Tears Of Blood escrita por Mermaid Cyan


Capítulo 1
Capítulo 1: Ninguém te falou que ela...


Notas iniciais do capítulo

Eu tirei o título de um verso da música: Hello, Evanescence. Espero que gostem.



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Capitulo 1: Ninguém te falou que ela não está respirando?

Em meio a aulas tediosas eu continuava a olhar para fora, estava tudo coberto por uma neblina densa, suspirei, já imaginava o que ia acontecer, sabia exatamente o que os “populares” iam fazer comigo... Pois é, em uma sala tão “avançada” nessa escola no fim do mundo, que é essa cidade, existem os babacas que enchem o saco dos calados e excluídos. Para a alegria dos demais era que o único “saco de pancadas” dos “populares” era eu... Eles começaram a arruinar minha vida desde que eu vim para esta escola... Há dois anos...

Flash Back On

Era já meio do ano, minhas tias haviam acabado de mudar para essa cidadezinha, dizem elas que é para eu aprender a me portar, nada do que eu fazia parecia ser o suficiente para elas. Na visão das minhas tias eu era apenas uma adolescente problemática que não demonstrava gratidão por elas terem me tirado do orfanato junto com Blake, meu irmão. Blake é o “queridinho” das minhas tias, ele é bonito, inteligente, atlético, esforçado, um ótimo irmão, faz tudo que minhas tias querem... Ele até conseguiu uma chance de fazer intercambio na Itália, esse é o motivo da festinha lá embaixo, todos da família e amigos comemorando e eu trancada no quarto com fones nos ouvidos, estava ouvindo e repetindo uma única música: - Numb, Linkin Park. É como se essa música fosse tudo o que sinto só que em vozes perfeitas e combinadas, cada parte da letra é um pouco do que minhas tias me fazem sentir, e como a música diz:

“Eu estou me tornando isso;

Tudo o que eu quero fazer;

É ser mais como eu;

E menos como você.”

Sim eu queria mais elas nunca me ouvem, não dão a mínima para o que eu quero fazer. Nesse momento ouvi a porta abrir, já estava pronta para os gritos de minha tia Millena, mas era só meu irmão e segurando dois partos, um prato de bolo de morango com chantilly e salgadinhos no outro prato.

Apesar de ser um “queridinho” das minhas tias, ele seria capaz de jogar tudo para o ar se ele soubesse o que minhas tias me fazem. Mas eu odeio falar o que sinto ou passo, portanto, de mim ele não vai ouvir.

Naquela noite eu estava com minha calça de moletom preta, meias brancas e uma regata branca, para mim usar as roupas assim é confortável e normal, mas para minhas tias... Bem para elas eu era mais parecida com um garoto que uma “dama”. Meu irmão estava lindo, camisa branca, calça jeans preta, sapatos também pretos e seus cabelos negros todo arrepiado, o que era o natural deles.

Apesar de ele ser mais velho que eu, nós dois parecemos gêmeos, eu e ele possuímos cabelos negros, franjas arrepiadas nas pontas e olhos azuis cristalinos, até nossas escolhas de cores eram iguais, gostávamos de vermelho e preto, o normal de tudo isso era que mesmo longe meu irmão sabia os dias em que eu precisava dele, ok não é tão normal. E aqui estava ele, com seu sorriso acolhedor e olhares alegres, ele sabia exatamente o que eu diria, mas ele apenas me deu um sorriso brincalhão e disse:

- Soube que ficou de castigo... Recusou-se de novo a cortar e pintar os cabelos? – Ele sorriu, colocando os pratos sobre a cama.

- Sabe que eu não vou nunca mudar meu cabelo, é tudo que me lembra nossos pais e você, elas podem até me enfiar uma estaca no coração, mais nunca vou mudar isso. – Eu estava faminta, conversava com Blake mais meio engasgada com uma coxinha, mesmo assim continuei – Sabe que estará em apuros por trazer comida à prisioneira.

- Não ligo, é só eu mostrar meus boletins e elas esquecem. – Ele me sorriu, dando um ar de que sabia o que fazia. – Além do mais, o que seria de minha vampirinha sem seu Lycan herói? – Ele fez a mesma pose do Superman, não agüentei e comecei a rir.

- Só você mesmo para me faz rir.

Eu e Blake temos um vicio por vampiros e Lycans, daí nossos apelidos, carinhosos. Blake me chamava por vampira, por eu ter a pele mais pálida e minhas presas serem mais finas, e eu o chamava de Lycan por ele sempre ser forte, brincalhão, rápido e seus cabelos serem arrepiados.

- Bom deixa-me descer antes que sintam minha falta. – Ele levantou-se e beijou minha cabeça depois saiu.

Novamente eu estava sozinha, o pior era o que viria amanhã, eu teria de conhecer um mauricinho, minhas tias queriam me forçar a namorá-lo... Por quê? Porque elas querem ser ricas, por isso. Em pleno século XXI, ainda arrumam casamentos arranjados... Se eu não fizer o que mais elas podem me tirar? Já não me alimentam direito, não ligam pra minha saúde, não ligam para o que sinto, tudo que me restou foi meu diário e uma rosa que minha mãe cultivará há muito tempo, essa rosa que está presa dentro do meu diário, bem conservada é tudo que tenho.

Continuei imersa em meus pensamentos, até apagar ouvindo: Imaginary, Evanescence, estava mesmo cansada e sem forças para nem ao menos deitar-me direito.

No dia seguinte, fui acordada por minha tia Blanca, ela me empurrou da cama aos gritos. Eu saio da cama e já fui pega por um bando de mulheres, uma começou a pentear meus cabelos, outra arrumar minhas unhas, outra tirava minhas medidas. Já estava entrando em desespero! Levantei-me e uma delas foi tirando minhas roupas do meu corpo e colocando um espartilho já o apertando, não estava respirando direito, elas me colocaram um vestido rosa cheio de babados, longo, com um decote, não! Cratera! Maquiaram-me, colocaram sapatos desconfortáveis e jóias... Sentia-me uma patricinha, ridícula... Não, um bolo de camadas.

Após uma hora de tortura, eu finalmente pude sair do quarto, mais direto para o carro onde minhas tias me levariam para meu pesadelo, minutos se passaram e eu tendo de ouvir como me portaria na frente deles, já que Blake iria depois. Já longe avisto aquela mansão horrível, toda amarela, cheia de flores brancas sem alegria... Deu-me arrepios, e ver aquele homem velho, baixo e gordo, trajando um terno cinza, como se fosse para um casamento, isso não me ajudou a me acalmar... Assim que entramos o velho sorriu nos conduzindo ao jardim, eu mal conseguia ver com tanta maquiagem no rosto, mas vi quando loiro de olhos verdes chegou, também de terno, mais preto, ele me olhou de cima a baixo e sorriu, fiquei com um frio na barriga, não por ele ser bonito, mais pelo sorriso cheio de malícia dele.

Tomamos chá, minhas tias e o velho ficaram planejando nossa “união”, que cai entre nós... A União faz sal e açúcar... Até que o garoto me convidou para um passeio, algo dentro de mim me mandava recusar, mais eu aceitei por educação. Conversamos durante o passeio, até que estivéssemos longe da mansão, ele me derrubou, com toda força, depois segurou meus braços com umas das mãos e subiu sobre meu corpo... Sim, ele estava tentando abusar de mim!

Senti-me acuada, fraca, com medo... Não conseguia me soltar dele, eu me senti um coelho nas garras de um leopardo... Ele estava me imobilizando e tampando minha boca, eu tentava de toda forma me soltar dele, já estava sem esperanças de ser salva... Ele já estava tentando retirar as roupas de mim, supliquei a Deus que me ajudasse eu estava chorando desesperada, até que...


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu.



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