O Mundo Dá Voltas escrita por duda_bouvier


Capítulo 9
Capítulo 9 - David




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7 -David

A tia passou na sala, onde nós, meninos, estávamos, pra falar quem ia dormir nos quartos. Seb, Pat e Chuck no quarto do meio e eu, Pie e a Eduarda no ultimo. Ai que droga! Já aturei ela de dia, agora dormir no mesmo quarto que ela? Ninguém merece! Nós fomos todos pro quarto do Pie, fazer bagunça. Até o Pat, metido a santinho, pos suas asinhas de fora. Ligamos a televisão e passava um artigo sobre pessoas metidas. Eu, pie e Chuck nos entreolhamos e olhamos pra Pat. Ficamos jogados nas almofadas conversando.

            - O Pierre é um falso metido! – disse Chuck.

            - eu? Por quê? Não sou não!

            - você não sabe ser metido! Você só paga, por que tem de tudo. Desde quando pessoas metidas andam a pé? Pagam convites de festas pros amigos? Comem na panela?

            - Chega Chuck! Vou me explicar!

            - explique-se! – dissemos nós quatro.

            - eu ando a pé, porque acho besteira gastar gasolina pra ir lá de casa na casa de vocês, que é praticamente na rua debaixo. Eu pago convite pra vocês, porque eu não gosto de ir nos lugares sem vocês e como na panela, por que não tem coisa melhor do que você chegar e abrir a geladeira e pegar macarrão, arroz, feijão, verdura, tudo que tiver na sua frente, esquentar tudo e mandar pra dentro.

            - é, você paga de metido! –disse Seb.

            - Agora eu, eles costumam olhar pro que eu tenho e não pelo o que eu sou. – disse Pat.

            - Pat, eu sinto muito mas você tem cara de ser metido. De humilde você não tem é nada.- disse Pierre.

            - Eu não me considero metido. Eu sou normal, igual a qualquer jovem da minha idade. Eu saio pra passear com o cachorro, faço compras no supermercado, arrumo casa, lavo minhas roupas... O Seb ta de prova. Num é Sebby?

            - é sim. Até lavar banheiro ele lava. – respondeu Seb com uma cara de sono...

            - Ah, mas ele é seu primo, é lógico que ele vai falar que você não é metido.- disse o descarado do Chuck.

            - Não, é porque a gente morava há alguns aninhos atrás na casa da nossa avó, ai a gente lavava banheiro juntos. –explicou Seb.

            - ah ta. – respondemos.

            - Então, porque eles te acham metido, Pat?- perguntei

            - Igual eu tinha falado, pelo o que eu tenho. Por eu ser filho de quem eu sou, por morar onde eu moro... Ai quando eu falo lá da Itália, completa tudo.

            - E por você ser loiro dos olhos verdes também. – disse Chuck.

            - é... Mas minha mãe é loira dos olhos claros, e meu pai tem os olhos verdes. O que eu posso fazer? Mas você e o David também têm os olhos esverdeados e ninguém fala nada.

            - Mas de nós todos aqui, o David é o mais humilde.- disse Seb.

            - Eu? O mais pobre, né?

            - Para David! – disse Pierre me dando um tapa.

            - Ah, eu não tenho do que me gabar.

            - Tem sim. – respondeu ele.

            - Do que? – perguntei espantado.

            - Você tem um cachorro lindo, a piscina da sua casa é a melhor na minha opinião e sua mãe é a melhor do mundo! E você ainda diz que não tem do que se gabar?

            - É, você tem razão. E outra coisa. Eu tenho o melhor amigo do mundo bem do meu lado. – disse lhe dando um abraço. Pierre também me abraçou um pouco forte. Os meninos gritaram: “vai quebrar o David no meio!”, ai ele me soltou. Ufa!

            - Vocês se amam né? –disse Seb.

            - Ta me chamando de gay? – perguntou Pierre.

            - não. Amor de amizade mesmo.

            - Ah, sendo assim, sim. Mas ele com a namorada dele e eu com a minha.

            - O que eu ia querer com sua namorada?

Pierre fala cada coisa... Os meninos foram embora do quarto depois de um tempo. Olhei no relógio e vi que era o horário que minha mãe chegava em casa.

            - Duas horas da manhã, Dave? – perguntou Pierre, com sono.

            - é. O ruim de farmácia é isso.

            - E ela pegou serviço que horas?

            - Se não me engano, foram 4 da tarde.

            - todo dia é esse horário?

            - Não. Ela trabalha mais na parte da manhã. É só quando ela faz plantão. Mas o bom disso é que sábado e domingo ela ta em casa.

            - Eba! Vou pra lá.

            - Vai sim! A gente fica lá jogando um jogo esquisito que ela trouxe lá e depois fica na piscina.

            - Que jogo?

            - Tem um monte. Ela trouxe Perfil, Detetive, duns tapetinho de dança lá...

            - E você joga eles?

            - aham. Eu, ela e meu pai.

            - Nesse ponto eu fico com um pingo de inveja de você.

            - Para com isso! Inveja mata!

Peguei o celular e fui pra varanda. Tava toda escura e sei lá onde acende as luzes... Vi dois olhos brilhando lá na frente. Parecia ser o gato. Peguei a luz do celular e fiquei tentando clarear pra ver se via alguma coisa. Quem tava lá era a Eduarda. Droga!

- Dá pra tirar essa luz da minha cara?

            - Ah, já sei quem está ai. O que voce ta fazendo aqui fora uma hora dessas no escuro e sozinha?

            - Não to sozinha. To com o Moosthafar.

            - Grandes merdas!

            - E voce? Não veio me seguir não ne?

            - Que te seguir, idiota! Vim ligar pra minha mae. Alo? Ei mamãe!

Fiquei conversando com ela um tempinho. Ela é a pessoa que eu mais amo no mundo inteiro. Se eu pudesse passa o resto da vida ao lado dela. Desliguei o celular e fiquei observando a Dud... Eduarda ficar olhando pra piscina. Ai passou uma coruja, feia que dói, na varanda. Ela levou um susto...

            - Assustou?

            - Voce ta aqui ainda?

            - to vendo o que voce acha de interessante ficar às duas horas da manhã acordada numa varanda fria olhando pra piscina.

            - Porque, não posso?

            - O problema vai ser todo seu, queridinha! Vou embora!

            - Vai.

- Só toma cuidado com as cobras. Aquele riachinho ali embaixo atrai cobra.

- Serio?

- Aham. E aranhas e corujas tambem.

Não disse pra botar medo. Disse a verdade. Quase morri um dia por causa de uma cobra filha duma cobra mal parida. Tava andando em direção ao quarto, até que escutei ela me chamando. Pronto! Agora vou ter que levar ela. Fui andando na frente, se ela quisesse me seguisse. Quando ela descobriu que ia dormir no mesmo quarto que eu,ela enfezou e disse que ia dormir com a mãe dela. Meu alivio só não ficou completo quando lembrei ela das aranhas e ela me pediu pra eu levar ela lá. Daqui a pouco quer que a carregue no colo ¬¬

            - só te levo, porque assim me livro de você. – respondi.

Fomos andando em direção ao quarto da mãe dela, até que ela me mostrou um treco esquisito. Cheguei perto e o treco caiu no chão. Quando eu disse que era uma aranha, ela gritou:

            - AAAAAAAH!

            - Cala boca! – disse e tampei a boca dela.

            - Pelo amor de Deus, mata isso! – pediu ela, apavorada.

            - é pior! Ela pula! Anda sô, eu to com sono.

Abusada! Pega o boi que eu to levando ela lá, ainda quer ficar lá esperando a aranha ir embora? Peguei ela pela mão e fui puxando até perto do quarto da mãe dela. Só não soltei,porque se ela empacasse de novo eu não ia ter paciência. Ela ia entrando sem nem dizer obrigada, nem nada. Puxei ela de volta e disse:

            - Dorme com Deus, medrosa!

            - que bicho te mordeu que você ta educado comigo?

Isso é educação? Minha mãe e meu pai sempre dizem isso pra mim [sem o medroso] quando eu vou dormir. Ah, ser rico é chato por isso. Nunca tem tempo pra família deles. Ela achando que eu seria educado com ela. Tadinha. Ela sonha! Voltei pro quarto, mas resolvi não dormir no chão mesmo. Acordei Pierre e falei pra ele arredar pro lado.

            - ah, você vai dormir aqui? Essa cama de casal é minha, só minha!

            - Deixa de ser egoísta! Eu nem sou gordo!

            - Dormir com homem não dá certo!

            - Ai ai, você ta me deixando com medo. Vou por um travesseiro no meio, bocó! Vai, chega pra lá!

Com muito custo, ele se moveu pra beirada da cama. Deitei e dormi. Só acordei no outro dia. Aí nos levantamos, cada um com o cabelo mais alto do que sabe-se lá o que. Pierre ainda inventa de tirar foto disso... Bom, ai nos encontramos com os meninos no corredor e fomos pra cozinha. A chatinha e a mãe dela estavam lá fazendo café. Pierre ficou lá grudado na mãe dele, que nem percebia direito que ele estava lá. Morro de dó, mas não posso fazer nada. Tomamos café e fomos guardar os negócios da gente nas mochilas, pra ficar mais fácil na hora de ir embora. Fomos todos pra piscina. Eduarda chamou Pat num canto e a conversa estava pra lá de Bagdá. Ela gritava com ele, e ele extremamente sem-graça ouvia calado. Fiquei com dó dele. Ele não era tão metido quanto parecia. Tive que ir lá e falar que foi culpa minha.

            - Eduarda, posso falar um coisa com você rapidinho?

            - Não.

            - é melhor que você me escute...

            - o que você quer, chato?

            - Não briga com o Pat não. Fui eu que pus pimenta na pizza ontem. Ele não tem culpa não. Era pra ele ter comido, mas já que foi você...

Falei e corri. Ela vinha atrás de mim com o chinelo na mao. HAHSUAHUSH amo fazer isso!

            - Foi você,idiota? Você me paga! – gritava ela atrás de mim.

            - Pelo menos não foi quem você pensou que fosse. – respondi.

Ela parou de correr atrás de mim, e falou;

            - É mesmo. Eu briguei com o Pat a toa.

            - É! –disse eu, parando também.

            - Mas por que você ia fazer isso com ele?

            - ah, porque eu pensei que ele era um tipo de pessoa, mas é outra. Senão não tinha falado que fui eu não.

            - Se bem que eu acho que ele não faria uma coisa dessas...

            - O que passa na sua cabeça? Você acha que todo mundo te ama?

            - não, dessa vez não. Eu tinha pensado que ele não teria criatividade pra isso.

O que ela disse? Até ela percebe isso? Meu Deus! É o fim do mundo. 

            - HUHSUHA, sério?

            - Ah, ele parece ser meio... Santinho... =/ Mas você vai me pagar pelo o que fez!

            - Pelo amor de Deus! Não me bate não!

            - Cala a boca!

E voltou a correr atrás de mim. Ur! Odeio ela!


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