbirá o mundo dos humanos. Pode até dizer que não o fará, mas posso te dar três motivos para isso."

E como ele deu motivos. Três motivos que a fizeram repensar seus conceitos, querer ficar viva e querer, mais do que tudo...

Libertar Trigon.

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A sala da H.I.V.E. estava quieta. Cada membro se concentrava em suas atividades, desde os desenhos de Jinx aos livros de Kyd Wykkyd.

Passando pela porta de entrada, um rapaz pequeno flutuando em sua mochila chamou-lhes a atenção:

—Hey galera! — gritou Gizmo entrando na sala as pressas: — temos uma ordem urgente do comandante. — gritou este exasperado.

—Que missão? — perguntou Jinx desinteressada sentada no sofá disposto bem no centro daquela sala.

—Retirar os Titãs de suas residências! — afirmou este coçando a cabeça desentendido.

Billy Numeroso o olhou:

—Espera ai — gritou: — Não sabemos onde é a casa deles, como os tiraremos de lá? — indagou como se fosse óbvio o que dissera.

—Idiota — trovejou Jinx — ele quer que façamos alguma arruaça pela cidade que chame a atenção deles! — cuspiu colocando sua máscara e ajeitando seus cabelos.

—Por que? — desta vez foi See-more a se pronunciar.

—Não sei — afirmou Gizmo: — mas ele estava macabramente feliz! — comentou incomodado ao se lembrar da figura do homem pelo monitor da base.

—Então, estamos esperando o que? — Ressalta Billy.

—Vamos quebrar tudo! — urrou Mamute saindo porta a fora sendo seguido por todos.

Inclusive Jinx que, justamente naquele dia, esqueceu de retirar seu colar.

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O computador na casa de Victor tocou, e tanto ele quando Karen — que lhe fazia uma visita com direito à uma xícara de café e biscoitos — correram até o monitor para constatar a ameaça.

—Ah, são só os H.I.V.E. — resmungou a morena como se eles não passassem de simples vermes. Isso fez com que o moreno risse.

—Bom, melhor do que nada. — admitiu Victor pegando o comunicador titã chamando os demais.

Karen entrou no banheiro e colocou sua roupa de abelha, desde o uniforme de colã à máscara amarela. Deixou sua mochila na sala e saiu do apartamento juntamente de Cyborg.

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A luta começou como em todos os dias. A equipe H.I.V.E. fazia a bagunça e os Titãs vinham arrumá-la. A simples e comum tarefa diária, mas não poderiam reclamar já que alguns ali precisavam descontar em socos suas angústias.

Robin e Mutano acabaram por pegar See-more e Kyd Wykkyd numa luta perto do posto de gasolina; Cyborg acabou por confrontar Mamute e Chip junto de Abelha enquanto Ravena e Estelar continham a maga do azar no cruzamento da avenida.

Kid só observava de longe achado algum jeito de sumir com a amiga cor-de-rosa para baterem um papo enquanto os outros se comiam no pau. Resolveu, então, se aproximar do trio a fim de ver o melhor ângulo para tirá-la daquela enrascada, mas o que viu não foi bem uma abertura.

Aquele maldito colar. Onde foi que ele já havia o visto mesmo? Claro, como poderia não saber, no pescoço de sua namorada. Não pode evitar de se sentir traído com aquilo. Não soube bem quanto, mas retirou a garota as presas de perto das titãs sem se importar em ser visto ou atingido, somente queria bater um papo longo e demorado com a maga do azar.

A prensando contra a parede úmida de um beco distante do grupo, segurou seus pulsos olhando-a odiosamente.

—Kid? — chamou a garota assustada sentindo o aperto em seu pulso aumentar.

—Aonde... — balbucia ele deixando-a ainda mais curiosa.

— Aonde o que? — repetiu Jinx preocupada.

—Aonde conseguiu esse colar, sua ladra?

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Ravena avançava contra Billy numeroso que havia se feito presente assim que Jinx sumira do plano arrastada por Kid Flash. Sem saber o porquê, Mutano havia trocado de posto com Estelar que agora auxiliava Robin contra See-more e Kyd Wykkyd.

Iniciando a luta, os dois se posicionavam contra os vários ''billys'' que se formavam ao redor deles criando uma espécie cercado. Mutano se transformou em um Rinoceronte acertando vário de seus clones, Ravena os levitava chocando-os um nos outros.

Billy atacou Ravena, mas foi defendida por Mutano. Novamente a empata se preparou para o ataque, mas Mutano entrou em sua frente mau a deixando lutar, e isso a irritou profundamente. O que aquele duende estava fazendo?

Mais uma vez ela atacou, desta vez conseguiu acertar um dos clones de Billy, mas o mesmo conseguiu ser mais rápido que ela aparecendo atrás de si à jogando longe. Mutano olhou aquilo em fúria e antes que percebesse já atacava Billy.

Ravena se levantou vagarosamente dos entulhos onde estava encarando a cena. Não evitou de arregalar os olhos, aquilo estava passando dos limites. Mutano estava raivoso. Billy já estava inconsciente, impossibilitado de lutar, então, por quê?

—Mutano...?

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Cyborg e Abelha conseguem depois de alguns golpes sincronizados derrotar Mamute que cai ao chão exausto restando apenas Chip que mexia em alguma de suas engenhocas que atacavam a dupla.

Abelha diminuiu de tamanho desviando de todas as máquinas deixando o trabalho de quebrá-las para Cyborg — que mantinha seus pés no chão e o casual canhão ligado. Atirou em todas as máquinas desintegrando-as enquanto abelha se aproximada de Chip voltando ao tamanho normal acertando um chute alto no rosto do rapaz que caiu maduro ao chão.

Ameaçou se levantar, mas Cyborg fez questão de trazer Mamute para junto de Chip; jogando-o em cima do pequenino, pode constatar a derrota instantânea.

—Isso ae! — gritou Abelha estendendo a mão. Cyborg bate nela.

—Urra! — exclamou ele piscando maroto à morena.

Ao fundo, Robin e Estelar derrubaram See-more e Kyd Wykkyd se juntando à dupla.

—Pelo visto vocês também terminaram, amigos! — exclamou Estelar visivelmente alegre.

—Sim, e o verdinho e a Rae também. — concluiu Cyborg aos ver os dois se aproximarem do grupo.

—Cara, eles nunca aprendem não? — resmungou Mutano irritado.

—Já cansou é? — zombou Cyborg.

—Claro que não, eu nasci para combater o crime! — vangloriou-se o pequeno batendo forte no peito impondo superioridade.

—Acredito! — ridicularizou Ravena.

—Pode acreditar mesmo! — respondeu ele olhando-a de soslaio antes de desviar o olhar apertando as mãos em punho.

—Cadê o Kid? — perguntou preocupada Karen.

—Ele arrastou a Jinx para algum lugar. — Avisou Estelar.

—Nossa, ele pega qualquer uma mesmo. — disse decepcionada a morena colocando as mãos na cintura.

—É o que parece. — falou Robin: — Bom, vamos voltar então, ele que se explique a nós depois. — Assim, o grupinho saiu deixando pra trás três titãs.

Kid que falava com Jinx e Kory que observava de longe o teto dos prédios a procura do terceiro titã.

—Ryan... Onde você foi? — indagou preocupada.

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Ryan sobrevoava a cidade parando em cima de um dos prédios mais distantes do grupo. Ele decidiu que veria como eles lutavam, sem se meter ainda no meio da pancadaria. Nisso, pode ver Kid flash sumindo de vista com uma das vilãs. Pode até ser um herói, mas preferiu mil vezes saber qual o rolo entre eles dois do que participar da briga.

Agora estava ali, assistindo de camarote a discussão um tanto "estranha" entre o casal no beco:

—Ladra? — repetiu Jinx inconformada: — Me chamou de ladra? Por que? — perguntou visivelmente irritada.

—Eu conheço esse colar, Jinx, e ele não é seu. — ao dizer isso a mesma gela descendo o olhar para o pingente em seu pescoço.

—Esqueci de tirar. — resmungou ela mais para si mesma, entretanto, devido a proximidade excessiva dos dois ele escutou.

—Então admite que roubou, Jinx? — grunhiu ele.

Ela olhou-o nos olhos com amargura:

—Está louco ou o que, senhor "homem mais rápido do mundo"? — começou ela tomando distancia dele, mas ainda encostada na parede: — Eu ganhei esse colar do meu namorado, e outra, esse não é o único colar do mundo, sabia? — gritou irritada resfolegando em seguida.

—Pode não ser, mas as iniciais são. — ao dizer isso ela parou quieta tentando assimilar o que ouviu.

—Iniciais...? — olhando novamente para seu colar, o soltou de seu pescoço virando o pingente para constatar as iniciais W.W. de Wally West.

—Essas Iniciais. — ele disse.

—Então, você deu esse colar para sua namorada? — perguntou ela surpresa e ao mesmo tempo descrente.

—Sim. — quando ele respondeu tudo girou para ela. Se aquele colar foi dado a ela pelo Wally, e o Kid admitiu bem na sua frente que aquele colar e as iniciais eram dele, não tinha como negar...

—Poderia devolver. — insistiu o rapaz com a raiva amenizada pelo olhar confuso da mulher: — Olha, eu sei que você tem um sangue negro em suas veias, mas não precisa roubar ninguém. Você não precisa se rebaixar a isso, Jinx. — Ele afirmou aproximando-se dela acariciando seu rosto.

—Como? — perguntou assustada. Ele era o Wally, era o namorado dela, Lucky, mas, pelo visto, ele não ligou esses pontos.

—Você tem a mim, Jinx. — comentou ele a fazendo se encher de fúria.

—Você acabou de dizer que namora. — cuspiu ela visivelmente irritada. Estava quase tendo um surto em descobrir que seu namorado era um super herói, e ele fica cantando-a.

— E você tem namorado também e não reclamou de nenhum de nossos momentos. — concluiu selando seus lábios em um beijo ardente.

Ryan não deixou de rir do momento. Até mesmo ele já tinha ligado os pontinhos. Aquele colar era de Lucky, e se o ruivinho ali tinha dado o colar a sua namorada era só somar 2 + ruivo que dava o Wally.

—Você tá fudido, meu amigo! — ele disse levantando voo e saindo dali sem ser percebido.

Cortando o beijo a força, Jinx limpa sua boca com ódio nos olhos.

—Jinx?

— Seu canalha. — gritou a mesma deixando as lágrimas escorrerem por seus olhos. Ele se assusta: — Você tem me traído com quantas mais?

—Te traído? Mas nem temos nada sério, é só um casinho. Mas podemos intensificar. — propõe ele a fim de cessar as lágrimas da menina.

—Eu sou a Lucky! — arrancando a mascara ela se revela a ele. Naquele instante o mundo parou de girar para Kid Flash.

Nas palavras de Ryan: Ele estava fudido.

—Lu...cky?

—Sim. Não acredito que você me traiu — gritava irritada: — e o pior, me traia comigo mesma. Eu tomei chifres de mim mesma, que coisa mais absurda! — resmungava andando de um lado para o outro.

—Não...

—Não o que? Vai negar que você não é o Wally? — recomeçou a mesma: — Que não me deu esse colar? Que não chamou a outra "eu" para tomar sorvete. — dizia fazendo aspas com os dedos: — Ou melhor, se pode me trair assim na cara dura, com quantas mais sai? — cuspia tudo com ódio em cada palavra que dizia.

Naquilo, Kid se tocou de algo o que também o irritou.

—Mas você não tem nada de santa nessa situação toda, Lucky. — gritou ele a fazendo se calar: — se eu não fosse o Wally, e se eu fosse qualquer outro cara... — dizia retirando sua máscara: — você estaria me traindo também. Não pensou nisso?

—Eu não insisti nas suas provocações. — retrucou.

—Não? Se não insistiu então não ficaria com vergonha toda vez que falava comigo, nem se importaria de eu saber onde mora, se bem que eu o Wally não sabia, mas eu o Flash sim. Eu não consigo crer nisso. — falou rapidamente.

—Pelo visto nos traímos com nós mesmos. — ridicularizou Luck.

—Sim!

O silêncio ficou naquele local causando um incômodo imenso neles. Lucky fitava a joia em suas mãos com dor no coração.

—Wally... — chamou ela o fazem olha-la.

— O que? — perguntou ainda visivelmente irritado.

—Não confiamos mais um no outro, não é? — resumiu esta o fazendo se exaltar.

—Não. — sua resposta pode ser curta, mas o dilacerou com todas as forças.

—Bom, então acho que acabou aqui. — ao dizer isso os dois desviam o olhar.

Infelizmente eram orgulhosos demais para perdoarem-se. Não aceitavam serem traídos, mas não sem importavam em o fazer. Entre dois orgulhosos nenhum relacionamento dura, nem mesmo o de heróis, o nesse caso, heróis e vilões.

—Sim. Acabou.

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Ravena chegou em sua casa indo diretamente ao banheiro resolvendo tomar uma ducha demorada. Estava um alguns hematomas pelo corpo, mas como não estava mais conversando com o Garfield não se importou.

Garfield. O único nome que consegue fazê-la chorar somente em pensar nos acontecimentos mais cedo. Ela se martirizou por não ter escutado tudo, mas não poderia negar que ela escutou muito bem uma espécie de relação, e era exatamente isso que não poderia ocorrer entre os dois. Por Deus, ela odiava mortalmente a Tara.

Socando a parede casa, a mesma se permitiu soltar sua imensa raiva contra a garota. O desejo de seu sangue, era isso que ela queria naquele momento. Ela já estava decidida, antes da profecia, ela iria degolar aquela vaca no cio.

Suspirou fundo entrando com a cabeça embaixo d'água:

—Que droga!

Entrando na casa, Garfield constata que a empata estava no banheiro pelo barulho do chuveiro que ecoava na pequena casa. Resolveu então sentar-se. Ele iria resolver tudo. Literalmente tudo.

Ela saiu do banheiro enrolada em uma toalha. Rumou até seu quarto colocando roupas de moletom. Amarrou seu cabelo em um coque mau feito e andou até a sala. Lá ela topou justamente com a pessoa que ela menos queria ver.

—Gar...?

—Rae, precisamos conversar. E será agora! —Ele disse se levantando e indo até ela.

—Não quero conversar.

—Você ouviu tudo errado. — ele gritou irritado a segurando pelos ombros.

Ela ficou muda. Ele sabia que ela fora até sua casa?

—A Tara estava me ajudando com um problema emocional que eu estava tendo. Por isso acabei agindo como um idiota com você mais cedo. — disse ele: — Perdão, minha princesa! — Falou ele a abraçando forte.

—Gar... — remsungou Rae sentindo as lágrimas escorrendo por seus olhos. Ele nunca a chamara de princesa.

—Depois da nossa conversa, ela me mostrou um vídeo que o Richard deu para ela antes de se mudar para Londres. — falou ele: — Nem eu e nem Kory sabiamos da existência desse CD, mas ele existe.

—O que...?

—Eu e a Tara, — começou: — Nossa primeira vez foi uns dois dias antes dela se mudar. E fizemos na limusine do Richard. — falou sem coragem de olhá-la nos olhos, pois ainda sentia as lágrimas molharem sua roupa: — Não sabíamos o que fazer, e ela quis me fazer ficar com vergonha de algumas coisas que conversamos e me mostrou. — Concluiu ele a apertando ainda mais.

O silêncio continuou na sala. Rae não ousou se mexer até finalmente cair a ficha: Ele sempre se precipita. Não foi a primeira vez, ela sempre tira conclusões precipitadas de tudo. Ela é um monstro.

Abraçou-o de volta repuxando sua camiseta.

—Desculpe... — só disse isso antes de se separar do rapaz e selar seus lábios em um beijo doce.

Não durou muito, foi mais um pedido de desculpas para ser selado entre ambos.

—Eu tenho outro assunto a tratar com você, princesa. — Falou ele a puxando até o sofá.

—O que seria? — perguntou curiosa.

—Eu sei que você é a Ravena. — jogou na lata. Chega de embromações.

Ela ficou muda. Seus olhos se arregalaram assustadoramente.

—Quando você teve aquele surto na cozinha, acabou por dormir e eu fiquei aqui um pouco mais e resolvi ver sua coleções de livros e... — falava ele envergonhado: —... lá eu achei seu diário.

—Você leu? — perguntou levemente irritada.

—Sim.

Ela prendeu a respiração. Garfield imaginou de tudo, desde sua cabeça explodindo à uma morte torturante pela garota, mas não foi isso que aconteceu. Ela estava com o olhar... sofrido?

—Não está... Com medo? — perguntou ela pausadamente. Este se assustou. Nunca que ele teria medo dela.

—Não. Você é a minha princesa, o meu anjo. Não importa se você é um demônio o que importa é que você vai ficar comigo. — ele falou segurando suas mãos: — Por favor, viva.

—Então sabe da minha profecia.

—Sei. Eu sei. — Concluiu por fim baixando o olhar.

—Então sabe que, mês que vem, eu vou....

—NÃO VAI! — trovejou desesperado.

—Gar...

—Nem que eu tenha de enfrentar o que quer que seja seu pai, nunca que eu vou deixá-la morrer. Nunca que eu vou deixar a mulher que eu amo morrer por mim. — Ele disse a olhando nos olhos. Ela pode ver, ele chorava.

—Garfield. — disse ela chorando junto. Ele nunca tinha chorado. Nunca.

—Amo você Rae. Demais. Eu não posso te perder, entende? — perguntou segurando ainda mais forte em suas mãos entrelaçando seus dedos em um meio de suplica.

—Como faria isso? — ela insistiu: — meu pai é um demônio.

—Bom... — ele se levantou: — E eu sou um transmorfo. — ao dizer isso arranca seu colar de seu pescoço deixando a cor de sua pele ser tomada pelo verde.

Rae tapou sua boca em desespero.

—Mutano? — resmungou ela: — Por isso estava me protegendo hoje...

—Não será só hoje. — ele lhe estende a mão num convite: — por favor, me deixe ajudá-la.

Rae encarou o chão. Estava perdida. Não poderia envolvê-lo naquilo e sabia que aqueles três motivos eram o suficiente para querer se ver morta.

Olhando sua mão ela estende a sua em menção de segurá-la. Mas o mundo gira para Garfield. Este se vê tonto e desnorteado. Cambaleando trás, apoia-se na parede da casa segurando sua cabeça com sua mão livre.

—Mas, o que... você fez... Ra— antes de terminar ele cai ao chão desacordado.

—Desculpe, Garfield. — Disse em lágrimas.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?

NÃO, O GARFIELD NÃO MORREU. uehueheuehue to prevendo pessoas me perguntando isso, então já digo que ele não morre, gentalha. -q

Bom, o Kid e a Jinx terminaram e eles podem ou não voltar isso vai depender do meu humor U_U {mentira, já ta tudo projetado}.

É isso amores, espero de coração que tenham gostado. Bom resto de feriado emendado, e é isso ai produção.

Até junho.

beijos e mordidas



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